maio 10, 2011

"PERTENÇO, POR MUITAS RAZÕES, À ARTE DE DIZER - E NÃO À ARTE DE DECLAMAR"

"Não digo versos; procuro reproduzir o momento de angústia, de alegria, de revolta que o poeta sentiu ao escrever o seu poema. Recitando, encontro a plena libertação, pois dou-me esse infinito gosto de interpretar aquilo que amo e que me tocou profundamente."


João Villaret, ator e declamador, nasceu a 10 de maio de 1913, em Lisboa, e morreu a 21 de janeiro de 1961, também em Lisboa. Depois de ter terminado o liceu, dedicou-se ao teatro, tendo estado ligado à revitalização do Teatro Nacional. Como declamador deu a conhecer poetas, conseguindo só com a sua atuação encantar auditórios e levar ao público o gosto pela poesia de autores portugueses e estrangeiros. Apaixonado por Fernando Pessoa, a quem prestou homenagem num dos seus programas televisivos, João Villaret é uma das personalidades maiores que passaram pela RTP na década de 50 e que todos os domingos prendia as pessoas ao pequeno ecrã.

Segundo Vítor Pavão dos Santos "Villaret tinha rara capacidade de lidar com o público e fez grande divulgação dos poetas. Isso foi muito importante".
Ficaram célebres, entre outras, as suas interpretações de "Procissão" de António Lopes Ribeiro, "Cântigo negro" de José Régio e "O menino de sua mãe" de Fernando Pessoa.
"Nunca é demais agradecer a Villaret o que ele tem feito pela poesia. Os poetas devem-lhe uma espécie de requintada edição oral de alguns dos seus melhores versos; o público, esse resgata-se a ouvi-lo da perguiça que o afastava tragicamente dum convívio que nenhum oiro da terra pode suprir." Miguel Torga.

A sua morte causou manifestações de grande pesar em Lisboa, de tal forma que, durante muitos anos, os lisboetas celebraram a aniversário da sua morte com um recital de poesia no Cinema S. Jorge, onde a sua voz se ouvia num palco vazio iluminado apenas por um foco de luz. As sua últimas palavras, dirigidas a Vasco Morgado, foram: "Ainda havemos de montar grandes espectáculos!". Meia hora depois faleceu. Em sua homenagem, Raul Solnado fundou em 1965 o Teatro Villaret.


Poderá ficar a conhecer melhor João Villaret na Biblioteca Municipal através do livro
 "João Villaret: sua vida... sua arte..." de  Mário Baptista Pereira.

Mas não só! Também na Sala de Audio encontrará o declamador.

Gosta de poesia?
Venha então recordar ou ficar a conhecer os nossos
poetas imortalizados pela voz e pela emoção de João Villaret

Emocione-se como José Régio, que depois de o ouvir disse:
 " Eu não sabia que era assim a "Toada de Portalegre"


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