setembro 29, 2011

FUI SEMPRE UM PINTOR AO LADO DA ESCRITA, OPONDO-ME E UNINDO-ME A ELA

Mário Botas nasceu a 23 de dezembro de 1952 na Nazaré, terra dos seus pais e onde fez os estudos primários e secundários.
Aluno brilhante, terminou o secundário com altas classificações e foi dispensado do exame de admissão à Faculdade de Medicina de Lisboa, onde ingressou em 1970. Licenciou-se com distinção em julho de 1975, mas raramente exerceu medicina.
Em 1977 foi-lhe diagnosticada uma leucemia que pôs em causa o seu plano de vida, decidindo então dedicar-se exclusivamente à pintura, que há muito o seduzia e o levava nas férias a conviver com pintores estrangeiros.
Já em 1970, em Lisboa, terá conhecido por acaso, na Galeria de S. Mamede, o surrealista Cruzeiro Seixas e, por intermédio dele, o poeta Mário Cesariny e outros pintores, como Paula Rego e Raúl Perez.

 
Mário Botas, 1981 - Histórias do Condado Portucalense
Tinta-da-china e aguarela s/ papel

No início de 1978, Mário Botas parte para Nova Iorque à procura de tratamento. Com o seu trabalho, consegue expor individualmente na Galeria Martin Sumers. Conhece John Cage, cuja música o inspirará a fazer um desenho, em aguarela, de uma planta de uma cidade, intitulado "A Dip in the Lake". Nova Iorque passará a torna-se uma influência importante no seu trabalho. Rapidamente surge nos seus trabalhos um retrato da vitalidade das multidões nas grandes cidades, da variedade de rostos que  diariamente se cruzam nas ruas.

Egon Schiele (1890-1918)
Auto-retrato


Em julho desse mesmo ano, Mário Botas vê em Nova Iorque vinte auto-retratos de Egon Schiele na Galeria Serge Sabarsky. Botas, rapidamente, compreendeu que estava diante de um dos seus mestres.
Schiele, que se auto-retratava das mais diversas formas sem olhar a preconceitos, deu-lhe a "luz" do que viria a ser o principal tema do seu trabalho até falecer: o auto-retrato.


Mário Botas, 1982
Retrato de Fernando Pessoa
tinta-da-china s/ papel 15X15 cm



Regressado a Lisboa, dedica-se febrilmente à criação, fazendo quadros, ilustração, desenho e outras atividades, como a direção da peça "O marinheiro" de Fernando Pessoa. Mário Botas também participou na ilustração de romances, nomeadamente os do escritor Almeida Faria e Raúl Brandão, e nos livros de poesia da Vasco Graça Moura, Fernando Pessoa, entre outros.
A 29 de setembro de 1983 faleceu no Hospital da Cruz Vermelha.




A Fundação Casa Museu Mário Botas foi criada pelo pintor a 6 de junho de 1983, por testamento público, tendo para o efeito doado a totalidade dos seus bens e da sua obra. Os objetivos  da Fundação, cuja sede se situa na Nazaré, são dar a conhecer a sua obra, contribuir para o conhecimento da arte em geral e encorajar o seu estudo.

"Não, a pintura não é feita para decorar os apartamentos.
 É um instrumento de guerra ofensiva e defensiva contra o inimigo"
                                                                                       Pablo Picasso


Na sua Biblioteca encontra AQUI os livros que Mário Botas ilustrou e
AQUI um livro sobre a sua obra, todos disponíveis para Empréstimo Domiciliário.

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