novembro 26, 2019

O MEU HOMEM DAVA-ME TUDO...MAS SOBRETUDO DAVA-ME PORRADA


Dia Internacional para a Eliminação 
da Violência Contra as Mulheres



"...Tínhamos duas casas, com tudo do melhor. Viajávamos imenso, os miúdos estavam em boas escolas. Oferecia-me muitas jóias, escolheu-me um ótimo carro. Até um barco ele chegou a comprar...
O meu homem dava-me tudo. Mesmo tudo... Mas sobretudo dava-me porrada.
Eu lá ia disfarçando as marcas negras com maquilhagem, mas as feridas da alma, essas, não se cobrem com pós. (...)"
Maria, 51 anos, Lisboa
In, Sem Medo Maria, de Fernanda Freitas 


De 1 de janeiro a 12 de novembro desde ano, o Observatório de Mulheres Assassinadas (OMA) contou 28 mulheres assassinadas em contexto de relações de intimidade ou familiares, além de outras duas mortas em diferentes contextos, e 27 tentativas de homicídio. Em média houve 3 mulheres assassinadas todos os meses e uma média de 5 mulheres vítimas de formas de violência extrema.
A residência continua a ser o espaço onde a maior parte dos crimes são cometidos (71%), seguido dos crimes na via pública. A maioria dos crimes acontecem ou durante a noite ou pela manhã.
13 mulheres foram mortas com arma de fogo, 8 foram esfaqueadas, 3 espancadas, 3 estrangulas e 1 foi morta por asfixia.



A prática de maus-tratos é crime público, por isso, além da vítima, qualquer outro cidadão pode apresentar queixa.
Essa queixa pode ser feita em qualquer posto da Guarda Nacional Republicana (GNR), esquadra da Polícia de Segurança Pública (PSP), piquete da Polícia Judiciária (PJ), serviços do Ministério Público ou o sistema de queixa electrónico: http://queixaselectronicas.mai.gov.pt
A PSP dispõe de Salas de Apoio à Vítima nas esquadras de todo o país. Tem como principal objectivo providenciar um atendimento mais especializado e adequado às vítimas de crimes violentos, ou que se encontrem mais vulneráveis ou fragilizadas. 

800 202 148 é uma linha verde para vítimas de violência doméstica. Funciona 24 horas por dia, todos os dias do ano. Trata-se de serviço anónimo e confidencial assegurado por técnicos com formação específica, que faculta às vítimas apoio psicológico, informação sobre os seus direitos e quais os recursos de apoio existentes.



Sobre este tema, poderá encontrar sugestões de leitura no átrio da entrada e jornais e revistas na secção de periódicos da Biblioteca Municipal. 


Deixamos, ainda, outra sugestão aos nossos Leitores


Visite a exposição patente no Foyer da Casa da Cultura Teatro Stephens
intitulada Violência no Namoro - Não
até ao dia 30 de novembro, das 10h00 às 13h00 e das 14h00 às 18h00



Uma canção com letra e música de José Mário Branco
Aqui Dentro De Casa







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