dezembro 20, 2019

O IMPORTANTE É ABRANDAR


"A contemporaneidade é marcada por uma vida apressada, que determina os diferentes ritmos pessoais e sociais, trazendo arritmias à sociedade e marcando-a com uma cultura de excessos, de consumos exacerbados e acríticos."

Ilustração de Marius van Dokkum

"Era mesmo Natal, e toda a gente corria, mas eu não, eu demorava-me longamente a observar tudo, parava, ficava a olhar e a ouvir,... (...)
"Vá, despacha-te! Temos tanta coisa para fazer e tão pouco tempo, despacha-te, depressa, vá, não há tempo, não há tempo, corre!" E lá seguia então os passos dos adultos, seguia-os com toda a pisga até me deter novamente em alguma distração que me fazia sonhar e de onde me arrebatavam cada vez com maior impaciência e brusquidão porque o tempo era muito poucochinho, diziam-me mas eu não acreditava".




"Ser slow não é ser demasiado lento, preguiçoso ou fora do mundo. O movimento Slow trata essencialmente de uma aproximação ao equilíbrio. (...) Trata-se de usufruir de bons momentos, sentir e viver cada fase, permitir-se fazer aquilo que a cada um mais realiza e satisfaz e dar o devido tempo a cada coisa, porque as coisas boas levam tempo para serem plenas. (...)
Viver num ritmo slow deve ser viver num ritmo equilibrado, que seja bom para o corpo e bom para a mente, bom para os relacionamentos, para as sociedades e para o planeta. É um modelo para viver melhor (...)."

Aprender a ter tempo para a vida e 
para tudo o que dela faz parte


O livro que hoje divulgamos vai ensinar-lhe como pode começar a desfrutar dos dias e a saborear os momentos que enriquecem a vida.
Nada melhor que começar a aprender a ter tempo para a vida e para tudo o que faz parte dela, ainda mais nesta quadra, tão propícia às confusões da procura dos presentes.




"É possível contrariar a tendência de correr desenfreadamente todos os dias."










dezembro 11, 2019

NÃO FICA NINGUÉM EM PARIS?


Junho de 1940, Hitler aproxima-se de Paris.
Carol, uma estudante portuguesa na Sorbonne, inicia, ao volante da sua bicicleta,
 uma viagem improvável para tentar chegar a Portugal.
Paris, 1940

"Carol começou a pedalar mais depressa na Hirondelle, com uma certeza incómoda a assentar no seu espírito: Paris ia debandar em manada. Os habitantes tinham escutado o cair da bombas nocturnas e já conheciam o desfecho lamentável da batalha de Dunquerque."


Uma história de amizade, sexo, solidariedade e amor, 
de uma rapariga portuguesa cujos sonhos eram apenas estudar literatura, 
namorar e pedalar feliz pelos boulevards de Paris.




No dia em que os nazis fecharam a fronteira entre  França e Espanha, Rover cometeu o seu único erro. Convencido por Carol a evitar um dramático suicídio e a fugir do hospital, o inglês revelara-se um companheiro seguro, com uma coragem e uma lucidez notáveis. Naqueles doze dias em que pedalaram juntos, nunca falhou à minha prima, nunca a abandonou ou traiu, foi mal-educado, agressivo ou malicioso. Pelo contrário, tinha sido uma rocha segura, um confidente atento e um amante devoto.
Carol confessar-me-ia em Lisboa que nunca pensara ser possível alguém amá-la sem dúvidas, desconforto ou zangas. Pudera sempre contar com a força de espírito dele, com a sua única mão e o seu corpo magro mas rijo.
- Jack, noventa por cento de ser homem é estar lá - disse-me ela nessa tarde. - Sempre que é preciso, a toda a hora. E Rover esteve.




Domingos Freitas do Amaral nasceu a 12 de outubro de 1967, em Lisboa. Formado em Economia pela Universidade Católica Portuguesa, onde é atualmente professor da disciplina de Economia de Desporto, tem também um mestrado em Relações Económicas Internacionais, pela Universidade de Columbia, em Nova Iorque.
Durante muitos anos foi jornalista, primeiro no jornal O Independente, onde trabalhou durante 11 anos, tendo sido diretor das revistas Maxmen, durante sete anos, e GQ, durante quatro anos. Além disso, colaborou como cronista em diversos jornais e revistas, como Diário de Notícias, Diário Económico, Grande Reportagem, City, Grazia, Invista, Fortuna, Correio da Manhã e Record.
Tem doze romances publicados.
Na Biblioteca Municipal, para além do romance que hoje apresentamos, o Leitor pode encontrar os seguintes títulos para empréstimo domiciliário:
  • Já ninguém morre de amor
  • Quando Lisboa tremeu
  • Enquanto Salazar dormia...
  • Verão quente







dezembro 06, 2019

PARA ONDE NOS ENCAMINHAMOS?



"Na verdade, a civilização europeia é aquilo que os europeus fizeram dela, tal como o cristianismo é aquilo que os cristãos fizeram dele, o islão é aquilo que os muçulmanos fizeram dele e o judaísmo é aquilo que os judeus fizeram dele. E todos fizeram muito diferente ao longo dos séculos."

Como podemos proteger-nos de uma guerra nuclear,
de cataclismos ecológicos ou de falhas tecnológicas?
O que podemos fazer contra as epidemias de notícias falsas
 ou a ameaça do terrorismo?
O que devemos ensinar aos nossos filhos?


O livro que sugerimos para leitura de fim de semana leva-o numa viagem emocionante pelas questões mais prementes da atualidade. O fio condutor que percorre este livro é o desafio de conseguirmos manter a concentração, tanto a nível coletivo como individual, diante de um mundo de mudanças constantes e desorientadoras.
Seremos nós ainda capazes de compreender o mundo que criámos?




"Como historiador, não consigo dar alimento e roupa às massas - mas posso tentar oferecer-lhes alguma clareza, contribuindo assim para pôr o mundo em pé de igualdade. Se isto permitir que mais algumas pessoas, por poucas que sejam, participem no debate sobre o futuro da nossa espécie, terei cumprido a minha missão"
Yuval Noah Harari



Yuval Noah Harari, nasceu em Haifa, Israel, a 24 de fevereiro de 1976. É historiador, investigador e professor de História do Mundo na Universidade Hebraica de Jerusalém, considerada uma das melhores instituições de ensino a nível internacional. 
Doutorado em História pela Universidade de Oxford, Harari tem-se dedicado ao estudo e ensino da História, encorajando os seus alunos a questionar os conhecimentos e ideias que têm por garantidos sobre a vida, o mundo e a humanidade.
Atualmente, a sua investigação incide sobre questões macro-históricas:
Qual a relação entre a História e a Biologia?
Que diferenças essenciais distinguem o Homo sapiens dos outros animais?
As pessoas tornaram-se mais felizes à medida que a humanidade progrediu?



"Com o desenvolvimento da tecnologia, ocorreram duas coisas. Primeiro, e à medida que as facas de sílex se transformaram em mísseis nucleares, tornou-se mais perigoso desestabilizar a ordem social. Depois, e à medida que as pinturas rupestres se transformaram em emissões de televisão, tornou-se mais fácil iludir as pessoas. No futuro próximo, os algoritmos poderão finalizar este processo, tornando praticamente impossível as pessoas conseguirem observar a realidade sobre si mesmas. Serão os algoritmos a decidir por nós quem nós somos e o que deveremos saber acerca de nós mesmos.
Durante mais alguns anos ou décadas, ainda teremos escolha. Se fizermos o esforço, ainda conseguimos investigar quem realmente somos. Mas se queremos aproveitar esta oportunidade, o melhor é fazê-lo já." 








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