"As longas noites do Cairo. (...)
Na zona nordeste do Cairo ficava o grande pátio da escola religiosa,
e para lá do pátio o Bazar Khan el Khalili."
Para celebrar as cinco décadas de existência, a organização do prémio Literário Man Booker decidiu atribuir este ano um "Booker Dourado" ao livro que fosse escolhido como o melhor de sempre.
E no passado dia 8 de julho foi anunciado o melhor romance das últimas cinco décadas.
O romance foi adaptado ao cinema e ganhou nove dos doze Oscares para os quais estava nomeado.
Entre nós foi editado pela primeira vez pela Dom Quixote em 1986, coincidindo com o ano do lançamento do filme com o título "O Paciente Inglês".
O Leitor já adivinhou que falamos do romance
O Doente Inglês
O Doente Inglês
A história de O Doente Inglês ocorre durante o final da II Guerra Mundial. As Tropas aliadas avançam lentamente pela Sicília até ao norte da Europa. No caminho, passam por um antigo convento, a Villa de San Gioilamo, no norte de Florença. É aí que a trama se desenrola, em torno dos seus quatro protagonistas: Hana, uma jovem enfermeira canadiana, abatida e desesperançada; o seu paciente, um homem cujo corpo ficara calcinado pelo fogo durante a guerra e que, tendo perdido a memória, se esforça por recuperá-la; Caravaggio, o espião que fora capturado e, de imediato, mutilado pelo inimigo; e Kip, o sapador especialista em desactivação de explosivos.
O Doente Inglês é o relato nostálgico das vivências destes quatro desconhecidos que enfrentam os seus medos e incertezas, explorando o seu passado. É também uma bela história de amor.
"Foi nessa altura da sua vida que ela se virou para os livros, como única porta de saída da prisão. Os livros tornaram-se metade do seu mundo. (...)
Espreitou para o corredor, embora já ali não vivesse mais ninguém senão ela e o doente inglês na Villa San Girolamo. (...)
Ela não se preocupava com o inglês no que dizia respeito às lacunas do enredo. Não lhe resumia os capítulos em falta. Pegava simplesmente no livro e dizia "página noventa e seis" ou "página cento e onze". Era esse o único ponto de referência."
Michael Ondaatje nasceu a 12 de setembro de 1943 no Sri Lanka. De ascendência holandesa, cingalesa e tamil, é filho de distintos membros da sociedade colonial cingalesa: o pai possuía plantações de borracha e chá, enquanto a mãe era uma famosa bailarina local e uma fervorosa admiradora de Isadora Duncan. Aos onze anos, após a separação dos pais devido a problemas de álcool do seu pai, mudou-se com a mãe para Inglaterra, onde iniciou os estudos na Universidade Dulwich, Londres. Em 1962, instalou-se no Canadá e entrou na Universidade Bishop's do Quebeque para estudar Literatura. Em seguida, frequentou a Universidade de Toronto e a Universidade Queen's no Ontário.
Atualmente vive no Canadá, é professor na Universidade York de Toronto e editor da revista literária Brick. É considerado um dos mais proeminentes escritores contemporâneos daquele país.
Possui uma vasta obra que se reparte pelos vários géneros literários: poesia, conto e romance.
Ficou mundialmente conhecido com o romance que hoje divulgamos aos nossos leitores, depois de ter sido adaptado ao cinema por Anthony Minghella.
Ilustração de Iban Barrentxea |
Boa Leitura
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