novembro 09, 2022

PORQUE É QUE O FILME DEVERIA SER IGUAL AO LIVRO?


O Dia Mundial do Cinema comemorou-se no passado dia 5 de novembro.
A sétima arte é considerada por muitos a arte mais mágica, pelo seu poder sobre as emoções humanas.

Irmãos Lumière

Em 1895, Paris teve a sua primeira sessão pública de cinema, organizada pelos irmãos Lumière.
Utilizando um aparelho chamado cinematógrafo, imagens em movimento foram projetadas numa tela gigante para cerca de 30 espetadores. 

O cinema e a literatura mantêm uma relação muito antiga. O cinema e a literatura relacionam-se a partir do momento em que o cinema percebeu o seu potencial para contar histórias.
Livro e filme são obras de arte diferentes, que não se manifestam pelo mesmo meio ou para o mesmo fim.
Para algumas pessoas os livros são sempre melhores que o filme. Para outras, não é possível fazer a comparação, pois são linguagens diferentes.
O realizador é também um leitor. Ao realizar o seu filme, recria o livro do autor, apropria-se do texto e constrói uma outra obra.


Muitos livros foram fonte de inspiração a realizadores famosos.
São esses livros que vão estar em destaque este mês na Biblioteca Municipal. Deixamos aqui alguns exemplos.






Não se esqueça, na Biblioteca Municipal pode requisitar 
bons livros e bons filmes.


Cinema Paraíso, 1989



BOA SEMANA




novembro 04, 2022

LER, LER, LER

 LER SOZINHO


LER ACOMPANHADO


LER AO FIM DE SEMANA



LER NA BANHEIRA



LER NA CAMA


LER NO CAFÉ



LER E NAMORAR



LER AO AR LIVRE



LER COM A FAMÍLIA



LER EM QUALQUER IDADE


TODOS OS MOMENTOS SÃO BONS. 
O IMPORTANTE É LER.

LEIA SEMPRE. NÃO DEIXE DE LER.

LEIA SEM GASTAR DINHEIRO. 

VENHA À BIBLIOTECA.





outubro 26, 2022

OS DOIS CADERNOS DO MEU AVÔ ESTÃO POUSADOS NA MESA DIANTE DE MIM


"Por mais de trinta anos conservei, sem nunca os abrir, os cadernos em que o meu avô inscrevera meticulosamente as suas memórias de antes e depois da guerra, na distinta caligrafia que o caracterizava; deu-mos alguns meses antes da sua morte, em 1981, tinha na altura noventa anos. Ele nascera em 1891 e era como se a sua vida não tivesse sido mais do que a troca de dois algarismos num número. Entre estas duas datas estavam duas guerras mundiais, genocídios catastróficos, o século mais implacável de todo a história da humanidade, o apogeu e declínio da arte moderna, a expansão mundial da indústria automóvel, a Guerra Fria, a ascensão e queda das grandes ideologias, a popularização do telefone e do saxofone, a síntese laboratorial da baquelite, a industrialização, o desenvolvimento da indústria cinematográfica, o plástico, o jazz, a indústria aeronáutica, a primeira alunagem, a extinção de inúmeras espécies animais, as primeiras grandes catástrofes ambientais, a penicilina e o desenvolvimento dos antibióticos, o Maio de 68, o primeiro relatório do Clube de Roma, o rock'n'roll, a invenção da pílula, a emancipação da mulher, a popularização da televisão, os primeiros computadores - e a sua longa vida como herói de guerra esquecido. Foi essa vida que ele me pediu para relatar ao confiar-me aqueles cadernos."



"Um dos livros mais tocantes do ano"
                                                                                       De Standaard




Nomeado para o Man Booker International Prize 2017
Livro do Ano da revista Economist
Finalista do Premio Strega Europeo
Vencedor do Prémio da Cultura Flamenga para a Literatura
Vencedor do Prémio Literário AKO
Vencedor do Prémio do Júri dos Leitores do Golden Book Owl
Vencedor do Inktaad 2016  (Prémio Jovens Leitores)
Finalista do Prémio Literário Libris
Finalista do Prémio Fintro
Finalista do Prémio de História (Davisfond)





Stefan Hertmans nasceu a 31 de março de 1951, em Ghent, na Bélgica.
Publicou romances, contos, ensaio, teatro e poesia. É um dos principais autores flamengos contemporâneos, tendo a sua obra recebido os prémios mais importantes da literatura flamenga e sido traduzida em várias línguas.
Participou em prestigiados festivais literários por todo o mundo. Fez duas residências literárias, uma delas na Casa Marguerite Yourcenar. Foi professor convidado na Sorbonne, em Paris, e também nas Universidades de Berlim, Viena e Cidade do México.
O romance que hoje divulgamos está traduzido em 29 países, tendo a tradução portuguesa por Arie Pos. sido contemplada com o Grande Prémio de Tradução Literária Francisco Magalhães
Em 2019, com adaptação e encenação de Jan Lauwers, uma peça de teatro baseada neste romance, Guerra e Terebintina, fez parte do programa do Festival de Teatro de Almada. 


Margate Beach, Blue Girl, de John Cimon Warburg


" Guerra e Terebintina 
tem tudo para se tornar um clássico"
                                                                                                      The Guardian





outubro 24, 2022

SEMANA DA FORMAÇÃO FINANCEIRA 2022


Entre os dias 24 e 31 de outubro, o CNSF – Conselho Nacional de Supervisores Financeiros (Banco de Portugal, Autoridade de Supervisão de Seguros e Fundos de Pensões e Comissão do Mercado de Valores Mobiliários) dinamiza a Semana da Formação Financeira 2022.

A Semana da Formação Financeira é uma iniciativa que se realiza anualmente, em torno do Dia Mundial da Poupança (31 de outubro), e que tem como objetivo sensibilizar a população para a importância da formação financeira.

Ao longo da Semana da Formação Financeira, os parceiros do Plano Nacional de Formação Financeira promovem iniciativas dirigidas a diferentes públicos-alvo, nomeadamente alunos de todas idades, professores e outros formadores, gestores de micro e pequenas empresas, seniores, grupos vulneráveis, jogadores de futebol, psicólogos e população em geral.

A participação nesta iniciativa é aberta a todas as escolas, instituições públicas, associações do setor financeiro e organizações não-governamentais que pretendam dinamizar atividades sobre temas financeiros.


Consulte aqui o Programa das iniciativas 
que vão decorrer ao longo desta semana.





outubro 21, 2022

A VERDADE É UMA QUESTÃO DE IMAGINAÇÃO

"A ficção científica não prediz, descreve.
As predições são feitas por profetas (gratuitamente), por clarividentes (geralmente mediante um pagamento, o que os torna mais apreciados, em vida, do que os profetas) e por futurologistas (assalariados). A predição é um atividade de profetas, clarividentes e futurologistas, não de romancistas. A atividade dos romancistas é a mentira. (...)
Ao ler um romance, qualquer que ele seja, temos de ter consciência de que tudo aquilo é um perfeito disparate e, ao mesmo tempo, acreditar em cada palavra enquanto o lemos. No fim, quando acabamos de ler, talvez descubramos - se o romance for bom - que ficámos um pouco diferentes do que éramos antes de o ler, que nos modificámos ligeiramente, como se tivéssemos conhecido uma pessoa diferente, percorrido uma rua até aí desconhecida para nós."
                                                                                      Ursula K. Le Guin, 
in, A mão esquerda das trevas



Ursula K. Le Guin nasceu a 21 de outubro de 1929 na Califórnia, Estados Unidos da América, filha do antropólogo Alfred Kroeber e da escritora Theodora Kroeber.
Frequentou a Radclife College e a Universidade de Columbia. Casou, em Paris, com o jovem historiador Charles Le Guin.
Ursula K. Le Guin produziu uma vasta e influente obra no campo da ficção especulativa. Foi um dos nomes maiores da literatura norte-americana, tendo publicado 23 romances, inúmeras coletâneas de contos, livros infanto-juvenis, poesia, ensaios e traduções, ao longo de quase 60 anos.
As suas obras abrangiam ficção especulativa, ficção realista, não-ficção, argumentos para cinema, libretos, traduções, críticas literárias, discurso, poesia, ficção infantil. Muitas delas foram adaptadas para rádio, cinema, televisão e teatro.
O seu nome ganhou relevo em 1969 com o romance A mão esquerda das trevas, galardoado com o Prémio Hugo e com o Prémio Nebula, para melhor romance de ficção cientifica e que faz parte do fundo documental da Biblioteca Municipal.  





Fortemente influenciada pela antropologia cultural, o taoismo e o feminismo, recebeu inúmeros prémios literários. Em abril de 2000, a Biblioteca do Congresso dos EUA nomeou Le Guin como uma "Lenda Viva" na categoria de escritores e artistas pelas suas contribuições na herança cultural dos Estados Unidos.



Em 2021, o Serviço Postal dos Estados Unidos lançou um selo de correio com a imagem da autora, tendo como pano de fundo uma cena do seu romance A mão esquerda das trevas.



Em 2014 foi distinguida com a medalha da National Book Foundation pelo seu excecional contributo para as letras norte-americanas. 
Faleceu a 22 de janeiro de 2018 em sua casa.


"O romancista põe em palavras o que não pode ser dito em palavras."
                                                                                                                               Ursula K. Le Guin












outubro 12, 2022

LÁ, ONDE O VENTO CHORA



Delia Owens nasceu a 4 de abril de 1949, na Geórgia, Estados Unidos da América.
É coautora de três livros de não-ficção, sucessos de vendas internacionalmente reconhecidos, sobre a sua experiencia como cientista da vida selvagem, em África. Zoóloga, formada pela Universidade da Geórgia, tem ainda um doutoramento em comportamento animal pela Universidade da Califórnia.
Venceu o John Burroughs Award para artigos sobre natureza. 
Foi publicada em várias revistas de referência na área da ecologia e da vida selvagem.
A sua estreia na ficção já vendeu mais de 2,5 milhões de exemplares nos EUA, esteve mais de 40 semanas nos top de vendas, e os direitos de tradução já foram vendidos para 35 países. 
Foi ainda adaptado ao cinema, cuja estreia em Portugal foi no passado dia 1 de setembro, com o título A rapariga selvagem, realizado por Olivia Newman, tendo nos principais papeis os atores Daisy Edgar-Jones, Harris Dickinson e David Strathairn, produzido pela Reese Witherspoon.


"Não consigo expressar o quanto adorei este livro.
Não queria que esta história terminasse"
                                                                                           Reese Witherspoon


Mas de que livro é que Reese Witherspoon fala?




Kya tem apenas seis anos de idade quando vê a mãe sair de casa, com uma maleta azul e sapatos de pele de crocodilo, e percorrer o caminho de areia para nunca mais voltar. À medida que todas as outras pessoas importantes na sua vida a vão igualmente abandonado, Kya aprende a ser autossuficiente: sensível e inteligente, sobrevive sozinha no pantanal a que chama a sua casa, faz amizade com as gaivotas e observa a Natureza que a rodeia com a atenção que lhe permite aprender muitas lições de vida.
O isolamento em que vive influencia o seu comportamento: solitária e fugidia, Kya é alvo dos mais cruéis comentários por parte dos moradores da pacata cidade de Barkley Cove. E quando o popular e charmoso Chase Andrews aparece morto, todos os dedos apontam na direção de Kya, a miúda do pantanal. É então que o impensável acontece.



"Através da história de Kya, Owens fala-nos da forma como o isolamento
 afeta o comportamento humano e o profundo efeito 
que a rejeição pode ter nas nossas vidas."
                                                                                       Vanity Fair







 

outubro 06, 2022

ANNIE ERNAUX, PRÉMIO NOBEL DA LITERATURA 2022



"Je prends la mémoire comme un moyen de connaissance"
                                                                                   Annie Ernaux

Annie Ernaux nasceu a 1 de setembro de 1940, em Lillebonne, na Normandia.
Estudou nas Universidades de Rouen e de Bordéus, tendo-se licenciado em Literatura Moderna. É atualmente uma das vozes mais importantes da literatura francesa, tendo publicado mais de quinze romances, destacando-se por uma escrita onde se fundem a autobiografia, a sociologia, a memória e a história recente.
Estreou-se na literatura em 1974 com um romance autobiográfico Les Armoires Vides.
Em 1984 venceu o Prémio Renaudot, com outra obra autobiográfica , La Place.
Em 2008 foi galardoada com o Prémio de Língua Francesa, o Prémio Marguerite Duras e foi finalista do Prémio Man Booker Internacional.
Em 2017 foi laureada com o Prémio Marguerite Yourcenar.
Em 2019 venceu o Prémio Formentor de las Letras e em 2021 o Prémio Prince Pierre do Mónaco.

Autora do romance O Acontecimento, publicado este ano em Portugal, adaptado ao cinema pela cineasta Audrey Diwan, tendo vencido o Leão de Ouro de 2021, o principal prémio do Festival de Veneza.


Hoje mesmo, viu a sua carreira de escritora ser coroada com o prémio máximo da literatura, ao ser-lhe atribuído o 
Prémio Nobel da Literatura 2022 
"pela coragem e acuidade clínica com que descortina as raízes, os estranhamentos e os constrangimentos coletivos da memória pessoal".









setembro 28, 2022

HILARY MANTEL, 1952-2022

 

Hilary Mantel nasceu a 6 de julho de 1952 em Glossop, Inglaterra. 
Licenciada em Direito pela Universidade de Sheffield, trabalhou como assistente social. Casada com o geólogo Gerald McEwen, viveu 5 anos no Botswana, 4 na Arábia Saudita e em meados dos anos 80 regressou definitivamente ao Reino Unido.
Autora de 12 romances e de 2 coletâneas de contos, Hilary Mantel é mais conhecida pela trilogia sobre a ascensão e queda de Thomas Cromwell, ministro de Henrique VIII.


Venceu por 2 vezes o Booker Prize com os dois primeiros volumes da trilogia sobre Thomas Cromwell, em 2009 com Wolf Hall e em 2012 com O Livro Negro, sendo o primeiro autor britânico e a primeira mulher a receber por duas vezes este importante prémio literário.
Wolf Hall foi ainda finalista do Golden Booker, e foi considerado pelo The Guardian o melhor livro do século XXI. O romance está publicado em 41 países e já vendeu mais de 5 milhões de exemplares em todo o mundo.

"Quando comecei a escrever, via-me como uma escritora de romances históricos. Como nunca fui boa a construir enredos, deixava que a História se encarregasse dessa parte. Gosto muito de procurar os factos reais, de consultar os documentos, procurando os buracos, os hiatos, os intervalos em que não se sabe o que aconteceu, abrindo espaços para a invenção, para a criatividade do ficcionista."



A escritora foi condecorada várias vezes pela rainha Isabel II, a última das quais em 2014 com o título de Dama do Império Britânico e, nesse mesmo ano, foi a primeira autora a ter, em vida, o seu retrato na British Public Library com uma pintura de Nick Lord.



Sofria há muitos anos de endometriose, que foi mal diagnosticada no início, o que a impedia de escrever durante largos períodos de tempo, revelou em várias entrevistas.
Faleceu no passado dia 23 de setembro rodeada da família e amigos.


Na sua conta de Twitter, J.K.Rowling  escreveu:

 "Morreu um génio".



Conheça melhor a autora, 
passe pela Biblioteca Municipal e requisite um dos seus livros.






setembro 23, 2022

AFINAL, O QUE ACONTECERA NESSE DIA 13 DE NOVEMBRO?

Maria Adelaide Coelho da Cunha aos 18 anos

"(...) era uma vez uma senhora muito rica que fugiu de casa, trocando o marido, escritor e poeta, por um amante. Tinha 48 anos, pertencia à melhor sociedade portuguesa. O homem por quem esta senhora se mudou de um palácio lisboeta para um modestíssimo andar em Santa Comba Dão tinha praticamente metade da sua idade e fora seu motorista particular. O marido, entretanto dirigia o jornal de que era herdeira, o Diário de Notícias
Em consequência desta fuga e desta opção, a senhora foi internada num manicómio, e arcou com o diagnóstico de loucura que lhe foi aposto com assinaturas das maiores sumidades da psiquiatria da época, como Júlio de Matos, Egas Moniz e Sobral Cid. Depois, perdeu todos os seus bens. A seguir, foi interdita."


Manuela Gonzaga, escritora e historiadora, nasceu no Porto a 18 de março de 1951.  
Aos 12 anos foi para Moçambique e depois para Angola, tendo passado em África parte da adolescência e juventude. Foi ali que iniciou a sua atividade de jornalista, que abandonou em 2000 para se dedicar à escrita de investigação a tempo inteiro.
É historiadora com o grau de mestre em História pela Universidade Nova de Lisboa.
Tem cerca de 14 títulos publicados entre biografias, romances e contos.

"O meu processo de escrita da biografia de Maria Adelaide Coelho da Cunha: ‘Doida não e não!’  foi longo, moroso e exultante. Entre 2007 e 2009, quando o livro foi lançado no mesmo palácio de onde Maria Adelaide fugira quase cem anos antes, tive acesso a relatórios médicos detalhados, processos policiais, registos de tribunal, actas, bilhetinhos, cartas, diários, fotografias, livros publicados na época, assinados por psiquiatras, advogados, jornalistas, gente directa ou indirectamente envolvida na trama."



Esta história apaixonante que abalou a sociedade lisboeta na passagem dos anos 10/20 do século passado, inspirou também o cineasta Mário Barroso a realizar o filme "Ordem Moral" com a participação, entre outros, dos atores  Maria de Medeiros, Marcello Urgeghe e Albano Jerónimo.
O filme foi distinguido com 3 prémios pela Sociedade Portuguesa de Autores (Melhor Filme, Melhor Argumento e Melhor Ator - Marcello Urgeghe)



"(...) Pois eu teimo com o sr. dr. Alfredo da Cunha que não estou doida 
e hei-de provar que o não estou."



A história fascinante de Maria Adelaide Coelho da Cunha é a nossa 

Sugestão de Leitura 
para o seu Fim de Semana






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