abril 01, 2014
março 28, 2014
TODAS AS MADRUGADAS SÃO SUJAS. SÓ AS MANHÃS SÃO LIMPAS
Ficou tão embrenhada na leitura da nossa
sugestão de fim de semana,
que nada mais importa.
Ilustração de Fiep Westendorp |
"Alguém dissera um dia que se podia viver sem tudo, menos água e comida,
mas que viver sem livros e sem música não seria o mesmo que viver".
E que sugestão é essa?
É um romance em que, através de três histórias que se cruzam, desde uma aldeia no interior alentejano até ao topo do poder, é retratado o Portugal que construímos e que tão bem conhecemos.
De Miguel Sousa Tavares
Editado pelo Clube do Autor
Madrugada Suja
"Fora a época dourada dos grandes dinheiros europeus, em que bastava apresentar um projeto e Bruxelas financiava. Faltava uma piscina municipal no concelho? Bruxelas financiava. (...) E Bruxelas financiava também submarinos alemães de última geração, destinados a combater as fragatas soviéticas no Atlântico Norte e tornados inúteis pela queda do Muro de Berlim, (...) aviões F-16 para inexistentes combates aéreos, plantações de frutos tropicais, abate de barcos de pesca ou inquéritos de opinião sobre as vantagens da democracia. Bruxelas financiava tudo. (...) Foi a época dourada do poder local: sem grande esforço, Luís Morais fez-se eleger e reeleger presidente da câmara de Riogrande, prometendo e fazendo, voltando a prometer e voltando a fazer".
Filho da poetisa Sophia de Mello Breyner Andresen e do advogado e jornalista Francisco Sousa Tavares, Miguel Sousa Tavares nasceu no Porto a 25 de junho de 1952. Licenciado em Direito, exerceu advocacia durante doze anos, mas abdicou daquela profissão e passou a dedicar-se exclusivamente ao jornalismo, tendo-se estreado na RTP em 1978.
Em 1989 foi um dos fundadores da revista Grande Reportagem, tendo sido diretor da mesma no ano seguinte e na qual se manteve durante dez anos, até ser substituído por Francisco José Viegas. Ainda em 1989, foi diretor da revista Sábado e cronista do jornal Público de 1990 até 2002.
Na SIC, Miguel Sousa Tavares apresentou programas de informação como "Crossfire" com a jornalista Margarida Marante, falecida a 5 de outubro de 2012.
Em 1998 recusou o cargo de Diretor Geral da RTP e em 1999, na TVI, partilhou o debate no programa "Em legítima defesa" com Paula Teixeira da Cruz, atual ministra da justiça. Nesta mesma estação televisiva, estreou-se, em 2000, como comentador fixo às terças-feiras, no Jornal Nacional, com a análise à atualidade nacional e internacional.
Atualmente é o comentar do residente do Jornal da Noite da SIC às segundas-feiras.
Depois de incursões no domínio da literatura infantil e de viagens, estreou-se no romance em 2003, com Equador, que vendeu mais de 400.000 exemplares em Portugal, estando ainda traduzido em 11 línguas e editado em cerca de 30 países, com adaptação televisiva em Portugal e no Brasil.
Seguiu-se, em 2007, Rio das Flores, com uma primeira tiragem de 100 mil exemplares. Recebeu o Prémio de Jornalismo e Comunicação Victor Cunha Rego, em 2007.
Bom Fim de Semana
com
Boas Leituras
março 21, 2014
JÁ A CAMINHO ...
É verdade, já estamos a caminho de mais um fim de semana, que, aparentemente, não vai ser de sol. Apesar da chegada da primavera, tudo indica que ela não nos irá alegrar nos próximos dias, porque a chuva irá voltar e as temperaturas irão descer. Mas não desanime, porque nós vamos compensá-lo, deixando algumas sugestões para o seu fim de semana.
Porque não vir à Biblioteca Municipal?
Fazer o quê?
Por exemplo, requisitar um livro.
Fazer o quê?
Por exemplo, requisitar um livro.
Ilustração de Juliano Lopes |
Assistir ao lançamento do novo livro do Prof. Armando Castro.
Vai ser amanhã, no nosso auditório, pelas 15:00.
"Para lá do horizonte das palavras, escreveu-se através de um "trem de estórias" em que cada carruagem, com vidros transparentes, segue ao ritmo do tempo apeado em cada "estação", onde o apito do "maquinista" nos faz uma pergunta: "Penso, logo respondo ..." é um exercício de memórias vivas reais/imaginárias (vividas algumas pelo maquinista), ordenadas no tempo da existência dos viajantes, que se situam no fulcro dos finais do século XX e primórdios do XXI ...
Neste livro, poder-se-á encontrar um certo relato timbrado, talvez um pouco ingénuo em cada uma das carruagens, mas algo de pertinente pelo eco/ego emitido pelo leitor, através da sua resposta/consciência diferenciada; folheá-lo, de trás para a frente, ou da frente para trás, ele é um gozo para ler e pensar, enquanto houver memória.
Neste "comboio de estórias", cujas carruagens são pedaços de vida, somos (em suma) transportados (à boleia), por um acervo de leituras picarescas, com cariz pueril, mais poéticas que pertinentes; nas paragens há que perguntar, reflectir e prosseguir viagem - há que ler."
O AUTOR
ARMANDO CASTRO nasceu em 1944 e é natural de uma freguesia situada nos contrafortes da Serra da Estrela - Silvares, concelho do Fundão. Frequentou o Liceu Nacional de Castelo Branco e a Escola do Magistério Primário da mesma cidade. O seu percurso académico é multifacetado, sendo licenciado em Administração Escolar pelo ISET (Porto).
Aos 18 anos, o jovem professor primário rumou, à procura de trabalho, para as terras do Lis.
Foi docente dos 1.º e 2.º Ciclos do EB, quer no ensino Oficial, quer no ensino Particular e Cooperativo, chegando a exercer, durante cinco anos, as funções de inspetor pedagógico na IGE (Lisboa) e, mais tarde, supervisor técnico do GAVE (Lisboa).
[...] Na cidade da Marinha Grande, onde constituiu família e reside atualmente, escreve no Jornal da Marinha Grande, com a rubrica Entrelinhas, que aborda, essencialmente, questões da pedagogia e da política educativa. É autor dos livros Coragem na Ancoragem, Ao Soprar da Cana: Entrelinhas e Um Neurónio Curioso, sendo este último uma incursão do autor na literatura infantil.
Ou então, assista ao atelier de poesia e música
"Poesia em estado líquido", pelas 16:00, no Jardim Stephens.
FIQUE CONNOSCO
TENHA UM BOM FIM DE SEMANA
março 12, 2014
2014, ANO DECISIVO NA LUTA CONTRA AS ALTERAÇÕES CLIMÁTICAS
O grupo internacional "The Elders" pediu aos líderes mundiais,
que dessem demonstrações de coragem face às alterações climáticas.
"O maior desafio do nosso tempo"
"Quando Nelson Mandela fundou o grupo The Elders, pediu-nos para sermos
mais audazes e emprestar a nossa voz àqueles que não a têm".
Kofi Annan, ex-secretário geral da ONU
The Elders (em inglês - Os Velhos ou Os Anciãos), é uma organização internacional, fundada, em 2007, por Nelson Mandela a partir da ideia do músico Peter Gabriel e do milionário Richard Branson, formada por um grupo de elite e de ex-governantes que, reunindo as suas experiências, pretende debater soluções para os problemas mundiais, sendo as alterações climáticas um deles. O grupo foi oficialmente anunciado a 18 de julho de 2007, data do aniversário de Mandela.
Para além de Nelson Mandela, The Elders era composto por Jimmy Carter (ex presidente dos EUA e Nobel da Paz), Desmond Tutu (arcebispo amérito da Cidade do Cabo), Kofi Annan (ex-secretátio geral da ONU) Muhammad Yunus (fundador do Green Bank), Mary Robinson (ex-presidente da Irlanda), Fernando Henrique Cardoso (ex-presidente do Brasil) entre outros.
Para este grupo, 2014 é um ano decisivo na luta contra as alterações climáticas, com a cimeira organizada pelo secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, em setembro, em Nova Iorque, destinada a preparar a grande conferência de 2015, em Paris, na qual se espera concluir o acordo mais ambicioso jamais alcançado para reduzir as emissões de gás com efeito de estufa.
"Estamos numa encruzilhada. Se tomarmos uma certa direção, corremos o risco de transmitir um terrível legado para os nossos filhos e netos. Se escolhermos outra, teremos a possibilidade de colocar o nosso futuro no rumo mais justo e sustentável".
Kofi Annan
As alterações climáticas são a maior ameaça ambiental do século XXI, e todos nós estamos a ser afetados por elas. O último relatório do Painel Intergovernamental para as Alterações Climáticas (IPCC, na sigla em inglês) sugere, que o termómetro global pode subir até 4,8 graus Celsius este século. Mas na Península Ibérica o aumento pode ser muito maior. Temos de estar atentos e desenvolver uma atitude de prevenção e de respeito pela Natureza.
Caro Leitor
Se tem preocupações ambientais e se valoriza a prevenção,
então visite a nossa mostra bibliográfica e leia o material informativo,
que temos em exposição no átrio da entrada da Biblioteca Municipal.
então visite a nossa mostra bibliográfica e leia o material informativo,
que temos em exposição no átrio da entrada da Biblioteca Municipal.
março 05, 2014
A LUTA DAS MULHERES - UM POUCO DA SUA HISTÓRIA
Em Portugal, pela primeira vez, cargos superiores do Estado são ocupados, em simultâneo, por mulheres - Procuradoria-Geral da República, Assembleia da República, Ministério da Justiça e Ministério da Agricultura e do Mar.
Há mulheres em posições de destaque por todo o mundo, mas nem sempre foi assim. Foi necessário percorrer um longo caminho...
1848 - Primeira convenção para os Direitos da Mulher em Nova Iorque.
1857 - A 8 de março, numa fábrica em Nova Iorque, 129 operárias morreram queimadas numa ação policial para acabar com as reivindicações pela redução do horário de trabalho de 14 para 10 horas diárias e o direito à licença de maternidade.
Foi instituído o Dia Internacional da Mulher.
1889 - Elisa Augusta da Conceição Andrade foi a primeira mulher portuguesa licenciada em Medicina.
1893 - Pela primeira vez no mundo, na nova Zelândia, as mulheres têm direito a votar.
1900 - As mulheres competem nos Jogos Olímpicos de Paris pela primeira vez.
Charlotte Cooper, foi a primeira mulher a vencer a final de singulares em ténis e mais tarde a final de pares.
1900 - As mulheres competem nos Jogos Olímpicos de Paris pela primeira vez.
Charlotte Cooper, foi a primeira mulher a vencer a final de singulares em ténis e mais tarde a final de pares.
1903 - Marie Curie foi a primeira mulher a receber um Prémio Nobel. Depois de ter recebido, em 1903, o Nobel da Química, recebeu em 1911 o Nobel da Física. Foi a primeira mulher a receber um Prémio Nobel em duas categorias diferentes.
1904 - Feministas francesas queimam o código civil napoleónico, que inspirou o italiano e o português, e que impunha limitações às mulheres.
1906 - Abre em Lisboa o primeiro liceu feminino (Maria Pia). A Finlândia é na Europa o primeiro país a dar o direito de voto às mulheres.
1909 - Surge a primeira organização feminista portuguesa - Liga Republicana das Mulheres Portuguesas. Lutava pelo direito ao voto, ao divórcio, à igualdade na educação e no trabalho.
1911 - Em Portugal, as mulheres conquistam o direito de trabalhar na função pública. A médica Carolina Beatriz Ângelo (na foto) foi a primeira portuguesa a votar para as eleições da Assembleia Constituinte a 28 de maio de 1911.
1918 - Portugal autoriza o direito de as mulheres exercerem a advocacia.
1920 - Sufrágio feminino nos Estados Unidos da América. Legalização do aborto na União Soviética, o primeiro país a fazê-lo.
1931 - Em Portugal é reconhecido o direito de voto às mulheres com cursos secundários ou universitários. Os homens precisam apenas de ler e escrever.
1933 - Desafiando a lei francesa, Marlene Dietrich aparece em público de calças.
1935 - São eleitas em Portugal as primeiras deputadas para a Assembleia Nacional.
1945 - A Carta das Nações Unidas reconhece a igualdade de direitos entre homens e mulheres e, pela primeira vez, em França as mulheres podem votar.
1949 - Simone de Beauvoir publica o livro "O segundo Sexo", onde afirma que não se nasce mulher, a sociedade é que constrói a identidade feminina.
1951 - A Organização Internacional do Trabalho aprova a igualdade de remuneração do trabalho masculino e feminino para a mesma função.
1960 - Começa a ser comercializada a pílula contracetiva.
1967 - Entra em vigor em Portugal um novo Código Civil, que determina que o marido é o chefe de família.
1969 - É introduzido na legislação portuguesa o princípio de salário igual para trabalho igual, independentemente do género.
1967 - Entra em vigor em Portugal um novo Código Civil, que determina que o marido é o chefe de família.
1969 - É introduzido na legislação portuguesa o princípio de salário igual para trabalho igual, independentemente do género.
1972 - Publicação de "Novas Cartas Portuguesas", de Maria Velho da Costa, Maria Isabel Barreno e Maria Teresa Horta, livro proibido pela censura, onde é abordada a condição feminina, a guerra colonial e a dimensão repressiva do regime.
1976 - Em Portugal entra em vigor a nova Constituição, determinando a igualdade entre homens e mulheres em todos os domínios. É abolido o direito de os maridos abrirem a correspondência das mulheres.
1976 - Em Portugal entra em vigor a nova Constituição, determinando a igualdade entre homens e mulheres em todos os domínios. É abolido o direito de os maridos abrirem a correspondência das mulheres.
1979 - Maria de Lourdes Pintassilgo (na foto) foi a primeira mulher portuguesa nomeada para o cargo de primeira-ministra no V Governo Constitucional.
2007 - Despenalização do aborto por referendo em Portugal.
2007 - Despenalização do aborto por referendo em Portugal.
E houve um dia em que a mulher disse NÃO às amarras.
Mulher Livre, de Raúl Fernando Zuleta
Bom Fim de Semana
e
Bom Dia da Mulher
março 03, 2014
fevereiro 26, 2014
JARDIM STEPHENS
Aconteceu na 6.ª feira, no centro da nossa cidade.
O sol finalmente apareceu e deu um pouco de alegria aos dias, que já há várias semanas eram de chuva, que persistia em não nos deixar. E este sol foi o motivo suficiente para dar ao Jardim Stephens um belo enquadramento. Durante a tarde da passada 6ª feira, este foi o local de encontro de diferentes gerações.
No mesmo espaço, conviveram idosos da Associação de Casal Galego, que visitaram o Museu do Vidro, os jovens da Escola Profissional e um grupo de crianças do Jardim de Infância do Pátio da Inês, que participaram na Hora do Conto na Biblioteca Municipal. As fotografias não conseguem transmitir, mas o ambiente era saudável, alegre, de respeito mútuo e de convívio.
Três gerações num único espaço.
Esta alegria existiu, também, no interior da Biblioteca Municipal e os grandes protagonistas foram as crianças da escola Pátio da Inês. Já na 5ª feira tínhamos recebido as crianças da turma do 2º ano, que vieram inscrever-se como leitores e requisitaram livros. No dia seguinte foi a vez de uma sala do pré-escolar, que vieram participar na Hora do Conto. E esta participação não podia ter sido mais ativa, uma vez que as crianças assumiram-se como personagens vivas da nossa história. Tudo se passou na quinta onde vive o espantalho Zacarias, a árvore Elvira, a vaca Maria, o porco Kiko, o galo Tiago e a flor Margarida.
O resto da história?
Façam como os meninos do Pátio da Inês e venham à Biblioteca Municipal conhecê-lo.
Ficou a promessa de voltarem em breve.
Contamos convosco!
fevereiro 21, 2014
COMO É LINDA A PUTA DA VIDA
"O que espanta num gato é a maneira como combina a neurose, a desconfiança e o medo - para não falar numa ausência total de sentido de humor - com o talento para procurar e apreciar o conforto e, sobretudo, a capacidade para dormir 20 em cada 24 horas, sem a ajuda de benzodiazepinas.
O gato é neurótico mas brinca. Brinca com seriedade em saltinhos oblíquos. Mas, acima de tudo, descobriu o sistema binário da existência.
Que é: dormir faz fome. Comer faz sono. Acordo porque tenho fome. Adormeço porque comi. Nos intervalos, faço as necessidades.
Se não tem sono, é porque tem fome. Se não tem fome, é porque tem sono. Se não tem uma coisa ou outra, é porque tem de fazer as necessidades. É ou não uma lição de vida? Sim, é."
"Raios partam os dias zangados. Nada há que se possa fazer para fugir deles. Esperam por nós, como credores ajudados por juros injustificáveis, para nos cortarem a fatia do nosso coração que lhes cabe.
(...) quem não tem um dia zangado, em que ninguém ou nada corresponde ao que esperávamos?
(...) Os dia zangados e as noites zangadas que apenas servem para nos lembrar que todos nós nascemos e morremos sozinhos. E que viver é um enorme entretanto, de que devemos tirar partido, sobretudo quando há a sorte de amar e ser amado ou amada.
Os dias zangados são dias de amor. Ninguém se zanga por desamor. O amor sobrevive e continua, como vingança."
Estes foram dois pequenos excertos da nossa
sugestão de leitura de fim de semana
sugestão de leitura de fim de semana
E não, não é um romance de gatos em dia zangado!!
É sim, o novo livro de crónicas de ...
Miguel Esteves Cardoso
Como É Linda a Puta da Vida
Publicado pela Porto Editora
"O título deste livro de crónicas acompanha dias bons e dias maus. Mas a coisa mais importante é que, mesmo nos dias maus, havia sempre momentos bons. É à própria pessoa que cabe decidir o dia. Por isso é que o livro se chama Como É linda a Puta da Vida.
Seria ridículo se hoje
tentasse imitar quem fui aos 26 anos. Sou um sobrevivente, por isso
não tenho medo de ser mal entendido. Ser livre é também não ceder
ao que é mais fácil e que normalmente é mentira. Hoje tenho 58
anos passei por tantas coisas, li tantos livros (cerca de mil por
ano) e isso tem que se refletir no que escrevo".
Miguel Esteves Cardoso
Miguel Esteves Cardoso, escritor, crítico e jornalista, nasceu em Lisboa a 25 de julho de 1955. Licenciou-se, em 1979, em Estudos Políticos na Universidade de Manchester e prosseguiu o doutoramento em 1983, em Filosofia Política com uma tese que relacionava a Saudade e o Sebastianismo no Integralismo Lusitano. Regressa a Portugal como investigador auxiliar no Instituto de Ciências Sociais da Universidade de Lisboa. Foi ainda professor auxiliar de Sociologia Política no Instituto Superior de Ciências do Trabalho e da Empresa.
Abandonou a carreira académica em 1988 para fundar o jornal O Independente. Miguel Esteves Cardoso foi também crítico literário e de cinema no Jornal de Letras.
Na televisão colaborou com Herman José como guionista no programa Humor de Perdição, e mais tarde, na SIC, na Noite da Má-Língua, onde eram satirizadas figuras e situações da vida pública nacional e internacional. Desde 2009 escreve diariamente no Publico.
Abandonou a carreira académica em 1988 para fundar o jornal O Independente. Miguel Esteves Cardoso foi também crítico literário e de cinema no Jornal de Letras.
Na televisão colaborou com Herman José como guionista no programa Humor de Perdição, e mais tarde, na SIC, na Noite da Má-Língua, onde eram satirizadas figuras e situações da vida pública nacional e internacional. Desde 2009 escreve diariamente no Publico.
"Por amor de Deus, o tempo é seu - afeiçoe-se a ele."
Miguel Esteves Cardoso
Bom fim de Semana
fevereiro 12, 2014
2014 - ANO DE JULIO CORTÁZAR E OCTAVIO PAZ
Comemora-se este ano o centenário
de dois dos mais importantes
escritores hispânicos do século xx -
Julio Cortázar e Octavio Paz
Sobre o escritor mexicano Octavio Paz,
pode o leitor recordar AQUI, a nossa mensagem publicada a 31/03/2011.
A Casa da América Latina e a Fundação José Saramago assinalam Cem anos com Cortázar, 30 anos sem Cortázar, no âmbito do protocolo de colaboração assinado no final de 2013 pelas duas instituições.
Se o Leitor não puder deslocar-se, hoje 12 de fevereiro, ao Jardim de Inverno do Teatro S. Luiz, em Lisboa, para ouvir um concerto pelo quarteto do saxofonista Carlos Martins e a leitura de excertos de O Perseguidor, pelo ator José Rui Martins, fique connosco e fique a conhecer ou a recordar Julio Cortázar.
Julio Cortázar, escritor e intelectual argentino, nasceu a 26 de agosto de 1914, em Bruxelas, é considerado um dos autores mais inovadores e originais do seu tempo.
Com quatro anos de idade foi viver para a Argentina. Incentivado pela mãe, que lhe selecionava o que devia ler, desde muito cedo que se interessou pela leitura, ao ponto de ser aconselhado pelo médico a ler menos e a sair mais de casa para apanhar sol.
Em 1944, já colocado como professor de Literatura Francesa na Universidade de Cuyo, Mendonza, envolveu-se numa manifestação contra a política populista e sindicalista de Juan Domingo Peron e foi preso. Posto em liberdade pouco tempo depois, foi-lhe vedada a sua carreia académica.
Em 1946 desempenhou funções de diretor de uma editora em Buenos Aires, funções que desempenhou até 1948, altura em que completou a sua licenciatura em Direito e Línguas, passando a trabalhar com tradutor.
Publicou a sua primeira coletânea de contos Bestiário (que pode requisitar na Biblioteca Municipal) em 1951, por intermédio de Jorge Luis Borges.
Nesse mesmo ano, por não concordar com a ditadura e por ser vítima de perseguições, Cortázar muda para Paris e a partir de 1952 passou a trabalhar para a UNESCO como tradutor independente. Foi em Paris que aceitou traduzir toda a obra em prosa de Edgar Allan Poe, ainda hoje considerada como a melhor tradução em espanhol daquele autor.
Consagrou-se como romancista em 1960, tendo publicado em 1963, Rayuela, o seu romance mais conhecido, que acabou por influenciar significativamente a literatura da América Latina.
Como investigador das violações aos direitos humanos, viajou em 1973 pelo Peru, Equador, Chile e Argentina, e com o dinheiro ganho pela venda das suas obras, apoiou os Sandinistas e as famílias dos presos políticos. Em 1975 lecionou como professor convidado nas Universidades de Oklahoma e do Barnard College de Nova Iorque.
Passou a ser cidadão francês a 24 de julho 1981 e dois anos mais tarde foi autorizado a visitar de novo o seu país.
A 12 de fevereiro de 1984, morre em Paris vítima de leucemia.
O Leitor encontra na Biblioteca Municipal as seguintes obras de Julio Cortázar:
- Bestiário
- BloW-up e outas histórias ( adaptado ao cinema pelo realizador italiano Michelangelo Antonioni)
- Prosa do Observatório (com fotografias do autor)
- Histórias de Cronópios e de Famas
- Todos os Fogos o Fogo
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