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setembro 28, 2022

HILARY MANTEL, 1952-2022

 

Hilary Mantel nasceu a 6 de julho de 1952 em Glossop, Inglaterra. 
Licenciada em Direito pela Universidade de Sheffield, trabalhou como assistente social. Casada com o geólogo Gerald McEwen, viveu 5 anos no Botswana, 4 na Arábia Saudita e em meados dos anos 80 regressou definitivamente ao Reino Unido.
Autora de 12 romances e de 2 coletâneas de contos, Hilary Mantel é mais conhecida pela trilogia sobre a ascensão e queda de Thomas Cromwell, ministro de Henrique VIII.


Venceu por 2 vezes o Booker Prize com os dois primeiros volumes da trilogia sobre Thomas Cromwell, em 2009 com Wolf Hall e em 2012 com O Livro Negro, sendo o primeiro autor britânico e a primeira mulher a receber por duas vezes este importante prémio literário.
Wolf Hall foi ainda finalista do Golden Booker, e foi considerado pelo The Guardian o melhor livro do século XXI. O romance está publicado em 41 países e já vendeu mais de 5 milhões de exemplares em todo o mundo.

"Quando comecei a escrever, via-me como uma escritora de romances históricos. Como nunca fui boa a construir enredos, deixava que a História se encarregasse dessa parte. Gosto muito de procurar os factos reais, de consultar os documentos, procurando os buracos, os hiatos, os intervalos em que não se sabe o que aconteceu, abrindo espaços para a invenção, para a criatividade do ficcionista."



A escritora foi condecorada várias vezes pela rainha Isabel II, a última das quais em 2014 com o título de Dama do Império Britânico e, nesse mesmo ano, foi a primeira autora a ter, em vida, o seu retrato na British Public Library com uma pintura de Nick Lord.



Sofria há muitos anos de endometriose, que foi mal diagnosticada no início, o que a impedia de escrever durante largos períodos de tempo, revelou em várias entrevistas.
Faleceu no passado dia 23 de setembro rodeada da família e amigos.


Na sua conta de Twitter, J.K.Rowling  escreveu:

 "Morreu um génio".



Conheça melhor a autora, 
passe pela Biblioteca Municipal e requisite um dos seus livros.






dezembro 30, 2021

FELIZ 2022

 



"Esta é a hora em que podemos, de facto, reaprender tantas coisas! 
Podemos reaprender a estar nas nossas casas, mas também a sentir que depende de nós o nosso prédio, a nossa rua, o nosso bairro, a nossa cidade, o nosso país, dando substância efetiva a palavras, tantas vezes destituídas dela, como são as palavras "proximidade", "vizinhança", "humanidade", "povo", e "cidadania". (...) 
Sem nos tocarmos, podemos reaprender o valor da saudação, o estímulo de um cumprimento, a incrível força que recebemos de um sorriso ou de um olhar.
Sem que os nossos braços se estendam na direção uns dos outros, podemos abraçar-nos afetuosamente, como já o fazíamos ou de um modo mais intenso ainda, transmitindo nesses abraços reinventados o encorajamento, a hospitalidade, a certeza de que ninguém será deixado só. (...)"
José Tolentino Mendonça, 
In O que é amar um país



Feliz 2022


novembro 19, 2021

JOSÉ SARAMAGO, 1922-2010



Começaram na passada terça-feira, dia do 99.º aniversário de José Saramago, as comemorações dos 100 anos do seu nascimento, celebrações que se vão prolongar até 16 de novembro de 2022. Para assinalar o dia do seu aniversário, alunos de mais de uma centena de escolas portuguesas, de Espanha, Brasil e de alguns países da América Latina, fizeram a leitura, em simultâneo, do conto infantil A maior flor do mundo, escrito por José Saramago. 
A 16 de novembro de 2022, uma centena de escolas do ensino secundário irão promover a leitura, em simultâneo, de páginas dos seu romances Memorial do convento e de O ano da morte de Ricardo Reis e será plantada a centésima oliveira na sua terra natal.
Consolidar a presença do escritor na história cultural e literária, em Portugal e no estrangeiro, e prestar homenagem à sua figura como cidadão são os objetivos das comemorações.

A programação do centenário pode ser consultada em: www.josesaramago.org




A Biblioteca Municipal sugere aos seus leitores a leitura da Biografia do único escritor de língua portuguesa laureado com o Nobel da Literatura (1998), apreciado em vida pelo próprio.
O livro, escrito por João Marques Lopes, convida-nos a acompanhar o percurso de José Saramago, desde o seu nascimento, na aldeia da Azinhaga, na Golegã, até à mudança para Lanzarote, nas Canárias. Tem prefácio de João Tordo, vencedor do Prémio Literário José Saramago em 2009, e ilustrações da autora luso-britânica Lucy Pepper.
Através deste livro, descobrimos toda a obra de Saramago, em paralelo com o seu percurso, ficando a conhecer em detalhe a vida daquele que é um dos mais importantes escritores da história da literatura portuguesa.


"É um trabalho notável e seriamente interessante porque, 
para além dos inúmeros episódios desconhecidos 
(e, alguns, de teor eminentemente cómico), quando chegamos ao final 
sentimo-nos, mesmo que com ele nunca tenhamos privado, 
muito mais próximos do escritor".
João Tordo, 
Prémio Literário José Saramago 2009



João Marques Lopes é doutorado em Literatura Brasileira pela Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa. 
É autor de várias biografias de escritores portugueses, como, Almeida Garrett, Eça de Queirós e Fernando Pessoa, bem como de diversos artigos e comunicações em revistas e colóquios.
Trabalhou como docente de literaturas lusófonas na Universidade de Oslo.
Licenciado em Filosofia e em Ensino da Filosofia pela Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, foi também docente no ensino secundário ao longo de uma década.



"Trata-se de um trabalho honesto, sério, sem especulações gratuitas. 
Ao cabo de trinta e cinco anos, pela primeira vez, o caso dos despedimentos
 de jornalistas do Diário de Notícias, de que fui diretor-adjunto, 
é corretamente descrito no livro de João Marques Lopes.
Fiquei muito satisfeito com a Leitura."
                                                                                                                    José Saramago



setembro 21, 2021

JOSÉ AUGUSTO FRANÇA (1922-2021)

 "O que fiz, fiz. O que escrevi, escrevi. 

Arrependimentos não tenho. Penas, algumas."


José Augusto França, 1922-2021

José Augusto França, historiador, sociólogo, crítico de arte, professor catedrático jubilado da Universidade Nova de Lisboa, considerado o nome maior da Historiografia da Arte em Portugal, nasceu a 16 de novembro de 1922, em Tomar. 
Em 1944 licenciou-se em Ciências Histórico-Filosóficas pela Faculdade de Letras de Lisboa e em 1959 foi para Paris como bolseiro do estado francês, tendo estudado com Pierre Francastel.
Em 1962 obteve o grau de doutor em História e em 1969 o de doutor em Letras, pela Universidade de Paris.
Foi em 1946 que se manifestou o seu interesse pela pintura, na sequência de viagens que fez a Espanha e a Paris. Continuou a viajar pela Europa e América, até se fixar em Paris em 1959. Aí, privou com intelectuais portugueses ali exilados,  António José Saraiva e Joaquim Barradas de Carvalho, conheceu Roland Barthes, o poeta André Breton, Daniel Cohn-Bendit, o líder do movimento estudantil do Maio de 68 e o galerista Daniel-Henry Kahnweiler, que lhe contava histórias sobre Picasso.


 Helena Vieira da Silva, Arpad Szenes, Fernanda França, José-Augusto França,
 Novais Teixeira, e António Dacosta, na casa de Vieira da Silva e Arpad
no Boulevard de Saint Jacques em Paris.


Nas décadas de 1940 e 1950 foi uma das figuras mais dinâmicas e influentes da vida cultural em Portugal. Participou no Grupo Surrealista de Lisboa, organizou o primeiro salão nacional de arte abstrata.
Lecionou na Sociedade Nacional de Belas Artes e desde 1974 que foi professor catedrático da Universidade Nova de lisboa, onde criou os primeiros mestrados em História de Arte em Portugal.
Autor de referência da cultura no nosso país, destacam-se os seus estudos sobre a arte em Portugal nos séculos XIX e XX. 

Tem mais de noventa livros publicados, incluindo romances e contos, artigos em revistas da especialidades e em exposições onde foi comissário.
Foi um frontal opositor ao Estado Novo
Foi um admirador de Charles Chaplin e de Alexandre O' Neill.
A 16 de dezembro de 2005 foi assinado o termo de formalização da doação do seu espólio à Biblioteca Nacional de Portugal.
No passado dia 18 de setembro faleceu na casa de saúde de Jarzé, em França.

Recebeu as seguintes condecorações:
  • 1992, medalha de Honra da Cidade de Lisboa
  • 10 de junho de 1991, Grande-Oficial da Ordem do Infante D. Henrique
  • 10 de novembro de 1992, Grã-Cruz da Ordem da Instrução Pública
  • 30 de janeiro de 2006, Grã-Cruz da Ordem do Infante D. Henrique
  • 2012, Medalha de Mérito Cultural



"Olhei dez mil quadros, vi mil, estudei cem e compreendi dez"
                                                                                                 José Augusto França


Veja AQUI a bibliografia de José Augusto França que faz parte do fundo documental da nossa Biblioteca Municipal, disponível para empréstimo domiciliário. 


"José Augusto França, um homem notável que permanecerá 
uma referência na História e na Cultura nacionais"
 Manuel Heitor
Ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior







agosto 20, 2021

PARA QUE NINGUÉM ESQUEÇA



O Afeganistão acordou com uma nova realidade depois dos talibãs terem conquistado a capital, Cabul. No aeroporto multidões de afegãos concentram-se em desespero a tentar fugir do país.
A comunidade internacional (União Europeia e Estados Unidos da América) está "profundamente preocupada" com a situação das mulheres, com a possível perda de direitos: Direito à Educação, ao Trabalho, à Liberdade de Circulação.

Fotografia de Boushra Almutzwakel, 2010



O valor e testemunho de uma jovem podem mudar o mundo.
Para que ninguém esqueça porque quer ser a última a vivê-la,
Nádia conta a sua história





A 15 de agosto de 2014, a vida de Nadia Murad mudou para sempre. As tropas do Estado Islâmico invadiram a sua pequena aldeia, no norte do Iraque, onde a minoria yazidi levava uma vida tranquila, e perpetraram um massacre. Executaram homens e mulheres, entre eles a mãe e seis irmãos de Nadia, e amontoaram os corpos em valas comuns. Nadia, então com 21 anos, foi sequestrada, tal como milhares de jovens e meninas, e vendida como escrava sexual. Os soldados torturaram-na e violaram-na repetidamente, meses a fio, até que, certa noite, como por milagre, conseguiu fugir pelas ruas de Mossul. Assim começou a sua longa e perigosa viagem pela liberdade.




Nadia Murad nasceu em 1993, em Kocho uma aldeia na região do Monte Sinjar no norte do Iraque.
Nunca estivera em Bagdad nem tão-pouco tinha visto um avião. Hoje a sua história instiga o mundo a prestar atenção ao genocídio do seu povo. Hoje é uma ativista dos direitos humanos yazidi.
A 5 de janeiro de 2016 o governo iraquiano, pelo seu ativismo, propõe o seu nome para o Prémio Nobel da Paz.
A 16 de setembro de 2016 é nomeada a Primeira Embaixadora da Boa Vontade para a Dignidade dos Sobreviventes do Tráfico Humano das Nações Unidas

Nadia Murad embaixadora da Boa Vontade na ONU
foto ONU/Mark Garten

A 10 de outubro de 2016 vence o Prémio de Direitos Humanos Vaclav Havel do Conselho da Europa
A 27 de outubro de 2016 vence o Prémio Sakharov para a Liberdade de Pensamento (com Lamiya Aji Bashar)
A 5 de outubro de 2018, em conjunto com o cirurgião congolês Denis Mukwege, é laureada com o Prémio Nobel da Paz.
Está atualmente a trabalhar para levar o Estado Islâmico ao Tribunal Penal Internacional por genocídio e crimes contra a Humanidade.
É também a fundadora de Nadia's Initiative, um programa dedicado a ajudar os sobreviventes do genocídio e do tráfico humano a curar e a reconstruir as suas comunidades.


"(...) Mas, ao contrário de Sinjar, Mossul estava cheia de militantes do estado Islâmico. Estavam nos postos de controlo, a patrulhar as ruas, enfiados nas traseiras de camiões ou apenas a viver as suas vidas na cidade modificada, a comprar legumes e a conversar com vizinhos. Todas as mulheres estavam completamente cobertas com abayas e niqabs pretos; o ISIS proibira qualquer mulher de sair de casa descoberta ou sozinha, elas flutuavam pelas ruas, quase invisíveis."




"No quadro da lei islâmica e no respeito pelos valores nacionais afegãos, estamos prontos a preparar as condições para o regresso das mulheres aos estudos, ao trabalho e a todas as atividades humanas."
Enamullah Samangani
Membro da Comissão Cultural dos Talibãs


julho 20, 2021

A NOSSA EQUIPA É PORTUGAL

 




Os Jogos Olímpicos de Tóquio 2020 
realizam-se de 23 de julho a 8 de agosto de 2021, sem público.
A cidade de Tóquio tem tido um aumento de casos de covid, o que levou o primeiro-ministro japonês, Yoshihide Suga, a declarar um novo estado de emergência até 22 de agosto, coincidindo assim com a celebração dos Jogos Olímpicos.





Vão ser uns jogos marcados pela promoção da igualdade de género e, cada país vai ter, pela primeira vez, dois porta-estandartes. Na comitiva portuguesa foram escolhidos a Telma Monteiro e o Nelson Évora.





A judoca Telma Monteiro, vai estar pela quinta vez nuns Jogos Olímpicos, foi medalha de bronze no Rio 2016, vai voltar a encabeçar o desfile, tal como em Londres 2012 e no encerramento dos Jogos do Rio 2016.
Nelson Évora, atleta de triplo salto, Campeão Olímpico em Pequim 2008, com a marca de 17,67m, participou ainda em Atenas 2004 e Rio 2016.


Corrida de 100 metros em abril de 1896 em Atenas


Mas tudo começou no dia 23 de junho de 1894, na Sorbonne, Paris. 
Delegados de nove países: Bélgica, França, Reino Unido, Grécia, Itália , Rússia, Espanha, Suécia e Estados Unidos, fundaram o Comité Olímpico Internacional (COI). Nesse dia nasceram os Jogos Olímpicos da Era Moderna.
Os primeiros Jogos tiveram lugar em Atenas de 6 a 15 de abril de 1896
Participaram 241 atletas representando 14 nações e 43 provas em 9 disciplinas. Os atletas deveriam ser amadores, salvo os praticantes de esgrima.
Na assistência da cerimónia de abertura dos Jogos estiveram presentes mais de 50 mil pessoas.

Para o barão Coubertin e para os membros do COI, as mulheres não tinham lugar nas competições: "Uma olimpíada feminina seria impraticável, desinteressante, anti-estética e incorreta. Os Jogos devem estar reservados aos homens. O papel das mulheres é sobretudo o de coroar os vencedores".


A partir de 1900, em Paris, as mulheres obteriam o direito de participar em algumas provas, como o ténis, golf, hipismo, vela, desportos que não exigiam contacto físico.


Charlotte Cooper, a primeira campeã olímpica em 1900, Paris, ganhou 2 medalhas


Portugal vai ter em Tóquio o maior contingente feminino de sempre. 
São 36 as mulheres apuradas entre os 92 atletas que irão representar o país em 17 modalidades.



Sara Moreira, atleta da Maratona





Patrícia Mamona, atleta do Triplo Salto 



À Comitiva Portuguesa aos Jogos de Tóquio 2020 
Desejamos muito Sucesso 





dezembro 02, 2020

NÃO SEI FAZER OUTRA COISA A NÃO SER PENSAR


Eduardo Lourenço, 1923-2020

Eduardo Lourenço era conselheiro de Estado, professor, filósofo, escritor, crítico literário, ensaísta e interventor cívico, foi várias vezes galardoado e distinguido.


Para ficar a conhecer a vida e obra de Eduardo Lourenço
veja AQUI



"Eduardo Lourenço foi, desde o início da segunda metade do século passado, o nosso mais importante ensaísta e crítico, o nosso mais destacado intelectual público. (...)
Escreveu sempre sobre Portugal, sobre o que é Portugal, sobre a história de Portugal, o que é ser português, qual é a nossa identidade, o que significamos hoje e no futuro e toda a vida foi verdadeiramente dedicada a pensar sobre Portugal"
[nota publicada no site da Presidência]




"A literatura não tem função. É um efeito do que somos de mais misterioso, de mais enigmático e ao mesmo tempo de mais ambicioso. Penso que, de todas as artes, a que revela o que a Humanidade é de mais profundo e absoluto é a música. A literatura é uma música um tom abaixo. Não se explica, não é da ordem do conceito como a filosofia. É natural que os homens reservam à literatura a sua maior atenção. A literatura é o nosso discurso fantasmático. Todas as culturas se definem pela relação com o seu próprio imaginário. A encarnação dele é a literatura."
                                                                                                                              Jornal Público, 2017



EDUARDO LOURENÇO
Morreu ontem, aos 97 anos. 








setembro 25, 2020

A MINHA VIDA FOI MAIS JORNAIS, TELEVISÃO E LIVROS


Termina hoje a 13ª edição do Festival Literário Escritaria
que decorreu na cidade de Penafiel, onde o  homenageado
foi o escritor e jornalista Mário Zambujal.

Jornalista e escritor, nasceu a 5 de março de 1936, em Moura, no Alentejo. Trabalhou em diversos jornais, nomeadamente, A Bola, Diário de Lisboa e Diário de Notícias, em especial na área do desporto.
Foi autor de guiões de várias séries de televisão: Lá em casa tudo bem, em parceria com Raúl Solnado e Nuno Teixeira, Isto é o Agildo, Nós os Ricos e Os Imparáveis.
Na rádio, foi coautor dos textos do programa "Pão com Manteiga" da Comercial e que, posteriormente, foram reunidos em livro. Nunca exerceu a profissão de jornalista na rádio, apesar de gostar muito desses meio: " A minha vida foi mais jornais, televisão e livros".

Como escritor publicou vários livros de ficção. Relembramos o grande sucesso do livro Crónica dos Bons Malandros, publicado em 1980, disponível na Biblioteca Municipal para empréstimo domiciliário, e que deu origem, em 1984, a uma longa-metragem, realizada por Fernando Lopes e interpretada por Nicolau Breyner, Lia Gama, João Perry, entre outros.

São as pessoas "essa máquina fantástica inimitável que é o ser humano, absolutamente único, com todos os seus sentimentos" a inspiração para os seus livros.

Do autor, temos disponíveis para empréstimo os títulos referidos a seguir, não deixando de recordar, que a Biblioteca Municipal está provisoriamente em funcionamento ao público no lado nascente do Edifício da Resinagem:
  • Crónica dos Bons Malandros
  • Á noite logo se vê
  • Primeiro as Senhoras
  • Fora de Mão
  • Já não se escrevem cartas de amor
  • Serpentina

Em 1984, foi designado Oficial da Ordem do Infante Dom Henrique e em 2016, foi distinguido pelo seu percurso como jornalista e escritor com a Medalha de Mérito Cultural da Câmara Municipal de Lisboa e pela editora Clube do Autor.



No primeiro fim de semana de outono, 
fique em casa com a companhia dos livros de 
Mário Zambujal




novembro 26, 2019

O MEU HOMEM DAVA-ME TUDO...MAS SOBRETUDO DAVA-ME PORRADA


Dia Internacional para a Eliminação 
da Violência Contra as Mulheres



"...Tínhamos duas casas, com tudo do melhor. Viajávamos imenso, os miúdos estavam em boas escolas. Oferecia-me muitas jóias, escolheu-me um ótimo carro. Até um barco ele chegou a comprar...
O meu homem dava-me tudo. Mesmo tudo... Mas sobretudo dava-me porrada.
Eu lá ia disfarçando as marcas negras com maquilhagem, mas as feridas da alma, essas, não se cobrem com pós. (...)"
Maria, 51 anos, Lisboa
In, Sem Medo Maria, de Fernanda Freitas 


De 1 de janeiro a 12 de novembro desde ano, o Observatório de Mulheres Assassinadas (OMA) contou 28 mulheres assassinadas em contexto de relações de intimidade ou familiares, além de outras duas mortas em diferentes contextos, e 27 tentativas de homicídio. Em média houve 3 mulheres assassinadas todos os meses e uma média de 5 mulheres vítimas de formas de violência extrema.
A residência continua a ser o espaço onde a maior parte dos crimes são cometidos (71%), seguido dos crimes na via pública. A maioria dos crimes acontecem ou durante a noite ou pela manhã.
13 mulheres foram mortas com arma de fogo, 8 foram esfaqueadas, 3 espancadas, 3 estrangulas e 1 foi morta por asfixia.



A prática de maus-tratos é crime público, por isso, além da vítima, qualquer outro cidadão pode apresentar queixa.
Essa queixa pode ser feita em qualquer posto da Guarda Nacional Republicana (GNR), esquadra da Polícia de Segurança Pública (PSP), piquete da Polícia Judiciária (PJ), serviços do Ministério Público ou o sistema de queixa electrónico: http://queixaselectronicas.mai.gov.pt
A PSP dispõe de Salas de Apoio à Vítima nas esquadras de todo o país. Tem como principal objectivo providenciar um atendimento mais especializado e adequado às vítimas de crimes violentos, ou que se encontrem mais vulneráveis ou fragilizadas. 

800 202 148 é uma linha verde para vítimas de violência doméstica. Funciona 24 horas por dia, todos os dias do ano. Trata-se de serviço anónimo e confidencial assegurado por técnicos com formação específica, que faculta às vítimas apoio psicológico, informação sobre os seus direitos e quais os recursos de apoio existentes.



Sobre este tema, poderá encontrar sugestões de leitura no átrio da entrada e jornais e revistas na secção de periódicos da Biblioteca Municipal. 


Deixamos, ainda, outra sugestão aos nossos Leitores


Visite a exposição patente no Foyer da Casa da Cultura Teatro Stephens
intitulada Violência no Namoro - Não
até ao dia 30 de novembro, das 10h00 às 13h00 e das 14h00 às 18h00



Uma canção com letra e música de José Mário Branco
Aqui Dentro De Casa







fevereiro 06, 2019

BEYOND DUTY

No passado dia 28 de janeiro, Portugal homenageou o diplomata Aristides de Sousa Mendes na apresentação de uma exposição na sede da Organização das Nações Unidas, em Nova Iorque, intitulada Beyond Duty (Além do dever).
A organização do evento foi feita em conjunto pelas missões de representação na ONU de Portugal, Israel e Peru, para comemorar o dia Internacional em Memória das Vítimas do Holocausto, assinalado no dia 27 de janeiro.
Aristides de Sousa Mendes e outros sete diplomatas internacionais, são considerados "Justos Entre as Nações" pelo Centro Mundial de Memória do Holocausto, Yad Vashem, por terem ajudado a salvar milhares de judeus durante a Segunda Guerra Mundial.



Na cerimónia ouviram-se diversos discursos, entre eles o do secretário-geral da ONU, António Guterres que sublinhou a discriminação sobre as minorias, o antissemitismo e os crimes de ódio contra a humanidade que se registaram na Segunda Guerra Mundial.
Para António Guterres  os diplomatas têm o "dever moral de aplicar o Estado de direito" e "os valores democráticos" e de defender "com compaixão todos os seres humanos" e "a comunidade internacional deve "manter fresca" a memória do holocausto".


Na exposição pode ler-se:

"Aristides de Sousa Mendes, primeiro diplomata reconhecido pelo Centro Yad Vasdem como "Justo Entre as Nações". Em 1966 foi cônsul em Bordéus, França, deu vistos a milhares de judeus que tentavam escapar do nazismo e tomou a decisão de "desobedecer a instruções explícitas do seu governo", liderado por António de Oliveira Salazar.
Cerca de 15.000 a 20.000 refugiados judeus puderam entrar em Portugal e as organizações judaicas em Lisboa, como a Joint, Hias-Hicem e a Agência Judaica facilitaram a partida dos refugiados. Em 1943-1944, Portugal resgatou várias centenas de judeus portugueses da Grécia e da França, mas não ajudou 4.303 judeus holandeses de origem portuguesa, que foram consequentemente deportados para campos de extermínio."
Aristides de Sousa Mendes, Sampaio Garrido, José Brito Mendes e Joaquim Carreira são os quatro portugueses distinguidos pelo Yade Vashem, entre mais de 25 mil nomes gravados no Memorial dos Justos, em Jerusalém.

"Era inimaginável a carnificina, se tão desvairadas gentes, 
entre as quais muitos judeus,
 todas elas fugindo da suástica pelas mais variadas razões, 
não se escoassem a tempo pela fronteira, 
e as tropas vitoriosas de Hitler as encontrassem no seu caminho"



Aristides de Sousa Mendes era cônsul em Bordéus em 1940, num momento em que milhares de refugiados judeus invadiam a cidade, na sua ânsia de escapar ao avanço do Exército nazi.  tocado pelo desespero dos que acorriam ao consulado em busca de um visto para Portugal, este homem decidiu correr o risco de salvar aquela gente, contrariando frontalmente as diretivas do governo de Salazar. Em três dias passou cerca de trinta mil vistos - um terço deles a judeus.
Repreendido pelo embaixador português em Madrid, é substituído no seu cargo e imediatamente chamado a Portugal para responder pelo seu grave ato de desobediência.
Neste seu regresso a Portugal, o Cônsul não podia imaginar que esta sua viagem era o inicio de um longo calvário em que expiaria amargamente a sua insubmissão...
Expulso da carreira diplomática e sem direito a qualquer tipo de reforma, fica ainda proibido de exercer a advocacia.


Esta história verdadeira que a escritora Júlia Nery nos conta 
é o ponto de partida deste romance,
O CÔNSUL
que teve a sua primeira edição em 1991, foi reeditado em 2017, 
e faz parte das sugestões de leitura disponíveis do átrio de entrada 
da Biblioteca Municipal, durante o mês de fevereiro.






julho 25, 2018

O MELHOR MAN BOOKER DE SEMPRE


"As longas noites do Cairo. (...) 
Na zona nordeste do Cairo ficava o grande pátio da escola religiosa, 
e para lá do pátio o Bazar Khan el Khalili."



Para celebrar as cinco décadas de existência, a organização do prémio Literário Man Booker decidiu atribuir este ano um  "Booker Dourado" ao livro que fosse escolhido como o melhor de sempre
E no passado dia 8 de julho foi anunciado o melhor romance das últimas cinco décadas.
O romance foi adaptado ao cinema e ganhou nove dos doze Oscares para os quais estava nomeado.
Entre nós foi editado pela primeira vez pela Dom Quixote em 1986, coincidindo com o ano do lançamento do filme com o título "O Paciente Inglês".



O Leitor já adivinhou que falamos do romance 
O Doente Inglês
escrito pelo canadiano Michael Ondaatje




A história de O Doente Inglês ocorre durante o final da II Guerra Mundial. As Tropas aliadas avançam lentamente pela Sicília até ao norte da Europa. No caminho, passam por um antigo convento, a Villa de San Gioilamo, no norte de Florença. É aí que a trama se desenrola, em torno dos seus quatro protagonistas: Hana, uma jovem enfermeira canadiana, abatida e desesperançada; o seu paciente, um homem cujo corpo ficara  calcinado pelo fogo durante a guerra e que, tendo perdido a memória, se esforça por recuperá-la; Caravaggio, o espião que fora capturado e, de imediato, mutilado pelo inimigo; e Kip, o sapador especialista em desactivação de explosivos.
O Doente Inglês é o relato nostálgico das vivências destes quatro desconhecidos que enfrentam os seus medos e incertezas, explorando o seu passado. É também uma bela história de amor.


"Foi nessa altura da sua vida que ela se virou para os livros, como única porta de saída da prisão. Os livros tornaram-se metade do seu mundo. (...)
Espreitou para o corredor, embora já ali não vivesse mais ninguém senão ela e o doente inglês na Villa San Girolamo. (...) 
Ela não se preocupava com o inglês no que dizia respeito às lacunas do enredo. Não lhe resumia os capítulos em falta. Pegava simplesmente no livro e dizia "página noventa e seis" ou "página cento e onze". Era esse o único ponto de referência."





Michael Ondaatje nasceu a 12 de setembro de 1943 no Sri Lanka. De ascendência holandesa, cingalesa e tamil, é filho de distintos membros da sociedade colonial cingalesa: o pai possuía plantações de borracha e chá, enquanto a mãe era uma famosa bailarina local e uma fervorosa admiradora de Isadora Duncan. Aos onze anos, após a separação dos pais devido a problemas de álcool do seu pai, mudou-se com a mãe para Inglaterra, onde iniciou os estudos na Universidade Dulwich, Londres. Em 1962, instalou-se no Canadá e entrou na Universidade Bishop's do Quebeque para estudar Literatura. Em seguida, frequentou a Universidade de Toronto e a Universidade Queen's no Ontário. 
Atualmente vive no Canadá, é professor na Universidade York de Toronto e editor da revista literária Brick. É considerado um dos mais proeminentes escritores contemporâneos daquele país.
Possui uma vasta obra que se reparte pelos vários géneros literários: poesia, conto e romance.
Ficou mundialmente conhecido com o romance que hoje divulgamos aos nossos leitores, depois de ter sido adaptado ao cinema por Anthony Minghella.


Ilustração de Iban Barrentxea




Boa Leitura



abril 02, 2015

BOA PÁSCOA

Ilustração de Peter de Sève

Caros Leitores,
Visualizando a ecografia e de acordo com o Dr. Coelho, 
está tudo a correr como era esperado . . .








novembro 12, 2014

FOI HÁ 25 ANOS




Símbolo de duas visões do mundo, 
o muro de Berlim caiu a 9 de novembro de 1989.

Depois da chegada, em 1985, de Mikhail Gorbachev à direção do PCUS com a sua Perestroika, os ventos de mudança sopram de Moscovo até aos restantes aliados do Pacto de Varsóvia
Nos primeiros meses de 1989, a politica externa da URSS deu uma reviravolta importante. Em fevereiro as tropas soviéticas começaram a retirar do Afeganistão, depois de quase 10 anos de ocupação. Em abril o Exército Vermelho abandonou a Hungria. Em junho realizaram-se as primeiras eleições livres na Polónia, com a vitória do Solidariedade. Em julho e agosto rebentou a crise na República Democrática Alemã, com o exílio de dezenas de milhares de cidadãos, que a partir dos seus locais de férias na Boémia, Hungria e Polónia, atravessavam a fronteira ou invadiram as sedes diplomáticas da República Federal. Encorajados por Mikhail Gorbatchov, os alemães de Leste intensificaram esforços para levar o Governo da RDA a ceder. 
Numa confusa conferência de imprensa transmitida ao vivo pela televisão, o porta voz da RDA, Günter Schabowsi, anunciou que o governo tinha aberto a fronteira entre as duas Alemanhas. Questionado pelo jornalista quando passaria a vigorar essa lei, respondeu:
"Segundo o meu conhecimento, isso entra em vigor agora, imediatamente".

A resposta causou uma corrida aos postos de passagem da fronteira. Os guardas fronteiriços não conseguiram controlar a pressão de milhares de pessoas, acabando por haver ordens permitindo a abertura definitiva das fronteiras e a sua passagem sem qualquer tipo de controle.

Tráfego automóvel de Berlim Leste para Berlim Ocidental
 no primeiro sábado depois da queda muro

Caído o muro, a sucessão de acontecimentos é vertiginosa com a queda de outros regimes no Leste Europeu. Um ano mais tarde, a Alemanha está unificada sendo o Tratado de Unificação assinado a 31 de agosto de 1990.
Em pouco mais de dois anos, todos os regimes comunistas da Europa de Leste desapareceram.



Com a sua queda, existem fragmentos do muro espalhados um pouco por todo o mundo. E Portugal não é exceção. Desde 1994, na localidade de Fátima,  existe um fragmento do Muro de Berlim, com 2.600 quilos, 3,60 metros de altura e 1,20 metros de largura,  "um símbolo da Paz", oferecido por um emigrante português na Alemanha.

Mas tudo começou muito antes...

Construção do Muro de Berlim em 1961
A 13 de agosto de 1961, o governo da República Democrática Alemã (RDA) decidiu encerrar a fronteira entre Berlim Leste e Berlim Ocidental e construir, numa só noite, um muro de blocos de cimento que separou  a zona oriental do resto da cidade.
A barreira fronteiriça incluía instalações de disparo automático e torres de vigilância com soldados com ordens para disparar contra quem tentasse transpô-la.


Como forma de comemorar os 25 anos da queda do muro de Berlim
convidamos os nossos Leitores a deslocarem-se hoje, dia 12 de novembro, 
à Sala de Audio/Video da sua Biblioteca e visionarem o filme
Good Bye Lenin!




Comédia dramática, do realizador alemão Wolfgang Becker, tem como pano de fundo a queda do Muro de Berlim e o colapso do comunismo. O enredo centra-se na mãe de Alex, uma fervorosa ativista comunista que sofre um ataque de coração em 1989 e fica vários meses em coma. Quando acorda, o Muro caiu e o filho, para a proteger do choque, faz tudo para que a mãe não se aperceba que o mundo onde vivia se desmoronou.


Boa Semana




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