outubro 07, 2011



"O meu pão diário é Quatro Quartetos de T.S. Eliot,
que mastigo deliciosamente entre os dentes".
                                                               Tomas Transtromer


A Academia Sueca atribuiu, esta quinta feira, o Nobel da Literatura ao poeta sueco Tomas Transtromer.

Tomas Transtromer nasceu a 15 de abril de 1931 em Estocolmo e, segundo a Academia Sueca, é "um dos poetas vivos mais traduzidos em todo o mundo", cuja obra incide sobre "a morte, a História, a memória e a natureza". Os seus trabalhos estão publicados em mais de 50 línguas.
Licenciado em psicologia, em 1956, pela Universidade de Estocolmo, exerceu funções em instituições de correção juvenil e estabelecimentos prisionais a partir de 1960, passando a dividir o seu tempo entre essas instituições e a poesia.
Iniciou-se na poesia com 23 anos de idade. O seu primeiro livro intitulava-se "17 dikter" (17 Poemas).


Em 1990, um acidente vascular cerebral afetou-lhe a fala e os movimentos, deixando-o parcialmente afásico e com metade do corpo paralisado, sujeito a um discurso quase binário entre o "sim" e o "não". Impedido de escrever pela própria mão, continuou a escrever com o auxílio da sua mulher, tendo publicado três obras desde essa data.
Admirador da música, concentrou-se no piano, tocando diariamente, apenas com a mão esquerda.
Quando lhe perguntaram se se ganha alguma coisa quando se perde a fala, respondeu:


"Perder a fala significa que nunca mais podes esconder-te atrás dela".


Em Portugal, Tomas Transtromer está pouco traduzido, estando apenas representado na coletânea "21 poetas suecos", editado pela Vega, em 1981. Esta é precisamente a nossa sugestão de leitura de fim de semana, que o leitor pode requisitar na sua Biblioteca.

Para o  poeta e tradutor desta obra, Vasco Graça Moura, Tomas Transtromer "tem uma grande força lírica e preocupação social" e considerou-o "um Prémio Nobel muito merecido".

O escritor e crítico literário do Público, José Riço Direitinho, considera que "há talvez duas ou três décadas que Tomas Transtromer merecia esta distinção". É  um poeta com "uma lírica e um imaginário originalíssimos, que em alguns pormenores, o aproxima dos surrealistas".

Neste livro, com tradução de Vasco Graça Moura,  o leitor pode encontrar um poema intitulado "Lisboa",  onde o poeta destaca elementos típicos do bairro de Alfama.


Lisboa

No bairro de Alfama os eléctricos amarelos cantavam nas calçadas íngremes.
Havia lá duas cadeias. Uma era para ladrões.
Acenavam através das grades.
Gritavam que lhes tirassem o retrato.

"Mas aqui", disse o condutor e riu à sucapa como se cortado ao meio,
"aqui estão políticos". Vi a fachada, a fachada, a fachada
e lá no cimo um homem à janela,
tinha um óculo e olhava para o mar.

Roupa branca no azul. Os muros quentes.
As moscas liam cartas microscópicas.
Seis anos mais tarde perguntei a uma senhora de Lisboa:
"Será verdade ou só um sonho meu?".


BOM FIM DE SEMANA COM BOAS LEITURAS

outubro 06, 2011

STEVE JOBS, 1955-2011

"Estamos cá para deixar uma marca no universo.
Senão, para que estaríamos sequer aqui?"


Steve Jobs, fundador da Apple e criador de produtos como o Macintosh, o iPad ou o iPhone morreu ontem aos 56 anos de idade.
Alguns dos produtos pensados por si e construídos pelas suas empresas mudaram o mundo e a vida a milhões de pessoas.

Nasceu a 24 de fevereiro de 1955 em São Francisco, Califórnia.
Ainda na escola telefonou um dia ao então presidente da HP, William Hewlett, para lhe pedir peças para um projeto que queria desenvolver. Conseguiu não só as peças como um estágio de verão na empresa.
Um dos seus primeiros empregos foi como designer de jogos de vídeo na Atari, emprego esse que viria a deixar para poder viajar pela Índia.
Fundou a Apple com apenas 21 anos, em sociedade com o seu amigo Steve Woziak. A Apple ficou conhecida por popularizar o conceito do computador pessoal. O primeiro produto da empresa foi o Apple I, lançado em 1976. O computador vinha desmontado e o utilizador recebia um manual para o montar. O seu custo era de 666.66 dólares.
No início de 2000, Jobs comandou a ascensão da Apple com uma série de produtos de grande sucesso. Em 2001 a empresa lançou o iPod, um aparelho para ouvir música em formato MP3. Já havia produtos semelhante na época, mas o iPod rapidamente se tornou o líder de mercado devido principalmente à facilidade de uso e ao design elegante. Em 2003, com o lançamento da iTunes Store, a Apple também consolidou a sua posição no mercado de vendas on-line.

Steve Jobs deixa uma empresa que vende 275 milhões de iPods, 100 milhões de iPhones e 25 milhões de iPads em todo o mundo. Deixa mais do que isso: uma visão e um exemplo de que é mesmo possível mudarmos o mundo.

O presidente dos Estados Unidos, Barak Obama, colocou Steve Jobs entre os maiores inovadores norte-americanos e "suficientemente corajoso para pensar diferente, suficientemente ousado para acreditar que podia mudar o mundo e com talento para o fazer".

"A inovação distingue um líder de um seguidor"
                                                                                        Steve Jobs

outubro 04, 2011

DIA MUNDIAL DO ANIMAL

"Como zeladores do planeta, é nossa responsabilidade lidar com todas as espécies com carinho, amor e compaixão. As crueldades que os animais sofrem às mãos dos homens está para além da nossa compreensão. Por favor, ajude a parar com esta loucura".
                                                                                                                  Richard Gere


Hoje, 4 de outubro, é o Dia Mundial do Animal.
O dia foi criado em 1931, durante uma convenção de ecologistas em Florença, para alertar as pessoas para o problema das espécies em vias de extinção. 
A escolha do dia teve em conta o facto de este ser o dia de São Francisco de Assis, o Santo padroeiro dos animais, que morreu a 4 de outubro de 1226.
Os principais objetivos da celebração deste dia são:
  • Sensibilizar a população para a necessidade de proteger os animais e a preservação de todas as espécies;
  • Mostrar a importância dos animais na vida dos humanos,
  • Celebrar a vida animal em todas as suas vertentes.

"A proteção dos animais faz parte da moral e da cultura dos povos"
                                                                                           Victor Hugo

A 15 de outubro de 1978 foram registado os Direitos dos Animais através da aprovação da Declaração Universal dos Direitos do Animal pela UNESCO:
  1. Todos os animais têm o mesmo direito à vida
  2. Todos os animais têm direito ao respeito e à proteção do homem
  3. Nenhum animal deve ser maltratado
  4. Todos os animais selvagens têm o direito de viver livres no seu habitat
  5. O animal que o homem escolher para companheiro não deve nunca ser abandonado
  6. Nenhum animal deve ser usado em experiências que lhe causem dor
  7. Todo o ato que põe em risco a vida de um animal é um crime contra a vida
  8. A poluição e a destruição do meio ambiente são considerados crimes contra  os animais
  9. Os direitos dos animais devem ser defendidos por lei
  10. O homem deve ser educado desde a infância para observar, respeitar e compreender os animais.

"Os animais são bons amigos, não fazem perguntas e tampouco criticam"
                                                                                                               George Eliot

Na nossa cidade os animais podem contar com o apoio da



"Matar um animal para fazer um casaco é um pecado. Nós não temos esse direito. Uma mulher realmente tem classe quando rejeita que um animal seja morto para ser colocado sobre os seus ombros. Só assim ela será verdadeiramente bela".                                                                    Doris Day

"Eu dei a minha beleza e a minha juventude aos homens. Agora dou a minha sabedoria e a minha experiência aos animais".
                                                                    Brigitte Bardot



Para saber tudo sobre animais e como cuidar deles consulte o nosso catálogo on-line em:


Bom Feriado com Boas Leituras

outubro 03, 2011

A BIBLIOTECA MUNICIPAL VOLTA A DAR OS PARABÉNS A GONÇALO M. TAVARES

"Não há melhor lugar para estar, do que estar contente"
                                                                                                  Gonçalo M. Tavares

Gonçalo M. Tavares é o vencedor do Prémio Literário Fernando Namora/Estoril Sol 2011, no valor de 25.000€, com o romance, "Uma Viagem à Índia", noticiou hoje à Lusa o jurí.
Segundo a ata, o jurí considerou "a maneira inovadora como o autor explora as relações entre a forma romance e a matriz épica, bem como a hábil trama narrativa e a estruturação da ação".
O jurí refere ainda "outros elementos de relevo quer no plano de elaboração de um registo tendencialmente poético, quer naquilo em que se exprime numa problemática que caracteriza o homem contemporâneo e uma visão melancólica da condição humana".


Este romance já tinha sido distinguido este ano com o Grande Prémio de Romance e Novela APE/MC, como noticiamos a 28 de junho.
É a história de Bloom, "herói individualista", contada em prosa sobre uma grelha estrutural adotada de "Os Lusíadas", de Luís de Camões.

Segundo Gonçalo M. Tavares, numa entrevista publicada no JL nº 1063, do passado mês de junho "É realmente um livro que se afasta bastante dos que já escrevi. Espero que não pertença a nenhum género, porque é uma epopeia, mas também uma contra-epopeia, como disse Eduardo Lourenço.

"No caso de Viagem, o ponto de partida foi mesmo pensar o percurso de um herói no século XXI. É a epopeia de um anti-herói individualista."



Para ficar a conhecer melhor Gonçalo M. Tavares, consulte-nos AQUI

BOA SEMANA COM BOAS LEITURAS

A MUDANÇA QUE OS NÚMEROS MOSTRAM

O mês de setembro é o mês do final de férias para a generalidade das pessoas, do regresso às aulas e da entrada num ritmo de vida diferente. As mudanças na rotina diária tiveram inevitáveis reflexos nos dados recolhidos diariamente pela Biblioteca Municipal, relativos ao número de livros requisitados pelos leitores.

Dos 1029 livros requisitados no passado mês de agosto, regressámos no mês de setembro aos nossos parâmetros habituais, fazendo com que os meses de setembro de 2010 e de 2011 se viessem a revelar como meses bastante semelhantes relativamente ao número de livros emprestados. 

Assim, e através do gráfico apresentado ao lado, podemos ver que, no ano  de 2010, foram requisitados 850 livros.
Em 2011 atingimos os 862, ou seja, apenas mais 12 livros que em igual período de tempo. 



Mas, se a Biblioteca Municipal empresta livros para leitura domiciliária, findo o prazo de empréstimo, por períodos de 15 dias seguidos, os livros terão de ser devolvidos. É este o espírito do sistema de empréstimo existente na maioria das bibliotecas públicas.


Emprestar e devolver para tornar a emprestar.


Este ciclo, de requisições e devoluções, constitui o  número de transações realizadas diariamente na biblioteca.
Através do gráfico ao lado, podemos verificar que a Biblioteca Municipal realizou ao longo do mês de setembro 1802 transações de livros, constituídas por 940 devoluções e 862 requisições.

Conclui-se que, no mês de setembro, o número de devoluções superou o número de empréstimos. Os números estão de acordo com a época do ano e refletem a mudança que se opera na rotina dos nossos leitores durante o mês de setembro. A leitura de férias irá rapidamente dar lugar à leitura académica e profissional.




"O livro é um mestre, que fala, mas não responde."
Platão



setembro 30, 2011

LEITURA DE FIM DE SEMANA

Espera-nos um fim de semana, ainda com temperaturas altas, a convidar para uma leitura numa esplanada. E a nossa sugestão de hoje vai para  o romance de Inês Pedrosa, "Os íntimos", vencedor do Prémio Máxima de Literatura, no passado dia 23 de setembro.
É a segunda vez que Inês Pedrosa  vence este prémio, depois de, em 1998, ter sido distinguida com o romance "Nas tuas mãos".
Segundo o jurí, constituído por Maria Helena Mira Mateus, Valter Hugo Mãe, Leonor Xavier e Laura Torres, diretora da Máxima, Inês Pedrosa foi escolhida por unanimidade.
O Prémio Máxima de Literatura, no valor de quatro mil euros, é o único prémio literário atribuído exclusivamente a mulheres em Portugal.

"Sou homem, não gosto de ler romances. Fiz de conta que gostava, durante uns anos, para caçar miúdas. Pensava que aprenderia a caçá-las  melhor se lesse o mesmo que elas, como se pudesse penetrar-lhes nos sonhos. Mas os sonhos das mulheres são em geral diferentes dos desejos que rugem dentro delas". pág. 18

"As mulheres gostam que tudo se relacione. Como se não pudessem existir sem relações". pág. 23

"Os homens não se ofendem com o alheamento dos amigos. Não fazem perguntas íntimas. Sabem esperar. (...) Não se propõem resolver-nos os problemas, para depois nos atirarem à cara os problemas que nos resolveram. Não nos culpam". pág. 191

O livro é uma visita ao universo masculino. "Não se pode viver com eles, não se pode viver sem eles", diz o ditado.

 

Inês Pedrosa nasceu em Coimbra a 15 de agosto de 1962. A licenciatura em Comunicação Social, pela Universidade Nova de Lisboa, deu-lhe acesso ao jornalismo, tendo colaborado no O Jornal, O Independente e o Expresso e em revistas, nomeadamente a Marie Claire, que dirigiu durante três anos, e a LER.
Em 1992 publicou o seu primeiro romance intitulado "A instrução dos amantes" e em 1997 seguiu-se o romance "Nas tuas mãos" (Prémio Máxima de Literatura em 1998).
Posteriormente, e com a aceitação do próprio autor, organizou e assinou a fotobiografia de José Cardoso Pires, recolhendo depoimentos de figuras conceituadas do mundo literário.

Em 2000 e como forma de marcar o século XX, escreveu "20 Mulheres para o Século XX", consagrando, entre outros, Sophia de Mello Breyner Andresen, Simone de Beauvoir, Marie Curie, Isadora Ducan, Paula Rego.
Selecionou, organizou e prefaciou uma antologia de poesia portuguesa intitulada "Poemas de Amor" (2001), contendo textos de oitenta e oito poetas, desde a Idade Média até à contemporaneidade, apresentados de forma cronológica.



É, desde fevereiro de 2008, diretora da Casa Fernando Pessoa e assina uma coluna no semanário Sol. Os seus livros estão publicados em Espanha, Itália, Brasil e Alemanha.

BOM FIM DE SEMANA COM BOAS LEITURAS

setembro 29, 2011

FUI SEMPRE UM PINTOR AO LADO DA ESCRITA, OPONDO-ME E UNINDO-ME A ELA

Mário Botas nasceu a 23 de dezembro de 1952 na Nazaré, terra dos seus pais e onde fez os estudos primários e secundários.
Aluno brilhante, terminou o secundário com altas classificações e foi dispensado do exame de admissão à Faculdade de Medicina de Lisboa, onde ingressou em 1970. Licenciou-se com distinção em julho de 1975, mas raramente exerceu medicina.
Em 1977 foi-lhe diagnosticada uma leucemia que pôs em causa o seu plano de vida, decidindo então dedicar-se exclusivamente à pintura, que há muito o seduzia e o levava nas férias a conviver com pintores estrangeiros.
Já em 1970, em Lisboa, terá conhecido por acaso, na Galeria de S. Mamede, o surrealista Cruzeiro Seixas e, por intermédio dele, o poeta Mário Cesariny e outros pintores, como Paula Rego e Raúl Perez.

 
Mário Botas, 1981 - Histórias do Condado Portucalense
Tinta-da-china e aguarela s/ papel

No início de 1978, Mário Botas parte para Nova Iorque à procura de tratamento. Com o seu trabalho, consegue expor individualmente na Galeria Martin Sumers. Conhece John Cage, cuja música o inspirará a fazer um desenho, em aguarela, de uma planta de uma cidade, intitulado "A Dip in the Lake". Nova Iorque passará a torna-se uma influência importante no seu trabalho. Rapidamente surge nos seus trabalhos um retrato da vitalidade das multidões nas grandes cidades, da variedade de rostos que  diariamente se cruzam nas ruas.

Egon Schiele (1890-1918)
Auto-retrato


Em julho desse mesmo ano, Mário Botas vê em Nova Iorque vinte auto-retratos de Egon Schiele na Galeria Serge Sabarsky. Botas, rapidamente, compreendeu que estava diante de um dos seus mestres.
Schiele, que se auto-retratava das mais diversas formas sem olhar a preconceitos, deu-lhe a "luz" do que viria a ser o principal tema do seu trabalho até falecer: o auto-retrato.


Mário Botas, 1982
Retrato de Fernando Pessoa
tinta-da-china s/ papel 15X15 cm



Regressado a Lisboa, dedica-se febrilmente à criação, fazendo quadros, ilustração, desenho e outras atividades, como a direção da peça "O marinheiro" de Fernando Pessoa. Mário Botas também participou na ilustração de romances, nomeadamente os do escritor Almeida Faria e Raúl Brandão, e nos livros de poesia da Vasco Graça Moura, Fernando Pessoa, entre outros.
A 29 de setembro de 1983 faleceu no Hospital da Cruz Vermelha.




A Fundação Casa Museu Mário Botas foi criada pelo pintor a 6 de junho de 1983, por testamento público, tendo para o efeito doado a totalidade dos seus bens e da sua obra. Os objetivos  da Fundação, cuja sede se situa na Nazaré, são dar a conhecer a sua obra, contribuir para o conhecimento da arte em geral e encorajar o seu estudo.

"Não, a pintura não é feita para decorar os apartamentos.
 É um instrumento de guerra ofensiva e defensiva contra o inimigo"
                                                                                       Pablo Picasso


Na sua Biblioteca encontra AQUI os livros que Mário Botas ilustrou e
AQUI um livro sobre a sua obra, todos disponíveis para Empréstimo Domiciliário.

setembro 28, 2011

"BARROCO TROPICAL" NOMEADO PARA O PRÉMIO COURRIER INTERNATIONAL

"Quem eu sou não ocupa muitas palavras: angolano em viagem, quase sem raça. Gosto do mar, de um céu em fogo ao fim da tarde. Nasci nas terras altas. Quero morrer em Benguela, como alternativa pode ser Olinda, no Nordeste do Brasil"
                                                                                                                   José Eduardo Agualusa

O romance "Barroco Tropical", de José Eduardo Agualusa, foi nomeado, no passado dia 22 de setembro, para o Prémio Courrier International do melhor livro estrangeiro.
O Prémio, criado em 2008, distingue um romance estrangeiro editado em França nos últimos 12 meses, que testemunhe "a condição humana numa qualquer região do Mundo".
O vencedor será anunciado no próximo dia 20 de outubro.
"Barroco Tropical" foi editado pela Dom Quixote em junho de 2009, e foi publicado, no ano seguinte, em França, pela editora Métailié, com tradução de Geneviève Leibrich.

"- É o Bartolomeu Falcato?
- A maior parte do tempo sou sim. - Concordei, esforçando-me por acrescentar um dito espirituoso, um comentário alegre, alguma coisa que me permitisse recuperar o ar e o aprumo. - Mas estou disposto a ser aquilo que você quiser, quando e onde você quiser". pág. 15

Uma mulher cai do céu durante uma tempestade tropical. As únicas testemunhas do acontecimento são Bartolomeu Falcato, escritor e cineasta, e a sua amante, Kianda, cantora com uma carreira internacional de grande sucesso. Depressa compreende que ele será a próxima vítima. Um traficante de armas em busca do poder local, um curandeiro ambicioso, um antigo terrorista das Brigadas Vermelhas, um ex-sapador cego, que esconde a ausência de rosto atrás de uma máscara do Rato Mickey, um jovem pintor autista, um anjo negro e dezenas de outros personagens cruzam-se com Bartolomeu, entre um crepúsculo e o seguinte, nas ruas de uma cidade em convulsão: Luanda, 2020.

José Eduardo Agualusa nasceu no Huambo, Angola, a 13 de dezembro de 1960. Estudou Agronomia e Silvicultura em Lisboa. Vive entre Lisboa e Luanda. Iniciou a sua carreira literária em 1988, com a publicação de um romance histórico, "A Conjura".
É autor de oito romances, uma novela, sete recolhas de contos e crónicas, três livros para crianças, três peças para teatro, um livro de reportagens e um de relato de viagens. As suas obras estão publicadas em mais de 20 países.
Ao seu romance "O Vendedor de Passados" foi atribuído o Prémio Independent - Ficção Estrangeira.
Escreve crónicas para a revista LER.
Realiza para a RDP África "A Hora das Cigarras", um programa de música e textos africanos. É membro da União dos Escritores Angolanos.


José Eduardo Agualusa beneficiou de três bolsas de criação literária:
  • Em 1997, concedida pelo Centro Nacional de Cultura para escrever "Nação Crioula"
  • Em 2000, concedida pela Fundação Oriente, que lhe permitiu visitar Goa durante 3 meses e na sequência da qual escreveu "Um estranho em Goa"
  • Em 2001, concedida pela instituição alemã Deutscher Akademischer Austauschdienst, viveu um ano em Berlim,  e foi lá que escreveu "O Ano em que Zumbi tomou o Rio"
  • No início de 2009 a convite da Fundação Holandesa para a Literatura, passou dois meses em Amesterdão na Residência para Escritores, onde acabou de escrever o romance "Barroco Tropical"
"Sabe o que mais me impressionou em Bartolomeu quando o conheci?" pág 47

Quer saber o que foi?

O livro espera por si na sua Biblioteca

setembro 27, 2011

SÓ TEMOS DE OLHAR, EU NÃO INVENTEI NADA

"Os meus quadros são o resultado de uma série de cálculos e  de um número ilimitado de estudos"

Na manhã do dia 27 de setembro de 1917 morreu Edgar Degas.
Foi sepultado no jazigo da família no Cemitério de Montmarte, tendo como única exigência que uma só frase fosse proferida sobre o seu túmulo: " Ele amou muito o desenho".
Edgar Degas nasceu a 19 de julho de 1834 em Paris. Licenciou-se em Direito e iniciou a sua aprendizagem artística no estúdio de Barrias e no Louvre, onde se inscreveu, em 1853, como copista. Aí prosseguiu a sua formação artística segundo a divisa: "É preciso copiar e recopiar os mestres...".
Entre 1856 e 1859, viajou frequentemente para Itália, visitando Roma, Florença e Nápoles.
Em 1859, regressou a Paris, conheceu Manet, tornou-se um membro regular das tertúlias do Café Guerbois e expôs no Salon.

Durante a guerra franco-prussiana alistou-se na Guarda Nacional. Quando regressou a Paris em 1873, depois de uma viagem por Nova Orleães, renovou os seus contactos com os impressionistas e participou na maioria das exposições efetuadas pelo grupo.  Foi um dos artistas mais inspirados pelas técnicas da fotografia e pela arte japonesa e inventou novas técnicas de pintura. Durante os anos oitenta admirou o trabalho de Gauguin e viajou por Espanha e Marrocos. Em 1893, a sua primeira e única exposição individual teve lugar na galeria de Durand-Ruel. Nos últimos anos do século, quase cego, dedicou-se à escultura.
O nome de Degas está associado, sobretudo, a certos temas: identificamo-lo imediatamente com um jóquei ou com uma bailarina, tal como identificamos Monet com os nenúfares ou Cézanne com o monte Sainte-Victoire.


Absinto
O Absinto, 1876
Óleo sobre tela, 92X68 cm
Paris, Musée d'Orsay

É certamente a mais célebre representação de café de Degas e um dos seus quadros mais famosos.
Em O Absinto, Degas pintou duas formas de degradação humana: um boémio e uma prostituta destruídos pelo álcool.
O enquadramento da imagem  coloca, em primeiro plano, as mesas vazias. Degas escolheu uma paleta de cores muito limitada, usando o preto, o ocre e o branco para descrever a desolação da cena.




Prima Ballerina
 
Prima Ballerina, 1876-78
Pastel sobre monótipo, 58X42 cm
Paris, Musée d'Orsay

Prima Ballerina, mostra a bailarina principal a dançar o seu solo num palco vazio. O quadro mostra a bailarina a executar um movimento rápido depois de ter terminado um arabesco, que Degas apresentou de forma muito precisa através da perna visível, da posição dos braços graciosamente estendidos, do movimento do tronco e da ligeira inclinação da cabeça. A impressão da rapidez do passo de dança é sublinhado pelo tutu cintilante guarnecido de flores e pelas extremidades flutuantes da fita do pescoço em veludo negro.
A cena é vista de cima para baixo e em oblíquo, como se estivessemos sentados num dos camarotes de boca do teatro.


"Nenhuma arte poderia ser tão pouco espontânea como a minha; a inspiração, a espontaneidade, o temperamento são-me desconhecidos. É necessário refazer o mesmo tema dez, ou mesmo cem vezes. Em arte, nada deve parecer acidental, nem mesmo o movimento"
                                                                                                                              Edgar Degas

Ficou com curiosidade de saber mais sobre Edgar Degas e a sua obra?
Veja AQUI  a bibliografia que encontrará na sua Biblioteca.

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