abril 21, 2020

FOI UM TEMPO CARICATO, MAS SEM GRAÇA


Ilustração de André  Carrilho

"Durante meio século, não se pôde ouvir certas rádios, nem ler certas palavras, nem casar com uma enfermeira, nem beber Coca-Cola, nem andar de bicicleta ou usar um isqueiro sem licença. Não se pôde, não se pôde, não se pôde.
E o clima de proibição sistemática, abarcando tudo, mas tudo, dos mais inofensivos comportamentos aos mais subversivos panfletos, levou a que, com o tempo, nem fosse necessário produzir uma lei para proibir, por exemplo, a entrada de uma senhora de cabeça descoberta numa igreja.
Ao "é proibido" juntaram-se os heterónimos "não se faz", "é pecado" e "parece mal", que ainda subsistem nos nossos dias, revogadas as leis escritas. (...)
O castigo - que ia da descompostura ou ralhete paternalista à prisão efectiva e sem prazo definido, por medida de segurança, ou ao degredo nas colónias, ou, em casos extremos, ao campo de concentração do Tarrafal (...).
Não era, pois, apenas o Estado que proibia. Proibíamo-nos uns aos outros.(...)
Os leitores nascidos em democracia poderão duvidar da realidade dos factos que aqui são narrados. E é maravilhoso que o façam. Porque esse estranho tempo em que era indecoroso uma senhora traçar a perna, ou usar calças, em que não se podia mostrar o umbigo à beira-mar, pedir dinheiro na rua sem ser para o Santo António, conduzir um táxi ou entregar correio sem boné, ou guiar em tronco nu, parece ficção. Quem viveu sempre em liberdade terá dificuldade em imaginar um país onde os filmes era escrutinados para defender os bons costumes e se ia parar à cadeia por ouvir a BBC ou ler um determinado livro. Foi um tempo caricato, mas sem graça."
                                                                                                                     António Costa Santos



Quando pudermos reativar o nosso serviço de empréstimo,
o leitor vai poder requisitar este livro, que é uma autêntica 
viagem às proibições do tempo da outra senhora 


Já imaginou viver num país onde:
  • Uma mulher, para viajar, precisa de autorização escrita do marido?
  • As enfermeiras estão proibidas de casar?
  • As saias das raparigas são medidas à entrada da escola, pois não se podem ver os joelhos?
Fotografia de Eduardo Gageiro, 1974

Mulheres de Abril
somos
mãos unidas
juntas formamos fileiras
decididas
ninguém calará
a nossa voz
                                                                                               Maria Teresa Horta


António Costa Santos, nasceu em Lisboa em 1957. Jornalista desde 1976, colabora atualmente com a Antena 2. Foi chefe de readação do semanário Se7e e teve uma crónica semanal no Expresso sobre questões de vida quotidiana, "Estado de Sítio".
É autor de guiões para cinema e televisão e de vários livros.
Tem quatro filhos, aos quais proibiu algumas coisas ao longo da vida, como bater nos mais fracos, faltar às aulas para ir jogar matraquilhos, deixar os discos fora das caixas, denunciar um colega ou pregar mentiras, com exceção das piedosas e em legítima defesa.



Veja AQUI 
O Programa das Comemorações do 25 de abril de 2020




abril 16, 2020

PARA QUE SERVE A LITERATURA?



No dia 23 de abril celebra-se o 
Dia Mundial do Livro e do Direito de Autor

A Direção-Geral do Livro e das Biblioteca (DGLAD) está a assinalar esse dia através do passatempo #UmaBibliotecaUmLeitor, envolvendo assim as bibliotecas públicas e os seus leitores na comemoração desse dia.

A Biblioteca de Maria Helena Vieira da Silva, 1949


250 biblioteca públicas de todo o país fizeram as suas sugestões de leitura. 
Foram sugeridos mais de 150 livros. 
Foram identificados os 10 mais referidos, para público adulto e infantil.


Participe. Vote no seu preferido.
A DGLAB irá premiar
1 Leitor e 1 Biblioteca em cada categoria
  • O passatempo decorre de 15 a 21 de abril
  • Cada participante deve votar no livro e/ou infantil preferido, indicar a biblioteca municipal que frequenta e deixar os seus contactos
  • Cada pessoa pode votar apenas 1 vez: livro infantil e livro adulto
  • Os resultados do Passatempo serão divulgados no dia 23 de abril
  • A DGLAB oferece um conjunto de 50 livros a 2 utilizadores (livro infantil e livro adulto), que votaram no livro mais votado de adulto e infantil
  • A DGLAB oferece um conjunto de 20 livros à Biblioteca Municipal a que pertenceram os utilizadores selecionados.

Vote e Escolha o Seu Preferido AQUI






abril 03, 2020

DEIXO QUE OS LIVROS FALEM COMIGO


"Os nossos livros são relatos das nossas Histórias: 
das nossas epifanias e das nossas atrocidades. 
Nesse sentido, toda a literatura é testemunhal."


"Quando a minha biblioteca estava no seu lugar, 
eu reconhecia-me nela. Podia dizer: comprei este livro em tal sítio,
 li-o em tal momento, deu-mo tal pessoa. 
São pontos de um mapa que me constrói."


"Eu nunca estou sozinho, tenho a minha biblioteca."

"Organizei a biblioteca segundo os meus próprios critérios e valores. Ao contrário de uma biblioteca pública, a minha não exigia códigos comuns que outros leitores pudessem entender e partilhar. A sua geografia era governada por uma certa lógica estrambólica. (...)
Muitas vezes senti que a minha biblioteca explicava quem eu era, me conferia um eu sempre em mudança, que se transformava constantemente ao longo dos anos. (...)
Adoro o espaço de uma biblioteca. Adoro os edifícios públicos que se erguem como emblemas da identidade que uma sociedade escolhe ter, imponentes ou discretos, intimidantes ou familiares."


Alberto Manguel nasceu em 1948, em Buenos Aires, e cresceu em Israel e na Argentina. Aos 16 anos, trabalhava na Livraria Pygmalion, em Buenos Aires, quando Jorge Luis Borges lhe pediu que lesse para ele em sua casa. Foi leitor de Borges durante quatro anos. 
Em 1968, mudou-se para a Europa. Viveu em Espanha, França, Itália e Inglaterra, ganhando a vida como leitor e tradutor para várias editoras. Editou cerca de uma dezena de antologias de contos, sobre temas tão díspares como o fantástico ou a literatura erótica. É ensaísta, romancista premiado e autor de vários beste-sellers internacionais.
É atualmente cidadão canadiano e, desde 2016, diretor da Biblioteca Nacional da Argentina.
Em 2017, o livro Embalando a Minha Biblioteca valeu a Alberto Manguel o Prémio Formentor da Letras.


Quando a nossa vida voltar ao normal, o Leitor vai poder requisitar este livro na Biblioteca Municipal, que nos relata a melancólica operação de encaixotar os seus 35 mil livros, que habitavam num antigo presbitério em França. Embalando a Minha Biblioteca constitui, assim, um manifesto sobre o lugar primordial que deve ser ocupado pelos livros e, também, sobre a importância das bibliotecas nas sociedades civilizadas e democráticas.





E por falar em livros
participe no nosso passatempo, 
Livros da Casa 

Tire uma foto do livro que está a ler e envie-a para o nosso email biblioteca.mgrande@gmail.comTodas as fotos serão publicadas AQUI.




FIQUE EM CASA E FIQUE CONNOSCO


março 24, 2020

APRENDE A VIVER O TEMPO QUE TE FOI DADO



Dario Fo, escritor, dramaturgo e comediante italiano,  nasceu a 24 de Março de 1926 em Sangiano, Lombardi, Itália.
Em 1940 mudou-se para Milão para estudar arquitectura na Academia de Arte de Brera. Quase com a Guerra a terminar, foi mobilizado para o exército da República de Saló, mas conseguiu fugir e viveu os últimos meses da Segunda Guerra Mundial escondido. 
Os seus pais eram ativistas da resistência. O pai organizava o transporte de cientistas judeus e prisioneiros de guerra britânicos para a Suíça e a sua mãe cuidava dos partisans feridos. Retomou os seus estudos no final da Guerra e ente 1945 e 1951 a sua atenção virou-se para os palcos. Utilizou a farsa e a sátira para improvisar as suas histórias nos palcos de cabarés e de pequenos teatros.
Em 1969 estreou uma das suas obras mais aplaudidas e influentes, "Mistério Bufo", em que aborda algumas passagens bíblicas ao estilo dos trovadores medievais.



Ao longo da sua carreira publicou mais de 100 obras teatrais, 
muitas delas interpretadas por ele, que o Leitor pode ver no youtube.

Em 1997 recebeu o Prémio Nobel da Literatura.


A Academia Sueca resumiu assim a sua obra: “Ele emula os bobos da Idade Média, flagelando a autoridade e protegendo a dignidade dos espezinhados.”
"Um provocador profissional", foi assim que os jornais o definiram, quando foi anunciado que tinha recebido o Nobel da Literatura. Dario Fo declarou-se “chocado” com a escolha da Academia Sueca. Para ele a literatura era só uma das suas disciplinas, cultivada enquanto dramaturgo e sempre numa perspectiva de sátira. “Quando falo de algo trágico tento sempre vê-lo com sarcasmo, evito o melodrama. Para mim o sarcasmo é a forma mais eficaz”

O seu primeiro romance, escrito aos 87 anos, vinte anos depois de receber o Nobel da Literatura A Filha do Paparecorre mais uma vez à sátira social, à alegoria e ao sarcasmo para reescrever a biografia de uma das mulheres mais odiadas da História: Lucrécia Borgia.
O seu último livro, incide na figura de Charles Darwin: "Somos macacos por parte do pai ou da mãe?", contém  questões sobre a origem da vida e é ilustrado com desenhos da sua própria autoria.


Dario Fo e a sua mulher Franca Rame vieram a Portugal em 2002 para uma aula-espetáculo de teatro no Europarque, no âmbito do Imaginarius - Festival Internacional de Teatro de Rua da Feira.

A 13 de outubro de 2016, a poucas horas de ser conhecido o vencedor do Prémio Nobel da Literatura, Dario Fo faleceu. Em 2016 o vencedor do Nobel foi Bob Dylan.

Na próxima sexta-feira, 27 de março, comemora-se o
Dia Mundial do Teatro.

E em tempo de Ficar em Casa, o Teatro vem até si.

O Teatro Aberto anunciou o lançamento da iniciativa “Teatro Aberto em Casa”, dando resposta ao encerramento das salas de espetáculo neste período de pandemia pela covid-19.
O conjunto de peças – que fazem parte das temporadas da companhia – vai ser transmitido online, através do site do Teatro Aberto, sempre às 21h.


O cartaz do que pode ver em sua casa:  
  • A Mentira”, de Florian Zeller - até 25 de março, 
  • A Verdade”, também de Florian Zeller  - de 26 de março a 1 de abril, 
  • Vermelho”, de John Logan, - de 2 a 8 de abril, 
  • Noite Viva”, de Conor McPherson - de 9 a 15 de abril, 
  • O Preço”, de Arthur Miller - de 16 a 22 de abril e 
  • Amor e informação”, de Caryl Churchill - de 23 a 29 de abril.

O teatro não pode parar 
                                                                             João Lourenço




O Ilustrador francês Albert Uderzo faleceu hoje aos 92 anos, durante o sono, após uma crise cardíaca sem ligação ao covid-19. Hoje é dia de recordarmos a aldeia gaulesa de Asterix, Obelix, Panoramix, Caralinda e companhia. Não esquecendo César e as suas tropas.


Boa companhia para ficar em casa



março 20, 2020

20 DE MARÇO - DIA INTERNACIONAL DA FELICIDADE



A iniciativa da comemoração do Dia Internacional da Felicidade surgiu por sugestão do Butão, um pequeno reino budista localizado nos Himalaias, que adota como estatística oficial a "Felicidade Nacional Bruta" em vez do Produto Interno Bruto (PIB).

Em 2012, esta proposta foi aprovada por unanimidade pelos 193 estados-membros da ONU (Organização das Nações Unidas), defendendo que a busca pela felicidade é um objetivo humano fundamental.

Em 2013 comemorou-se pela primeira vez este dia. 

Em 2020 vamos continuar a comemorar

MAS DESTA VEZ EM CASA



Ilustração de Jess Pauwels


"É feliz quem prefere ficar em casa. É feliz quem tem uma casa onde prefere ficar. É mais feliz ainda quem tem alguém com quem prefira ficar em casa. A casa até nem pode parecer grande coisa - mas é. Como pode deixar de ser grande o sítio no mundo aonde nunca queremos ir só para visitar ou conhecer: o único sítio do mundo para onde queremos sempre voltar e ficar?"
Miguel Esteves Cardoso, in Jornal Público, 5 jul 2013


Estudos revelam que Portugal é um dos países mais infelizes da Europa. 
Numa escala de 0 a 10, 
Portugal apresenta uma avaliação média de felicidade de 5,1.
Somos o terceiro país europeu com maior uso de antidepressivos.



Para combater a solidão e animar  quem está em casa, vários artistas nacionais propõem-se a entrar pelas nossas casas adentro, via internet, com concertos, de cerca de 20 a 30 minutos cada. 
A transmissão será feita na conta de instagram de cada um dos artistas ou pela conta de instagram criada para o efeito @FestivalEuFicoEmCasa.
Começou no passado dia 17 e prolongar-se-à até domingo dia 22. Se ainda não viu ainda, vai a tempo.



Mas há mais motivos para estar FELIZ, Caro Leitor.
 Hoje começa a PRIMAVERA





MANTENHA-SE EM CASA 
NÓS TAMBÉM ESTAMOS EM CASA E VAMOS CONTINUAR SEMPRE
 A FAZER-LHE COMPANHIA








março 13, 2020

I DON'T TRUST ANYONE WHO DOESN'T LAUGH




Maya Angelou, pseudónimo de Marguerite Ann Johnson, nasceu a 4 de abril de 1928 em St. Louis, Missouri, foi uma das mais destacadas vozes das artes e letras norte-americana. Escritora, poeta, cantora, encenadora, realizadora, atriz, ativista dos direitos humanos, tornou-se conhecida sobretudo pelas suas sete autobiografias, que são também uma história dos Estados Unidos da América.
Na sua juventude foi ajudante de cozinha, dançarina em clubes noturnos, fez parte do elenco do musical Porgy and Bess, foi jornalista no Egito e no Gana durante a descolonização, trabalhou com Martin Luther King Jr e com Malcom X., com o ativista sul-africano Vusumzi Make, conheceu Nelson Mandela.

Ao longo de 50 anos, escreveu ensaios, poesia, peças de teatro e guiões para filmes, que lhe valeram prémios. Inclusivamente, teve uma indicação para o Prémio Pulitzer e outra para o Grammy pelo seu papel em Roots, em 1977. Participou na série Raízes, compôs canções para Roberta Flack, influenciou músicos e cantores como Steven Tyler, Fiona Apple e Kanye West.
Maya Angelou, mais conhecida como a doutora Angelou, apesar de não ter um título universitário, teve uma influência na cultura afro-americana nas última décadas.



Escreveu igualmente livros infantis, sendo um deles,  A Vida não me Assusta, (1993) ilustrado pelo artista plástico Jean- Michel Basquiat.

A partir de 1990 começou a dar palestras um pouco por todo o mundo, atividade essa que se prolongou até depois dos 80 anos.

Foi nomeada pelos presidentes Ford e Carter para diferentes comissões culturais.
Em 1993 recitou um dos seus poemas, On the Pulse of Morning, na cerimónia da tomada de posse  do primeiro mandato da presidência de Bill Clinton.
Em 2000, recebeu do presidente Bill Clinton a Medalha Nacional das Artes.



Em 2011, recebeu das mãos do Presidente Barack Obama a Medalha Presidencial da Liberdade.

Faleceu a 28 de maio de 2014 em Winston-Salem, Carolina do Norte.
As condolências pelo seu falecimento chegaram de todas as partes do mundo, desde artistas até líderes mundiais, incluindo dos presidentes que a agraciaram. 




Em pequenos e fascinantes textos, Maya Angelou permite-nos vislumbrar alguns aspetos da vida tumultuosa que a levou à posição cimeira que ocupa nas letras americanas.
Maya Angelou escreve do coração para milhões de mulheres que considera fazerem parte da sua família.
Carta à Minha Filha, a nossa sugestão de leitura para o seu fim de semana, é um livro que encanta e ensina. É ao mesmo tempo um livro de pequenas histórias, um livro de memórias, mas também um livro de poesia. E é um prazer absoluto.







março 06, 2020

DIA 8 DE MARÇO - DIA INTERNACIONAL DA MULHER


ONDE ESTÃO AS MULHERES NA CIÊNCIA?


A grande maioria dos cientistas famosos são homens. Desde 1901, 96,7% dos laureados com o Prémio Nobel foram homens. Ainda hoje, menos de 30% das investigadoras científicas do mundo são mulheres, segundo um relatório da ONU.

Há muito que a comunidade científica apresenta um historial lamentável no que diz respeito às mulheres. O próprio Charles Darwin descreveu as mulheres como seres intelectualmente inferiores ao homem. No Iluminismo europeu, no final do século XVIII, presumia-se que não havia lugar para as mulheres no meio académico. Muitas universidades recusaram-se mesmo a conceder graus a mulheres até ao século XX. Foi preciso esperar até 1945 para que a Royal Society de Londres - a mais antiga academia de ciências ainda em funcionamento - admitisse mulheres como membros.
Durante quase trezentos anos, a única presença feminina permanente na Royal Society foi um esqueleto preservado na coleção anatómica da Sociedade.
A norma em todo o mundo científico tem sido a seguinte: os homens assumem o mérito de investigação feita por mulheres que trabalham a seu lado.
Londa Schiebinger


ELAS SEMPRE ESTIVERAM CÁ


Lise Meitner ( 1878- 1968) - a Física da Fissão

Albert Einstein chamou a esta física nascida na Áustria "a nossa Marie Curie", antes de ela descobrir que os núcleos atómicos poderiam ser divididos ao meio - o primeiro passo para a criação da bomba atómica.
Meitner e Otto Frisch, seu assistente e sobrinho, explicaram a fissão nuclear em 1939. Os preconceitos contra os judeus impediram que o seu nome constasse de um crucial artigo experimental. O seu antigo colega Otto Hahn venceu o Prémio Nobel da Química em 1944.


Jean Purdy (1945-1985) Primeiro Bebé-Proveta

A enfermeira e embriologista britânica foi uma das três cientistas cujo trabalho resultou no nascimento, em 1978, de Louise Brown: o primeiro bebé de FIV do mundo. Até 2015, a placa exposta no hospital onde foi realizada a fertilização só mencionava os seus colegas Robert Edwards e Patrick Steptoe, apesar dos protestos de Edwards. Edwards ganhou o Prémio Nobel da Medicina em 2010, após a morte de Purdy e Steptoe.


Katherine Johnson (1918- 2020) Cientista Espacial

Foi com um lápis e uma régua de cálculo que a matemática Katherine Johnson calculou a trajetória que a missão Apollo 11 da NASA faria até à Lua em 1969. Durante 33 anos, fez parte da equipa de investigação de voo da agência espacial dos Estados Unidos, mas ao longo de várias décadas ninguém reconheceu o seu nome. Filha de uma professora e de um agricultor, Katherine nasceu em 1918 e era a mais nova de quatro irmãos. Sempre sentiu um fascínio pelos números. Contava tudo. Os passos que dava na rua, os degraus que subia para a igreja ou os pratos e talheres que lavava”, disse numa entrevista à NASA. Destacou-se na escola pela sua capacidade de raciocínio, e um professor chegou a criar aulas específicas para ela. Incentivaram-na a estudar Matemática na faculdade e foi a primeira mulher negra a frequentar a Universidade de Virgínia Ocidental. Em 1952, candidatou-se à agência espacial dos Estados Unidos e foi contratada para fazer cálculos em testes aéreos. Numa época de segregação racial, Katherine e as outras colegas negras foram obrigadas a trabalhar em locais separados dos restantes funcionários brancos. A sua história foi retratada no filme “Hidden Figures”, de Theodore Melfi, nomeado para os Óscares em 2017. Teve três filhos e viveu 101 anos. Faleceu no dia  24 de fevereiro de 2020, de causas desconhecidas.


Ana Pires  a primeira mulher portuguesa 
a receber o diploma de cientista-astronauta da NASA.

"O século XXI deve ser o século da igualdade das mulheres nas negociações de paz, nas negociações comerciais, nos conselhos de administração, nas salas de aula, no G20 e nas Nações Unidas. É hora de parar de tentar mudar as mulheres e começar a mudar os sistemas que as impedem de alcançar o seu potencial."
“Tal como a escravatura e colonialismo foram manchas dos séculos anteriores, a desigualdade de géneros devia envergonhar-nos a todos no século XXI. Porque não só é inaceitável, é estúpida.”




LinkWithin

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...