maio 03, 2024

NÃO FOI UMA MADRUGADA COMO AS OUTRAS

 


O romance que hoje sugerimos para leitura do seu fim de semana
foi escrito durante o confinamento imposto pela pandemia.
É o quarto romance do autor e foi lançado durante 
o festival Corrente de Escritasna Póvoa do Varzim em 2022.  



Inspirado num dos versos de Grândola Vila Morena, "à sombra de uma azinheira/ que já não sabia a idade", nasce o nome deste romance. 
Com o propósito de celebrar Abril e o aproximar da data do seu cinquentenário, levou-o a escrever este romance  onde Portugal é a figura principal do mesmo e onde se faz uma reflexão de um tempo antes e depois de Abril: "Eu diria que são 90 anos de reflexão, 45 anos antes e 45 anos depois"





"Gostaria que este livro fosse lido por todas as gerações"

                                                    Álvaro Laborinho Lúcio


Não é uma madrugada como as outras, aquela em que vai nascer o primeiro filho - ou a primeira filha - de Maria Antónia e João Aurélio: é a que muitos esperavam e agora começa a tomar forma nas movimentações das tropas pelas ruas de Lisboa e Porto. Haverá um antes e um depois desta "manhã inicial", em que nasce a criança e renasce um país de um longo período de trevas.
Mas a almejada revolução e a vinda do bebé perdem todo o significado para João Aurélio no momento em que se cumpre: Maria Antónia morre no parto, deixando o marido e companheiro de luta desolado e definitivamente distante da vida dos vivos.
Enquanto a criança é acolhida e criada pelos tios ( a irmã de João Aurélio e o marido) e Portugal dá os primeiros passos numa nova existência democrática, João Aurélio, o antigo militante, o utópico, mergulha no isolamento e na loucura, na obsessão do passado e da morte.
Catarina cresce longe do pai, procurando saber quem realmente é, no que faz e se propõe fazer, com tudo o que isso implica: liberdade, incerteza, contradição, dúvida, risco. Em paralelo, a jovem vida em democracia do país procura desenvolver-se, libertando-se dos seus atavismos históricos e de um passado idealista.
Portugal, nos quarenta e cinco anos que antecederam o 25 de abril, contado através da história familiar e política de João Aurélio; e Portugal, nos quarenta e cinco anos que se seguiram à revolução, narrado pelo percurso indagador de Catarina. Entre estas e muitas outras personagens extraordinárias - e a inerente diversidade de olhares e perspetivas, passados e presentes - se conta a história da cisão entre pai e filha e a da relação entre a "azinheira" e as suas sombras.







Álvaro Laborinho Lúcio nasceu na Nazaré no dia 1 de dezembro de 1941.
Mestre em Ciências Jurídico-Civilísticas pela faculdade de Direito da Universidade de Coimbra e magistrado de carreira, é juiz-conselheiro jubilado do supremo Tribunal de Justiça. De 1980 a 1996, exerceu, sucessivamente, as funções de Diretor do Centro de Estudos Judiciários, Secretário de Estado da Administração Judiciária, Ministro da Justiça e Deputado à Assembleia da República. Entre 2003 e 2006, ocupou o cargo de Ministro da República para a Região Autónoma dos Açores.
Com intensa atividade Cívica, é membro dirigente, entre outras, de associações como a APAV e a CRESCER-SER, de que é sócio fundador. Com artigos publicados e inúmeras palestras proferidas sobre temas ligados à justiça, ao direito, à educação, aos direitos humanos e à cidadania em geral, é autor de inúmeros livros.
Agraciado pelo rei de Espanha, com a Grã-Cruz da Ordem de S. Raimundo de Peñaforte, e pelo Presidente da República Portuguesa, com a Grã-Cruz da Ordem de Cristo, é membro da Academia Internacional da Cultura Portuguesa e doutor honoris causa pela Universidade do Minho.












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