fevereiro 24, 2023

SLAVA UKRAINI

 


"A aparição da Ucrânia no palco central da política europeia e depois americana não é um acaso. A Ucrânia, a maior república pós-soviética a seguir à Rússia e atualmente alvo de agressão por parte desta, nos últimos anos tornou-se num campo de batalha. Ao contrário dos seus vizinhos eslavos a Leste, a Rússia e a Bielorrússia, a Ucrânia manteve sempre instituições e políticas democráticas durante os tumultuosos anos da transição pós-soviética e voltou-se para o Ocidente nas suas aspirações geopolíticas sociais e culturais."
In, A Porta da Europa: Uma História da Ucrânia


"O alvo dos russos não é apenas (...) a Ucrânia, 
o alvo é a estabilidade na Europa e toda a ordem internacional de paz 
e responsabilizaremos o presidente Putin por isso." 
Ursula von der Leyen, Presidente da Comissão Europeia
24/02/2022

Faz hoje um ano que Vladimir Putin invadiu a Ucrânia com a sua autodenominada "Operação Militar Especial". Esperava com isso dominar o território ucraniano rapidamente e tirar do poder Volodymyr Zelensky. A "Operação Militar Especial" devia durar três dias, o tempo necessário para derrubar Zelensky e instalar em Kiev um regime  fantoche. Um ano depois, o presidente ucraniano continua no poder, as forças russas estão entrincheiradas no Donbass e os dois lados estão preparados para continuar as hostilidades.


O que causou a crise na Ucrânia?
Que papel desempenha a história nestes acontecimentos?
O que diferencia os ucranianos dos russos?
Quem tem direito à Crimeia e ao leste da Ucrânia? 
Porque têm as ações ucranianas repercussões internacionais profundas? 




A nossa sugestão de leitura, para responder a estas e outras perguntas.
Para compreender os acontecimentos atuais na Ucrânia e o seu impacto no mundo.
 







fevereiro 17, 2023

À PROCURA DO SEU EU INTERIOR


 Comece por espreitar atrás das almofadas do sofá.
É onde tudo se encontra, do comando da televisão 
ao verdadeiro eu!



Passagem para a Índia

"A Serra Nevada é o destino preferido para quem quer esquiar e ficar com um pantone Cinha Jardim na tez, em pleno mês de fevereiro (se é, ou foi, banqueiro, onde se lê "Serra Nevada" deve ler-se "Alpes Suíços"). Nova Iorque ou Tóquio são destinos de eleição para quem aprecia grandes metrópoles. O Brasil é a escolha certa para quem fica "doidão" com o Carnaval (quem fica maluco com o Entrudo mas tem menos orçamento pode ficar pela Mealhada, e ainda come leitão). (...)
O mesmo acontece se dissermos que a Índia é o destino número um para quem procura o seu eu interior. E é isto que eu não consigo entender.
Porquê a Índia?! As associações Serra Nevada-snowboard, Nova Iorque-agitação Rio de Janeiro-sambódromo são coisas que entendo com facilidade. Já a ligação entre a Índia e a autodescoberta custa-me mais a entender.
Normalmente, procuramos as coisas em lugares onde já estivemos. Se perdi a carteira, volto ao estabelecimento onde almocei para perguntar se alguém a viu. Se nunca pus os pés na Índia, por que raio me passa pela cabeça que o meu verdadeiro eu tenha ficado lá? Era mais provável encontrá-lo em Trás-os-Montes, na aldeia de um trisavô, do que num ponto remoto da Índia. Há um sem-fim de motivos para viajar até à Índia: visitar o Taj Mahal, ver de perto o rio Ganges, comer um chicken tikka masala melhor do que aquele do indiano na Almirante Reis, enfim...  (...).
Já todos perdemos um amigo para a Índia. Se ainda não vos aconteceu, deverá estar para breve. E preparem-se, porque é terrível para todas as pessoas que o rodeiam. (...)"


Com a nossa
sugestão de leitura para este fim de semana
vai conseguir descobrir o seu eu interior 
sem precisar de gastar dinheiro numa viagem à Índia.





Ao longo destas páginas vai encontrar conselhos muito úteis para pensar positivo em todas as situações (sim, até na Loja do Cidadão quando faltam 167 senhas), ideias peregrinas para cultivar a sabedoria, a auto-estima, o amor-próprio (e tudo o mais que queira cultivar, quem sabe uma horta caseira...)
Este livro vai dizer-lhe a verdade. E a verdade é como as vacinas: na maioria das vezes dói.
No fundo, este livro é o equivalente àquele amigo muito sincero que lhe diz as verdades todas na cara. É um trabalho sujo, mas alguém tem de o fazer.



Joana Marques nasceu em Lisboa no dia 3 de janeiro de 1986. Seis anos mais tarde, graças à ajuda de uma mental coach, vulgo professora primária, conseguiu aprender a escrever. A partir daí, manteve o foco, acreditou em si, teve pensamentos positivos e nunca mais parou. Escreveu post its, cartas, livros de reclamações e, também, de forma profissional. Guionista desde 2007, foi autora e apresentadora, com Daniel Leitão, do programa Altos&Baixos e, também, na sua versão ao vivo. Faz parte da equipa do programa As Três da Manhã na Rádio Renascença, onde é responsável pela rubrica "Extremamente Desagradável". Era o elemento mais baixo da equipa de autores do programa Gente que não sabe estar, de Ricardo Araújo Pereira.
Foi nomeada Personalidade Feminina Rádio 2019 pela Revista Lux.
Em 2022 recebeu o Globo de Ouro de Personalidade do Ano Digital na categoria Entretenimento.
Viver cada dia como se fosse o último parece perigoso, por isso gosta de viver cada dia como se fosse o primeiro. Gosta de observar o mundo como se tivesse acabado de cá aterrar.
Podemos ler a sua coluna na revista Visão, todas as quintas-feiras, na sala de periódicos da Biblioteca Municipal. 
Desiludida com os livros de auto-ajuda, resolveu escreveu um livro de anti-ajuda, que hoje sugerimos como leitura de fim de semana e que faz parte da mostra bibliográfica O Humor na Literatura, patente no átrio da Biblioteca Municipal.




"Se toda a gente fundisse os fusíveis nesta loucura da autodescoberta quando pisasse solo indiano, os Da Vinci nunca teriam conseguido escrever essa obra-prima que dá pelo nome de Conquistador. O poema iria só até Angola, Moçambique, Goa e ... parou aí. Já não havia Macau para ninguém, nem Timor tão-pouco. Chegavam à Índia e não queriam conhecer mais nada."








fevereiro 08, 2023

O MUNDO REAL É O BAIRRO

Fotografia de Ana Brígida

Cláudia Araújo Teixeira nasceu no Porto, tem três filhos e um cão. Estudou Direito, chegou a pensar em ser advogada, influenciada pela série "Teias da Lei", mas depressa percebeu que, na sua vida, os tribunais fariam parte apenas da ficção. 
Acabou por se licenciar em Ciências da Comunicação e fez carreira na área editorial. Trabalhou com muitos escritores que admira, como Paul Auster e Arturo Pérez-Reverte, sem nunca lhe ter ocorrido dedicar-se à escrita.

A sua estreia literária acontece com o livro que hoje divulgamos,
  Uma vida Assim-Assim, escrito durante o confinamento. 




Às 21h08 do dia 13 de abril de 1970, enquanto a missão espacial Apollo 13 deixa o mundo em suspenso ao anunciar Houston, we´ve had a problem, Cristina Maria nasce num bairro social do Porto. A coincidência escapa por completo aos seus pais, que perdem assim a oportunidade de juntar uma boa história à já sobrelotada mitologia familiar.
A década de 70 está a dar os primeiros passos e um vislumbre de modernidade ilumina o país. As senhoras fazem a mise, os cinemas inauguram as sessões da meia-noite, diz-se bom-dia com Mokambo, abrem os primeiros centros comerciais... Mas se as melhores casas do país se rendem à alcatifa, no Bairro o linóleo não tem rival. Se milhões choram a separação dos Beatles, no Bairro baila-se alegremente ao som dos Diapasão. O Bairro é imune ao mundo, porque o Bairro é um mundo.
Cristina Maria sonha voar mais alto. Vai conhecendo a cidade que pulsa para lá dos limites do Bairro. Descobre-se e reinventa-se nesse lugar. Ela, que se sente especial desde que tem consciência de si, será posta à prova uma e outra vez. Debate-se entre dois mundos igualmente reais, igualmente cruéis. Mas fez uma promessa a si mesma e não tenciona falhar.



"As casas pequenas, encafuadas em blocos uniformes, só distintos pelos números nas fachadas e pelas cores, do amarelo tosco ao vermelho desmaiado, pareciam o resultado de um devaneio infantil. Tudo era quadrado, simétrico, acotovelado, melting pot de cheiros, sons e vidas em metros quadrados compatíveis com um cubo Rubik. Nascer no Bairro é nascer com autossuficiência social. O mundo lá fora é uma abstração, uma espécie de ficção na qual os seus habitantes são meros figurantes. O mundo real é o Bairro. E no Bairro todos são protagonistas"












fevereiro 03, 2023

SE A VIDA É APENAS UMA PASSAGEM, SOBRE ESSA PASSAGEM, AO MENOS, SEMEEMOS FLORES




"Os meus vizinhos são determinados. Não têm preocupações, não se apaixonam, não roem as unhas, não acreditam no acaso, não fazem promessas nem barulho, não têm segurança social, não choram, não procuram as chaves nem os óculos, o telecomando, os filhos ou a felicidade.
Não leem, não pagam impostos, não fazem dieta, não têm preferências, não mudam de opinião, não fazem a cama, não fumam, não fazem listas, não pensam duas vezes antes de falar. Não têm substitutos. 
Não são graxistas, ambiciosos, rancorosos, sedutores, mesquinhos, generosos, invejosos, desleixados, sublimes, curiosos, viciados, avarentos, sorridentes, maliciosos, violentos, apaixonados, mal-humorados, hipócritas, dóceis, duros, mudos, maus, mentirososladrões, jogadores, corajosos, falsos, crentes, pervertidos, otimistas.
Estão mortos.
A única diferença entre eles é a madeira do caixão: carvalho, pinho ou mogno."


O romance que hoje sugerimos para 
leitura do seu fim de semana
venceu os prémios Maison de la Press e o Prix des Lecteurs.
Está traduzido em mais de trinta línguas. 
Em Itália, no ano da sua publicação, foi o livro mais vendido.
Em 2018 foi adaptado ao teatro por Mikaël Chirinian e Caroline Rochefort,
Irá ser adaptado em televisão numa minissérie. 




Violette Toussaint é guarda de cemitério numa pequena vila da Borgonha. A sua vida é preenchida pelas confidências - comoventes, trágicas, cómicas - dos visitantes do cemitério e pelos seus colegas: três coveiros, três agentes funerários e um padre. E os seus dias pareciam ser assim para sempre. Até à chegada do chefe de polícia Julien Seul, que quer deixar as cinzas da mãe na campa de um desconhecido.
A história de amor clandestino da mãe daquele homem afeta de tal forma Violette, que toda a dor que tentou calar vem ao de cima. É tempo de descobrir o responsável pela tragédia que afetou a sua vida.
Atmosférico, tocante e - tantas vezes - hilariante, este é um romance de vida: dos que partiram e vivem em nós, da luz que se pode revelar mesmo na mais plena escuridão. Porque às vezes basta a simplicidade de um gesto, basta a frescura da água viva para nos devolver ao mundo, a nós mesmos e aos outros.

" O poder desta história é extraordinário.
Há muito tempo que não lia um romance tão bem escrito"
                                                                                                     Wall Street Journal


Valérie Perrin nasceu a 19 de janeiro de 1967 em Remiremont, Vosges e é atualmente uma das autoras mais importantes do panorama literário francês.
Foi fotógrafa de cena e cenógrafa e a nossa sugestão de leitura para o seu fim de semana, é o seu segundo romance, o primeiro publicado em Portugal.


"Os gatos vêm roçar-se nas minhas pernas. De momento, há onze a viver no cemitério. Cinco deles pertenciam a defuntos, pelo menos é o que me parece, pois surgiram no dia dos funerais de Charlotte Boivin (1954-2010), Olivier Feige (1965-2012) ...
Em geral, os visitantes gostam de encontrar os gatos no cemitério. Muitos dizem que os defuntos se servem dos felinos para enviarem sinais. Na campa de Micheline Clément (1957-2013) está escrito: " Se o paraíso existir, paraíso não será se eu não for aí recebida pelos meus cães e gatos"










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