novembro 07, 2011

QUANDO PENSO EM VOCÊ, FECHO OS OLHOS DE SAUDADE

"De que são feitos os dias?
De pequenos desejos, vagarosas saudades, silenciosas lembranças"
                                                                                      Cecília Meireles


"Nascida no Rio de Janeiro em 7 de novembro de 1901, Cecília Meireles descendia, pela linha materna, de uma família açoreana da Ilha de São Miguel; português - mas do continente- era igualmente o avô paterno e portugueses também, por esse ramo, os respectivos antepassados. A estes vínculos de sangue lusíada, que já de seriam por si tão determinantes na formação de uma personalidade poética, Cecília Meireles desde muito cedo acrescentou aqueles outros que provêm da aquisição cultural, - e toda a sua obra testemunha, exuberantemente, a mais estreita familiaridade com a poesia portuguesa". David Mourão-Ferreira, in Antologia Poética


Órfã de pai e mãe, Cecília Meireles foi criada pela sua avó portuguesa, D. Jacinta Garcia Benevides. Aos nove anos começou a escrever poesia e publicou o seu primeiro livro de poesia "Espectro" em 1919, com dezoito anos de idade.


"Nasci aqui mesmo no Rio de Janeiro, três meses depois da morte de meu pai, e perdi minha mãe antes dos três anos. Essas e outras mortes ocorridas na família acarretam muitos contratempos materiais, mas, ao mesmo tempo, me deram, desde pequenina, uma tal intimidade com a Morte que docemente aprendi esses relações entre o Efémero e o Eterno".

Em 1922 casa-se com o pintor português Fernando Correia Dias. Em 1930 e 1931, mantém no Diário de Notícias uma página sobre problemas de educação. Organiza a primeira biblioteca infantil do Rio de Janeiro em 1934.
Em Portugal profere conferências sobre literatura brasileira. De 1935 a 1938 leciona literatura luso-brasileira e de técnica e crítica literária, na Universidade do Distrito Federal. Leciona literatura e cultura brasileira nos Estados Unidos, em 1940, na Universidade do Texas.
Em 1942, torna-se sócia honorária do Real Gabinete Português de Leitura, no Rio de Janeiro.
Faz inúmeras viagens aos Estados Unidos, à Europa, à Ásia e à África, fazendo conferências sobre literatura, educação e folclore, em cujos estudos se especializou.

"Não deixe portas entreabertas. Escancare-as ou bata-as de vez. Pelos vãos, brechas e fendas passam apenas semiventos, meias verdades e muita insensatez"
                                                                                                      Cecília Meireles

A sua poesia, traduzida para espanhol, francês, italiano, inglês, alemão, húngaro, hindu e urdu, e musicada por Alceu Bocchino, Luis Cosme, Norman Frazer, entre outros, foi assim julgada pelo crítico Paulo Rónai: "Considero o lirismo de Cecília Meireles o mais elevado da moderna poesia de língua portuguesa. Nenhum outro poeta iguala o seu desprendimento, a sua fluidez, o seu poder transfigurador, a sua simplicidade e o seu preciosismo, porque Cecília, só ela, se acerca da nossa poesia primitiva e do nosso lirismo espontâneo ...A poesia de Cecília Meireles é uma das mais puras, belas e válidas manifestações da literatura contemporânea".



Faleceu no Rio de Janeiro a 9 de novembro de 1964, sendo-lhe prestadas grandes homenagens públicas. O seu corpo foi velado no Ministério da Educação e Cultura. Recebeu, ainda em 1964, o Prémio Jabuti de Poesia, pelo livro "Solombra", concedido pela Câmara Brasileira do Livro.


Não sejas o de hoje.
Não suspires por ontens.
Não queiras ser o de amanhã.
Faze-te sem limites no tempo.
Vê a tua vida em todas as origens.
Em todas as existências.
Em todas as mortes.
E sabes que serás assim para sempre.
Não queiras marcar a tua passagem.
Ela prossegue.
É a passagem que se continua.
É a tua eternidade.
és tu.

O amor é difícil para os indecisos.
É assustador para os medrosos.
Avassalador para os apaixonados!
Mas, os vencedores no amor são os fortes.
Os que sabem o que querem e querem o que tem!
Sonhar um sonho a dois e nunca desistir da busca de ser feliz, é para poucos!

Cecília Meireles é inquestionavelmente um dos maiores nomes da poesia de língua portuguesa. Segundo Fabrício Carpinejar, ela está ao nível de Carlos Drummond de Andrade, de Fernando Pessoa e de Luís Vaz de Camões.

Foram só dois os poemas de Cecília Meireles que aqui vos deixamos,
os outros pode lê-los AQUI.
É só vir à sua Biblioteca.

Boa Semana com Boas Leituras

novembro 04, 2011

LEITURA DE FIM DE SEMANA

Mais um fim de semana se aproxima e com ele mais uma sugestão de leitura. E desta vez vamos deixar uma sugestão diferente, para um público também diferente. Vamos sugerir a leitura do livro "O peixe azul", de Margarida Fonseca Santos, da Editorial Presença e é uma sugestão dirigida aos leitores mais jovens. Trata-se de um livro de literatura juvenil, cujo conteúdo tem ligação ao nosso concelho. 

Lê o resumo e descobre que tipo de ligação é essa.



Resumo: Chegou mais um verão, e com ele as tão esperadas férias grandes. Daniel está ansioso por ir para S. Pedro de Moel, onde espera reencontrar alguns amigos que fez no ano passado. Mas este verão reserva-lhe uma surpresa inacreditável, a maior de todas que alguma vez se possa imaginar - um amigo novo que vem, imagina!, do mundo dos sonhos e que tem a forma de um belíssimo peixe azul! O peixe azul é apenas o começo de uma espantosa série de peripécias. Vem descobrir o que realmente aconteceu. Nem vais acreditar!



Pois é! A ação do livro decorre em S. Pedro de Moel, uma das praias do nosso concelho e uma das mais bonitas da zona centro de Portugal.

E quem é a autora deste livro?


Margarida Fonseca Santos nasceu em Lisboa a 29 de novembro de 1960. Tirou o Curso Superior de Piano no Conservatório Nacional, tendo sido professora de Formação Musical em várias escolas, nomeadamente, na Escola Superior de Música de Lisboa, entre 1990 e 2005. Começou a escrever em 1993 e isso tornou-se uma verdadeira paixão, paixão essa que a levou a mudar de vida. Deixou o ensino da música e, neste momento, dedica-se a tempo inteiro à escrita.Tem vários livros publicados, na sua grande maioria para crianças e jovens, e escreve com regularidade para teatro. Assina, com Maria João Lopo de Carvalho, a colecção juvenil «7 irmãos», e, com Maria Teresa Maia Gonzalez, «As Aventuras de Colombo». É membro fundador do Clic - Clube de Literatura, Ilustração e Cª .
Assina a página Histórias em «77 palavras» na revista
Pais & Filhos, com ilustrações de Francisca Torres, e participa em várias outras publicações na área da literatura e da escrita.
Orienta ateliers de incentivo à leitura e à escrita e ateliers de escrita criativa, dirigidos a professores e outros profissionais na área do ensino, tendo sido nesta qualidade, que esteve na nossa Biblioteca, em outubro de 2009, no âmbito do Programa de Itinerâncias Culturais da Direcção-Geral do Livro e das Bibliotecas.

Vem à Biblioteca Municipal e requisita o livro "O peixe azul".


Se preferires procurar outros títulos da mesma autora, é só clicares AQUI e ficas logo a saber o que existe na Biblioteca Municipal.
Mas se vieres pessoalmente à Biblioteca, podes encontrar com facilidade os livros da Margarida Fonseca Santos na SALA JUVENIL , uma vez que irá estar patente ao público, durante todo o mês de novembro, uma exposição de cartazes com a biografia da autora, acompanhada por uma mostra bibliográfica.


ESPERAMOS POR TI! 
Tem um bom fim de semana, com bons livros!

novembro 02, 2011

ESTATÍSTICA

Passou mais um mês e os dados recolhidos continuam a indicar, que 2011 está a ser um ano em que se verifica um claro aumento no número de livros requisitados mensalmente na Biblioteca Municipal, comparativamente ao ano de 2010.  

E o gráfico ao lado ilustra bem essa realidade. No mês de outubro de 2010 foram requisitados para leitura domiciliária cerca de 653 livros. Este ano, e no mesmo mês, foram requisitados 778 livros, o que se traduz num aumento de mais 125 exemplares.
Estes números não são recolhidos e tratados por nós manualmente. São números gerados pela aplicação informática com que trabalhamos e onde ficam registadas todas as transações realizadas diariamente, em termos de devoluções, empréstimos, reservas e renovações de livros.

Estes dados são para nós um indicador importante, que nos motiva e nos responsabiliza na manutenção de uma estratégia de maior aproximação aos leitores, apoiando-os e motivando-os para a leitura e para a importância da informação. É neste sentido que iremos continuar a trabalhar.

Ainda sobre esta matéria e tendo como indicador o mês de outubro, veja-se o gráfico a seguir apresentado e que nos mostra a evolução, que se tem vindo a verificar nos últimos anos, relativamente à quantidade de empréstimos.


Pela análise ao gráfico verificamos que no mês de outubro de 2011 retomámos os números de há anos atrás, mais concretamente dos anos 2005 e 2006, mas ultrapassámo-los com uma margem ainda larga.
Estes são os nossos objetivos: ganhar mais leitores, motivar para a leitura, facilitar o acesso à informação.

VENHA À BIBLIOTECA MUNICIPAL

outubro 31, 2011

DIA DAS BRUXAS (HALLOWEEN)


A tradição de se comemorar o Dia das Bruxas (Halloween) é muito recente em Portugal, tendo ganho alguma popularidade entre os mais jovens, por ser uma data assinalada em contexto escolar.
É uma tradição importada dos países anglo-saxónicos, em especial dos Estados Unidos, Irlanda, Canadá e Reino Unido. As raízes da celebração remontam aos povos da antiguidade, havendo vestígios de celebrações do dia 31 de outubro, por exemplo entre os Celtas (Irlanda), que celebravam esta data por ela coincidir com o fim do verão, período de fertilidade, e dar início a um novo ano. Acreditavam que nessa noite os mortos, que para eles viviam em felicidade perfeita, visitavam a Terra, voltando às suas casas, facto que era celebrado com rituais de adoração, fazendo-se fogueiras para afastar os espíritos malignos. A pouco e pouco esta tradição foi evoluindo, sendo exportada para outros países, tal como aconteceu nos Estados Unidos onde se julga ter sido introduzida por emigrantes irlandeses, passando a constituir uma tradição que se mantém até aos dias de hoje.

Por seu lado, a Igreja Católica instituiu o dia 1 de novembro como o dia de todos os santos e o dia 2 como dia de finados. Assim, de certo modo, a religião cristã integrou algumas das antigas crenças, proibindo no entanto tudo o que se relacionasse com a bruxaria. Recorde-se o Tribunal do Santo Ofício, que através dos autos de fé condenaram à fogueira homens e mulheres suspeitos da prática de feitiçaria, fazendo do período da Inquisição um dos mais dramáticos da História.
Se esta celebração, quer na sua origem pagã quer religiosa, nasce como uma celebração aos mártires e aos defuntos, progressivamente ela tem vindo a incorporar diferentes influências que a afastam do seu espírito inicial, manifestando-se pela emergência de elementos pagãos, em torno de símbolos ligados à bruxaria e ao ocultismo, marcados pontualmente por pormenores macabros.

E este imaginário, que envolve atualmente as celebrações  do Halloween, está refletido também na literatura.
A "bruxa" como um ser feio e demoníaco, por contraponto à fada boa e bela, povoa a literatura para a infância.
Os ambientes da feitiçaria, das personagens malignas e sobrenaturais, dos fenómenos transcendentes que criam seres fantásticos, estão presentes na literatura juvenil. 
A área das ciências ocultas e da espiritualidade tem leitores fiéis.

O recente fenómeno Harry Potter inscreve-se nesta tendência, bem como a saga de O Senhor dos Anéis.

Por isso, deixamos-lhe aqui esta MONTRA DE LIVROS, que pode requisitar na Biblioteca Municipal.  É uma mostra constituída por livros para todas as idades. Para os ler, basta estar inscrito na Biblioteca e requisitá-los.
 

VENHA À BIBLIOTECA MUNICIPAL!

TENHA UM BOM DIA ... 
... DAS BRUXAS!






outubro 28, 2011

LEITURA DE FIM DE SEMANA


Mais um fim de semana à porta.

E contariando as condições atmosféricas que se verificaram nos últimos dias, prevê-se que o fim de semana seja de sol e com temperaturas amenas,  que convidam certamente a sair de casa.

Que tal um passeio por um dos parques da cidade,
na companhia de um livro?
Aceite a sugestão que lhe vamos deixar. 



A nossa sugestão é o livro "Morder-te o coração", da escritora Patrícia Reis, da editora Dom Quixote. 

Este livro é, na opinião de Inês Pedrosa, "uma viagem alucinante pelos labirintos do desejo e da solidão, que nos arrasta para lá das convenções dos géneros e do sexo, conduzindo-nos ao conhecimento da vertigem. A escrita transparente e comunicante de Patrícia Reis ganha corpo e espessura nesta narrativa polifónica orquestrada pela obsessão do Grande Amor aquela luz infinita que simultâneamente cega e acende a verdade íntima de cada um de nós. Este livro morde-nos, de facto, o coração e é para isso que servem os bons livros".


O livro fala dos encontros e desencontros por causa do amor: um homem e uma mulher no Pico; a fuga dela, a busca dele, a vida em Estocolmo, a infância, as memórias africanas da amante dos dois, o desespero dele e a tentativa de suicídio dela. Morder-te o coração é um livro sobre a vida.

"... Tu já não te lembras. Foi há dez anos, neste quarto, a olhar o Pico, os barcos, o azul-cinza do mar calmo, a cama por fazer, os livros e as revistas espalhados, (...) Todos os anos venho aqui. Fico no mesmo quarto e vejo-te, de manhã, encostada à brisa que te levantava os cabelos, a dizer "Anda, anda morder-me o coração". (...) Quando me fui embora, não deixei morada. Hoje, quero que saibas que não te disse nada e quando te pedi para me morderes o coração era só para me certificar de que ele existia no meu peito. Tu preferiste beijar-me, nunca me mordeste. (...) Um amor de Verão. Apenas um. Doce e cuidadoso como nenhum outro. (...)" Pág.13 e segs.



Patrícia Reis nasceu em 1970, começou a sua carreira jornalística em 1988 no semanário O Independente, passou pela revista Sábado e realizou um estágio na revista norte-americana Time, em Nova Iorque. De volta a Portugal, é convidada para o semanário Expresso, fez a produção do programa de televisão Sexualidades , trabalhou na revista Marie Claire, na Elle e nos projectos especiais do diário Público. Editora da revista Egoísta, é sócia do atelier de Design e Texto 004, participando em projectos de natureza muito variada. Escreveu a curta biografia de Vasco Santana e o romance fotográfico Beija-me (2006), em co-autoria com João Vilhena, a novela Cruz das Almas (2004) e os romances Amor em Segunda Mão (2006), Morder-te o Coração (2007), que integrou a lista de 50 livros finalistas do Prémio Portugal Telecom de Literatura, No Silêncio de Deus (2008) e Antes de Ser Feliz (2009).



Tenha um bom fim de semana

outubro 27, 2011


"No fundo, o meu único rival internacional é Tintim!
Nós somos os pequenos que não nos deixamos apanhar pelos grandes"
                                                                                       Charles de Gaulle


As Aventuras de Tintim - O Segredo do Licorne estreia hoje em Portugal,
naquele que é um dos maiores lançamentos de sempre nos cinemas portugueses.
O filme é realizado por Steven Spielberg e exibido em 3D, com personagens animadas a partir da interpretação real de atores como Jamie Bell (Tintim), Daniel Craig ou Andy Serkis, em cenários virtuais.
O filme baseia-se nos álbuns "O Segredo do Licorne" e "O Tesouro de Rackham, o Terrível", que não são os mais sofisticados da coleção, mas faz sentido, se pensarmos que este pode se o início de uma trilogia com mais filmes de Tintim. Estão já confirmados pelo menos mais duas aventuras. Enquanto elas não chegam, as aventuras de Tintim, quer em banda desenhada quer em filmes de animação, estão à disposição dos leitores, para empréstimo domiciliário, na sala Infantil da sua biblioteca.


Personagem da banda desenhada conhecido como o repórter mais famoso do mundo, Tintim, foi criado por Hergé.
A sua primeira aventura, Tintin au Pays des Sovietes (Tintim no país dos Sovietes), surgiu a 10 de janeiro de 1929 no "Petit Vingtième", suplemento do jornal belga Le Vingtième Siècle.
Desde o início, Tintim tem em Milu, um foxterrier de pelo branco, o seu inseparável e alegre companheiro, que o ajuda nas mais diversas situações.
Com a ocupação da Bélgica em 1940 pelas tropas nazis, o jornal Le Vingtième Siècle, tal como outros, foi encerrado, interrompendo a publicação de Tintin au Pays de l'Or Noir (Tintim no país do Ouro Negro), história que só seria retomada oito anos mais tarde, em 1948. Durante o período da ocupação, que durou até 1944, Tintim foi sendo publicado no jornal Le Soir, como sucedeu com le Crabe aux Pinces d'Or (O Carangueijo das Tenazes de Ouro), de 1940, episódio que marcou o aparecimento de Capitão Haddock, personagem que veio enriquecer o universo de Tintim, com o seu feitio impulsivo e vocabulário truculento.

A primeira aparição de Tintim em Portugal "As aventuras de Tin-tim na América do Norte" aconteceu no nº 53 da revista O Papagaio, publicada a 16 de abril de 1936. Os principais protagonistas chamavam-se Tim-Tim  e o cão Rom-Rom (Tintim e Milu, respetivamente). Estas histórias foram coloridas por iniciativa do editor português que, deste modo, "antecipou" a decisão de Hergé começar a colorir a sua banda desenhada.
Hergé ficou "encantado" quando viu os desenhos a cores, apenas criticou a paginação. Dizia que não respeitava o original e por isso alterava o efeito "suspense".
Hergé nunca esteve em Portugal, mas criou uma personagem secundária, um português, comerciante de Lisboa, chamado Oliveira de Figueira, que consegue vender tudo e que fala pelos cotovelos.
Aparece em "Os Charutos do Faraó", "No País do Ouro Negro", "Carvão no Porão" e "As Jóias de Castafiore".

O leitor, que na sua juventude se deliciou com as aventuras do nosso herói,
venha à Biblioteca Municipal, apresente-o aos seus filhos e leve o Tintim para casa.

Boas Leituras com Muitas Aventuras

outubro 26, 2011



"Somos todos escritores. Só que uns escrevem, outros não"
                                                                                                          José Saramago

O Prémio Literário José Saramago, que foi instituído pela Fundação Círculo de Leitores e é atribuído de dois em dois anos, distingue uma obra literária no domínio da ficção, romance ou novela, escrita em língua portuguesa, por um escritor com idade não superior a 35 anos, cuja primeira edição tenha sido publicada em qualquer país lusófono.

Os premiados com este galardão nas edições anteriores foram:

1999 - Paulo José Miranda, Natureza Morta
2001 - José luís Peixoto, Nenhum Olhar
2003 - Adriana Lisboa, Sinfonia em Branco
2005 - Gonçalo M. Tavares, Jerusalém
2007 - Valter Hugo Mãe, O remorso de Baltasar Serapião
2009 - João Tordo, As Três Vidas.

O júri do Prémio José Saramago foi, nesta edição, presidido pela diretora editorial do Círculo de Leitores, Guilhermina Gomes, e composto ainda pela escritora e académica brasileira Nelida Piñon; pela poeta e historiadora angolana Ana Paula Tavares; pela "presidenta" da Fundação José Saramago, Pilar del Río, e pelo poeta e escritor Vasco Graça Moura. Por escolha da presidente Guilhermina Gomes, integraram também o júri Manuel Frias Martins, Maria de Santa Cruz e Nazaré Gomes dos Santos.

Esta é a sétima edição do galardão, no valor de 25 mil euros, e foi atribuído por unanimidade à escritora brasileira Andréa del Fuego com o livro "Os Malaquias", editado pela Língua Geral.

"Em Os Malaquias, a brasileira Andréa del Fuego transfigura numa impressiva obra de ficção a cruel banalidade da existência de três desgraçados irmãos órfãos, nascidos no rude ambiente de uma fazenda da Serra Morena, e que a vida separa desde muito pequenos. A escrita surpreende insuspeitados recursos de estranheza na coloquialidade quotidiana e desenvolve-se num ritmo muito seguro, perturbante e por vezes quase alucinatório".
Vasco Graça Moura

Andréa del Fuego, nasceu em 1975 em S. Paulo, Brasil.
Com formação em publicidade fez produção de cinema e realizou duas curtas-metragens. Colaborando em várias revistas, inicia-se em 2004 na escrita com "Minto enquanto posso". Em 2005 publica "Nego tudo", em 2007 "Engano seu" e em 2009 "Nego fogo". Em 2008 publica dois livros juvenis "Quase caio" e "Sociedade da Caveira de Cristal" e em 2010 publica "Irmãs de pelúcia" dedicado a um público infantil. Andréa del Fuego está presente em diversas antologias de contos, nomeadamente "30 Mulheres que estão fazendo a nova literatura brasileira" e "Os cem menores contos brasileiros do século". Andréa del Fuego foi dintinguida ainda este ano com o Prémio São Paulo de Literatura.


Momentos
Há momentos assim na vida:
descobre-se inesperadamente que a perfeição existe,
que é também ela uma pequena esfera que viaja no tempo, vazia, transparente, luminosa, e que à vezes
(raras vezes) vem na nossa direção,
rodeia-nos por breves instantes
e continua para outras paragens e outras gentes.
                                                                  José Saramago




Boa Semana com Boas Leituras

outubro 25, 2011

DE VOLTA À BIBLIOTECA

As crianças estão de volta à Biblioteca Municipal. Passadas algumas semanas sobre o início de mais um ano letivo, a biblioteca voltou a encher-se da alegria contagiante das crianças mais pequenas.
Retomámos  hoje a nossa atividade de promoção da leitura Contamos ...CONTIGO!, contando com a participação de 34 crianças, com idades compreendidas entre os quatro e os cinco anos, que vieram de Vieira de Leiria, mais concretamente do Jardim dos Pequeninos.


Iniciámos a atividade com um breve Bibliotour por todos os espaços funcionais da Biblioteca, acompanhado por uma explicação sobre o seu funcionamento, adaptada ao nível etário das crianças.  
As crianças mostraram-se recetivas e interessadas, demonstrando já alguns conhecimentos básicos sobre o funcionamento de uma biblioteca, facto que nos deixou bastante satisfeitos, uma vez que estávamos perante crianças com um nível etário muito baixo.                                       


O momento mais aguardado da visita estava na Sala Infantil.  Depois de confortavelmente sentados nas almofadas, a Miriam, Técnica da Biblioteca Municipal, deu início à leitura do livro do mês, "Os vizinhos da casa azul", de Vera do Vale.

Através da leitura do livro "Os vizinhos da casa azul", vemos como é possível aprender a viver e a conviver com os outros, vencendo teimosias e comportamentos mais conflituosos, sobretudo entre vizinhos.

Após a leitura, a atividade continuou com o habitual momento de contacto autónomo com os livros da sua preferência, previamente selecionados pelas Técnicas da Biblioteca, tendo em atenção a faixa etária dos pequenos leitores.

 

Até à Próxima!
Continuamos a Contar ... Contigo!

outubro 24, 2011

TERTÚLIA DOS ANOS DE OIRO

Realizou-se no passado dia 20 de outubro, no auditório da Biblioteca Municipal mais uma Palestra inserida no âmbito da atividade da Tertúlia dos Anos de Oiro, projeto da responsabilidade da ADSER II - Associação para o Desenvolvimento Económico e Social da Região da Marinha Grande (IPSS).
A palestra foi proferida pelo Norberto Barroca e o tema foi "O teatro de opereta em Portugal nos séculos XIX e XX". 


"Gosto de peças que façam as pessoas pensar, refletir sobre os problemas"
                                                                                           Norberto Barroca

Norberto Barroca
 Norberto Barroca é arquiteto de formação, mas desde cedo que enveredou pelo teatro. Estreou-se profissionalmente em 1960, com o Grupo Fernando Pessoa, dizendo poesia em Portugal, no Brasil, em Angola e Moçambique. Enquanto encenador estreou-se na Casa da Comédia em 1967,  tendo recebido o Prémio de Imprensa em 1969, pela encenação  de "Fando e Lis" de Arrabal. Trabalhou em companhias como a Casa da Comédia, Teatro Estúdio de Lisboa, Empresa Vasco Morgado, Companhia Nacional de Teatro (Teatro S. Luís, de que foi diretor), A Centelha (Viseu), Novo Grupo (Teatro Aberto), 1º Acto (Algés), Teatro Nacional D. Maria II, Teatro Maria Matos, Casino Estoril, A Barraca, Teatro ABC e Teatro Maria Vitória. Na cidade do Porto trabalhou com a Seiva Trupe e o Teatro Experimental do Porto, do qual foi Diretor Artístico de 1998 até dezembro de 2009. 
Na sua cidade natal, Marinha Grande, encenou diversos trabalhos para o Grupo de Teatro do Operário. Foi o autor de "A soprar se vai ao longe!" e de uma adptação musical de "O Fidalgo Aprendiz". Este ano, encenou a peça "O Inspetor Impostor", no seu original "O Inspetor Geral" de Nikolai Gogol.
Para a Câmara Municipal da Marinha Grande escreveu a reconstituição da revolta do 18 de janeiro - " O 18 de janeiro de 1934 na Marinha Grande - Movimento Revolucionário dos Vidreiros", "Uma Obragem do séc. XVIII" e a peça "Marquês de Pombal -  o Rei do Rei D. José".
A 15 de maio de 2010, Norberto  Barroca foi homenageado pelos 50 anos de carreira, tendo-lhe a autarquia marinhense atribuído a Medalha Comemorativa dos 75 anos do 18 de janeiro de 1934.

No cinema teve participações como ator em filmes de Jorge Silva Melo e foi autor do argumento de "Passagem por Lisboa", de Wim Wenders em 1994.


A Tertúlia dos Anos de Oiro reúne-se todas as segundas e quintas feiras, no Auditório da Biblioteca Municipal,
 entre as 15h00 e as 17h00, onde são desenvolvidas várias sessões sobre várias temáticas, que vão desde a História da Literatura à História do Mundo, passando pelas Línguas Estrangeiras, como o Francês e o Inglês.



"O teatro é a poesia que sai do livro e se faz humana" 
                                                Federico Garcia Lorca


Boa Semana e se possível vá ao teatro

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