janeiro 13, 2021

OS NÚMEROS DE 2020

Os números que apresentamos hoje resultam da atividade desenvolvida pela Biblioteca Municipal, ao longo de 2020 e em comparação com os dados de anos anteriores. Convém lembrar que os números são consequência das circunstâncias impostas pela pandemia Covid-19 e o resultado de períodos de confinamento, de encerramento dos serviços, limitações de acesso, transferência para instalações provisórias e outros condicionalismos vários, que afetaram negativamente a trajetória de crescimento que a Biblioteca Municipal vinha a registar, especificamente, ao nível do serviço de empréstimo de livros.



















janeiro 08, 2021

PARABÉNS ITAMAR VIEIRA JUNIOR

"Torto Arado é um romance antigo, que alimento desde a minha adolescência. O núcleo original da trama, a relação entre as irmãs,
 o pai e a terra, vem dessa época."
 


Bibiana e Belonísia são filhas de trabalhadores de uma fazenda no serão da Bahia, descendentes de escravos para quem a abolição nunca passou de uma data marcada no calendário. Intrigadas com uma mala misteriosa sob a cama da avó, pagam o atrevimento de lhe pôr a mão com um acidente que mudará para sempre as suas vidas, tornando-se tão dependentes que uma será até a voz da outra. Porém, com o avançar dos anos, a proximidade vai desfazer-se com a perspetiva que cada uma tem sobre o que as rodeia: enquanto Belonísia parece satisfeita com o trabalho na fazenda e os encantos do pai, Zeca Chapéu Grande, entre velas, incensos e ladaínhas, Bibiana percebe desde cedo a injustiça da servidão que há três décadas é imposta à família e decide lutar pelo direito à terra e pela emancipação dos trabalhadores. Para isso, porém, é obrigada a partir, separando-se da irmã.
Numa trama tecida de segredos antigos que têm quase sempre mulheres por protagonistas, e à sombra de desigualdades que se estendem até hoje no Brasil, Torto Arado é um romance polifónico belo e comovente que conta uma história de vida e morte, combate e redenção, de personagens que atravessam o tempo sem nunca conseguirem sair do anonimato.


"Itamar expõe as feridas de um Brasil que não gosta do que vê 
quando olha para si mesmo. Por isso a urgência de sua leitura,
 por nos revelar essa consciência com coragem e beleza"
                                                                                           Marcelo Maluf



Itamar Vieira Junior, nasceu a 6 de agosto de 1979, em Salvador, Bahia, Brasil. É geografo e doutor em Estudos Étnicos e Africanos, com pesquisa sobre a formação de comunidades quilombolas no interior do Nordeste brasileiro.

O seu romance de estreia, que hoje apresentamos e que sugerimos como leitura para o seu fim de semana, foi galardoado em 2018 com o Prémio LeYa, em novembro de 2020 com o Prémio Jabuti e com o Prémio Oceanos em dezembro passado. Tudo boas razões para o Leitor vir à Biblioteca Municipal, que ainda continua nas instalações provisórias no edifício da Resinagem, e requisitar o livro.

"Destaca-se a qualidade literária de uma escrita em que se reconhece plenamente o escritor. 
Todos estes motivos justificam a atribuição 
por unanimidade deste prémio".
                                                        Manuel Alegre, 
Presidente do Júri do Prémio LeYa 2018







dezembro 31, 2020

FELIZ ANO NOVO


Desejamos a Todos um Feliz 2021
Vamos Todos Ajudar a D. Amélia a Combater o Vírus



dezembro 16, 2020

ESTÁ TUDO BEM, DOROTHY. VAI CORRER TUDO BEM

 

O livro que hoje divulgamos é considerado
 pelo The New Yorker 
" Um Romance Perfeito"


Um romance que explora os temas da solidão, do amor, e as convenções sociais que escondem o mais sombrio e profundo desespero doméstico.
Foi publicado em 1983 e é a obra-prima de Rachel Ingalls, uma das vozes mais importantes da literatura norte-americana.



Numa pacata cidade dos subúrbios, Dorothy leva uma existência apagada e rotineira, que somente um velho rádio consegue suspender com as suas mensagens consoladoras: não te preocupes, Dorothy, vai tudo correr bem. É também uma notícia de última hora da rádio que lhe dá conta que um monstro aquático anda a monte pela cidade, o mesmo que consegue entrar sorrateiramente na cozinha de Dorothy. Porém, ela, uma dona de casa demasiado infeliz para pedir um divórcio, abatida por sucessivos lutos e entorpecida por uma resignação pacífica e silenciosa, tem uma visão totalmente distinta do perigoso anfíbio. Diante dos seus olhos, Larry surge como uma criatura bela e terna à qual não hesita em oferecer guarida...


"Cada uma das suas páginas é perfeita, original e apelativa.
 Por favor, reservem um dia de sábado e leiam-no de uma só penada."
                                                                                                                          Harper's Magazine


Rachel Ingalls (1940-2019) nasceu em Boston, nos Estados Unidos, mudando-se para o Reino Unido em 1946. 
Recebeu, em 1970,  o Authors' Club First Novel Award pelo livro The Theft. 
Em 1986, o British Book Marketing Council considerou o romance que hoje apresentamos, um dos vinte melhores livros do pós-Segunda Guerra Mundial, o que suscitou um maior interesse sobre a autora e a sua obra. Além de romances, escreveu também diversas novelas e contos.



"Uma parábola magistral e muitíssimo bem escrita
 do primeiro ao último parágrafo."
                                                                                              John Updike









dezembro 11, 2020

O QUE É A ANSIEDADE?

 "A ansiedade é considerada, até certo ponto, uma reação normal do organismo perante situações de medo ou expectativa. Alguns autores chamam a atenção para o facto de, quando pouco intensa, poder mesmo favorecer o desempenho profissional. [...] até determinados níveis de ativação, há um aumento da atenção e do interesse; no entanto, a partir de determinados níveis, esta ativação transforma-se em ansiedade patológica, perturbando o desempenho e provocando alterações no funcionamento profissional."

A ansiedade é hoje a perturbação mental mais comum em todo o mundo.
Portugal é dos países nos quais a prevalência de ansiedade é mais elevada.
Os níveis de ansiedade têm crescido nos últimos anos.
As novas gerações estão cada vez mais ansiosas.


Estas sensações são-lhe familiares? Palmas das mãos suadas, coração acelerado, tremores, músculos tensos, dificuldade em se concentrar,... Se a resposta for afirmativa ou se quer saber mais para melhor interpretar os sintomas de ansiedade, então aceite a nossa sugestão de leitura de fim-de-semana.




"Se sofre de ansiedade, este livro prático é para si. Das fobias aos pensamentos obsessivos e dos ataques de pânico à hipocondria, aqui encontrará todas as respostas às suas perguntas - e exercícios práticos e simples que pode começar a usar já hoje.

Escrito com clareza e sensibilidade por um psiquiatra e por um psicólogo, este livro vai ajudá-lo a gerir a sua ansiedade dia a dia. Aqui encontrará estratégias e guias passo a passo para superar os desafios que a ansiedade coloca no seu caminho, sentindo-se mais capaz de encarar os imprevistos e os obstáculos do quotidiano - tudo baseado nas melhores práticas clínicas e em técnicas terapêuticas comprovadas.
Vamos começar!"



DIOGO TELLES CORREIA é médico psiquiatra, psicoterapeuta e Professor Associado com Agregação da Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa,(FMUL) Diretor da Clinica Universitária de Psiquiatria e Psicologia Médica da FMUL, onde leciona Psiquiatria, Psicopatologia e História da Medicina. Dá também aulas de Psiquiatria Forense na Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa. É ainda assistente graduado de psiquiatria no Hospital de Santa Maria e no Centro de Transplante Hepático do Hospital Curry Cabral. 
Tem vários livros publicados, entre os quais Pensar. Sentir. Viver, em coautoria com Judite de Sousa, que poderá também requisitar na Biblioteca Municipal.

JOSÉ DE ALMEIDA BRITES é psicólogo clínico e do aconselhamento, com formação em Terapias Comportamentais e Cognitivas e doutoramento em Neuropsicologia Clínica pela Universidade de Salamanca. É professor auxiliar na Escola de Psicologia e das Ciências da Vida da Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologias e no Instituto Superior Manuel Teixeira Gomes, em Portimão, e diretor executivo d’O Companheiro – Associação de Fraternidade Cristã, IPSS. Tem dois livros publicados e é autor ou coautor de vários trabalhos científicos.


"Deixei de me conseguir concentrar no trabalho, em casa não dava atenção a ninguém... Foi aí que percebi que a ansiedade era mesmo um problema."
"A princípio, tive medo de que me achassem maluca. O que é que eu ia dizer a um psicólogo? Não foi fácil ir à primeira consulta, mas agora já não me custa e foi muito importante para a minha recuperação ter alguém que me ajuda a estruturar os pensamentos."

















dezembro 02, 2020

NÃO SEI FAZER OUTRA COISA A NÃO SER PENSAR


Eduardo Lourenço, 1923-2020

Eduardo Lourenço era conselheiro de Estado, professor, filósofo, escritor, crítico literário, ensaísta e interventor cívico, foi várias vezes galardoado e distinguido.


Para ficar a conhecer a vida e obra de Eduardo Lourenço
veja AQUI



"Eduardo Lourenço foi, desde o início da segunda metade do século passado, o nosso mais importante ensaísta e crítico, o nosso mais destacado intelectual público. (...)
Escreveu sempre sobre Portugal, sobre o que é Portugal, sobre a história de Portugal, o que é ser português, qual é a nossa identidade, o que significamos hoje e no futuro e toda a vida foi verdadeiramente dedicada a pensar sobre Portugal"
[nota publicada no site da Presidência]




"A literatura não tem função. É um efeito do que somos de mais misterioso, de mais enigmático e ao mesmo tempo de mais ambicioso. Penso que, de todas as artes, a que revela o que a Humanidade é de mais profundo e absoluto é a música. A literatura é uma música um tom abaixo. Não se explica, não é da ordem do conceito como a filosofia. É natural que os homens reservam à literatura a sua maior atenção. A literatura é o nosso discurso fantasmático. Todas as culturas se definem pela relação com o seu próprio imaginário. A encarnação dele é a literatura."
                                                                                                                              Jornal Público, 2017



EDUARDO LOURENÇO
Morreu ontem, aos 97 anos. 








novembro 25, 2020

NÃO LHES FALTARAM TÉCNICOS, NO SEU DIVÓRCIO

25 de novembro

Dia Internacional pela Eliminação 
da Violência Contra as Mulheres
 

Tânia Ganho nasceu em Coimbra, em 1973. Licenciada em Línguas e Literaturas Modernas, trabalhou durante vários anos em legendagem para televisão e cinema. Foi assistente convidada na Universidade de Coimbra, onde lecionou tradução literária, área a que se dedica há mais de 20 anos. Traduziu autores como Angela Davis, Siri Hystvedt, Maya Angelou, Leila Slimani, Chimamanda Adichie, Davis Lodge, entre outros.

Em 2012, ganhou o primeiro prémio na categoria internacional do Concurso de Contos Cidade de Araçatuba, no Brasil.

Da autora, a Biblioteca Municipal tem para empréstimo domiciliário os seguintes títulos:
  • Cuba Libre
  • A Vida sem Ti
  • A Lucidez do Amor
  • Apneia

 

"Todo o processo de luta pela guarda do filho era uma maratona e, enquanto Alessandro tinha resistência de um corredor de fundo, Adriana foi, durante anos, incapaz de fazer outra coisa que não sprints. E, no fim de cada sprint, estava esgotada. Demorou muito a transformar-se em maratonista, a dominar a arte da respiração bradicárdica."


Quando Adriana ganha finalmente coragem para sair de casa com o filho de cinco anos, pondo fim ao casamento com Alessandro, mal pode imaginar que o marido, incapaz de aceitar o divórcio, tudo fará para a destruir - nem que para isso tenha de destruir o próprio filho.
Apneia é uma viagem ao mundo sórdido da violência conjugal e parental, através de um labirinto negro em que os limites da resistência psicológica são postos à prova, ameaçando desabar a qualquer instante, e dos meandros tortuosos de uma Justiça por vezes incompreensível, desumana e desfasada da realidade.
Apneia é um romance intenso, absorvente e perturbador, que ilustra com uma autenticidade desarmante o estado de guerra em que vivem milhares de famílias estilhaçadas, e com o qual, inevitavelmente, muitos leitores se vão identificar, encontrando nestas páginas ecos da sua própria experiência.


Pintura de Cristina Troufa






novembro 20, 2020

QUEM FOI REALMENTE AMÁLIA RODRIGUES?



"Sempre aguentei as consequências de ser livre" 
                                                                                                       Amália Rodrigues

Chamaram-lhe "cantora do regime". Acusada de servir a ditadura e colaborar com a polícia política (PIDE), foi perseguida e ostracizada pós o 25 de abril de 1974, reconquistando depois a unanimidade enquanto voz de Portugal no Mundo. Esta é a história secreta da vida de Amália Rodrigues. 
Como se relacionou com o Estado Novo e sobreviveu à admiração por Salazar?
Como enfrentou a pobreza, seduziu a aristocracia e os intelectuais?
Como ajudou presos políticos, cantou poetas proibidos, colaborou com antifascistas e financiou clandestinamente a oposição e o PCP?
Como sobreviveu aos boatos, ataques e tentativas de silenciamento no pós-revolução?
Como é que os políticos, os músicos, os poetas, a ditadura e a democracia lidaram e conviveram com a maior cantora portuguesa de sempre?




O livro, que estamos a sugerir para leitura do seu fim de semana, é uma investigação jornalística que atravessa dois regimes, vários continentes e reúne perto de uma centena de entrevistas e depoimentos exclusivos. Inclui ainda gravações inéditas da fadista e de personalidades que com ela conviveram. Com recurso a milhares de páginas de documentos nunca revelados, além de cartas e fotografias desconhecidas da cantora, este é também um retrato político do século XX português, através do percurso de Amália Rodrigues.




"Amália e o seu canto não são de nenhum regime. 
São parte da cultura viva deste País. 
Tentar destruí-la é destruir uma parte dessa cultura. 
E isso também é obscurantismo. Precisamos de Amália. 
E precisamos de Amália a cantar a Liberdade."
                                                                                       Manuel Alegre, 1974


Miguel Carvalho nasceu a 25 de novembro de 1970, no Porto, e é grande repórter da revista Visão desde dezembro de 1999. Em 1989 concluiu o Curso de Radiojornalismo do centro de Formação de Jornalistas do Porto. Trabalhou no Diário de Notícias de 1989 a 1997 e no semanário O Independente de 1997 a 1999. 
Venceu o Prémio Orlando Gonçalves (jornalismo), em 2008, e o Grande Prémio Gazeta, do Clube de Jornalistas, em 2009.
Algumas reportagens suas mereceram destaque em publicações internacionais, entre elas The New York Times, El País, The Daily Telegraph, Veja, O Globo e a revista Piaui.



"É preciso que se saiba que o nosso 
Estado Democrático está grato a Amália Rodrigues."
                                                                                                    Mário Soares



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