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novembro 15, 2024

SOMOS CAPAZES DE SAIR DESTE LABIRINTO?

 "Je suis um homme d'interrogation et non de conviction"




Amin Maalouf, escritor libano-francês, nasceu em Beirute a 25 de fevereiro de 1949.
Venceu o Prix Maison de la Press, o Prémio Goncourt, o Prémio Príncipe da Astúrias, o Prémio Calouste Gulbenkian e foi agraciado pela Ordem Nacional do Mérito francesa com o grau de Grande-Oficial. 
É membro da Academia Francesa desde 2011 e seu secretário vitalício desde 2022.
Foi chefe de redação e, mais tarde, editor de Jeune Afrique. Durante doze anos foi repórter, tendo realizado missões em mais de sessenta países.
A maior parte dos seus livros apresenta um cenário histórico e, à semelhança de Umberto Eco, Orhan Pamuk e Arturo Pérez-Reverte, Maalouf combina factos históricos fascinantes com fantasia e conceitos filosóficos.
Escritas com a habilidade de um magnífico contador de histórias, as obras de Maalouf dão-nos uma visão apurada dos valores e comportamentos de diferentes culturas do Médio Oriente, de África e do mundo mediterrâneo.


Uma guerra devastadora eclodiu no coração da Europa, reavivando dolorosos traumas históricos. Desenrola-se um confronto global, colocando o Ocidente contra a China e a Rússia. É claro para todos que está em curso uma grande transformação, visível já no nosso modo de vida, e que desafia os alicerces da civilização. Embora todos reconheçam a realidade, ainda ninguém examinou a crise atual com a profundidade que ela merece.

Como aconteceu? 




Neste livro, Amin Maalouf aborda as origens deste novo conflito entre o Ocidente e os seus adversários, traçando a história de quatro nações preeminentes.
Leitura obrigatória.


"Estava a escrever este livro quando, na madrugada de 24 de fevereiro de 2022, a Rússia invadiu a Ucrânia. Vinte dias antes, com as suas tropas já posicionadas no terreno e a prepararem-se para o assalto, Vladimir Putin tinha-se deslocado a Pequim para assinar uma "Declaração Conjunta" com Xi Jinping, na qual os dois chefes de Estado delineavam a nova ordem mundial que pretendiam instaurar. (...)
Não é demasiado tarde. Somos perfeitamente capazes de sair deste "labirinto". Mas temos de começar por admitir que nos perdemos."
                                                                                                                      Amin Maalouf



"Uma meditação poderosa e angustiante sobre o futuro do mundo e, 
ao mesmo tempo, uma magistral lição de História." 
                                                                                                                                     Le Figaro

                                                                                         
 


novembro 06, 2024

PARABÉNS HUGO GONÇALVES

 

"Interessa-me ir ao fundo da existência humana.
A esta altura do campeonato, não tenho a mínima dúvida 
de que escrevo para entender o mundo". 

Nasceu a 9 de julho de 1976 em Sintra. Estudou Comunicação Social no ISCSP e estreou-se como jornalista na equipa fundadora da revista Focus. Morou e foi correspondente de várias publicações portuguesas em Nova Iorque, Madrid e Rio de Janeiro.
Ao longo da sua carreira, escreveu reportagens e crónicas para o Jornal de Notícias, Diário Económico, Jornal i, Expresso, revista Visão e Diário de Notícias. Foi ainda guionista da série Rabo de Peixe que passou na Netflix e criador do podcast "Sem barbas na língua".
Em 2000 recebeu o Prémio Revelação do Clube Português de Imprensa, com a reportagem Esto es el fin del mundo, sobre as cheias na Venezuela que ocorreram em dezembro de 1999.

É autor de vários romances, tendo já sido finalista, em 2019, do Prémio Literário Fernando Namora com a obra "Filho da Mãe".
E no passado dia 31 de outubro, o seu romance Revolução foi o vencedor do Prémio Literário Fernando Namora.
Para os jurados este "é um livro que se aproxima do testemunho, mas onde também coexiste um grande fascínio pela riqueza da própria natureza humana."


"Com um estilo direto, fluído e comunicativo e com uma linguagem que se alia à expressão do tempo e dos seus atores sociais, Revolução é um livro que se impõe literalmente, graças ao modo como liga "pontas soltas" da história portuguesa recente, mantendo sempre, no entanto, o desenho narrativo de personagens contraditórias, heroicas ou trágicas, fortes ou fracas, e cujos perfis interpelam e comentam os leitores atuais do romance e as suas respetivas posições ideológicas."
                                                                                    Júri do Prémio Literário Fernando Namora




Um disparo perfura a noite na serra se Sintra, durante um jantar da família Storm, e a matriarca sabe que perdeu um dos três filhos. 
O epicentro do colapso tem origem muitos anos antes, entre o fim da ditadura e os primeiros tempos da revolução. Maria Luísa, a filha mais velha, opositora clandestina do regime, é perseguida pela PIDE. Frederico, o filho mais novo, está obcecado em perder a virgindade antes de ser mobilizado para a guerra colonial. E Pureza, a filha do meio, vê os seus sonhos de uma perfeita família tradicional despedaçados pelo processo revolucionário em curso.
Revolução acompanha a família Storm, do desmoronar do império ao despertar da democracia, ao longo dos recambolescos, violentos e excessivos meses do PREC, quando a esperança e o medo dividem os portugueses, separando filhos e pais, colocando irmãos em lados opostos da barricada.
Um romance, a tempos trágico, a tempos cómico, sobre a liberdade e as relações familiares, sobre as escolhas que nos definem e as omissões que nos revelam.

"O melhor romance português do ano.
É um prazer ler romances assim."
                                                                                         Miguel Real, Jornal de Letras





outubro 31, 2024

AÇÚCAR QUEIMADO

 


Avni Doshi nasceu em Nova Jérsia, em 1982, e vive atualmente no Dubai. Estudou História de Arte no Barnard College e concluiu o mestrado nessa mesma área no University College London.
Foi laureada com o Prémio Tibor Jones em 2013 e recebeu uma bolsa Charles Pick da Universidade de East Anglia em 2014. Tem textos publicados na British Vogue, na Granta e no Sunday Times.


Divulgamos hoje o seu romance de estreia.
  • Foi originalmente publicado na Índia com o título Girl in White Cotton, tendo aí vencido o Prémio Sushila Devi 2021.
  • Após a publicação no Reino Unido, Açúcar Queimado foi finalista do Prémio Booker 2020 e do Women's Prize 2021
  • Eleito Livro do Ano 2020 pelo Guardian, Economist, Spectator e NPR, os seus direitos foram vendidos para 25 idiomas.

"Mentiria se dissesse que a infelicidade da minha mãe nunca me deu prazer.
Sofri às mãos dela em criança e qualquer dor que, ulteriormente, ela sentisse me parecia uma espécie de redenção, um reequilibrar do universo, em que a ordem racional de causa e efeito se alinhava.
Mas, agora, não consigo acertar as contas entre nós.
A razão é simples: a minha mãe está a perder a memória e eu nada posso contra isso."


Uma história de obsessões e traições. 
Uma história de amor envenenada cujos protagonistas são mãe e filha.
Tara e Antara, tese e antítese, a mulher e a sua sombra, o amor e o seu reverso.
Mas quem é quem?



Na sua juventude, Tara era uma rebelde. Abandonou o seu casamento infeliz e foi viver para um ashram, uma comunidade espiritual hindu, mendigou nas ruas - porque a família abastada lhe fechou a porta de casa - e passou anos a correr atrás de um artista sem eira nem beira, com a filha a reboque. Hoje, é uma mulher com falhas de memória, que paga o salário da empregada a dobrar e se esquece do gás ligado durante a noite. A filha, agora adulta, vê-se obrigada a cuidar de uma mãe que nunca quis saber dela em criança.

Acutilante e cáustico, este romance faz-nos questionar não só até que ponto 
conhecemos as pessoas que nos são mais chegadas, 
mas também em que medida conhecemos os nossos próprios limites.


"Admirável e inteligente, com uma desarmante franqueza
 e sentido de humor."
                                                                                                         Sunday Times



agosto 23, 2024

VEMO-NOS EM AGOSTO

 


Pintura de David de las Heras 



"(...)Tinha repetido aquela viagem todos os dias 16 de agosto à mesma hora, com o mesmo táxi e a mesma florista, debaixo do sol de fogo do mesmo cemitério indigente, para pôr um ramo de gladíolos frescos na sepultura da mãe. A partir desse momento nada mais tinha de fazer até às nove da manhã do dia seguinte, hora a que saía o primeiro ferry de regresso.(...)
Nunca mais voltaria a ser a mesma. Tinha-o vislumbrado no ferry de regresso, entre as hordas de turistas que sempre lhe tinham sido alheias e que de repente e sem motivos claros se lhe tornaram abomináveis."







Gabriel García Márquez nasceu a 6 de março de 1927, em Aracataca, Colômbia, e faleceu a 17 de abril de 2014, na Cidade do México.
Distinguido com o Prémio Nobel da Literatura em 1982, publicou o seu primeiro conto, "A Terceira Resignação", aos vinte anos, e no ano seguinte deu início ao seu percurso jornalístico.
Durante mais de meio século dividiu-se entre estes dois ofícios, enfeitiçado pelo "amargo encanto da máquina de escrever".
O seu talento narrativo fez dele um escritor fascinante para milhares de leitores. Considerado o expoente máximo de "realismo mágico", afirmou sempre: " Não há nos meu romances uma linha que não seja baseada na realidade". 
Foi, definitivamente, o criador de um dos mundos narrativos mais ricos que a língua espanhola produziu no século XX, e o carácter universal da sua obra coloca-o entre os maiores escritores de sempre.



O livro de Gabriel García Márquez 
que hoje sugerimos para leitura do seu fim de semana
é um romance inédito do autor, editado postumamente pelos seus filhos, 
lançado ao público no dia em que faria 97 anos e 
no ano em que se assinala uma década sobre a sua morte (06/03/2024)





Escrito no seu estilo inconfundível e fascinante 
Vemo-nos em Agosto
 é um hino à vida, à resistência do prazer apesar da passagem do tempo e ao desejo feminino.









Todos os anos, a 16 de agosto, Ana Magdalena Bach apanha o ferry que a leva à ilha onde a mãe está enterrada, para visitar o seu túmulo. estas viagens acabam por ser um convite irresistível para se tornar uma pessoa diferente durante uma noite por ano. 
Ana é casada e feliz há vinte e sete anos e não tem motivos para abandonar a vida que construiu com o marido e os dois filhos. No entanto, sozinha na ilha, Ana Magdalena Bach contempla os homens no bar do hotel, e todos os anos arranja um novo amante. Através das sensuais noites caribenhas repletas de salsas e boleros, homens sedutores e vigaristas, a cada agosto que passa Ana viaja mais longe para interior do seu desejo e do medo escondido no seu coração.







julho 04, 2024

PARABÉNS ANTÓNIO CÂNDIDO FRANCO

António Cândido Franco nasceu em Lisboa, em 1956. Autor de vários estudos sobre literatura e cultura portuguesas, de romances, poesia e peças de teatro, é também professor na Universidade de Évora.



Venceu por unanimidade o Grande Prémio de Literatura Biográfica Miguel Torga APE/Câmara Municipal de Coimbra, com a obra O firmamento é negro e não azul - A vida de Luiz Pacheco.
Fizeram parte do júri José Manuel Mendes, Ana Margarida de Carvalho, António Pedro Pita e Cândido Oliveira Martins.

O júri acentuou "a notável capacidade criativa da escrita" do autor e também a "documentadíssima reconstrução do contexto político, social e cultural, sobretudo do meio literário" durante a vida de Luiz Pacheco.

António Cândido Franco afirmou em 2023 numa entrevista à agência Lusa, que ao escrever a biografia de Luiz Pacheco pretendia tirar o escritor da marginalidade e trazer-lhe o "devido reconhecimento académico", para lá da fama de maldito e libertino.

"(...) foi assim que fiquei a saber de um escritor português chamado Luiz Pacheco. 
(...) A vontade em conhecer mais a singular existência deste homem cresceu sempre. Visitei a casa onde nasceu e que lá está quase igual ao que foi; procurei as que habitou, algumas desaparecidas, outras irreconhecíveis; entrei nas pensões em que viveu e sentei-me nas salas onde se sentou. Li e reli com renovado interesse os livros, as cartas e os artigos de jornal que escreveu e até os livros de outros que traduziu ou editou. Esta biografia é fruto desse convívio, que tem hoje mais de cinco décadas."


António Cândido Franco recebe hoje o 
Grande Prémio de Literatura Miguel Torga, 
em Coimbra, na sessão solene do Dia da Cidade.








junho 21, 2024

TODA A GENTE TEM UMA IDEIA DO QUE SERIA UMA VIDA PERFEITA




A BBC realizou uma série de seis episódios, adaptações do livro que hoje 
sugerimos para leitura do seu fim de semana.

Um livro de suspense fascinante sobre a improvável
amizade entre duas mulheres grávidas que coloca a questão:
até onde iria para criar a família perfeita?


Agatha está grávida, trabalha a meio tempo como repositora num supermercado nos subúrbios de Londres e conta os dias até ao nascimento do bebé. Os seus turnos parecem intermináveis, o que aumenta a cada dia a sua frustração profissional. Agatha anseia por uma vida como a de Meghan, uma cliente elegante e moderna que a deixa completamente deslumbrada. Meghan tem tudo: dois filhos perfeitos, um marido maravilhoso, um casamento feliz, um grupo de amigas e também escreve artigos num blogue popular sobre maternidade, artigos que Agatha lê com devoção todas as noites enquanto espera pelo namorado cada vez mais ausente, o pai do bebé.
Quando Agatha descobre que Meghan está de novo grávida e que as datas dos partos coincidem, ganha coragem para falar com ela, animada por finalmente terem algo em comum. Meghan vai descobrir que aquele momento sem importância que partilhou com uma funcionária do supermercado está prestes a mudar para sempre o curso do que até então era uma vida perfeita.
 

Michael Robotham nasceu a 9 de novembro de 1960 em Casino, Austrália.
É um escritor de romances policiais. Venceu duas vezes o prémio CWA Gold Dagger do melhor romance e foi também por duas vezes nomeado para o prémio Edgar de melhor romance.
Os seus livros estão à venda em cerca de cinquenta países, tendo já vendido mais de vinte milhões de exemplares em todo o mundo.

"Não conseguirá parar de ler. Cada mulher revela a sua história em capítulos
 alternados e fascinantes que, no fim, convergem de forma magistral.
Um livro de grande qualidade."
                                        People




junho 12, 2024

ISABELA FIGUEIREDO



Isabela Figueiredo, tem como nome verdadeiro Isabel Maria Figueiredo de Almeida Santos, inspirou-se na atriz Isabela Rossellini, para a sua identidade literária. Nasceu a 1 de janeiro de 1963 em Maputo, Moçambique. Após a independência de Moçambique, em 1975, veio para Portugal. Licenciou-se em Línguas e Literaturas Modernas, variante de Estudos Portugueses, na Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa. 
Especializou-se em Estudos sobre as Mulheres na Universidade Aberta. 
Entre 1988 e 1994 trabalhou como jornalista no Diário de Notícias, onde foi também coordenadora do suplemento DN Jovem.  
Foi professora de português no ensino secundário de 1985 a 2014.

"Escrevo sobre assuntos que partem da minha ferida aberta.
Eu enfio-me dentro dos meus livros"
                                                       Isabela Figueiredo



O Leitor pode requisitar para empréstimo domiciliário os seguintes livros da autora:

  • Caderno de Memórias Coloniais, cuja edição francesa foi finalista do Prémio Femina Estrangeiro e Prix des Lecteurs Littératures Européenne Cognac 2022
  • A Gorda,  publicado em 2016, foi considerado um dos 10 melhores livros desse ano e recebeu, em 2017 o Prémio Literário Urbano Tavares Rodrigues
  • Um cão no meio do caminho, venceu o Prémio Livro do Ano Bertrand - melhor Livro de Ficção Lusófona e Prémio Livreiros Bertrand em 2023 e foi ainda finalista do Prémio Oceanos e Casino da Póvoa também em 2023.
  • Os seus livros estão publicados em França, Itália, Alemanha, Espanha, Brasil e Eslováquia.








    junho 05, 2024

    UM SONHO QUE TEM TUDO PARA SE TORNAR UM PESADELO



    Isabelle Autissier, engenheira agrónoma, escritora, skipper e ativista ambiental, nasceu a 18 de outubro de 1956 em Paris, França.
    Foi a primeira mulher velejadora a dar a volta ao mundo em solitário, em 1991, e ganhou várias etapas em regatas a nível mundial.
    Teve um programa de rádio.
    Em 1999 batizaram uma rosa com o seu nome. 
    Foi professora na Escola Marítima em La Rochelle.
    A par da sua paixão pelo mar, escreve contos, romances e ensaios. 
    Atualmente é presidente honorária do World Wildlife Fund France (WWF).


    "Isabelle Autissier navega da mesma maneira pela literatura 
    e por todos os mares do mundo: com paixão."
                                                                       Le Figaro Lettéraire


    O romance que hoje divulgamos, recebeu o Prémio Diderot - Espíritos Livres.
    Foi adaptado ao cinema e estreou em França no dia 13 de dezembro de 2023, realizado por Thomas Bidegain sendo os protagonistas os atores Gilles Lellouche e Mélanie Thirry.



    Subitamente, Sós é uma obra notável sobre o engenho e as estratégias de sobrevivência e, ao mesmo tempo, um aviso sério relativo ao poder da natureza sobre o homem.


    Louise é uma alpinista experiente, Ludovic é um jovem bem constituído. Destemidos e desejosos de um ano de liberdade, deixam o apartamento de Paris e uma vida bastante convencional para se lançarem numa aventura: darem a volta ao mundo num veleiro.
    A ilha onde aportam, no polo sul, atrai-os pela beleza selvagem: picos nevados, crateras geladas, um lago seco. Mas de repente surge uma nuvenzinha escura ao longe... Quando a tempestade levanta, destrói tudo à sua volta e o barco desaparece. Os dois ficam subitamente sós; os pinguins, as otárias, os elefantes-marinhos e as ratazanas passam a ser a sua única companhia numa velha estação baleeira, abandonada há décadas.
    A aventura romântica torna-se um pesadelo e a relação do casal deteriora-se a cada dia. 

    Será possível sobreviver numa natureza tão estranha e hostil?Durante quanto tempo?
    Como poderão lutar contra a fome e a exaustão num lugar tão isolado?
    E, se sobreviverem, como será regressar para junto dos seres humanos? 
    Como contar-lhes o inenarrável?


    "Foi mesmo uma leitura apaixonante!
    Este é sem dúvida um dos livros mais fortes que me foram dados a ler este ano."
                                               Onalu


    março 13, 2024

    SOFI OKSANEN



    Sofi Oksanen nasceu a 7 de janeiro de 1977 em Jyväskylä, na Filândia.
    É romancista e dramaturga, autora de seis romances publicados entre 2003 e 2019 e é, frequentemente, comparada a Charles Dickens e a Margaret Atwood.
    A sua obra está traduzida em quarenta línguas e vendeu mais de dois milhões de exemplares em todo o mundo.
    Todos os seus livros são escritos em finlandês. Apesar de falar estónio, país natal da sua mãe, nunca aprendeu a escrevê-lo, e é na Estónia e na sua história que pensa, quando escreve. O seu objetivo é colocar a Estónia no mapa histórico da Europa. Foi precisamente para dar a conhecer aos seus leitores um país, cuja história foi apagada por anos de ocupação, o que admitiu, na sua participação em 2018, na oitava edição do Festival Literário da Madeira (FLM).

    Sofi Oksanen já foi galardoada com inúmeros prémios literários entre os quais:
    • 2008 - Prémio Filândia
    • 2009 - Prémio Runeberg
    • 2010 - Prémio de Literatura do Conselho Nórdico
    • 2010 - Prémio Livro Europeu do Ano (European Book Prize)
    • 2010 - Prémio Femina
    • 2013 - Prémio Nórdico da Academia Sueca
    • 2019 foi condecorada com a medalha de honra da Ordem das Artes e Letras, em França. 

    Hoje divulgamos aos nossos leitores o seu segundo livro publicado em Portugal,
     O Parque dos Cães

    " Um impressionante retrato do universo feminino. (...) 
    O Parque dos Cães, simultaneamente romance histórico e romance policial, 
    pode ser resumido como um conto dos irmãos Grimm tornado realidade."
                                                                             Lire (França)

    Um romance sobre a condição feminina, a exploração do corpo da mulher, 
    a maternidade e a teia criminosa e lucrativa em torno daquelas que tudo perderam.



    O Parque dos Cães oscila entre dois mundos: a Helsínquia da atualidade e a Ucrânia que conquistou a independência, após o colapso da União Soviética. Do cruzamento destas duas realidades, surge uma outra: a endémica corrupção do Leste, alimentando a ganância voraz do Ocidente. Nesta interseção, conhecemos duas mulheres, que partilham uma história de lealdade, amor e confiança traída. Dão por si arrastadas para uma torrente de lutas de poder, que opõe famílias influentes, mas que também opõe sexo feminino e sexo masculino. A razão é só uma: o corpo da mulher tem a capacidade de dar vida e, por causa disso, torna-se fonte de lucro.
    O Parque dos Cães retrata a vida de uma mulher que se descobre incapaz de fugir à memória do filho que perdeu, aos fantasmas que a assombram e às mentiras que lhe salvaram a vida. Esta é a história do lado negro da indústria da fertilidade, mas também do ponto a que somos capazes de chegar para concretizar sonhos impossíveis.







    fevereiro 07, 2024

    DOR FANTASMA

    A 17 de novembro de 2022 felicitámos 
    Rafael Gallo
     por ter ganho o 
    Prémio Literário José Saramago

    "O Prémio Literário José Saramago sempre foi um grande sonho para mim.
    Era principalmente o meu principal sonho na literatura."


    Rafael Gallo nasceu a 23 de outubro de 1981 em São Paulo, Brasil.
    Formado em música pela Universidade Estadual de São Paulo, tem um mestrado em meios e processos audiovisuais. Deixou a carreira musical para se dedicar à escrita, o que lhe permitiu uma realização pessoal, mas as dificuldades financeiras obrigaram-no a arranjar um emprego e a escrever no seu tempo livre.
    Em 2016 teve o seu primeiro episódio depressivo e começou a escrever Dor Fantasma. Entre 2020 e 2021 teve outro episódio depressivo e quase desistiu de escrever, mas o anúncio da abertura do concurso do Prémio José Saramago fê-lo repensar. Ainda ponderou escrever um novo romance "rapidíssimo, em meses", mas percebeu que era impossível.

    "Falei: bom, não vai dar certo, a única coisa que tenho é a Dor Fantasma e esse prémio é o meu sonho. Ou tento, ou não tento. Peguei na história e todo esse processo de refazer o romance, de cumprir prazos, de submetê-la ao prémio, de a entregar a um editor, senti-me movido pela adrenalina e fui saindo da depressão."

    E hoje convidamo-lo a vir 
    à Biblioteca Municipal
    e requisitar 
     Dor Fantasma



    Rômulo Castelo, um pianista virtuoso, dedica-se inteiramente a buscar a perfeição na sua arte e, todas as manhãs, ao acordar, fecha-se na sua sala de estudos. Por trás da porta blindada, que também o distancia de um casamento problemático e de um filho que jamais corresponderá aos seus ideais de excelência, ensaia aquela que é considerada a peça intocável de Liszt, o Rondeau Fantastique.
    Em breve, Rômulo irá oferecer a sua genialidade ao mundo, numa tournée pela Europa que o sagrará como o maior intérprete daquele compositor. A vida, porém, tem outros planos e, de um dia para o outro, incapaz de se reinventar na adversidade, Rômulo vê fugir-lhe aquele que julgava ser o seu lugar por direito no pódio do mundo.

    "Dor Fantasma é um belíssimo romance. 
    O cruzamento entre a música, a literatura e a fragilíssima condição humana
     (representada, neste livro, pelo atavismo) é absolutamente brilhante."
                                                                                                  João Tordo




    janeiro 19, 2024

    CHOPIN ... MAS PORQUÊ CHOPIN?


    Piano Schiedmayer

    "(...) A minha irmã, abatida, fixava de soslaio o Schiedmayer, que nunca lhe dera a honra de soar assim. Os meus pais entreolhavam-se, assombrados por aquele baú sombrio e ventripotente, familiar há um século, proporcionar tais encantos. Quanto a mim, friccionei os antebraços cujos pêlos se tinham eriçado e perguntei à tia Aimée:
    - O que era?
    - Chopin, evidentemente.
    Naquela mesma noite, exigi ter lições e, uma semana depois, comecei a aprender a tocar piano."




    E a nossa sugestão de leitura para este fim de semana é o romance
    A Professora Pylinska e o Segredo de Chopin
    do autor Éric-Emmanuel Schmitt
    com tradução do maestro Miguel Graça Moura


    "Li-o numa tarde e fiquei tão deliciado 
    que decidi logo traduzi-lo, por puro prazer". 
                                                                                                              Miguel Graça Moura





    A intransigente e excêntrica Professora Pylinska tiraniza Éric-Emmanuel Schmitt, o seu jovem aluno, que quer ficar a conhecer o segredo de Frédéric Chopin.
    No decurso das sua lições, o aprendiz irá ouvir o silêncio, colher flores de madrugada, seguir os efeitos do vento nas árvores e o movimento das ondas e aprender muito mais do que música, aprender a fazer amor, ou melhor ainda, a amar.
    Poderá a obra de um músico genial dar sentido a uma vida?
    Irá esta ajudar o narrador a compreender o chocante segredo que envolve um ente querido?


    Uma fábula terna e cómica, cheia de gatos snobes, aranhas apaixonadas 
    pela música, uma tia querida e, sobretudo, 
    as melodias de Chopin, num texto repleto de inteligência e humor, 
    em que a música nos ensina a viver e amar.



    Éric-Emmanuel Scmitt é um dos 10 autores de língua francesa mais lidos em todo o mundo e está traduzido em mais de 45 línguas. As suas peças de teatro foram levadas à cena em mais de 50 países. A 25 de novembro de 2023, o  Teatro Stephens exibiu a peça "O Sr. Ibrahim e a Flores do Alcorão", pela companhia Teatro Meridional, numa interpretação de Miguel Seabra e Rui Rebelo.
    O Livro que deu origem a essa peça pode ser requisitado para empréstimo domiciliário na nossa Biblioteca. 
    O autor recebeu inúmeros galardões, entre eles o prestigiado Prémio Goncourt e o Grande Prémio de Teatro da Academia Francesa.
    Nasceu a 28 de março de 1960 em Sainte-Foy-lès-Lyon, em França.


    "- Percebes melhor agora, meu querido Éric, porquê Chopin?
    Fixava-me com tanta esperança que, sem coragem para abalroar o seu otimismo, fiz sinal de aprovação com a cabeça. 
    - Chopin, evidentemente...
    Pareceu feliz por partilharmos a mesma opinião. Dissimulei a vergonha que senti por tê-la iludido. Chopin... Mas porquê Chopin."



    Visite-nos, requisite este livro e descubra...
    Chopin... mas porquê Chopin?








    novembro 03, 2023

    PARABÉNS MIGUEL ESTEVES CARDOSO

    Decorreu no passado mês de outubro, de 23 a 29, 
    na cidade de Penafiel, o Festival Literário Escritaria.

    Este ano o homenageado foi o escritor Miguel Esteves Cardoso,
     "cuja liberdade de pensamento e visão crítica influenciaram uma geração de escritores e não só."

    "Penafiel é mais bonito do que dizem. Faz lembrar Oxford" MEC

    "Esta será uma edição muito emotiva, como todas, em especial para aqueles
     que fazem parte de uma geração que se habitou a encontrar em MEC
     uma fonte de inspiração para olhar e interpretar Portugal
     de uma forma crítica e não conformista."
                                                               António de Sousa, Presidente da Câmara de Penafiel


    Miguel Esteves Cardoso nasceu em Lisboa a 25 de julho de 1955.
    Fez os seus estudos secundário na Saint Julian's School e os superiores no Reino Unido. Licenciou-se em Estudos Políticos, em 1979, na Universidade de Manchester. Doutorou-se em 1983 em Filosofia Política, com uma tese que relacionava a Saudade e o Sebastianismo no Integralismo Lusitano e mais tarde, em Oxford fez um pós-doutoramento em Filosofia Política.
    Em 1982 entrou para o Instituto de Ciências Sociais da Universidade de Lisboa como investigador auxiliar. Mais tarde foi professor auxiliar de Sociologia Política no Instituto Superior de Ciências do Trabalho e da Empresa da Universidade de Lisboa.
    Abandonou a carreira académica, para em 1988 se dedicar à Comunicação Social, assumindo a direção do jornal O Independente, um projeto que  influenciou o jornalismo português da época.
    Foi crítico literário e cinematográfico no Jornal de Letras, Artes e Ideias. Na rádio foi autor e coautor de diversos programas.  Na RTP, foi o argumentista do programa do Herman José, Humor de Perdição e mais tarde, em 2017-2018 no programa Fugiram de Casa dos Seus Pais em parceria com Bruno NogueiraAinda na televisão, desta vez na SIC, participou na Noite da Má Língua.
    Na década de 1980 MEC funda, com Pedro Ayres Magalhães, Ricardo Camacho e Francisco Sande e Castro, uma das primeiras editoras independentes, a Fundação Atlântica, produzindo discos dos Xutos e Pontapés, Sétima Legião, Delfins, Anamar.
    Estabeleceu polémicas com alguns intelectuais e escritores, como Fernando Namora ou Eduardo Prado Coelho.
    Voltou em 2006 à comunicação social com o semanário Expresso e, desde 2009, escreve uma crónica diária no jornal Público.
    Em 2013 a Porto Editora reeditou todas a sua obras. Venceu o Grande Prémio de Crónica e Dispersos da APE 2022.


    Esta é a nossa sugestão de leitura para o seu fim de semana









    outubro 06, 2023

    PARABÉNS AOS LAUREADOS DE 2023



    O escritor norueguês Jon Fosse é o Prémio Nobel da Literatura de 2023.


    "Estou emocionado e grato. Vejo isto como um prémio à literatura que, 
    acima de tudo, pretende ser literatura, sem outras considerações."

    Jon Fosse nasceu a 29 de setembro de 1959, em Haugesund, Noruega. É um ícone artístico norueguês, com cerca de 60 obras publicadas nos últimos 40 anos. No seu país já venceu os principais prémios literários.
    Em 2011, o rei Harald V atribuiu-lhe uma das maiores honras nacionais: o usufruto da Grotten, uma residência dentro do perímetro do palácio real, pelos altos contributos para a arte e cultura da Noruega.

    A Real Academia Sueca das Ciências justificou o Prémio Nobel da Literatura de 2023 "pelas suas peças de teatro e prosa inovadoras que dão voz ao indizível".

    Em Portugal a sua dramaturgia tem vindo a ser encenada, ao longo dos anos, por diversas companhias de teatro.
    Do fundo bibliográfico da Biblioteca Municipal fazem parte dois títulos do autor para empréstimo domiciliário:
    • Lilás
    • A noite canta os seu cantos



    A ativista iraniana Narges Mohammadi é a vencedora do Prémio Nobel da Paz 2023

    Narges Mohammadi nasceu a 21 de abril de 1972, em Zanjan, no Irão.
    Licenciada em Física, é engenheira de profissão. Escreveu artigos de opinião e tornou-se ativista dos direitos das mulheres até ser detida, a primeira vez, em 2011.
    Atualmente está presa, condenada a mais de 30 anos de prisão e 154 chibatadas, pela sua luta contra a opressão do atual regime iraniano, que começou após a morte da jovem Mahsa Amini, presa pelo "uso incorreto" do véu islâmico obrigatório no Irão. 

    A Real Academia Sueca das Ciências frisou que a ativista luta "pelo direito a viver de forma digna. 
    Esta luta no Irão teve como consequências perseguições, detenções, tortura e até a morte.
    Ao distingui-la, o comité Nobel deseja homenageá-la pela luta corajosa pelos direitos humanos, a liberdade e democracia."








    setembro 27, 2023

    PARABÉNS LÍDIA JORGE



    A escritora Lídia Jorge venceu por unanimidade o Prémio Eduardo Lourenço deste ano.
    Já este ano, o seu romance Misericórdia, venceu o Grande Prémio de Romance e Novela da Associação Portuguesa de Escritores. Este romance é ainda candidato aos prémios Medicis e Femina 2023 de melhor  romance estrangeiro publicado em França.

    Misericórdia foi publicado em outubro de 2022 e foi escrito a pedido da sua mãe, que várias vezes lhe pediu que escrevesse um livro com aquele título. A ação decorre entre abril de 2019 e abril de 2020, data do falecimento da sua mãe, uma das primeiras vítimas da Covid-19 no sul do país.
    Misericórdia é "um livro sobre o esplendor da vida que acontece quando as pessoas estão para partir, sobre os atos de resistência magníficos, que as pessoas têm no fim da vida".


    Os seus livros, que pode requisitar na Biblioteca Municipal, estão traduzidos em mais de vinte línguas, entre elas o alemão, castelhano, búlgaro, galego, esloveno, grego, francês, hebraico, inglês, sueco, italiano.

    Lídia Jorge recebeu, ente outros, os seguintes prémios: 

    • 2004 - Prémio Correntes d' Escritas
    • 2006 - Prémio Albatroz da Fundação Günter Grass
    • 2020 - Prémio FIL de Literatura em Línguas Românicas, da Feirado Livro de Guadalajara, México







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