Fotografia de Shirin Neshat |
"As contas não são difíceis de fazer: metade da humanidade é composta por mulheres e meninas: ou seria melhor dizer por homens e meninos?
A linguagem tem dificuldade em dar expressão à igualdade entre os sexos. Falamos de camponeses e camponesas, de operários e operárias, como se o homem fosse o modelo-base do ser humano e a mulher uma variação. Em muitas línguas, usa-se a mesma palavra para designar quer o ser humano quer o indivíduo do sexo masculino. Em português, por exemplo, quando falamos dos direitos do homem, falamos do ser humano, seja homem ou mulher. As coisas talvez tivessem sido diferentes se Deus tivesse criado o homem a partir de uma costela de Eva. Mas nesse caso, também Deus deixaria de ser macho, ou não teria criado Eva à sua imagem.
Tudo isto é injusto. A própria cultura parece ser machista e sexista. No entanto, o estado evolutivo de uma civilização foi sempre avaliado pelo respeito com que as mulheres eram tratadas e pelo grau de influência que elas detinham no seio da sociedade. (...)
Hoje considera-se civilizado pensar que o homem e a mulher têm os mesmos direitos."
Irão 2013 numa conferência de imprensa |
"O prólogo do movimento feminista foi pronunciado em França, concretamente durante a Revolução Francesa. À Declaração dos Direitos do Homem seguiu-se a declaração dos direitos da mulher por Olympe de Gouges, exigindo o direito de voto e o acesso das mulheres a todas as funções públicas. Até ao movimento sufragista do início de século XX, estas continuariam a ser as exigências principais do movimento das mulheres, de onde se depreende que ainda não tinham sido satisfeitas. (...)
É indiscutível que o reforço da influência das mulheres sobre a cultura tem elevado substancialmente o nível civilizacional de qualquer sociedade."
Dietrich Schwanitz , In Cultura
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