novembro 29, 2013

LEITURA DE FIM DE SEMANA





Caro Leitor, lareira acesa espera por si.
Agora só falta "o tal livro" para lhe fazer companhia este fim de semana.
Encontra-o no lugar de sempre, na sua Biblioteca.



Dulce Maria Cardoso
é a autora, que lhe sugerimos para leitura de fim de semana, e o livro
"Os meus sentimentos",
editado pelas Edições Asa.



"CADA LIVRO É O QUE CADA LEITOR QUISER QUE ELE SEJA"
                                                                                                      Dulce Maria Cardoso



Dulce Maria Cardoso nasceu em 1964, em Trás-os-Montes, "na mesma cama onde haviam nascido a mãe e a avó". Tem pena de não se lembrar da viagem no Vera Cruz para Angola. Regressou a Portugal na ponte aérea de 1975. Licenciou-se em Direito pela Faculdade de Direito de Lisboa e hoje vive na capital portuguesa. A sua escrita está pautada por um pouco de tudo, já escreveu desde romances a contos e argumentos para cinema.
Estreou-se  em 2001 com "Campo de Sangue", escrito na sequência de uma bolsa de criação literária do Ministério da Cultura, tendo sido distinguido com o Grande Prémio Acontece de Romance.
Em 2008 publicou uma antologia de contos intitulada "Até Nós". Com o seu romance  "Chão dos Pardais", publicado em 2009, recebeu o Prémio Pen Club 2010. "Retorno", editado em 2011, sobre a experiência dos retornados de Angola, foi distinguido com o prémio especial da crítica LER/Booktailors 2011. Nesse mesmo ano, a escritora foi nomeada como uma das cinquenta personalidades mais influentes do ano. 
Os seu romances estão editados em França, Brasil, Argentina, Espanha, Itália, Holanda e têm sido objeto de estudo em várias universidades.


 
 "Escrevi sobre a morte, com o intuito de celebrar a vida.
Nada torna a vida mais urgente do que a proximidade da morte".
                                                                                                  Dulce Maria Cardoso



 
O seu segundo romance, Os Meus Sentimentos, que o leitor pode requisitar para ler à lareira, venceu o Prémio da União Europeia para a Literatura 2009.
Este ano, um monólogo da atriz Mónica Calle, a partir deste romance, fez a temporada da Culturgest, em Lisboa. Durante 5 horas, a atriz foi Violeta, a mulher que revive toda a sua vida, depois de ter sofrido um acidente de automóvel.

Refletida na gota, Violeta mergulha nessa eternidade e recorda o que pode ter sido o último dia da sua vida, e nesse dia, toda a vida, e nessa vida, os pais, a filha, a criada, o bastardo, e em todos, a urgência da vida prossegue indiferente como a estrada de onde ainda agora se despistou.
O presente perde a opacidade com que o quotidiano o resguarda e Violeta afunda-se nos passados de que é feita, uma espiral alucinada de transparências e ecos.
 


 


 
Dulce Maria Cardoso foi condecorada com o título Cavaleira das Artes e das Letras pelo Ministério da Cultura Francês devido ao seu trabalho na "irradiação da cultura em França e no Mundo".
O embaixador da França em Portugal, Pascal Teixeira da Silva, entregou as insígnias à escritora, na tarde do dia 17 de outubro de 2012, no Palácio de Santos. 
Esta condecoração, criada em 1957, é uma das mais altas distinções da República Francesa, tendo como objetivo recompensar aqueles que se distinguem pelas suas criações no domínio artístico ou literário e que contribuem para difundir a cultura em território francês.

 
 
"Tenho para mim que um livro morre nas mãos de um escritor quando
o acaba e é nas mãos dos leitores que ressuscita
e nesse processo há sempre um novo livro".
                                                                                                  Dulce Maria Cardoso

 
 
 
 

Bom Fim de Semana 

novembro 22, 2013

LEITURA DE FIM DE SEMANA


"Escrever é uma forma de defender-me de mim mesma."
                                                                                                                Doris Lessing


Doris Lessing no dia em que ganhou o Nobel da Literatura, em 2007

Doris Lessing nasceu a 22 de outubro de 1919 em Kermanshah na Pérsia, atual Irão, é autora de uma vasta obra com mais de 50 títulos. Para além dos seus livros, ficou conhecida pela sua militância de esquerda, pelas suas posições anti-apartheid, anticolonialista e feminista.
Foi impiedosa nas críticas aos governos da África do Sul e do Zimbabué, tendo sido proibida de entrar nesses países. De 1956 a 1995 esteve impedida de entrar na África do Sul.
 
  


Doris Lessing e Black Madonna

 
Doris Lessing estudou em Salisbúria (hoje Harare, no Zimbabwe) numa escola dominicana, mas aos 14 anos abandonou os estudos, tendo continuado a sua formação por conta própria, lendo romances de autores ingleses e russos.
Abandona a casa paterna e sobrevive trabalhando como enfermeira, criada, telefonista e secretária. Casa aos 19 anos com Frank Wisdom, de quem teve dois filhos, mas o casamento não dura muito.
Em  1943, já divorciada, frequenta as reuniões do Left Book Club, um clube do livro organizado por intelectuais comunistas e adere ao Partido Comunista, proibido na colónia da Rodésia do Sul. É neste meio que conhece o seu segundo marido, o alemão Gottfried Lessing, dirigente do partido comunista da Rodésia. Mas este casamento também não dura muito e o casal divorcia-se em 1949.
Com dois casamentos falhados, Doris chega a Londres apenas com o filho do seu segundo casamento.



Muita da sua ficção tem uma forte componente autobiográfica e são muitos os livros que evocam as suas experiências em África, desde as memórias de infância, até às questões sociais e politicas em que se envolveu. A sua obra é um retrato do século XX, as suas contradições, conflitos e combates contra diversas formas de opressão.

Para além dos inúmeros prémios que ganhou, foi também laureada com o Prémio Príncipe das Astúrias em 2001.
Tentaram dar-lhe o título de "dama" (dame of the Britsh Empire), honra que recusou, argumentando que não existe qualquer império britânico.
 
Em 2007, com 88 anos, foi agraciada com o Nobel da Literatura. Também não se mostrou muito agradecida pelo Prémio Nobel e numa entrevista ao New York Times, em 2008, afirmou os suecos não têm uma grande tradição literária, e por isso tentam aproveitar ao máximo o Nobel”. E ironiza com a declaração do júri, que a considerou uma “épica da experiência feminina”. Afirmou não se rever no retrato e diz que imagina o sueco responsável pela frase a pensar para si próprio: “O que é que raio havemos de dizer desta? Ainda por cima não gosta que lhe chamem feminista. E então escrevinharam aquilo”.
Doris Lessing tinha 88 anos quando recebeu o Nobel da Literatura. O prémio nunca tinha sido atribuído a um escritor tão idoso. “Como não podiam dá-lo a alguém que já tivesse morrido, devem ter achado que era melhor darem-mo logo, antes que eu batesse a bota”, comentaria mais tarde.

O escritor sul-africano J.M. Coetzee, que conhece bem o mundo que moldou a obra de Lessing e que a precedeu quatro anos na lista dos prémios Nobel da Literatura, chamou-lhe "uma das maiores romancistas visionárias do nosso tempo".

 
Faleceu no passado dia 17 de novembro, aos 94 anos de idade.
 
 
 

É pois um dos inúmeros livros da autora
a nossa sugestão de leitura de fim de semana. 
 
Mas Qual?

É um livro que foi galardoado com o Prémio Literário W. H. Smith.

E não, não é um livro que fala das suas vivências em África.


Doris Lessing atraiu a fúria de muitos americanos ao sugerir que os ataques terroristas de 11 de setembro de 2001 não foram tão terríveis quando comparados à campanha do IRA (Exército Republicano Irlandês) na Grã-Bretanha.
É esse o tema do seu livro, o terrorismo praticado pelo IRA em solo inglês.  
Uma história passada na Grã-Bretanha da Srª Thatcher, que nos fala de Alice e do seu grupo de jovens amigos burgueses com ideias marxistas e das suas tentativas de ligação com o IRA. Um romance minucioso, arrojado e factual.
 
 
De Doris Lessing
A Boa Terrorista
Editado pelas publicações Europa-América
 
 
 

"Em a Boa Terrorista entramos no mundo da subcultura subsidiada dos grupúsculos marxistas da Grã-Bretanha contemporânea ... um entendimento, uma indignação e uma agilidade narrativa em que poucos tabus de esquerda ficam incólumes...magnífico."
                                                                                                                Sunday Times




Tenha um Bom Fim de Semana




 

novembro 20, 2013

EU ESCREVO LIVROS, POR ISSO SEI TODO O MAL QUE ELES FAZEM



Faz hoje 103 anos (segundo o calendário ocidental) que o autor desta frase morreu.
Calcula-se que cerca de 4 mil pessoas assistiram ao seu funeral. O número é impressionante, tendo em conta que as cerimónias decorreram na aldeia onde vivia, perto de Tula, e que as autoridades, devido às suas posições contra a igreja ortodoxa e contra o próprio império russo, proibiram leitores e admiradores de viajarem de Moscovo ou de São Petersburgo.


O Leitor já adivinhou que falamos de Leo Tolstoi (1828-1910),
 o escritor mais conhecido da sua época e um dos mais lidos no mundo.


Aos 26 anos escrevia no seu diário: "Sou feio, desajeitado, pouco asseado e sem verniz mundano. Sou irritadiço, desagradável para os outros, pretensioso, intolerante e tímido como uma criança. Sou ignorante. O que sei, aprendi-o aqui e acolá, sem seguimento e, mesmo assim, tão pouco. Sou indisciplinado, indeciso, inconstante, estupidamente vaidoso e violento como todos os homens sem caráter. Sou honesto, o que significa que gosto do bem: ganhei o hábito de o estimar e, quando me afasto dele, fico descontente comigo, e volto ao bem com prazer. Mas há uma coisa que prezo mais do que o bem: é a glória. Sou tão ambicioso que, se tivesse de escolher entre a glória e a virtude, acho que escolheria a primeira".


Engana-se o Leitor se pensa que vamos sugerir
a leitura de Anna  Karenina ou de Guerra e Paz.


O livro que vos sugerimos é na opinião de Gore Vidal "Um dos melhores romances históricos dos últimos 20 anos" e fala precisamente do último ano de vida de Leo Tolstoi até aos derradeiros momentos que se seguiram à sua dramática e desesperada fuga de casa, em outubro de 1910.


A última Estação
de Jay Parini
Editado pela Presença





Quase a chegar aos oitenta e dois anos, depois de uma vida marcada por uma vitalidade exuberante mas também por profundas dissonâncias, o autor de Anna Karenina e Guerra e Paz almeja apenas um pouco de sossego, longe dos repórteres e fotógrafos e dos conflitos no lar.  O livro é baseado nos diários daqueles que integraram o seu círculo mais próximo, cujas vozes ouvimos alternadamente, e também no legado do próprio Tolstoi.
Romance aclamado pelo público e pela crítica, venceu o George Washington Kidd Award, foi vendido para mais de 20 países e já foi adaptado ao cinema, tendo estreado nos Estados Unidos em janeiro de 2010.



O filme foi realizado por Michael Hoffman, com Christopher Plummer no papel de Tolstoi, Helen Mirren como Sofia, James McAvoy como Bulgákov, secretário particular de Tolstoi.
Helen Mirren foi indicada tanto ao Oscar quanto ao Globo de Ouro na categoria de atriz principal, e Cristopher Plummer teve as mesmas indicações na categoria de ator secundário.

Veja o trailer do filme AQUI





Jay Parini nasceu a 2 de abril de 1948. É professor de literatura inglesa e escrita criativa no Middlebury College, em Vermont, nos EUA. Autor de diversos romances, poesia, biografias e ensaios, colabora regularmente com o The Guardian, The New Yorker, The Atlantic, entre outros.
"Um romance é uma viagem por mar, um navegar por águas desconhecidas, mas naveguei tão perto quanto pude da costa dos acontecimentos literais que perfizeram o último ano da vida de Tolstoi. Sempre que Tolstoi fala neste romance, cito as suas palavras exatas ou, com menor frequência, crio um diálogo baseado em conversas relatadas indiretamente. Noutras partes, imaginei livremente o que pode, poderia ou deveria ter sido dito".




A Última Estação espera por si,
 Visite-nos


 

novembro 15, 2013

LEITURA DE FIM DE SEMANA



"Um livro destinado a tornar-se um clássico."
                                                                                USA Today

"Brilhante... É um daqueles livros que podem mudar a nossa vida..."
                                                                                      New York Times

"Uma leitura soberba. Uma leitura impossível de interromper."
                                                                                             The Guardin



Que melhor sugestão para leitura de fim de semana,
do que seguir a sugestão destes prestigiados jornais!!
 
 
 
O que é que estas imagens tem a ver com a nossa
sugestão de leitura de fim de semana?
 
 

 
 
Emily Watson, Sophie Nélisse e Geofrrey Rush, são os protagonistas do filme que estreia hoje, 15 de novembro, nos Estados Unidos da América e é baseado no livro que hoje sugerimos como leitura de fim de semana.
Por cá, temos de esperar até ao dia 13 de fevereiro de 2014.
 
 
O trailer do filme pode vê-lo AQUI.
 
 

 
Mas Caro Leitor, não precisa de esperar tanto..., só precisa de se deslocar à Biblioteca Municipal e requisitar o livro.
Sabia que este livro é recomendado para o programa de português do 9º ano de escolaridade, destinado a leitura orientada na sala de aula - grau de dificuldade II?
Inicialmente classificado como juvenil, este livro tem conquistado leitores em todas as faixas etárias em 30 países.
 
 
 
A rapariga que roubava livros
de Markus Zusak
Editado pela Editorial Presença
 
 
 
 
 
 
"Molching, um pequeno subúrbio de Munique, durante a Segunda Guerra Mundial. Na Rua Himmel as pessoas vivem um dia-a-dia penoso, sob o peso da suástica e dos bombardeamentos cada vez mais frequentes, mas não deixaram de sonhar. A Morte, narradora omnipresente e omnisciente, cansada de recolher almas, observa com compaixão e fascínio a estranha natureza dos humanos. Através do seu olhar intemporal, é-nos contada a história da pequena Liesel e dos seus pais adotivos, Hans, o pintor acordeonista de olhos de prata, e Rosa, a mulher com cara de cartão amarrotado, do pequeno Rudy, cujo herói era o atleta negro Jesse Owen, e de Max, o pugilista judeu, que um dia veio esconder-se na cave da família Hubermann  e que escreveu e ilustrou livros, para oferecer à rapariga que roubava livros, sobre as páginas de Meín Kampf recuperadas com tinta branca, ou ainda a história da mulher que convidou Liesel a frequentar a sua biblioteca, enquanto os nazis queimavam livros proibidos em grandes fogueiras."
 
 "- Jesus, Maria...
Disse aquilo em voz alta, as palavras distribuídas por uma sala que se encontrava repleta de ar frio e de livros. Livros por toda a parte! (...) Era das coisas mais belas que Liesel Meminger já vira.
Sorriu, maravilhada.
Que existisse uma tal sala!"
 
 
 
 
 
Markus Frank Zusak, nasceu a 23 de junho de 1975 em Sydney. Este escritor australiano ficou famoso em todo o mundo devido ao seu best-seller "A rapariga que roubava livros".
O mais novo de quatro filhos de um austríaco e de uma alemã, Markus cresceu ouvindo histórias sobre a Alemanha nazi, sobre os bombardeamentos sobre Munique, sobre as marchas de judeus.
Para escrever este livros fez inúmeras pesquisas na Alemanha e visitou o campo de concentração de Dachau. Algumas destas histórias são recordações de infância da sua mãe.
Este é o seu quinto romance e foi distinguido com vários importantes prémios e nomeações internacionais. Permaneceu 40 semanas no top dos livros mais vendidos do New York Times, tendo chegado ao 1ºlugar.
"Nós temos as imagens das filas de garotos e dos "Heil Hitlers" e temos a ideia que toda a Alemanha compartilhava dessa ideologia. Mas havia crianças rebeldes e pessoas que não seguiam essas regras e que esconderam judeus e outras pessoas nas suas casas. Este é o outro lado da Alemanha nazi." referiu Zusak numa entrevista ao The Sydney Morning Heral.
 
 
 
 Tenha um Bom Fim de Semana
na companhia dos habitantes da Rua Himmel

 

novembro 13, 2013

O QUE SE LEU EM OUTUBRO?

Quantos livros se leram?
 
Com base nos dados apurados ao longo do mês de outubro ficámos a saber que se leram 739 livros. Este número é obtido automaticamente através da nossa aplicação informática de gestão de empréstimos. Verificamos que é o terceiro mês de 2013 com a menor quantidade de livros requisitados.  Esta começa a ser uma tendência que gostaríamos de inverter.
 
 
Livros requisitados ao longo de 2013


 

O que se leu?

Os 5 livros mais lidos foram:


 



CORTE EM TUDO, MENOS NA LEITURA.
 
CONTINUE A LER.
 




novembro 06, 2013

PARABÉNS ONDJAKI


 
 
A Biblioteca Municipal dá os parabéns ao escritor angolano Ondjaki,
vencedor do Prémio José Saramago 2013
com o seu romance "Os Transparentes".
 
 
 
 
A obra "Os Transparentes" foi publicada em 2012 pela Editorial Caminho e, segundo Vasco Graça Moura, surpreende pela "maneira como a sua utilização da língua portuguesa é, não só capaz de captar com maior naturalidade as mais diversas situações num contexto social tão diferente do nosso, mas comporta em si mesma fermentos de uma inovação que espelha com força e realismo um quotidiano vivido na sua trepidação e também funciona eficazmente ao restituí-lo no plano literário".
 
 
A escritora brasileira Nélida Piñon considera que "o romance traz-nos a voz da África. A arte da África. Aviva os lamento de Luanda e do mundo.
 
 
Ondjaki dedica o Prémio Saramago a Angola
e a quem se identifica com a literatura angolana.
 
 
 
Visite-nos
os livros de Ondjaki esperam por si.
 

 

novembro 01, 2013

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