dezembro 31, 2020

dezembro 16, 2020

ESTÁ TUDO BEM, DOROTHY. VAI CORRER TUDO BEM

 

O livro que hoje divulgamos é considerado
 pelo The New Yorker 
" Um Romance Perfeito"


Um romance que explora os temas da solidão, do amor, e as convenções sociais que escondem o mais sombrio e profundo desespero doméstico.
Foi publicado em 1983 e é a obra-prima de Rachel Ingalls, uma das vozes mais importantes da literatura norte-americana.



Numa pacata cidade dos subúrbios, Dorothy leva uma existência apagada e rotineira, que somente um velho rádio consegue suspender com as suas mensagens consoladoras: não te preocupes, Dorothy, vai tudo correr bem. É também uma notícia de última hora da rádio que lhe dá conta que um monstro aquático anda a monte pela cidade, o mesmo que consegue entrar sorrateiramente na cozinha de Dorothy. Porém, ela, uma dona de casa demasiado infeliz para pedir um divórcio, abatida por sucessivos lutos e entorpecida por uma resignação pacífica e silenciosa, tem uma visão totalmente distinta do perigoso anfíbio. Diante dos seus olhos, Larry surge como uma criatura bela e terna à qual não hesita em oferecer guarida...


"Cada uma das suas páginas é perfeita, original e apelativa.
 Por favor, reservem um dia de sábado e leiam-no de uma só penada."
                                                                                                                          Harper's Magazine


Rachel Ingalls (1940-2019) nasceu em Boston, nos Estados Unidos, mudando-se para o Reino Unido em 1946. 
Recebeu, em 1970,  o Authors' Club First Novel Award pelo livro The Theft. 
Em 1986, o British Book Marketing Council considerou o romance que hoje apresentamos, um dos vinte melhores livros do pós-Segunda Guerra Mundial, o que suscitou um maior interesse sobre a autora e a sua obra. Além de romances, escreveu também diversas novelas e contos.



"Uma parábola magistral e muitíssimo bem escrita
 do primeiro ao último parágrafo."
                                                                                              John Updike









dezembro 11, 2020

O QUE É A ANSIEDADE?

 "A ansiedade é considerada, até certo ponto, uma reação normal do organismo perante situações de medo ou expectativa. Alguns autores chamam a atenção para o facto de, quando pouco intensa, poder mesmo favorecer o desempenho profissional. [...] até determinados níveis de ativação, há um aumento da atenção e do interesse; no entanto, a partir de determinados níveis, esta ativação transforma-se em ansiedade patológica, perturbando o desempenho e provocando alterações no funcionamento profissional."

A ansiedade é hoje a perturbação mental mais comum em todo o mundo.
Portugal é dos países nos quais a prevalência de ansiedade é mais elevada.
Os níveis de ansiedade têm crescido nos últimos anos.
As novas gerações estão cada vez mais ansiosas.


Estas sensações são-lhe familiares? Palmas das mãos suadas, coração acelerado, tremores, músculos tensos, dificuldade em se concentrar,... Se a resposta for afirmativa ou se quer saber mais para melhor interpretar os sintomas de ansiedade, então aceite a nossa sugestão de leitura de fim-de-semana.




"Se sofre de ansiedade, este livro prático é para si. Das fobias aos pensamentos obsessivos e dos ataques de pânico à hipocondria, aqui encontrará todas as respostas às suas perguntas - e exercícios práticos e simples que pode começar a usar já hoje.

Escrito com clareza e sensibilidade por um psiquiatra e por um psicólogo, este livro vai ajudá-lo a gerir a sua ansiedade dia a dia. Aqui encontrará estratégias e guias passo a passo para superar os desafios que a ansiedade coloca no seu caminho, sentindo-se mais capaz de encarar os imprevistos e os obstáculos do quotidiano - tudo baseado nas melhores práticas clínicas e em técnicas terapêuticas comprovadas.
Vamos começar!"



DIOGO TELLES CORREIA é médico psiquiatra, psicoterapeuta e Professor Associado com Agregação da Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa,(FMUL) Diretor da Clinica Universitária de Psiquiatria e Psicologia Médica da FMUL, onde leciona Psiquiatria, Psicopatologia e História da Medicina. Dá também aulas de Psiquiatria Forense na Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa. É ainda assistente graduado de psiquiatria no Hospital de Santa Maria e no Centro de Transplante Hepático do Hospital Curry Cabral. 
Tem vários livros publicados, entre os quais Pensar. Sentir. Viver, em coautoria com Judite de Sousa, que poderá também requisitar na Biblioteca Municipal.

JOSÉ DE ALMEIDA BRITES é psicólogo clínico e do aconselhamento, com formação em Terapias Comportamentais e Cognitivas e doutoramento em Neuropsicologia Clínica pela Universidade de Salamanca. É professor auxiliar na Escola de Psicologia e das Ciências da Vida da Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologias e no Instituto Superior Manuel Teixeira Gomes, em Portimão, e diretor executivo d’O Companheiro – Associação de Fraternidade Cristã, IPSS. Tem dois livros publicados e é autor ou coautor de vários trabalhos científicos.


"Deixei de me conseguir concentrar no trabalho, em casa não dava atenção a ninguém... Foi aí que percebi que a ansiedade era mesmo um problema."
"A princípio, tive medo de que me achassem maluca. O que é que eu ia dizer a um psicólogo? Não foi fácil ir à primeira consulta, mas agora já não me custa e foi muito importante para a minha recuperação ter alguém que me ajuda a estruturar os pensamentos."

















dezembro 02, 2020

NÃO SEI FAZER OUTRA COISA A NÃO SER PENSAR


Eduardo Lourenço, 1923-2020

Eduardo Lourenço era conselheiro de Estado, professor, filósofo, escritor, crítico literário, ensaísta e interventor cívico, foi várias vezes galardoado e distinguido.


Para ficar a conhecer a vida e obra de Eduardo Lourenço
veja AQUI



"Eduardo Lourenço foi, desde o início da segunda metade do século passado, o nosso mais importante ensaísta e crítico, o nosso mais destacado intelectual público. (...)
Escreveu sempre sobre Portugal, sobre o que é Portugal, sobre a história de Portugal, o que é ser português, qual é a nossa identidade, o que significamos hoje e no futuro e toda a vida foi verdadeiramente dedicada a pensar sobre Portugal"
[nota publicada no site da Presidência]




"A literatura não tem função. É um efeito do que somos de mais misterioso, de mais enigmático e ao mesmo tempo de mais ambicioso. Penso que, de todas as artes, a que revela o que a Humanidade é de mais profundo e absoluto é a música. A literatura é uma música um tom abaixo. Não se explica, não é da ordem do conceito como a filosofia. É natural que os homens reservam à literatura a sua maior atenção. A literatura é o nosso discurso fantasmático. Todas as culturas se definem pela relação com o seu próprio imaginário. A encarnação dele é a literatura."
                                                                                                                              Jornal Público, 2017



EDUARDO LOURENÇO
Morreu ontem, aos 97 anos. 








novembro 25, 2020

NÃO LHES FALTARAM TÉCNICOS, NO SEU DIVÓRCIO

25 de novembro

Dia Internacional pela Eliminação 
da Violência Contra as Mulheres
 

Tânia Ganho nasceu em Coimbra, em 1973. Licenciada em Línguas e Literaturas Modernas, trabalhou durante vários anos em legendagem para televisão e cinema. Foi assistente convidada na Universidade de Coimbra, onde lecionou tradução literária, área a que se dedica há mais de 20 anos. Traduziu autores como Angela Davis, Siri Hystvedt, Maya Angelou, Leila Slimani, Chimamanda Adichie, Davis Lodge, entre outros.

Em 2012, ganhou o primeiro prémio na categoria internacional do Concurso de Contos Cidade de Araçatuba, no Brasil.

Da autora, a Biblioteca Municipal tem para empréstimo domiciliário os seguintes títulos:
  • Cuba Libre
  • A Vida sem Ti
  • A Lucidez do Amor
  • Apneia

 

"Todo o processo de luta pela guarda do filho era uma maratona e, enquanto Alessandro tinha resistência de um corredor de fundo, Adriana foi, durante anos, incapaz de fazer outra coisa que não sprints. E, no fim de cada sprint, estava esgotada. Demorou muito a transformar-se em maratonista, a dominar a arte da respiração bradicárdica."


Quando Adriana ganha finalmente coragem para sair de casa com o filho de cinco anos, pondo fim ao casamento com Alessandro, mal pode imaginar que o marido, incapaz de aceitar o divórcio, tudo fará para a destruir - nem que para isso tenha de destruir o próprio filho.
Apneia é uma viagem ao mundo sórdido da violência conjugal e parental, através de um labirinto negro em que os limites da resistência psicológica são postos à prova, ameaçando desabar a qualquer instante, e dos meandros tortuosos de uma Justiça por vezes incompreensível, desumana e desfasada da realidade.
Apneia é um romance intenso, absorvente e perturbador, que ilustra com uma autenticidade desarmante o estado de guerra em que vivem milhares de famílias estilhaçadas, e com o qual, inevitavelmente, muitos leitores se vão identificar, encontrando nestas páginas ecos da sua própria experiência.


Pintura de Cristina Troufa






novembro 20, 2020

QUEM FOI REALMENTE AMÁLIA RODRIGUES?



"Sempre aguentei as consequências de ser livre" 
                                                                                                       Amália Rodrigues

Chamaram-lhe "cantora do regime". Acusada de servir a ditadura e colaborar com a polícia política (PIDE), foi perseguida e ostracizada pós o 25 de abril de 1974, reconquistando depois a unanimidade enquanto voz de Portugal no Mundo. Esta é a história secreta da vida de Amália Rodrigues. 
Como se relacionou com o Estado Novo e sobreviveu à admiração por Salazar?
Como enfrentou a pobreza, seduziu a aristocracia e os intelectuais?
Como ajudou presos políticos, cantou poetas proibidos, colaborou com antifascistas e financiou clandestinamente a oposição e o PCP?
Como sobreviveu aos boatos, ataques e tentativas de silenciamento no pós-revolução?
Como é que os políticos, os músicos, os poetas, a ditadura e a democracia lidaram e conviveram com a maior cantora portuguesa de sempre?




O livro, que estamos a sugerir para leitura do seu fim de semana, é uma investigação jornalística que atravessa dois regimes, vários continentes e reúne perto de uma centena de entrevistas e depoimentos exclusivos. Inclui ainda gravações inéditas da fadista e de personalidades que com ela conviveram. Com recurso a milhares de páginas de documentos nunca revelados, além de cartas e fotografias desconhecidas da cantora, este é também um retrato político do século XX português, através do percurso de Amália Rodrigues.




"Amália e o seu canto não são de nenhum regime. 
São parte da cultura viva deste País. 
Tentar destruí-la é destruir uma parte dessa cultura. 
E isso também é obscurantismo. Precisamos de Amália. 
E precisamos de Amália a cantar a Liberdade."
                                                                                       Manuel Alegre, 1974


Miguel Carvalho nasceu a 25 de novembro de 1970, no Porto, e é grande repórter da revista Visão desde dezembro de 1999. Em 1989 concluiu o Curso de Radiojornalismo do centro de Formação de Jornalistas do Porto. Trabalhou no Diário de Notícias de 1989 a 1997 e no semanário O Independente de 1997 a 1999. 
Venceu o Prémio Orlando Gonçalves (jornalismo), em 2008, e o Grande Prémio Gazeta, do Clube de Jornalistas, em 2009.
Algumas reportagens suas mereceram destaque em publicações internacionais, entre elas The New York Times, El País, The Daily Telegraph, Veja, O Globo e a revista Piaui.



"É preciso que se saiba que o nosso 
Estado Democrático está grato a Amália Rodrigues."
                                                                                                    Mário Soares



novembro 10, 2020

CRUZEIRO SEIXAS, 1920-2020

"Viver é uma loucura espantosa. 
É a maior loucura".


Cruzeiro Seixas, que completaria cem anos no próximo dia 3 de dezembro, é uma figura de topo do movimento surrealista nacional, autor de uma vasta obra no campo da pintura, do desenho, da escultura e também na poesia.
Em 2010, a Bienal Internacional de Artes Plásticas e Design Industrial, que decorreu de 22 a 31 de outubro, na nossa cidade, prestou-lhe homenagem.




Artur do Cruzeiro Seixas, nasceu a 3 de dezembro de 1920 na Amadora.
Em 1949 abraçou o projeto surrealista e não mais o abandonou.
Em 1951 alista-se na marinha mercante e viaja por África, Índia e Extremo Oriente. Vive em Angola até ao início da guerra colonial, onde desenvolve o gosto pela dita "arte primitiva".
Em 1989 é-lhe atribuído o prémio SOCPIT "Artista do Ano", sendo publicado um álbum ilustrado  sobre a sua vida e obra, denominado "Cruzeiro Seixas".
Em 1993 doa ao Instituto da Biblioteca Nacional e do Livro uma considerável parte do seu acervo.
Em 2020 foi homenageado na Feira Internacional do Livro de Santiago do Chile (FILSA), que lhe dedicou um número exclusivo da revista Derrame, do grupo surrealista chileno. Nesse mesmo ano recebeu a Medalha de Honra da Sociedade Portuguesa de Autores
Em 2009, a 10 de junho, foi feito Grande-Oficial da Ordem Miliar de Sant'Iago da Espada.
Em 2017, para comemorar os seus 40 anos de existência, a Bienal de Arte de Vila Nova de Cerveira, fez uma homenagem ao mestre.
A 14 de outubro de 2020, foi distinguido com a Medalha de Mérito Cultual, pelo "contributo incontestável para a cultura portuguesa".
A 3 de novembro de 2020, faleceu em Lisboa no Hospital de Santa Maria.

Temos muito que fazer
e tanto
que nem sabemos
por onde começar:
Devemos primeiro
rir ou chorar?
                                                     Cruzeiro Seixas


A Biblioteca Municipal tem para empréstimo domiciliário o livro, edição limitada, com serigrafias e poesia, de Cruzeiro Seixas, intitulado Viagem sem Regresso.



A sua obra está representada em coleções do Museu Nacional de Arte Contemporânea, Museu do Chiado, Fundação Calouste Gulbenkian e Fundação Cupertino de Miranda, em Vila Nova de Famalicão, onde está situado o Centro Português de Surrealismo,  a quem em 1999, doou a sua coleção, e onde está patente uma exposição permanente com as suas obras.

"Não estou preocupado para onde vou.
Já andei por céus e infernos cá por este lado."


Fotografia de Alfredo Cunha, 2014, Póvoa do Varzim


"O rei Artur deixou-nos, 
mas a sua obra seguirá sendo uma inspiração"
                                                                                                  António Costa






novembro 04, 2020

OS EFEITOS DA PANDEMIA

A História tem atravessado sempre momentos muito conturbados e difíceis, em que a esperança e a coragem acabam por fazer emergir novos horizontes, novos rumos, experiências, conhecimentos, competências, que têm contribuído para o progresso da humanidade. É o que esperamos desta pandemia, que também ela nos traga algo de positivo, que se criem novos cenários de esperança, ainda que, neste momento, os efeitos negativos nos pareçam avassaladores. E a área da leitura e dos serviços prestados pela Biblioteca Municipal à comunidade, não é exceção a este cenário negativo. Os dados que possuímos, em comparação com o período homólogo de 2019, não deixam de refletir esses mesmos efeitos negativos da pandemia. Ora vejamos os gráficos comparativos do número de livros emprestados e de inscrição de novos leitores, tendo como referência o período de janeiro a outubro.
  




De janeiro a outubro de 2019 foram emprestados para leitura domiciliária 7.424 livros. No mesmo período de 2020 registamos apenas 4.894 livros. Vemos que nos meses de janeiro e fevereiro estávamos a superar o número de empréstimos de 2019 e que a partir de março os números caem abruptamente, verificando-se apenas uma recuperação nos meses de verão. 
Também ao nível da inscrição de novos leitores, os efeitos da pandemia são muito assinaláveis. De janeiro a outubro deste ano registamos menos 50% de novas inscrições.
  




Resta-nos a esperança que, a pouco e pouco, sejam restaurados os níveis de confiança das pessoas e que vejam na Biblioteca um local de frequência seguro e na leitura um refúgio para a fase excecional que estamos a atravessar. Apesar de estarem suspensas as atividades de promoção da leitura presenciais e de grupo, disponibilizamos sessões de leitura infantil com recurso às redes sociais: blogues, youtube, facebook e instagram. Estamos a cumprir todas as recomendações das autoridades de saúde para as bibliotecas: uso obrigatório de máscara e álcool-gel, higienização do espaço, mobiliário e equipamentos, distanciamento físico, os livros devolvidos ficam em quarentena e são desinfetados. Queremos muito que volte e nos traga um amigo. 


Não há motivo para não vir à Biblioteca. 
Não deixe de ler. 








outubro 30, 2020

O CORAÇÃO É MAIOR QUE A PERDA

 porque a vida é maior que a dor, e a saudade e a felicidade não têm limites,  nem tabelas, nem distâncias. 

Caro Leitor, 
esta é a nossa sugestão de leitura para o fim-de-semana.

Um livro que o vai convidar a refletir sobre o envelhecimento, 
(no passado dia 28 de outubro assinalou-se o Dia Mundial da Terceira Idade)
sobre novas oportunidades e nunca ser tarde para ser feliz.



Uns dias antes de comemorar as bodas de ouro, a tragédia bate à porta de Manuel, com a morte da mulher da sua vida. As filhas, Helena e Luísa, há muito longe de casa, insistem que o futuro do pai passe pelo lar de idosos da vila mais próxima.
Na casa de Manuel, sucedem-se as reuniões familiares e as desavenças que o martirizam. Entre elas, valem as visitas carinhosas do filho mais novo e da neta, cúmplices da sua autonomia e capacidade de decisão, bem como a presença constante de Nicolau, o gato, companheiro fiel e atento ouvinte dos longos desabafos de septuagenário.
A solidão crescente e o agravamento de alguns problemas de saúde fazem com que Manuel ceda, mas apenas temporariamente, às pretensões das filhas.
Surpreendentemente, aquilo que seria o fim transforma-se no início de uma grande etapa na sua vida, entre novos sentimentos, novas pessoas e novos lugares. Na sua jornada de redescoberta da felicidade, Manuel muda completamente a vida de todos os que o rodeiam...


Fotografia de Barbara Bates

"- Não sei se sabes Justina, mas eu tenho um gato que não queria, de forma nenhuma, deixar abandonado ou entregue a alguém. Acredito que nunca alguém chegou aqui acompanhado por um amigo de quatro patas. A Teresa adorava o Nicolau. Acho que o pobre animal sente bastante a falta dela e eu não posso virar as costas assim. É um gato muito meigo e faz-me imensa companhia."



José Rodrigues nasceu a 7 de agosto de 1969 em Viseu. 
Licenciado em Gestão, desenvolve a sua atividade profissional na área dos seguros.
A família e os amigos, o karaté e o futebol veterano complementam o enorme gosto pela escrita.


"- Anda daí, Nicolau. Queres vir comigo ao bar, para beber um café e comer um biscoito? (...)
O felino saltou para cima da cama e espreguiçou-se, como adorava fazer, dando sinais de que ninguém o arredaria dali tão cedo."




Boa Leitura e Bom Fim de Semana





outubro 21, 2020

REPRESENTAÇÕES DO REAL

Há vários meses que estamos a enfrentar uma realidade nova, que nos tem imposto restrições, hábitos e rotinas diferentes, desencadeando em nós uma mistura de medo, mas também de coragem, que nos tem permitido adaptarmo-nos às novas circunstâncias. O mesmo tem acontecido ao longo dos séculos.
Se recuarmos na História, facilmente verificamos que a Humanidade sempre conviveu com momentos epidemiológicos dramáticos e mortíferos, com efeitos devastadores, bem presentes na arte, em especial na pintura, através da qual nos surgem imagens representativas da existência de epidemias incontroláveis. Deixamos aqui alguns exemplos emblemáticos, de como foi representada a doença, a morte e o medo na pintura.

Enterro de vítimas da peste negra em Tournai (1348).
Pormenor de iluminura nas “Crónicas e Anais de Gilles le Muisit”, abade de St. Martin de Tournai, Biblioteca Real da Bélgica


O Triunfo da Morte, de Pieter Bruegel (1562), exposta no Museu do Prado (Madrid),
representando a devastação coletiva provocada pela doença, pela morte e pela guerra.


A Peste dos Filisteus em Ashdod, de Pieter van Halen (1661), Wellcome Collection (Londres), recriando o ambiente de uma pandemia narrada no Velho Testamento. 


Peste, de Arnold Bocklin (1898),
onde se mistura o tema da morte e do misticismo, talvez inspirado na peste bubónica.


Mas nem só na pintura encontramos representações de ambientes marcados pela doença. Também a literatura tem obras, algumas mundialmente famosas, cujos enredos são marcados pela dor e pelas doenças, que assolaram alguns países ao longo da História. É o caso da sugestão de leitura que  lhe deixamos hoje.


A Ilha
de 
Victoria Hislop




Num momento em que tem que tomar uma decisão que pode mudar a sua vida, Alexis Fieldings está determinada a descobrir o passado da sua mãe. Mas Sofia nunca falou sobre ele, apenas contou que cresceu numa pequena aldeia em Creta antes de se mudar para Londres. Determinada a descobrir o passado da sua mãe, Alexis Fieldings decide visitar Creta. A sua mãe dá-lhe uma carta para entregar a uma velha amiga, que lhe dará mais informações sobre as suas origens. Esta acaba por descobrir que a ilha em que viviam os seu antepassados era uma antiga colónia de leprosos, onde a sua bisavó foi assolada por esta tragédia. O livro conta a história de várias gerações, da ilha Spinálonga, que foi uma colónia de leprosos de 1903 a 1957. Os leprosos eram isolados na ilha e viviam em comunidade. Estas pessoas viviam exiladas, mas com uma vida normal à espera de uma cura para a doença. O livro dá-nos uma lição de amizade e tolerância, mesmo nos tempos mais difíceis que possamos viver.



Victoria Hislop
é escritora e jornalista. Escreve artigos sobre viagens para o 
The Sunday Telegraph, artigos sobre educação para o Daily Telegraph e diversos artigos generalistas para a Woman & Home. Actualmente, vive em Kent com a sua família. Depois de publicar o seu primeiro romance, A Ilha, Victoria Hislop foi aclamada pela crítica e acarinhada por milhares de leitores. Posteriormente, publicou O Regresso, A arca e Hotel Sunrise.















outubro 14, 2020

PENSE POSITIVO

 

"Pense positivamente!" Muitas vezes, os outros incitam-nos deste modo, enquanto vamos deslizando para o pessimismo, que torna o relaxamento impossível. Mas o pensamento positivo não é só um remédio de emergência emocional: é a fonte da nossa criatividade e visão. A frase de Mahatma Gandhi, "Temos de ser as mudanças que queremos ver no mundo", é a definição mais simples e completa do pensamento positivo. Este ultrapassa a ideia de transformar os acontecimentos negativos em positivos, como vinagre em mel: tem mais a ver com acreditar em si próprio, com o poder do pensamento e a energia do otimismo".

É capaz de se acalmar até ficar descontraído?
Consegue acalmar os seus pensamentos e emoções quando quer?


A arte do relaxamento é indiscutivelmente a chave do seu bem-estar 
neste tempo difícil e turbulento.


Elaborado em torno de um núcleo de preceitos fundamentais e exercícios simples e práticos para a mente e para o corpo, Aprenda a Relaxar oferece uma nova abordagem ao assunto, que se baseia no aumento da satisfação e da calma e no afastamento das ansiedades desnecessárias.


Concentrando-se em áreas-chave onde se podem obter resultados a curto prazo sem grandes mudanças no estilo de vida, 25 exercícios, passo a passo ilustrados, explicam técnicas mentais e físicas, fáceis e eficazes. Controlo do stresse, respiração, massagem, gestão pessoal do tempo, melhoria do sono, distanciamento e meditação.



O livro que estamos a divulgar não é só para ler mas sim para saborear. 
São conselhos práticos de especialistas, reflexões filosóficas e ilustrações apelativas, que o vão ajudar a redescobrir a satisfação - em nós próprios, nos outros, na natureza, na vida do dia-a-dia.












outubro 08, 2020

PARABÉNS LOUISE GLÜCK



"Pela sua inconfundível voz poética que, com austera beleza, torna universal a existência individual" e por ser "uma das mais proeminentes poetas da literatura contemporânea americana", fundamentaram a escolha de Louise Glück para a atribuição do Prémio Nobel da Literatura 2020. 


Louise Elisabeth Glück, poeta, ensaísta e professora, nasceu a 22 de abril de 1943 em Nova Iorque, tem ascendência judaico-húngara. É desde 2004, escritora-residente da Rosenkranz da Universidade de Yale. A sua estreia literária foi em 1968 com o livro "Firstborn".

Para além do Prémio Nobel, já anteriormente recebeu vários prémios:

  • 1993 - Prémio Pulitzer
  • 2001 - Prémio Bollingen
  • 2003-2004 - US Poet Laureate
  • 2014 - National Book Award
  • 2015 - Medalha Nacional de Humanidades conferida pelo presidente Obama



setembro 30, 2020

CALVIN É SOCIÁVEL, DEBOCHADO E ATÉ TEM PÁGINA NO FACEBOOK

 



"O Calvin é um gato cinzento, gordo, de olhos esverdeados e ar sério e maldisposto ou ternurento e simpático, consoante esteja ou não com fome e queira ou não que lhe abram a porta para ir à rua. (...) Ele decidiu por nós, não só porque é determinado e com ideias fixas, mas também porque numa casa com duas crianças e um jardim é impossível impedir um gato de sair se ele quiser. Por isso o Calvin sai (quase) sempre que lhe apetece. Gravámos numa placa os nossos números de telefone e prendemo-la na sua coleira, na esperança de que, caso se perdesse, alguém o ajudasse e nós o pudéssemos ir resgatar."



"Este é o meu Calvin, como eu o imagino e o sinto"



"Ninguém sabe muito bem em que dia é que eu nasci, e muito menos eu que não ligo nada a essas coisas, mas a ideia de fazer uma festa agradou-me, porque festas, em regra, rimam com comida. Era engraçado se pudesse fazer uma festa com a família e com todos os amigos que já fiz, os do bairro e os que encontrei durante as minhas viagens pela cidade. (...) Já estou a imaginar o festim de latinhas gourmet e a reserva que ficaria para os próximos meses. Adeus biscoitos de dieta para gatos esterilizados e idosos"




Filomena Lança nasceu em Castro Verde, no Alentejo, e aos 17 anos mudou-se para Lisboa para estudar Direito. Acabaria por se dedicar ao jornalismo económico e nas últimas duas décadas passou a seu tempo a escrever sobre coisas sérias. É jornalista desde 1996 nas publicações Visão, Focus, Semanário Económico e Jornal de Negócios. Atualmente é redatora principal do Jornal de Negócios. Tem dois filhos e vive com a família numa das sete colinas da cidade num rés do chão com um jardim. 
A família inclui três gatos, que se dividem entre o jardim e os telhados da colina. 
É de um deles, o Calvin e as suas aventuras a nossa sugestão de leitura para o próximo domingo, dia 4 de outubro, Dia Mundial do Animal .







setembro 25, 2020

A MINHA VIDA FOI MAIS JORNAIS, TELEVISÃO E LIVROS


Termina hoje a 13ª edição do Festival Literário Escritaria
que decorreu na cidade de Penafiel, onde o  homenageado
foi o escritor e jornalista Mário Zambujal.

Jornalista e escritor, nasceu a 5 de março de 1936, em Moura, no Alentejo. Trabalhou em diversos jornais, nomeadamente, A Bola, Diário de Lisboa e Diário de Notícias, em especial na área do desporto.
Foi autor de guiões de várias séries de televisão: Lá em casa tudo bem, em parceria com Raúl Solnado e Nuno Teixeira, Isto é o Agildo, Nós os Ricos e Os Imparáveis.
Na rádio, foi coautor dos textos do programa "Pão com Manteiga" da Comercial e que, posteriormente, foram reunidos em livro. Nunca exerceu a profissão de jornalista na rádio, apesar de gostar muito desses meio: " A minha vida foi mais jornais, televisão e livros".

Como escritor publicou vários livros de ficção. Relembramos o grande sucesso do livro Crónica dos Bons Malandros, publicado em 1980, disponível na Biblioteca Municipal para empréstimo domiciliário, e que deu origem, em 1984, a uma longa-metragem, realizada por Fernando Lopes e interpretada por Nicolau Breyner, Lia Gama, João Perry, entre outros.

São as pessoas "essa máquina fantástica inimitável que é o ser humano, absolutamente único, com todos os seus sentimentos" a inspiração para os seus livros.

Do autor, temos disponíveis para empréstimo os títulos referidos a seguir, não deixando de recordar, que a Biblioteca Municipal está provisoriamente em funcionamento ao público no lado nascente do Edifício da Resinagem:
  • Crónica dos Bons Malandros
  • Á noite logo se vê
  • Primeiro as Senhoras
  • Fora de Mão
  • Já não se escrevem cartas de amor
  • Serpentina

Em 1984, foi designado Oficial da Ordem do Infante Dom Henrique e em 2016, foi distinguido pelo seu percurso como jornalista e escritor com a Medalha de Mérito Cultural da Câmara Municipal de Lisboa e pela editora Clube do Autor.



No primeiro fim de semana de outono, 
fique em casa com a companhia dos livros de 
Mário Zambujal




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