novembro 30, 2017

OS HOMENS PODEM SER TÃO EFICAZES COMO DEUS


"Pareceu-lhe que a região estava a morrer por falta de árvores. 
Acrescentou depois que, não tendo afazeres muito importantes, 
decidira remediar a situação."



Inspirado em acontecimentos verdadeiros, a nossa sugestão de leitura para o seu fim de semana, relata o poder que o ser humano tem para influenciar o mundo à sua volta.

Narra a vida de um homem e o seu esforço solitário, constante e paciente, para fazer do sítio onde vive um lugar especial. Com as suas próprias mãos e uma generosidade sem limites, desconsiderando o tamanho dos obstáculos, faz, do nada, surgir uma floresta inteira - com um ecossistema rico e sustentável.
É um livro admirável que nos mostra como um homem humilde e insignificante aos olhos da sociedade, a viver longe do mundo e usando apenas os seus próprios meios, consegue reflorestar sozinho uma das regiões mais inóspitas e áridas de França.
Continua a ser lido por milhares de leitores em todo o mundo e a servir-lhes de inspiração, transformando a sua relação com a natureza e fazendo-os acreditar na sua própria força interior.
Foi escrito em 1953 e é um livro recomendado pelo Plano Nacional de Leitura para o 3º ciclo - Leitura autónoma.

O HOMEM QUE PLANTAVA ÁRVORES
Escrito por Jean Giono
Editado pela Marcador



"Disse-lhe que, daí a trinta anos, esses dez mil carvalhos estariam magníficos.
 Ele respondeu-me simplesmente que, se Deus lhe desse vida, 
dentro de trinta anos teria plantado tantas outras árvores que estas dez mil não passariam então de uma gota de água no oceano".



Jean Giono nasceu a 30 de março de 1895 em Manosque, filho único de um sapateiro e de uma lavadeira, foi um dos grandes escritores franceses da sua geração. A sua prodigiosa produção literária inclui histórias, ensaios, poesia, peças de teatro, traduções e mais de 30 romances.
A sua atitude pacifista levou-o a ser preso duas vezes em França durante a Segunda Guerra Mundial.
Viveu sempre muito ligado à zona da Provença e a Manosque - pequena cidade onde nasceu, viveu e onde faleceu a 9 de outubro de 1970.
Foi galardoado com o Prix Bretano, o Prix de Monaco (pela totalidade da sua obra), a Légion d'Honneur, e era membro da Académie Goncourt.










novembro 15, 2017

TINHA SETE ANOS E JÁ VIVIA COMO RAPAZ




"Eles mandam raparigas como eu para o manicómio - ou, simplesmente, apedrejam-nas até à morte. As mais afortunadas poderão vir a casar com um elemento de uma tribo rival, para contaminarem o sangue da tribo."



Maria Toorpakai Wazir, nasceu a 22 de novembro de 1990, numa Área Tribal do Paquistão, numa zona repressiva e violenta, onde a simples ideia de mulheres serem atletas profissionais é considerada haram (proibido).
Desde sempre amante do desporto, treinou e competiu disfarçada de rapaz em diversas ocasiões.
No entanto, Maria, fruto de uma união singular, foi desde tenra idade incentivada a viver como rapaz - a sua família, e em particular o pai, sabiam que só assim ela conseguiria evoluir enquanto ser humano. É a melhor atleta feminina do Paquistão em squash.
A sua irmã, Ayesha Gulalai, é um dos membros femininos mais proeminentes da Assembleia Nacional paquistanesa.


 "Eu cresci com a prática aceite de que as mulheres pastós se mantinham em casa, aventurando-se apenas a pôr um pé na rua quando devidamente envelopadas dos pés à cabeça com vestimentas chamadas abayas ou burcas, ou longos xailes chamados xadores. E sempre acompanhadas por um homem - ou um simples rapazinho -, constantemente a seu lado.


É a história desta mulher de 26 anos, cujo desporto foi a tábua de salvação de uma existência submetida ao purdahque hoje divulgamos.


Uma filha diferente retrata a jornada angustiante de Maria, desde que lhe foi permitido viver como rapaz até à descoberta do desporto, como forma de emancipação - primeiro, o halterofilismo, ainda sob "disfarce", e mais tarde o squash, a sua verdadeira paixão. No entanto, a visibilidade nacional, fruto de um rio de sangue, suor e lágrimas, significou também uma sentença de morte: as luzes da ribalta colocaram-na, e à família, na mira dos talibãs paquistaneses. A única hipótese de sobrevivência de Maria é fugir do país. Graças ao desporto, que tanto ama, alcança finalmente o seu sonho: ser uma campeã e uma voz ativa em defesa dos mais elementares direito das mulheres. 
"E, sobretudo, quero agradecer ao povo amante da paz do Canadá, por me terem recebido na sua bela nação - tornando-a para mim um lar seguro longe do meu próprio lar".
                                                                                                                     Maria Toorpakai












novembro 10, 2017

PRÉMIO LITERÁRIO FERNANDO NAMORA

Desde 1987 que o Prémio Literário Fernando Namora é entregue, anualmente, a uma obra de ficção (romance ou novela) de um autor português. Foi instituído pela Sociedade Estoril Sol, numa homenagem ao escritor com o mesmo nome, e este ano, por unanimidade, o júri presidido por Guilherme d' Oliveira Martins,  escolheu o romance A Noite não é Eterna, de Ana Cristina Silva, editado pela Oficina do Livro.

Para o júri "é uma obra que se articula a partir da realidade social, politica e humana das crianças romenas, e das suas famílias, no período da ditadura de Nicolae Ceausescu. (...) É uma belíssima composição narrativa com linguagem sóbria e cuidada, que valoriza em particular a narrativa de um drama pungente, num quadro político sufocante e obsessivo. É uma história construída sobre os labirintos da tirania". 





A Roménia, sob o jugo do ditador Nicolae Ceausescu, atravessa um dos piores períodos da sua história, com a população a enfrentar a fome e dominada pelo terror. Seguindo as orientações do Presidente para a criação de um exército do povo, no qual os soldados seriam treinados desde crianças, Paul, um ambicioso funcionário do partido, decide levar de casa o filho de três anos e entregá-lo aos cuidados do Estado.
Quando a mãe se apercebe do desaparecimento do pequeno Drago, o desespero já não a abandonará, bem como o firme desejo de acabar com a vida do marido. Correndo riscos tremendos, Nádia não desistirá, porém, de procurar o menino, ainda que para isso tenha de forjar uma nova identidade, de fazer falsas denúncias, de correr os orfanatos cujas imagens terríveis chocaram o mundo e até de integrar uma rede que transporta clandestinamente crianças romenas seropositivas para o Ocidente. 
Mas será que o seu sofrimento pode ser apaziguado enquanto Paul for vivo? Enquanto o ditador for vivo?



Ana Cristina Silva nasceu a 14 de novembro em Vila Franca de Xira.
Professora e Psicóloga, especializou-se na área da aprendizagem da leitura e escrita, tendo feito investigação no domínio das aquisições precoces da linguagem escrita, ortografia e produção textual.
A sua estreia literária aconteceu em 2002 com a obra Mariana, Todas as Cartas.
Em 2011 a autora foi finalista deste mesmo Prémio com o romance Cartas Vermelhas, eleito pelo semanário Expresso Livro do Ano.
Em 2012, a escritora foi finalista do Prémio SPA/RTP, com o romance Rei do Monte Brasil, vencedor do Prémio Urbano Tavares Rodrigues.
Em 2013, foi novamente finalista do Prémio Literário Fernando Namora, com A Segunda Morte de Anna Karénina. 



A Biblioteca Municipal tem disponível para empréstimo domiciliário os seguintes títulos da autora:
  • As fogueiras da Inquisição
  • A segunda Morte de Anna Karénina
  • Cartas Vermelhas
  • A noite não é Eterna



Boas Razões para vir à Biblioteca Municipal 
e Requisitar Livros desta Autora Premiada










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