abril 30, 2020

1º de MAIO - DIA INTERNACIONAL DO TRABALHADOR


1º de  Maio, 
letra e música de Pedro Barroso, 
arranjos de Pedro Osório


No dia 1º de maio de 1886, nos Estados Unidos da América, mais de 500 mil trabalhadores, numa manifestação pacífica,  saíram às ruas de Chicago exigindo a redução da jornada de trabalho para oito horas. A polícia reprimiu a manifestação, dispersando a concentração, depois de ferir e de matar dezenas de manifestantes.

1886, Chicago, Manifestação 1º de Maio

No dia 5 de maio, quatro dias depois da reivindicação, os operários voltam às ruas e são novamente reprimidos: 8 líderes presos, 4 trabalhadores executados e 3 condenados a prisão perpétua.
A luta continuou. A solidariedade internacional pressionou o governo americano a anular o falso julgamento e a constituir um novo júri, em 1888. Aí foi reconhecida a inocência dos trabalhadores, e ao Estado americano foi ordenado que soltasse os presos.
Em Paris, em 1889, o Congresso Operário Internacional, decretou o 1º de Maio, como o Dia Internacional dos Trabalhadores, um dia de luto e de luta. No ano seguinte, os trabalhadores americanos conquistaram a jornada de trabalho de 8 horas.

Em Portugal, os trabalhadores assinalaram o 1º de Maio em 1890, o primeiro ano da sua realização internacional. O Dia do Trabalhador limitava-se a alguns piqueniques com discursos pelo meio e algumas romagens aos cemitérios em homenagem a operários e ativistas mortos na luta pelos seus direitos.
Em 1919, e após algumas lutas dos sindicatos, foi conquistada e consagrada na lei a jornada de 8 horas para os trabalhadores do comércio e da indústria. Mesmo durante o Estado Novo, os portugueses souberam tornear os obstáculos do regime e houve greves e manifestações pelas 8 horas de trabalho diário.

1974, Lisboa, 1º de Maio

O primeiro 1º de Maio  celebrado em Portugal depois do 25 de Abril
 foi a maior manifestação alguma vez realizada no país.

Na  Marinha Grande, na Praça Stephens,  
também houve  manifestação do 1º de Maio.




Em abril de 2020, mais de um mês depois do país se ter adaptado ao teletrabalho ou suspendido atividade, devido à pandemia de Covid-19, e para que nenhum cuidado seja esquecido na reabertura da economia e para que as empresas funcionem da melhor forma, o Ministério do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, ACT e a DGS uniram-se para emitir recomendações. 
Veja AQUI






No dia 1 de maio
a Câmara Municipal  da Marinha Grande
 vai assinalar o Dia do Trabalhador
Veja AQUI 






BOM FERIADO E BOM REGRESSO AO TRABALHO

 




abril 21, 2020

FOI UM TEMPO CARICATO, MAS SEM GRAÇA


Ilustração de André  Carrilho

"Durante meio século, não se pôde ouvir certas rádios, nem ler certas palavras, nem casar com uma enfermeira, nem beber Coca-Cola, nem andar de bicicleta ou usar um isqueiro sem licença. Não se pôde, não se pôde, não se pôde.
E o clima de proibição sistemática, abarcando tudo, mas tudo, dos mais inofensivos comportamentos aos mais subversivos panfletos, levou a que, com o tempo, nem fosse necessário produzir uma lei para proibir, por exemplo, a entrada de uma senhora de cabeça descoberta numa igreja.
Ao "é proibido" juntaram-se os heterónimos "não se faz", "é pecado" e "parece mal", que ainda subsistem nos nossos dias, revogadas as leis escritas. (...)
O castigo - que ia da descompostura ou ralhete paternalista à prisão efectiva e sem prazo definido, por medida de segurança, ou ao degredo nas colónias, ou, em casos extremos, ao campo de concentração do Tarrafal (...).
Não era, pois, apenas o Estado que proibia. Proibíamo-nos uns aos outros.(...)
Os leitores nascidos em democracia poderão duvidar da realidade dos factos que aqui são narrados. E é maravilhoso que o façam. Porque esse estranho tempo em que era indecoroso uma senhora traçar a perna, ou usar calças, em que não se podia mostrar o umbigo à beira-mar, pedir dinheiro na rua sem ser para o Santo António, conduzir um táxi ou entregar correio sem boné, ou guiar em tronco nu, parece ficção. Quem viveu sempre em liberdade terá dificuldade em imaginar um país onde os filmes era escrutinados para defender os bons costumes e se ia parar à cadeia por ouvir a BBC ou ler um determinado livro. Foi um tempo caricato, mas sem graça."
                                                                                                                     António Costa Santos



Quando pudermos reativar o nosso serviço de empréstimo,
o leitor vai poder requisitar este livro, que é uma autêntica 
viagem às proibições do tempo da outra senhora 


Já imaginou viver num país onde:
  • Uma mulher, para viajar, precisa de autorização escrita do marido?
  • As enfermeiras estão proibidas de casar?
  • As saias das raparigas são medidas à entrada da escola, pois não se podem ver os joelhos?
Fotografia de Eduardo Gageiro, 1974

Mulheres de Abril
somos
mãos unidas
juntas formamos fileiras
decididas
ninguém calará
a nossa voz
                                                                                               Maria Teresa Horta


António Costa Santos, nasceu em Lisboa em 1957. Jornalista desde 1976, colabora atualmente com a Antena 2. Foi chefe de readação do semanário Se7e e teve uma crónica semanal no Expresso sobre questões de vida quotidiana, "Estado de Sítio".
É autor de guiões para cinema e televisão e de vários livros.
Tem quatro filhos, aos quais proibiu algumas coisas ao longo da vida, como bater nos mais fracos, faltar às aulas para ir jogar matraquilhos, deixar os discos fora das caixas, denunciar um colega ou pregar mentiras, com exceção das piedosas e em legítima defesa.



Veja AQUI 
O Programa das Comemorações do 25 de abril de 2020




abril 16, 2020

PARA QUE SERVE A LITERATURA?



No dia 23 de abril celebra-se o 
Dia Mundial do Livro e do Direito de Autor

A Direção-Geral do Livro e das Biblioteca (DGLAD) está a assinalar esse dia através do passatempo #UmaBibliotecaUmLeitor, envolvendo assim as bibliotecas públicas e os seus leitores na comemoração desse dia.

A Biblioteca de Maria Helena Vieira da Silva, 1949


250 biblioteca públicas de todo o país fizeram as suas sugestões de leitura. 
Foram sugeridos mais de 150 livros. 
Foram identificados os 10 mais referidos, para público adulto e infantil.


Participe. Vote no seu preferido.
A DGLAB irá premiar
1 Leitor e 1 Biblioteca em cada categoria
  • O passatempo decorre de 15 a 21 de abril
  • Cada participante deve votar no livro e/ou infantil preferido, indicar a biblioteca municipal que frequenta e deixar os seus contactos
  • Cada pessoa pode votar apenas 1 vez: livro infantil e livro adulto
  • Os resultados do Passatempo serão divulgados no dia 23 de abril
  • A DGLAB oferece um conjunto de 50 livros a 2 utilizadores (livro infantil e livro adulto), que votaram no livro mais votado de adulto e infantil
  • A DGLAB oferece um conjunto de 20 livros à Biblioteca Municipal a que pertenceram os utilizadores selecionados.

Vote e Escolha o Seu Preferido AQUI






abril 03, 2020

DEIXO QUE OS LIVROS FALEM COMIGO


"Os nossos livros são relatos das nossas Histórias: 
das nossas epifanias e das nossas atrocidades. 
Nesse sentido, toda a literatura é testemunhal."


"Quando a minha biblioteca estava no seu lugar, 
eu reconhecia-me nela. Podia dizer: comprei este livro em tal sítio,
 li-o em tal momento, deu-mo tal pessoa. 
São pontos de um mapa que me constrói."


"Eu nunca estou sozinho, tenho a minha biblioteca."

"Organizei a biblioteca segundo os meus próprios critérios e valores. Ao contrário de uma biblioteca pública, a minha não exigia códigos comuns que outros leitores pudessem entender e partilhar. A sua geografia era governada por uma certa lógica estrambólica. (...)
Muitas vezes senti que a minha biblioteca explicava quem eu era, me conferia um eu sempre em mudança, que se transformava constantemente ao longo dos anos. (...)
Adoro o espaço de uma biblioteca. Adoro os edifícios públicos que se erguem como emblemas da identidade que uma sociedade escolhe ter, imponentes ou discretos, intimidantes ou familiares."


Alberto Manguel nasceu em 1948, em Buenos Aires, e cresceu em Israel e na Argentina. Aos 16 anos, trabalhava na Livraria Pygmalion, em Buenos Aires, quando Jorge Luis Borges lhe pediu que lesse para ele em sua casa. Foi leitor de Borges durante quatro anos. 
Em 1968, mudou-se para a Europa. Viveu em Espanha, França, Itália e Inglaterra, ganhando a vida como leitor e tradutor para várias editoras. Editou cerca de uma dezena de antologias de contos, sobre temas tão díspares como o fantástico ou a literatura erótica. É ensaísta, romancista premiado e autor de vários beste-sellers internacionais.
É atualmente cidadão canadiano e, desde 2016, diretor da Biblioteca Nacional da Argentina.
Em 2017, o livro Embalando a Minha Biblioteca valeu a Alberto Manguel o Prémio Formentor da Letras.


Quando a nossa vida voltar ao normal, o Leitor vai poder requisitar este livro na Biblioteca Municipal, que nos relata a melancólica operação de encaixotar os seus 35 mil livros, que habitavam num antigo presbitério em França. Embalando a Minha Biblioteca constitui, assim, um manifesto sobre o lugar primordial que deve ser ocupado pelos livros e, também, sobre a importância das bibliotecas nas sociedades civilizadas e democráticas.





E por falar em livros
participe no nosso passatempo, 
Livros da Casa 

Tire uma foto do livro que está a ler e envie-a para o nosso email biblioteca.mgrande@gmail.comTodas as fotos serão publicadas AQUI.




FIQUE EM CASA E FIQUE CONNOSCO


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