Mário Botas nasceu a 23 de dezembro de 1952 na Nazaré, terra dos seus pais e onde fez os estudos primários e secundários.
Aluno brilhante, terminou o secundário com altas classificações e foi dispensado do exame de admissão à Faculdade de Medicina de Lisboa, onde ingressou em 1970. Licenciou-se com distinção em julho de 1975, mas raramente exerceu medicina.
Em 1977 foi-lhe diagnosticada uma leucemia que pôs em causa o seu plano de vida, decidindo então dedicar-se exclusivamente à pintura, que há muito o seduzia e o levava nas férias a conviver com pintores estrangeiros.
Já em 1970, em Lisboa, terá conhecido por acaso, na Galeria de S. Mamede, o surrealista Cruzeiro Seixas e, por intermédio dele, o poeta Mário Cesariny e outros pintores, como Paula Rego e Raúl Perez.
![]() |
Mário Botas, 1981 - Histórias do Condado Portucalense Tinta-da-china e aguarela s/ papel |
No início de 1978, Mário Botas parte para Nova Iorque à procura de tratamento. Com o seu trabalho, consegue expor individualmente na Galeria Martin Sumers. Conhece John Cage, cuja música o inspirará a fazer um desenho, em aguarela, de uma planta de uma cidade, intitulado "A Dip in the Lake". Nova Iorque passará a torna-se uma influência importante no seu trabalho. Rapidamente surge nos seus trabalhos um retrato da vitalidade das multidões nas grandes cidades, da variedade de rostos que diariamente se cruzam nas ruas.
![]() |
Egon Schiele (1890-1918) Auto-retrato |
Em julho desse mesmo ano, Mário Botas vê em Nova Iorque vinte auto-retratos de Egon Schiele na Galeria Serge Sabarsky. Botas, rapidamente, compreendeu que estava diante de um dos seus mestres.
Schiele, que se auto-retratava das mais diversas formas sem olhar a preconceitos, deu-lhe a "luz" do que viria a ser o principal tema do seu trabalho até falecer: o auto-retrato.
Regressado a Lisboa, dedica-se febrilmente à criação, fazendo quadros, ilustração, desenho e outras atividades, como a direção da peça "O marinheiro" de Fernando Pessoa. Mário Botas também participou na ilustração de romances, nomeadamente os do escritor Almeida Faria e Raúl Brandão, e nos livros de poesia da Vasco Graça Moura, Fernando Pessoa, entre outros.
A 29 de setembro de 1983 faleceu no Hospital da Cruz Vermelha.
A Fundação Casa Museu Mário Botas foi criada pelo pintor a 6 de junho de 1983, por testamento público, tendo para o efeito doado a totalidade dos seus bens e da sua obra. Os objetivos da Fundação, cuja sede se situa na Nazaré, são dar a conhecer a sua obra, contribuir para o conhecimento da arte em geral e encorajar o seu estudo.
"Não, a pintura não é feita para decorar os apartamentos.
É um instrumento de guerra ofensiva e defensiva contra o inimigo"
Pablo Picasso
Na sua Biblioteca encontra AQUI os livros que Mário Botas ilustrou e
Sem comentários:
Enviar um comentário