João Pedro Marques nasceu em Lisboa em 1949. Foi professor do ensino secundário e posteriormente, ao longo de duas décadas, foi investigador do Instituto de Investigação Científica Tropical e Presidente do Conselho Científico desse Instituto entre 2007 e 2008.
Doutorado em História pela Universidade Nova de Lisboa, onde lecionou durante a década de 1990, é autor de dezenas de artigos sobre temas de história colonial.
Em 2010 publicou o seu primeiro romance, Os Dias da Febre, seguindo-se Uma Fazenda em África, Vento de Espanha, A Aluna Americana, todos disponíveis para empréstimo domiciliário na nossa Biblioteca Municipal.
É o seu mais recente romance, O Prazer de Guiar, publicado em setembro de 2021, que hoje apresentamos.
"O Prazer de Guiar representa, uma reação contra a automatização e robotização do mundo e contra o envelhecimento, o meu e o da minha geração. Os personagens centrais do meu romance são um homem e uma mulher de 70 anos que não se resignam a aceitar placidamente o mundo automatizado e sem alma, ainda que confortável, em que vivem, e que decidem quebrar as regras e viver uma aventura interdita."
Raquel e João têm cerca de 70 anos de idade. Amaram-se na juventude e, em tempos idos, foram casados e criaram filhos em conjunto antes de a vida os ter afastado. O Prazer de Guiar é a história do seu reencontro e reaproximação. É, também, simultaneamente, um romance on the road, no qual o casal reencontrado vai viver uma aventura adolescente que lhe reabre os horizontes numa fase tardia da sua existência.
O palco da sua aventura é Portugal no ano de 2032, um tempo em que o progresso tecnológico trouxe bem-estar, mas em que, paradoxalmente, cerceou as liberdades individuais. Uma época cada vez mais automatizada e robotizada em que o Estado já codificou quase tudo, impôs regras e normas em várias áreas vida coletiva, mas proibiu muitas outras coisas, nomeadamente a possibilidade de conduzir nas cidades e principais estradas do país.
Serão Raquel e João capazes de lutar por esse direito que lhes foi negado?
Terão sucesso no desafio que lançaram às autoridades?
E conseguirão contornar ou iludir a opressiva vigilância policial?
"Ora o Estado, gerido a partir de Bruxelas, cortara-lhe a liberdade. Por isso, para ele, e desde que a lei dos automóveis autónomos entrara em vigor, o acto de circular mais não era do que o ansioso enjoo a que tinha de sujeitar-se sempre que precisava de fazer uma deslocação de mais de três quilómetros. (...). Os carros sem condutor buliam-lhe com os nervos."
Túnel de árvores Freguesia de São Salvador da Aramenha, Marvão |
"O Prazer de Guiar é um grito de liberdade.
Exprime uma revolta contra a automatização e a regulação na vida futura,
em resultado de um processo que há anos está em curso."
Carlos Fiolhais, In Jornal I