outubro 10, 2011

PARABÉNS MIA COUTO

"(...) Devia era, logo da manhã, passar um sonho pelo rosto. É isso que impede o tempo e atrasa a ruga (...)".
                                                                                                                                    Mia Couto

O escritor moçambicano Mia Couto é o vencedor da sétima edição do Prémio Eduardo Lourenço, no valor de 10 mil euros, atribuído pelo Centro de Estudos Ibéricos (CEI).
Instituído em 2004, o prémio anual, que tem o nome do ensaísta Eduardo Lourenço, mentor e presidente honorífico do CEI, destina-se a galardoar personalidades ou instituições, portuguesas ou espanholas, "com intervenção relevante no âmbito da cooperação e da cultura ibérica".
Segundo o presidente do júri, João Gabriel Silva, reitor da Universidade de Coimbra, Mia Couto "alargou os horizontes da língua portuguesa e da cultura ibérica".

João Gabriel Silva disse à agência Lusa que a distinção foi entregue ao escritor moçambicano, "por unanimidade e aclamação", num conjunto de 15 concorrentes, pela importância que a sua obra representa "para o espaço ibérico".
"Todos reconhecemos a sua enorme contribuição para a cultura ibérica. Acho que é uma excelente escolha, é alguém que enormemente engrandece a cultura portuguesa e ibérica" , declarou. Pela primeira vez, o Prémio Eduardo Lourenço "sai da Ibéria, indo até ao Índico", dado que Mia Couto nasceu e vive em Moçambique.

"A maior desgraça de uma nação pobre é que em vez de produzir riqueza, produz ricos"
                                                                                                                                      Mia Couto

Mia Couto, nasceu na Beira, Moçambique, em 1955. Em 1971, iniciou os seus estudos de Medicina na Universidade de Lourenço Marques (atualmente Maputo). Ligado à luta pela independência de Moçambique, tornou-se membro da Frente de Libertação de Moçambique (FRELIMO). A partir do 25 de Abril e da independência de Moçambique, interrompe os estudos para trabalhar como jornalista, em primeiro lugar, na "Tribuna", juntamente com Rui Knopfli. Nessa altura tornou-se também diretor da Agência de Informação de Moçambique (AIM). Participou na revista "Tempo" até 1981, ficando, depois, no "Notícias" até 1985. Altura em que retomou os estudos na Universidade Eduardo Mondlane, onde se licenciou em Biologia.
Os seus livros estão traduzidos em várias línguas. É sócio correspondente, eleito em 1998, da Academia Brasileira de Letras.

"Nenhuma palavra alcança o mundo, eu sei. Ainda assim, escrevo".
                                                                                                Mia Couto

Mia Couto recebeu os seguintes prémios:
  • 1995 - Prémio Nacional de Ficção da Associação dos Escritores Moçambicanos
  • 1999 - Prémio Virgílio Ferreira, pelo conjunto da sua obra
  • 2001 - Prémio Mário António, pelo livro "O último voo do flamingo"
  • 2007 - Prémio União Latina de Literaturas Românicas e Prémio Passo Fundo Zaffari & Bourbon de Literatura, na jornada Nacional de Literatura
  • 2011 - Prémio Eduardo Lourenço.

O Tempo e seus Suspiros

Deito-me
para desinflamar
a angústia.

Aos poucos,
meu cansaço
vai perdendo convicção.

A velhice é uma insónia:
deitamo-nos
e quem dorme é a cama.

Mia Couto, in Idades, cidades, divindades, 2007


Para ficar a conhecer melhor o nosso autor de hoje,
 Veja AQUI a bibliografia que a Biblioteca dispõe para empréstimo domiciliário.

Boa Semana com Boas Leituras

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