junho 29, 2011

"TODAS AS GRANDES PERSONAGENS COMEÇARAM POR SER CRIANÇAS, MAS POUCAS SE RECORDAM DISSO"


Antoine de Saint-Exupéry, escritor, ilustrador e piloto da Segunda Guerra Mundial, nasceu a 29 de junho de 1900. Órfão desde os 4 anos, Saint-Exupéry cedo mostra apetência pelos aviões e fez o seu batismo de voo aos 12 anos.

Numa época em que a aviação postal dava os seus primeiros passos como séria concorrente às expedições por via marítima e férrea, Saint-Exupéry passou a pertencer, com a assinatura de um contrato com a Aéropostale, ao grupo de pioneiros cuja coragem desafiava os limites da razão e da segurança, batendo recordes de velocidade, para entregar o que o escritor gostava de considerar como cartas de amor.
A sua morte, aos 44 anos, num acidente de aviação, ainda hoje permanece um mistério e adensou o mito à sua volta.


Descolando da ilha da Sardenha a 31 de julho de 1944, em missão de reconhecimento, Saint-Exupéry nunca chegaria ao destino no sul da França. Restam dúvidas quanto às possibilidades de ter sido abatido, ter tido uma falha técnica ou cometido suicídio. Deixou em terra o manuscrito inacabado de "La Citadelle" em que reflectia o seu crescente interesse pela política.
Em 2004 os destroços do avião que pilotava foram encontrados a poucos quilómetros da costa de Marselha. O seu corpo nunca foi encontrado.

As suas obras foram caracterizadas por alguns elementos em comum, como a aviação e a guerra:
  • O aviador, 1926
  • Correio do sul, 1928
  • Voo nocturno, 1931
  • Terra de homens, 1939
  • Piloto de guerra, 1942
  • O principezinho, 1943
  • Cidadela, 1946

A sua obra mais conhecida é sem dúvida Le Petit Prince (O Principezinho), o livro mais traduzido em todo o mundo, a par da Bíblia e de "O capital" de Karl Marx.
Fábula infantil para adultos, em que o narrador é um piloto que é forçado a aterrar de emergência no deserto, onde encontra um rapazinho, que se revela ser um príncipe de outro planeta.
O principezinho conta-lhe as suas aventuras na Terra e fala-lhe da preciosa rosa que possui o seu astro natal. Acaba no entanto por ficar desiludido ao saber que as rosas são bastante comuns na Terra e é aconselhado, por uma raposa do deserto, a continuar a amar a sua rosa rara. O principezinho regressa ao seu próprio planeta, tendo contudo, encontrado um sentido para a sua vida.

"As geografias - disse o geógrafo - são os livros mais preciosos que há. Nunca passam de moda. É raríssimo que uma montanha mude de lugar. É raríssimo que um oceano se esvazie. Nós só escrevemos coisas eternas".


Saint-Exupéry mudou-se para a América do Sul, onde foi nomeado director da companhia Aerpostale Argentina. Pilotando aviões de correio, voou através dos Andes, amealhando experiências que lhe serviram como material para o seu segundo romance, Vol de Nuit (Voo Nocturno), que logo se tornou um sucesso de vendas internacional, tendo ganho o Prémio Literário Femina e sido adaptado ao cinema em 1933, com Clark Gable e Lionel Barrymore no elenco.

"A grandeza de uma profissão é talvez, antes de tudo, unir os homens: não há senão um verdadeiro luxo e esse é o das relações humanas".



Estes são talvez os dois livros mais conhecidos de Antoine de Saint-Exupéry.

Pode requisitá-los na  Biblioteca Municipal, todos os dias úteis das
 09.00 - 12.30 e das 13.30 - 17.00

Esperamos Por Si

junho 28, 2011

PARABÉNS GONÇALO M. TAVARES

"Relativamente aos livros publicados em 2010, o Grande Prémio de Romance e Novela  APE/MC, atribuído desde 1982, em vinte e nove anos consecutivos, acaba de galardoar a obra "Uma Viagem à Índia", de Gonçalo M. Tavares (Ed. Caminho)"
Comunicado da Associação Portuguesa de Escritores (APE)

"Uma Viagem à Índia é um livro que vai marcar com certeza, não apenas a História da Literatura Portuguesa mas provavelmente a cultura europeia".
 Vasco Graça Moura, na apresentação da obras, CCB, 13/11/2010

 

"É um livro cheio de fantasmas, fantasmas dos Lusíadas, fantasmas do homem contemporâneo, uma viagem, uma antiepopeia, e é um livro extraordinário. Estou convencido de que dentro de cem anos ainda haverá teses de doutoramento sobre passagens e fragmentos".
Vasco Graça Moura, "A torto e a Direito", TVI24, 6/11/2010



Para o autor, "Uma Viagem à Índia" é "um livro que de certa maneira pertence a um género a que chamaria texto".

"Uma Viagem à Índia", nas palavras de Gonçalo M. Tavares, "conta a história de Bloom e da sua viagem ao Oriente para encontrar um sábio indiano que o encaminhe espiritualmente. É a história dessa viagem mental, uma espécie de epopeia que segue o percurso físico e acima de tudo o itinerário mental de Bloom".

"Uma Viagem à Índia" já tinha sido distinguido com o Prémio Melhor Narrativa Ficcional 2010 da Sociedade Portuguesa de Autores e com o Prémio Especial de Imprensa Melhor Livro 2010 LER/Booktailors.


Gonçalo M. Tavares nasceu em Angola em 1970 e já recebeu vários prémios, entre os quais alguns dos mais importantes para a literatura em língua portuguesa, nomeadamente o Prémio José Saramago 2005 e o Prémio LER/Millennium BCP2004, ambos para o romance "Jerusalém". Recebeu também o Grande Prémio de Conto da Associação Portuguesa de Escritores Camilo Castelo Branco 2007, para a obra "Água, cão, cavalo, cabeça".


Foi ainda distinguido internacionalmente com: 

Não são razões, mais que suficientes, para querer conhecer melhor este autor?

Veja AQUI os livros do autor, 
que a Biblioteca Municipal tem à sua disposição para empréstimo domiciliário.

junho 27, 2011

"VIAJAR É USUFRUIR. É SENTIR O MOMENTO E OS LOCAIS POR ONDE SE PASSA"


Gosta de literatura de viagens?

O autor que hoje divulgamos, Gonçalo Cadilhe, faz da sua vida uma constante viagem. É um escritor viajante de profissão.

Gonçalo Cadilhe nasceu na Figueira da Foz em 1968. Licenciou-se em Gestão de Empresas na Universidade Católica do Porto, em 1992, e ao mesmo tempo frequentava a Escola de Jazz  do Porto.
Iniciou a actividade de jornalista independente na "Grande Reportagem" e actualmente colabora com o "Expresso". Para além da sua colaboração em jornais e revistas, exerceu também várias actividades profissionais temporárias para financiar as próprias viagens. Entre outras experiências foi músico da banda de Claudia Pastorino; vindimador no Médoc; empregado de mesa no famoso restaurante "Puny" em Portofino.
Desde 2005 publica regularmente livros de viagens, relatando os seus diversos périplos pelo mundo. Em 2007 estreou-se na televisão, tendo realizado vários documentários históricos e de viagens para a RTP: "Nos passos de Magalhães", "Infante D. Henrique", "Geografia das Amizades" e "Nos passos de Fernão Mendes Pinto".

Gonçalo Cadilhe vive e viaja com o dinheiro que recebe das reportagens que publica nos jornais, dos direitos de autor dos livros que escreveu, das conferências que dá em Portugal e dos projectos e ideias que vende à televisão.

"Vive de vender as viagens sob diferentes formas"


"Pela Patagónia abaixo, pela Indonésia acima, pelas ilhas do Pacífico e do Índico, pelos mares da Tasmânia ou das Caraíbas, pelas cidades dos Andes, da Europa e de África, o olhar maravilhado do viajante percorre a Terra com uma certeza: a Lua pode esperar...
"Só te falta ir à Lua", dizem-lhe. "À Lua para quê?, responde. "Tudo o que me interessa está aqui, na Terra".

Este é só um dos livros que a Biblioteca Municipal tem à sua disposição para empréstimo domiciliário. Veja Aqui toda a sua bibligrafia.

Venha viajar com o nosso autor de hoje.

junho 24, 2011

"LER PODE TORNAR O HOMEM PERIGOSAMENTE HUMANO"


Hoje a nossa sugestão de leitura de fim de semana não vai ser um livro, mas antes um texto de Guiomar de Grammon sobre a leitura e os seus perigos.

"Afinal de contas, ler faz muito mal às pessoas: acorda os homens para realidades impossíveis, tornando-os incapazes de suportar o mundo insosso e ordinário em que vivem. A leitura induz à loucura, desloca o homem do humilde lugar que lhe fora destinado no corpo social. Não me deixam mentir os exemplos de Dom Quixote e Madame  Bovary. O primeiro, coitado, de tanto ler aventuras de cavalheiros que jamais existiram meteu-se pelo mundo afora, a crer-se capaz de reformar o mundo, quilha de ossos que mal sustinha a si e ao pobre Rocinante. Quanto à pobre Emma Bovary, tornou-se esposa inútil para fofocas e bordados, perdendo-se em delírios sobre bailes e amores cortesãos.

Ler realmente não faz bem. A criança que lê pode se tornar um adulto perigoso, inconformado com os problemas do mundo, induzido a crer que tudo pode ser de outra forma. Afinal de contas, a leitura desenvolve um poder incontrolável. Liberta o homem excessivamente. Sem a leitura, ele morreria feliz, ignorante dos grilhões que o encerram. Sem a leitura, ainda, estaria mais afeito à realidade quotidiana, se dedicaria ao trabalho com afinco, sem procurar enriquecê-la com cabriolas da imaginação.

Sem ler, o homem jamais saberia a extensão do prazer. Não experimentaria nunca o sumo Bem de Aristóteles: O conhecer. Mas para quê conhecer se, na maior parte dos casos, o que necessita é apenas executar ordens? Se o que deve, enfim, é fazer o que dele esperam e nada mais?

Ler pode provocar o inesperado. Pode fazer com que o homem crie atalhos para caminhos que devem, necessariamente, ser longos. Ler pode gerar invenção. Pode estimular a imaginação de forma a levar o ser humano além do que lhe é devido.

Além disso, os livros estimulam o sonho, a imaginação, a fantasia. Nos transportam a paraísos misteriosos, nos fazem enxergar unicórnios azuis e palácios de cristal. Nos fazem acreditar que a vida é mais do que um punhado de pó em movimento. Que há algo a descobrir. Há horizontes para além das montanhas, há estrelas por trás das nuvens. Estrelas jamais percebidas. É preciso desconfiar desse pendor para o absurdo que nos impede de aceitar nossas realidades cruas.
Não, não dêem mais livros às escolas. Pais, não leiam para os seus filhos, pode levá-los a desenvolver esse gosto pela aventura e pela descoberta que fez do homem um animal diferente. Antes estivesse ainda a passear de quatro patas, noção de progresso e civilização, mas tampouco sem conhecer guerras, destruição, violência. Professores, não contem histórias, pode estimular uma curiosidade indesejável em seres que a vida destinou para a repetição e para o trabalho duro.


Ler pode ser um problema, pode gerar seres humanos conscientes demais dos seus direitos políticos em um mundo administrado, onde ser livre não passa de uma ficção sem nenhuma verosimilhança.
Seria impossível controlar e organizar a sociedade se todos os seres humanos soubessem o que desejam. Se todos se pusessem a articular bem as suas demandas, a fincar sua posição no mundo, a fazer dos discursos os instrumentos da conquista da sua liberdade.
O mundo já vai por um bom caminho. Cada vez mais as pessoas lêem por razões utilitárias: para compreender formulários, contratos, bulas de remédio, projectos, manuais, etc. (...).

Para o homem que lê, não há fronteiras, não há cortes, prisões tampouco.
O que é mais subversivo do que a leitura?

É preciso compreender que ler para se enriquecer culturalmente ou para se divertir deve ser um privilégio concedido apenas a alguns, jamais àqueles que desenvolvem trabalhos práticos ou manuais. Seja em filas, em metros, ou no silêncio da alcova... Ler deve ser coisa rara, não para qualquer um.
Afinal de contas, a leitura é um poder, e o poder é para poucos. Para obedecer não é preciso enxergar, o silêncio é a linguagem da submissão. Para executar ordens, a palavra é inútil.
Além disso, a leitura promove a comunicação de dores e alegrias, tantos outros sentimentos... A leitura é obscena. Expõe o íntimo, torna colectivo o individual e público, o secreto, o próprio.

A leitura ameaça os indivíduos, porque os faz identificar sua história a outras histórias. Torna-os capazes de compreender e aceitar o mundo do Outro. Sim, a leitura devia ser proibida.

Ler pode tornar o homem perigosamente humano."

Não ficou com vontade de ler?
Quem sabe na Biblioteca Municipal não encontra "aquele livro" que procura há tanto tempo, não encontra o seu autor preferido...

Visite-nos, peça-nos sugestões,
de certeza que temos o livro indicado para si 

Boas Leituras e Bom Fim de Semana

junho 22, 2011

"ESTOU VIVO e ESCREVO SOL"

Para um amigo tenho sempre

Para um amigo tenho sempre um relógio
esquecido em qualquer fundo da algibeira.
Mas esse relógio não marca o tempo inútil.
São restos de tabaco e de ternura rápida.
É um arco-íris de sombra, quente e trémulo.
É um copo de vinho com o meu sangue e o sol.

António Ramos Rosa, in "Viagem Através de uma Nebulosa"


Do autor que hoje divulgamos,  Eduardo Lourenço diz: 
 "Onde Pessoa acaba, Começa Ramos Rosa".


António Ramos Rosa nasceu em
Faro a 17 de outubro de 1924, e aí viveu durante a sua juventude, até se mudar definitivamente para Lisboa, em 1962. Dele pode dizer-se, que a sua vida se confunde com a poesia, tendo a sua casa sido sempre um espaço informal de acolhimento e intercâmbio com outros poetas e leitores de poesia, tanto portugueses como estrangeiros. A sua bibliografia é vastíssima. Entre poesia individual e em parceria com outros autores, contam-se também traduções, críticas e ensaios. Mas a sua obra é muito mais vasta e variada, porque também se dedica à pintura e às artes visuais, não só como ilustrador, mas expondo em galerias de arte.



"Eu faço uns desenhos que são rostos e faço-os com uma grande espontaneidade: são automáticos e confluentes, quer dizer, não estou a pensar se faço uma linha, que vou fazer aquela linha: depois é que sai o meu trabalho - e por isso é que eu faço em segundos um desenho".

"Escrever é, sempre, a necessidade de respirar as palavras e de às palavras fornecer o frémito do ser, os pulmões do sonho, e, com elas criar a dádiva do poeta"    


 
Não posso adiar o Amor

Não posso adiar o amor para outro século 
não posso
ainda que o grito sufoque na garganta
ainda que o ódio estale e crepite e arda
sob montanhas cinzentas
e montanhas cinzentas

Não posso adiar este abraço
que é uma arma de dois gumes
amor e ódio

Não posso adiar
ainda que a noite pese séculos sobre as costas
e a aurora indecisa demore
Não posso adiar para outro século a minha vida
nem o meu amor
nem o meu grito de libertação
Não posso adiar o coração

António Ramos Rosa in "Viagem Através de uma Nebulosa" 


Pelo mérito da sua obra e pelo seu perfil humano, António  Ramos Rosa foi já objecto de importantíssimos prémios literários, nacionais e internacionais:
  • Prémio de Tradução da Fondation de Hautvilliers em 1976,
  • Prémio do Centro Português da Associação de Críticos Literários e Prémio PEN Club de Poesia em 1980,
  • Prémio Pessoa em 1988,
  • Grande prémio da Associação Portuguesa de Escritores em 1991,
  • Prémio da Bienal de Poesia de Liége em 1991,
  • Prémio de Poeta Europeu da Década em 1991,
  • Prémio Jean Malrieu em 1992
  • Doutor Honoris Causa pela Universidade do Algarve em 2003,
  • Prémio Pen Club Português e o Grande Prémio de Poesia Associação Portuguesa de Escritores /CTT - Correios de Portugal em 2006,
  • Prémio Luís Miguel Nava em 2006 pelas obras de poesia publicadas no ano anterior: "Génese" e "Constelações".

Tal como diz Inês Pedrosa "O amor à poesia não se aprende, mas pode contagiar-se", esperamos que com estes dois poemas do nosso autor de hoje, consigamos despertar em si o gosto pela poesia.


Para o ficar a conhecer melhor VEJA AQUI a bibliografia
que a Biblioteca Municipal tem para empréstimo domiciliário.


junho 21, 2011

 
PROJECTO "LIVROS EM MOVIMENTO"

Com o final de mais um ano lectivo e a aproximação das férias de Verão, termina mais um ano de "Livros em Movimento".
Na passada 6ª feira, dia 17 de Junho, regressaram à Biblioteca Municipal todos os livros que estiveram em movimento pelas Escolas do 1º Ciclo de Ensino Básico da Marinha Grande.


Trata-se de 13 escolas, ainda sem biblioteca escolar, mas que aderiram ao projecto "Livros em Movimento".
Desta forma a autarquia, através da Biblioteca Municipal, coloca à disposição das crianças e professores, cobrindo um universo de mais de 700 crianças, cerca de 25 caixas com livros, que "rodam" pelas diferentes escolas ao longo do ano lectivo.
Desta forma, o acesso ao livro fica mais facilitado, a leitura mais acessível a todas as crianças e respectivas famílias e os professores passam a dispôr da possibilidade de diversificarem os seus instrumentos de trabalho.

É um projecto que envolve custos finaneiros para a autarquia, concretamente, na aquisição de livros. Todavia, estamos convictos que não se trata de uma despesa sem retorno, mas antes um investimento que certamente irá ter repercussões na formação das crianças.


Desejamos que estas crianças tenham possibilidade de vir à Biblioteca Municipal, para que continuem a ler durante as férias grandes. O projecto não termina e voltará para o próximo ano, com novos livros sempre em movimento.


BOAS FÉRIAS = BONS LIVROS = BOAS LEITURAS
ATÉ AO PRÓXIMO ANO LECTIVO



junho 20, 2011

"UM REFUGIADO SEM ESPERANÇA, JÁ É DEMAIS"

A Assembleia Geral da ONU, com a resolução 55/76 de 2001, estabeleceu o dia 20 de junho como o  DIA MUNDIAL DO REFUGIADO.


O Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados, ACNUR, inicia hoje a campanha multimédia "ONE". Durante os próximos seis meses, procurar-se-à incrementar a sensibilidade da opinião pública sobre as deslocações forçadas e apátridas através das narrativas dos seus próprios atores. A campanha divulga a mensagem de que "Um refugiado sem esperança já é demais" e que se liga ao apelo " FAÇA UMA COISA" de Angelina Jolie, Embaixadora da Boa Vontade da ACNUR.

O Conselho Português para os Refugiados, CPR, é uma organização não governamental para o desenvolvimento, sem fins lucrativos, independente e pluralista, inspirada numa cultura humanista de tolerância e respeito pela dignidade dos povos. O seu principal objectivo é promover uma política de asilo mais humana e liberal, a nível nacional e internacional. É o "parceiro operacional" do ACNUR para Portugal. Em 12 de dezembro de 2000, o CPR foi distinguido com o "Prémio Direitos Humanos" da Assembleia da República.


Calcula-se que existam em todo o mundo cerca de 21 milhões de refugiados, dos quais 12,6 milhões são refugiados dentro dos seus próprios países de residência.
Entre janeiro e maio Portugal recebeu 81 pedidos de asilo, 30 deles vindos de países terceiros, tendo nos últimos 15 anos dado acolhimento a cerca de 400 pessoas, disse à Lusa a presidente do Conselho Português para os Refugiados.



1 família destruída pela guerra, já é demais
1 refugiado a quem é negado abrigo, já é demais
1 criança que cresce num campo de refugiados, já é demais
1 família forçada a fugir, já é demais
1 refugiado sem escolaridade, já é demais
1 criança sem nacionalidade, já é demais
1 refugiado sem esperança, já é demais. 




Biblioteca Municipal tem à sua disposição, para empréstimo domiciliário, livros que abordam esta temática, não só o chamado livro técnico,
mas igualmente romances e contos,  de autores dos mais variados países.
Só necessita de se deslocar à Biblioteca Municipal e solicitar a nossa sugestão.
Esperamos por si.

Esta semana fica marcada pela introdução de apenas uma mensagem no início da semana e outra no final. Iniciámos com a referência a um dos maiores vultos do património literário português - FERNANDO PESSOA, e encerramos com outro grande nome - JOSÉ SARAMAGO. Tudo o que pudessemos ter publicado entre estes dois grandes marcos literários, ficaria naturalmente diminuido, face à grandeza de tais nomes.





Nasceu a 16 de Novembro de 1922, na aldeia ribatejana de Azinhaga. Ainda pequeno foi com a família para Lisboa, onde fez os seus estudos secundários e onde iniciou a sua primeira actividade profissional como serralheiro mecânico.
Publicou o seu primeiro livro em 1947, intitulado Terra do Pecado. Só muito mais tarde, em 1966, voltaria a publicar, mas até essa data manteve actividade profissional ligada à produção editorial e colaborando como crítico literário na revista Seara Nova e como comentador político do jornal Diário de Lisboa.
A partir de 1976 passou a viver exclusivamente da sua actividade literária, primeiro como tradutor e, posteriormente, como autor.
Em 1982 publica o Memorial do Convento que o consagra internacionalmente. A partir daí não para mais a sua produção literária e a atribuição de prémios, nacionais e internacionais, que culminará, em 1998, com a atribuição do Prémio Nobel da Literatura, "(...) pela sua capacidade de tornar compreensível uma realidade fugidia, com parábolas sustentadas pelaimaginação, pela compaixão e pela ironia." segundo a Academia Sueca, entidade responsável pela escolha do autor premiado.


"Mas não subiu para as estrelas, se à terra pertencia"
in, Memorial do Convento

José Saramago morreu a 18 de Junho de 2010, aos 87 anos, na sua casa em Lanzarote, sendo o seu corpo transportado para Lisboa onde foi cremado. 
Um ano depois da sua morte, concretizar-se-á aquele que era o seu desejo. No próximo Sábado, pelas 11 horas, as cinzas do escritor serão depositadas diante da Casa dos Bicos, onde funciona a Fundação José Saramago, frente ao rio Tejo, em Lisboa, junto a uma oliveira centenária e a uma pedra onde se encontra uma inscrição retirado da sua obra Memorial do Convento.

No próximo dia 25 de Junho, na Casa Fernando Pessoa, haverá uma maratona de leitura do livro de José Saramago "A Morte de Ricardo Reis", escrito em 1984, cujo protagonista é Ricardo Reis, um dos heterónimos de Pessoa.

E até final do mês poderá visitar, no átrio da entrada da nossa Biblioteca Municipal, alguns cartazes evocativos da vida e obra de Saramago, acompanhados por bibliografia do autor, disponível para requisição.

Referem-se a obras escritas pelo autor, mas também de obras em que Saramago participou enquanto tradutor ou prefaciador.



Como Leitura de Fim-de-Semana,deixamos a sugestão de conhecer melhor a obra do autor.
Passe pela Biblioteca, agora com o horário de Verão,
de 2ª a 6ª feira, das 09:00 às 12:30 e das 13:30 às 17:00.
Já agora! ... Sabia que José Saramago escreveu um livro de literatura infantil?
Descubra-o na nossa página LEITORES + NOVOS

junho 13, 2011

FERNANDO ANTÓNIO NOGUEIRA PESSOA


Fernando Pessoa nasceu em Lisboa a 13 de Junho de 1888.

Ao longo da vida foi empresário, editor, crítico literário, ativista político, tradutor, jornalista, inventor e publicitário, ao mesmo tempo que produzia a sua obra literária.



Como poeta, desdobrou-se em múltiplas personalidades, conhecidas por heterónimos, tais como, Álvaro de Campos, Alberto Caeiro, Ricardo Reis ou Bernardo Soares. Fernando Pessoa autodenominou-se "drama em gente". Diferentemente dos pseudónimos, os heterónimos de Pessoa apresentam-se como personalidades poéticas completas, distintas da do autor, mas a quem ele atribui identidades reais e verdadeiras, numa teia de absoluto fingimento. Tem sido esta a faceta mais complexa e mais estudada da sua obra.


"Com uma tal falta de gente coexistível, como há hoje, que pode um homem de sensibilidade fazer senão inventar os seus amigos, ou quando menos, os seus companheiros de espírito?"
Fernando Pessoa



O poeta é um fingidor.
Finge tão completamente
Que chega a fingir que é dor
A dor que deveras sente.

E os que lêem o que escreve,
Na dor lida sentem bem,
Não as duas que ele teve,
Mas só a que eles não têm.

E assim nas calhas de roda
Gira, a entreter a razão,
Esse comboio de corda
Que se chama coração.

Autopsicografia, Fernando Pessoa, 1930
                                  
Fernando Pessoa morreu em Novembro de 1935, devido a doença prolongada. Apesar da sua vida não ter sido muito longa, ele deixou um vasto espólio que, até hoje, ainda não foi totalmente publicado e analisado. Em vida apenas publicou 4 obras, sendo três delas em inglês, língua que ele dominava por ter vivido muitos anos da sua juventude na África do Sul, e a restante, em língua portuguesa, foi a colectânea de poemas "Mensagem", publicada apenas um ano antes da sua morte.  


Conheça melhor aquele que é considerado um dos maiores nomes do nosso património literário. Venha à Biblioteca Municipal e requisite livros do autor ou sobre a sua vida e obra.


 
 

LinkWithin

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...