agosto 17, 2011

AH, O AMOR...QUE NASCE NÃO SEI ONDE, VEM NÃO SEI COMO E DOI NÃO SEI PORQUÊ...

O amor é grande e cabe nesta janela sobre o mar.
O mar é grande e cabe na cama e no colchão de amar.
O amor é grande e cabe no breve espaço de beijar.

Carlos Drummond de Andrade produziu uma das obras mais significativas da poesia brasileira do século XX e foi, desde a primeira hora considerado um dos maiores poetas brasileiros de sempre.
"Dele se poderia dizer com alguma razão o que de Mário de Sá-Carneiro disse Fernando Pessoa: "Não teve biografia: teve só génio".
Arnaldo Saraiva in Obras de Carlos Drummond de Andrade, vol I

Nasceu em Itabira, Mata Dentro, a 31 de outubro de 1902. Filho de uma família de fazendeiros em decadência, estudou na cidade de Belo Horizonte e com os Jesuítas no Colégio Anchieta, de onde foi expulso por "insubordinação mental". Começou a carreira de escritor como colaborador do "Diário de Minas", que reunia os adeptos locais do incipiente movimento modernista mineiro. Perante a insistência familiar para que obtivesse um diploma, formou-se em Farmácia na cidade de Ouro Preto em 1925.



Ingressou no serviço público e, em 1934, transferiu-se para o Rio de Janeiro, onde foi chefe de gabinete de Gustavo Capanema, Ministro da Educação, até 1945. Até 1962, altura em que se reformou, esteve a trabalhar no Serviço do Património Histórico e Artístico Nacional. Desde 1954 colaborou como cronista no "Correio da Manhã" e, a partir de 1969, no "Jornal do Brasil". Carlos Drummond de Andrade faleceu a 17 de agosto de 1987 no Rio de Janeiro "de amor" referiu a médica que o assistiu.

"Ao elaborar uma sua Antologia Poética (1962), Drummond apontou nove linhas temáticas na sua poesia, que assim nomeou por esta ordem: o indivíduo, a terra natal, a família, amigos, o choque social, o conhecimento amoroso, a própria poesia, exercícios lúdicos, uma visão ou tentativa de existência".
"Na prosa há o ceticismo, por vezes uma certa ironia e graça sem esconder a sua natural peocupação com o homem e com o autêntico".
in Obra poética, vol I


No ano 2000 comemorou-se o centenário do nascimento do poeta.



Quadrilha
João amava Teresa que amava Raimundo
que amava Maria que amava Joaquim que amava Lili
que não amava ninguém.
João foi para os Estados Unidos, Teresa para o convento,
Raimundo morreu de desastre, Maria ficou para tia,
Joaquim suicidou-se e Lili casou com J. Pinto Fernandes
que não tinha entrado na história.


Quem teve a ideia de cortar o tempo em fatias, a
que se deu o nome de ano,
foi um indivíduo genial.
Industrializou a esperança, fazendo-a funcionar no
limite da exaustão.
Doze meses dão para qualquer ser humano se cansar e
entregar os pontos.
Aí entra o milagre da renovação e tudo começa outra
vez, com outro
número e outra vontade de acreditar que daqui pra
diante vai ser diferente

Foram só duas poesias de Carlos Drummond de Andrade que aqui vos deixamos.
AQUI poderá encontrar a sua bibliografia que a Biblioteca Municipal disponibiliza para empréstimo domiciliário. 

Se procurar bem você acaba encontrando.
Não a explicação (duvidosa) da vida,
Mas a poesia (inexplicável) da vida.

 
Boas Leituras

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