fevereiro 23, 2022

DA MEIA-NOITE ÀS SEIS


"Em final de março apareceu-me esta mulher, a Susana Ribeiro de Andrade,
 assim, com apelido e tudo, o que tem a ver com a ideia de cidadania inteira, 
a pessoa na pólis e o que é que o seu nome carrega."
                                                                           Patrícia Reis



Patrícia Reis nasceu em Lisboa a 12 de dezembro de 1970. Começou a sua carreira de jornalista n'O Independente, na revista Sábado e estagiou na revista norte-americana Time. Esteve no Expresso, fez a produção do programa de televisão Sexualidades, trabalhou na revista Marie Claire, na Elle e nos projetos especiais do diário Público. Desde 2000 que assume a edição da revista Egoista.
Estreou-se na ficção em 2004 e é ainda autora de livros infantojuvenis, muitos deles com o selo do Plano Nacional de Leitura.

Da autora fazem farte do fundo bibliográfico da Biblioteca Municipal os seguintes romances:
  • Morder-te o coração, 2007
  • Antes de ser feliz, 2009
  • Gramática do medo, com Maria Manuel Viana, 2016
  • As crianças invisíveis, 2019
  • Da meia-noite às seis, 2021

Escrita num registo de intimidade que nos envolve, 
esta narrativa segue a vida, presente e passada, de personagens 
que se cruzam e cujas opções de vida refletem o que
 é prioritário em tempos de pandemia.




Susana Ribeiro de Andrade é uma locutora de rádio a tentar sobreviver à perda súbita do marido, vítima de Covid-19.
Rui Vieira, jornalista na mesma estação de rádio, debate-se com as consequências de um acidente que veio expor as fragilidades da sua vida familiar e amorosa.
Ambos vão encontrar um novo alento para reconstruir as suas vidas no programa de rádio das madrugadas, e aquelas horas mortas, da meia-noite às seis, serão uma alternativa ao oxigénio, não só para eles, como para os seus ouvintes.


Pintura de Jack Vettriano


"A Susana e o Rui encontram-se por mero acaso e no fim do livro o que sobra é "estou aqui para ti, o que é que precisas? Não estás sozinho!"
                                                                                                                                              Patrícia Reis






fevereiro 16, 2022

A CADELA

Finalista do National Book Award 2020 nos EUA
Prémio Biblioteca de Narrativa Colombiana 2018
Livro recomendado pelo Plano Nacional de Leitura - PNL 2027-2021


"A magia deste romance reside na capacidade de abordar uma série de questões importantes enquanto parece estar sempre a falar de outras coisas. 
Que questões são essas? 
Violência, solidão, resiliência, crueldade.
Os livros de Pilar Quintana maravilham-nos com a sua prosa
 desassombrada, acutilante, poderosa"
                                                                                                              Juan Gabriel Vásquez


A Cadela 
Pilar Quintana



Na costa da Colômbia virada ao Pacífico - num lugar onde a paisagem luxuriante contrasta com uma pobreza extrema e o homem é uma migalha diante da força dos elementos - vive Damaris, uma negra com cerca de 40 anos que toda a vida quis ser mãe. A sua relação com o marido tornou-se, aliás, fria e turbulenta à medida que o casal foi sacrificando tudo o que tinha à obsessão de Damaris e, apesar disso, ela nunca conseguiu engravidar. Mas a vida desta mulher frustrada parece encontrar uma réstia de esperança no dia em que adota a última cadelinha de uma ninhada.
Só que, tal como os filhos nem sempre correspondem às ambições que os pais têm para eles, Chirli também não será a cadela com que Damaris sonhou.


"Damaris seguiu-a ao longo de todo o jardim até às escadas e viu-a descer, atravessar o canal, que estava seco, chegar ao outro lado, sacudir-se, seguir o seu caminho no meio das crianças que voltavam da escola e perder-se na aldeia, já sem olhar para trás uma única vez. Damaris não chorou, mas quase."




Pilar Quintana nasceu  em Cali, Colômbia, em 1972. É uma das mais aplaudidas e lidas escritoras de toda a América Latina. Trabalhou como guionista de televisão e redatora de publicidade, mas teve também outras ocupações menos ligadas às letras, como ser terapeuta de jaguares, vender roupas ou passear cães.
Foi escritora-convidada na Universidade do Iowa e participou no Workshop de Escritores Internacionais na Universidade do Hong Kong.
Viajou por todo o mundo ao longo de três anos e instalou-se num vilarejo da costa do Pacífico, numa casa sem eletricidade nem água canalizada, donde partiu para Bogotá, onde agora reside.
A Cadela representou um marco na sua carreira como escritora e foi o romance literário mais vendido na Colômbia nos últimos anos.
O romance foi escrito no seu telemóvel enquanto amamentava o seu filho.





"Em A Cadela, Pilar Quintana liga com extraordinária mestria a natureza humana
 e o caos do universo. É um romance cheio de incógnitas sobre os sonhos não realizados,
 a culpa e os lugares por onde passa, apesar de tudo o amor."
                                                                                                                         Gabriela Alemán





fevereiro 09, 2022

IRIA VOLTAR A GUIAR

 


João Pedro Marques nasceu em Lisboa em 1949. Foi professor do ensino secundário e posteriormente, ao longo de duas décadas, foi investigador do Instituto de Investigação Científica Tropical e Presidente do Conselho Científico desse Instituto entre 2007 e 2008.
Doutorado em História pela Universidade Nova de Lisboa, onde lecionou durante a década de 1990, é autor de dezenas de artigos sobre temas de história colonial.
Em 2010 publicou o seu primeiro romance, Os Dias da Febre, seguindo-se Uma Fazenda em África, Vento de Espanha, A Aluna Americana, todos  disponíveis para empréstimo domiciliário na nossa Biblioteca Municipal.
É o seu mais recente romance, O Prazer de Guiar, publicado em setembro de 2021, que hoje apresentamos.


"O Prazer de Guiar representa, uma reação contra a automatização e robotização do mundo e contra o envelhecimento, o meu e o da minha geração. Os personagens centrais do meu romance são um homem e uma mulher de 70 anos que não se resignam a aceitar placidamente o mundo automatizado e sem alma, ainda que confortável, em que vivem, e que decidem quebrar as regras  e viver uma aventura interdita."




Raquel e João têm cerca de 70 anos de idade. Amaram-se na juventude e, em tempos idos, foram casados e criaram filhos em conjunto antes de a vida os ter afastado. O Prazer de Guiar é a história do seu reencontro e reaproximação. É, também, simultaneamente, um romance on the road, no qual o casal reencontrado vai viver uma aventura adolescente que lhe reabre os horizontes numa fase tardia da sua existência.
O palco da sua aventura é Portugal no ano de 2032, um tempo em que o progresso tecnológico trouxe bem-estar, mas em que, paradoxalmente, cerceou as liberdades individuais. Uma época cada vez mais automatizada e robotizada em que o Estado já codificou quase tudo, impôs regras e normas em várias áreas vida coletiva, mas proibiu muitas outras coisas, nomeadamente a possibilidade de conduzir nas cidades e principais estradas do país. 
Serão Raquel e João capazes de lutar por esse direito que lhes foi negado?
Terão sucesso no desafio que lançaram às autoridades?
E conseguirão contornar ou iludir a opressiva vigilância policial?

"Ora o Estado, gerido a partir de Bruxelas, cortara-lhe a liberdade. Por isso, para ele, e desde que a lei dos automóveis autónomos entrara em vigor, o acto de circular mais não era do que o ansioso enjoo a que tinha de sujeitar-se sempre que precisava de fazer uma deslocação de mais de três quilómetros. (...). Os carros sem condutor buliam-lhe com os nervos."

Túnel de árvores
Freguesia de São Salvador da Aramenha, Marvão


"O Prazer de Guiar é um grito de liberdade.
Exprime uma revolta contra a automatização e a regulação na vida futura, 
em resultado de um processo que há anos está em curso."
                                                                                                             Carlos Fiolhais, In Jornal I







fevereiro 04, 2022

MARECHAL DE CAMPO WAKE, O MAQUIS SAÚDA-TE!


"Uma mulher? Não podia ser. As mulheres não combatiam ao lado dos homens. Operadoras de rádio, uma ou outra estudante a pintar slogans numa parede, sim, mas com certeza a Resistência não descera ao ponto de pôr uma arma nas mãos de uma mulher. (...) E se o Rato Branco fosse uma mulher? Estariam os franceses dispostos a receber ordens de uma fêmea? Invulgar, talvez, mas não impossível." 


Nancy Wake, The White Mouse, 1912-2011


Para os aliados era uma destemida combatente pela liberdade. 
Uma super espia, uma mulher apaixonada, muito à frente do seu tempo.

Para os Nazis, uma sombra, a pessoa mais procurada do mundo.

Para a História ficou uma lenda.

É  a incrível história de Nancy Wake que 
sugerimos para Leitura do seu fim de semana





Ao início, Nancy Wake era apenas uma jovem que vivia em Marselha, casada com Henri Fiocca, o grande amor da sua vida. Mas, quando França cai aos pés da Alemanha, a sua vida muda para sempre. Nancy Wake passa a ser conhecida como Rato Branco, alcunha dada pela Gestapo àquele que consideravam o membro da Resistência mais difícil de capturar. Sobre a sua cabeça um prémio de cinco milhões de francos.
Quando o marido é preso por traição e torturado pelos nazis, Nancy decide fugir para Inglaterra e junta-se ao Special Operations Executive (SOE).O seu objetivo é salvar o homem que ama, lutar conta a injustiça e o horror e mudar definitivamente o rumo da guerra.
É largada de paraquedas em Auvergne e, num mundo de homens, vê-se obrigada a lutar pelo respeito de alguns dos mais duros combatentes da Resistência francesa. Enquanto ele e os seus maquisards enfrentam os nazis, cada uma das ações que levam a cabo torna mais próximo o fim da guerra, mas ao mesmo tempo agrava a situação de perigo em que o marido de Nancy se encontra.


"A liberdade é a única coisa pela qual vale a pena viver. 
Enquanto espia, costuma pensar que não me importava se morresse,
porque sem liberdade viver é inútil"
                                                                         Nancy Wake, numa entrevista à BBC



Imogen Kealey é o pseudónimo utilizado pela escritora Imogen Robertson e pelo escritor e guionista Darby Kealey.
Imogen Robertson é escritora de ficção histórica. A viver em Londres, nasceu e cresceu em Darlington e foi leitora de russo e alemão em Cambridge. Antes de se tornar escritora foi realizadora de televisão, cinema e rádio. É autora de diversos romances.
Darby Kealey é escritor e produtor de Los Angeles. Tem um mestrado em Escrita de Argumentos pela Universidade da Califórnia, Los Angeles, e um bacharelato em Ciência Política pela Universidade da Califórnia, Santa Cruz. Tem vários projetos de cinema e televisão em desenvolvimento.


"Nancy Wake foi uma mulher de valor excecional"
                                                    Julia Gillard primeira- ministra australiana (2010-2013)


Montluçon, onde foram espalhadas as cinzas de Nancy Wake

"Quando eu morrer, quero as minhas cinzas espalhadas pelas colinas
 onde lutei ao lado do todos aqueles homens"
                                                                                                                          Nancy Wake




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