"Quem eu sou não ocupa muitas palavras: angolano em viagem, quase sem raça. Gosto do mar, de um céu em fogo ao fim da tarde. Nasci nas terras altas. Quero morrer em Benguela, como alternativa pode ser Olinda, no Nordeste do Brasil"
José Eduardo Agualusa
O romance "Barroco Tropical", de José Eduardo Agualusa, foi nomeado, no passado dia 22 de setembro, para o Prémio Courrier International do melhor livro estrangeiro.
O Prémio, criado em 2008, distingue um romance estrangeiro editado em França nos últimos 12 meses, que testemunhe "a condição humana numa qualquer região do Mundo".
O vencedor será anunciado no próximo dia 20 de outubro.
"Barroco Tropical" foi editado pela Dom Quixote em junho de 2009, e foi publicado, no ano seguinte, em França, pela editora Métailié, com tradução de Geneviève Leibrich.
"- É o Bartolomeu Falcato?
- A maior parte do tempo sou sim. - Concordei, esforçando-me por acrescentar um dito espirituoso, um comentário alegre, alguma coisa que me permitisse recuperar o ar e o aprumo. - Mas estou disposto a ser aquilo que você quiser, quando e onde você quiser". pág. 15
- A maior parte do tempo sou sim. - Concordei, esforçando-me por acrescentar um dito espirituoso, um comentário alegre, alguma coisa que me permitisse recuperar o ar e o aprumo. - Mas estou disposto a ser aquilo que você quiser, quando e onde você quiser". pág. 15
Uma mulher cai do céu durante uma tempestade tropical. As únicas testemunhas do acontecimento são Bartolomeu Falcato, escritor e cineasta, e a sua amante, Kianda, cantora com uma carreira internacional de grande sucesso. Depressa compreende que ele será a próxima vítima. Um traficante de armas em busca do poder local, um curandeiro ambicioso, um antigo terrorista das Brigadas Vermelhas, um ex-sapador cego, que esconde a ausência de rosto atrás de uma máscara do Rato Mickey, um jovem pintor autista, um anjo negro e dezenas de outros personagens cruzam-se com Bartolomeu, entre um crepúsculo e o seguinte, nas ruas de uma cidade em convulsão: Luanda, 2020.
José Eduardo Agualusa nasceu no Huambo, Angola, a 13 de dezembro de 1960. Estudou Agronomia e Silvicultura em Lisboa. Vive entre Lisboa e Luanda. Iniciou a sua carreira literária em 1988, com a publicação de um romance histórico, "A Conjura".
É autor de oito romances, uma novela, sete recolhas de contos e crónicas, três livros para crianças, três peças para teatro, um livro de reportagens e um de relato de viagens. As suas obras estão publicadas em mais de 20 países.
Ao seu romance "O Vendedor de Passados" foi atribuído o Prémio Independent - Ficção Estrangeira.
Escreve crónicas para a revista LER.
Realiza para a RDP África "A Hora das Cigarras", um programa de música e textos africanos. É membro da União dos Escritores Angolanos.
José Eduardo Agualusa beneficiou de três bolsas de criação literária:
- Em 1997, concedida pelo Centro Nacional de Cultura para escrever "Nação Crioula"
- Em 2000, concedida pela Fundação Oriente, que lhe permitiu visitar Goa durante 3 meses e na sequência da qual escreveu "Um estranho em Goa"
- Em 2001, concedida pela instituição alemã Deutscher Akademischer Austauschdienst, viveu um ano em Berlim, e foi lá que escreveu "O Ano em que Zumbi tomou o Rio"
- No início de 2009 a convite da Fundação Holandesa para a Literatura, passou dois meses em Amesterdão na Residência para Escritores, onde acabou de escrever o romance "Barroco Tropical"
"Sabe o que mais me impressionou em Bartolomeu quando o conheci?" pág 47
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