fevereiro 28, 2020

PARABÉNS PEPETELA



"Originalidade do estratagema narrativo eficaz para denunciar com ironia uma história de nepotismo e abuso de poder próprios de sistemas totalitários".

Foram estas as palavras do júri do Prémio Casino da Póvoa deste ano, para galardoar o escritor angolano Pepetela, com o seu mais recente romance "Sua Excelência, de Corpo Presente".

O seu romance foi escolhido por unanimidade, de entre 120 livros a concurso, pelo juri composto por Ana Daniela Soares, Carlos Quiroga, Isabel Pires de Lima, Paula Mendes Coelho e Valter Hugo Mãe.

O Prémio Casino da Póvoa, no valor de 20 mil euros, é atribuído anualmente durante o Corrente d' Escritas. Foi entregue no dia 22, pelas 18h00, durante a cerimónia de encerramento do festival, na sala principal do Cine-Teatro Garrett, na Póvoa de Varzim.
Pepetela não compareceu à cerimónia de entrega do prémio em virtude de ter sido recentemente operado, o que o impedia de viajar ou fazer qualquer esforço físico adicional.



Pepetela, pseudónimo de Artur Pestana dos Santos, nasceu a 29 de outubro de 1941, em Benguela, Angola. Frequentou o ensino superior em Lisboa, mas foi na capital da Argélia, durante o exílio, que acabou por se licenciar em Sociologia.
Em 1963 tornou-se militante do MPLA, participando ativamente na governação de Angola depois do 25 de Abril, ocupando o cargo de Vice-Ministro da Educação.
Dedicou-se inteiramente à carreira literária, depois da sua saída do governo, em 1982.
Foi ainda professor na Universidade Agostinho Neto, em Luanda , dirigente de várias associações culturais, como a União de Escritores Angolanos e a Associação Cultural Recreativa Chá de Caxinde.
Em 1997, pelo conjunto da sua obra literária, um retrato de Angola antes e depois do domínio português, recebeu o maior prémio literário de língua portuguesa - O Prémio Camões.


Enquanto não chega à Biblioteca Municipal o seu mais recente romance, o Leitor encontrará para empréstimo domiciliário os seguintes títulos:
  • Yaka
  • O cão e os Caluandas
  • Jaime Bunda e a Morte do Americano
  • Mayombe
  • Parábola do Cágado Velho
  • A Geração da Utopia
  • Lueji
  • A Gloriosa Família
  • Muna Puó
  • O Desejo de Kianda
  • O Terrorista de Berkeley






fevereiro 19, 2020

AGRADECE O BEIJO



Ana Zanatti nasceu em Lisboa a 26 de junho de 1949. Ao longo de 50 anos tem exercido a atividade de atriz no teatro, cinema e televisão e foi, em simultâneo, durante 26 anos, apresentadora da RTP. Autora  e coautora de canções, programas de rádio e televisão, documentário e séries, tradutora de teatro, publicou o primeiro romance em 2003. Tem contos e poemas publicados em diversas antologias e colaborou com jornais e revistas.
Dedica-se a causas como a Condição Feminina (em 1984 foi uma das 25 mulheres escolhidas para representar Portugal, em Bruxelas, pala Comissão da Condição Feminina da CEE), Conservação da Natureza e Defesa do Ambiente, Defesa dos Direitos Humanos e dos Animais, Defesa dos Direitos LGBT, pelo que recebeu os Prémios Rede Ex Aequo em 2009 e 2012 e o Prémio Arco-Íris em 2011.


Para a escritora Lídia Jorge, o romance que hoje divulgamos da Ana Zanatti é :
" Surpreendente e corajoso. Um livro cheio de segredos. Os segredos da vida."



"Porta-te bem. Não chores. Não rias alto. Sê educada. Sê respeitadora. Sorri. Deixa-te ser levada. Sê discreta. Sê dócil. Finge acreditar. Não faças ondas. Faz o que te mandam. Deixa-te guiar. Não faças perguntas. Agradece sempre. Agradece o beijo. Agradece o riso. Agradece o abuso. Mantém o sorriso. Agradece a esmola. Pede-me perdão. Foge do prazer. Não faltes à missa. Olha para o altar. Quero-te submissa."

Romance que retrata a realidade de Portugal em meados do século XX, 
um país cinzento, que vive numa ditadura responsável por entre outras coisas,
 restringir a liberdade da mulher.

Fotografia de Horácio Novais

"As regras estavam há muito ditadas. António Pedro era temido como se teme um deus ditador que nunca falha e se quer venerado, idolatrado.
Dez da noite. Constança espreita pela janela na esperança de ver aparecer o carro do marido. O jantar, criteriosamente preparado, nunca perderia a graça, como ela não perdia a paciência por mais que ele a fizesse esperar.
- Não percebo o pai - desabafa Luísa. - A mãe e eu fazemos tudo o que ele quer, mas ele nunca está contente. Parece que não entende.
- Entende, querida, entende - responde a mãe apaziguadora.
- Então porque é que está sempre zangado? - Depois de um silêncio, Constança respondia invariavelmente - É o feitio dele, filha. Não é por não gostar de nós." 







fevereiro 14, 2020

POÇA, COMO EU GOSTAVA DE SER POETA!

"(...)
- Don Pablo?
- Metáforas, homem!
- Que coisas são essas?
O poeta pôs a mão no ombro da rapaz.
- Para te esclarecer mais ou menos imprecisamente, são maneiras de dizer uma coisa comparando-a com outra. (...)
- Poça, como eu gostava de ser poeta! (...)


Mário Jiménez, jovem pescador, decide abandonar o seu ofício para se converter em carteiro da Ilha Negra, onde a única pessoa que recebe e envia correspondência é o poeta Pablo Neruda. Mário admira Neruda e espera pacientemente que algum dia o poeta lhe dedique um livro ou que aconteça mais do que uma brevíssima troca de palavras, ou gesto ritual da gorjeta.
O seu desejo ver-se-á finalmente realizado, e entre os dois vai estabelecer-se uma relação muito peculiar. No entanto, a conturbada atmosfera que se vive no Chile daquela época precipitará um dramático desenlace...

Este livro faz parte do Plano Nacional de Leitura, 
recomendado para o Ensino Secundário como Sugestão de Leitura, 
e é também a nossa sugestão de leitura para o seu fim de semana



Este romance consolidou Antonio Skármeta como um dos autores mais representativos
 da nova literatura latino-americana. Para ficar a conhecer mais sobre o autor veja AQUI.


"(...)
A viúva cuspiu entre dentes:
- Metáforas.
O poeta engoliu em seco.
- E?
- É que com as metáforas, pois, Don Pablo, tem a minha filha mais quente que uma bomba!
- É inverno, Dona Rosa.
- A minha pobre Beatriz está a consumir-se toda por esse carteiro. Um homem cujo único capital são os fungos no meio dos dedos dos pés arrastados. Mas se os seus pés lhe fervem de micróbios, a sua boca tem a frescura de uma alface e é trapaceira como uma alga. E o mais grave, Don Pablo, é que as metáforas para seduzir a minha menina ele foi copiá-las descaradamente aos seus livros. (...)
A viúva perscrutou o poeta com um desprezo infinito:
- Há dezassete anos que a conheço, mais nove meses que andei com ela neste ventre. O poema não mente, Dom Pablo: exactamente assim, como diz o poema, é a minha menina quando está nua.
"Deus meu", rogou o poeta, sem que lhe saíssem as palavras."




Hoje, 14 de fevereiro, Dia dos Namorados, 
pode ver na RTP2, pelas 23h10 o filme 
O Carteiro de Pablo Neruda
realizado por Michael Radford,
Pablo Neruda interpretado por Philippe Noiret,
e Massimo Troisi no papel de Mario Jiménez
O filme venceu em 1996 o Oscar de Melhor Banda Sonora
e os Prémio BAFTA de Melhor Realizador e Melhor Filme Estrangeiro












fevereiro 12, 2020

CONCURSO NACIONAL DE LEITURA 2020 - FASE MUNICIPAL

O Plano Nacional de Leitura 2027 (PNL), com o objetivo de celebrar a leitura e a expressão, articulou-se com a Rede de Bibliotecas Escolares (RBE), com a Direção-Geral do Livro, dos Arquivos e das Bibliotecas (DGLAB) e com o Instituto Camões - Instituto da Cooperação e da Língua (Camões, IP), e promove este ano a 14.ª edição do Concurso Nacional da Leitura.

Aceitando o desafio que lhe foi colocado pelo PNL e pela RBE, o Município da Marinha Grande associou-se uma vez mais ao evento, promovendo a fase municipal do Concurso, que se realizou nos dias 04 e 05 de fevereiro, na Biblioteca Municipal da Marinha Grande, tendo como destinatários os alunos de todos os graus de ensino, dos três Agrupamentos de Escolas do concelho, num total de 147 participantes.

Os quatro primeiros classificados de cada nível de escolaridade irão representar o Município da Marinha Grande na fase seguinte do Concurso - Fase Intermunicipal, que se realiza a 25 de março, em Leiria.

As obras selecionadas para a fase municipal foram:

1.º CEB - Memórias de um cavalinho de pau, de Alexandre Parafita
2.º CEB - A menina dos pés azuis, de Helena Rainha Coelho
3.º CEB - Uma questão de cor, de Ana Saldanha
SECUNDÁRIO - Nos passos de Magalhães, de Gonçalo Cadilhe

O Júri do concurso foi constituído por um representante da Câmara Municipal da Marinha Grande - a Sra. Vereadora Dra. Célia Guerra, pela Coordenadora Interconcelhia da Rede de Bibliotecas Escolares - Dra. Graça Barão, pelos Professores Bibliotecários dos Agrupamentos de Escolas do concelho e por um elemento externo convidado - o ex-professor José Figueiredo.


Os alunos vencedores apurados para a fase intermunicipal foram:

1º CEB
Pedro Calado (EB1 Cumeira - 3.º ano - Agrupamento MG Nascente)

Madalena Pedroso (EB1 Trutas - 4.º ano - Agrupamento MG Nascente)
Simão Jesus  (EB1 Picassinos - 4º ano - Agrupamento MG Nascente) 

Maria Gameiro (EB2/3 Guilherme Stephens - 4.º ano - Agrupamento MG Poente)

2º CEB
Luana Santos (EB2/3 Guilherme Stephens - 6.º ano - Agrupamento MG Poente)
Inês Ventura (EB2/3 Nery Capucho - 6.º ano - Agrupamento MG Nascente)
Santiago Sousa (EB2 Padre Franklim - 6.º ano - Agrupamento Vieira Leiria)
Anafayra Oliveira (EB2/3 Guilherme Stephens - 6.º ano - Agrupamento MG Poente) 

3º CEB
Rodrigo Claro (EB2/3 Nery Capucho - 8.º ano - Agrupamento MG Nascente) 
Inês Gomes (EB2/3 Guilherme Stephens - 7.º ano - Agrupamento MG Poente) 
Tomás Ricardo (EB2/3 Nery Capucho - 8.º ano - Agrupamento MG Nascente)
Andreia Lopes (EB2/3 Guilherme Stephens - 8.º ano - Agrupamento MG Poente)

SECUNDÁRIO
Beatriz Santos (EB3/Sec Calazans Duarte - 10.º ano - Agrupamento MG Poente) 
Mariana Simões (EB3/Sec Calazans Duarte - 10.º ano - Agrupamento MG Poente) 
Lara Soares (EB3/Sec Pinhal do Rei - 12.º ano - Agrupamento MG Nascente)
Ana Raquel Malhado (EB3/Sec Pinhal do Rei - 12.º ano - Agrupamento MG Nascente)









Aos alunos apurados para a fase seguinte desejamos 









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