Ficou tão embrenhada na leitura da nossa
sugestão de fim de semana,
que nada mais importa.
Ilustração de Fiep Westendorp |
"Alguém dissera um dia que se podia viver sem tudo, menos água e comida,
mas que viver sem livros e sem música não seria o mesmo que viver".
E que sugestão é essa?
É um romance em que, através de três histórias que se cruzam, desde uma aldeia no interior alentejano até ao topo do poder, é retratado o Portugal que construímos e que tão bem conhecemos.
De Miguel Sousa Tavares
Editado pelo Clube do Autor
Madrugada Suja
"Fora a época dourada dos grandes dinheiros europeus, em que bastava apresentar um projeto e Bruxelas financiava. Faltava uma piscina municipal no concelho? Bruxelas financiava. (...) E Bruxelas financiava também submarinos alemães de última geração, destinados a combater as fragatas soviéticas no Atlântico Norte e tornados inúteis pela queda do Muro de Berlim, (...) aviões F-16 para inexistentes combates aéreos, plantações de frutos tropicais, abate de barcos de pesca ou inquéritos de opinião sobre as vantagens da democracia. Bruxelas financiava tudo. (...) Foi a época dourada do poder local: sem grande esforço, Luís Morais fez-se eleger e reeleger presidente da câmara de Riogrande, prometendo e fazendo, voltando a prometer e voltando a fazer".
Filho da poetisa Sophia de Mello Breyner Andresen e do advogado e jornalista Francisco Sousa Tavares, Miguel Sousa Tavares nasceu no Porto a 25 de junho de 1952. Licenciado em Direito, exerceu advocacia durante doze anos, mas abdicou daquela profissão e passou a dedicar-se exclusivamente ao jornalismo, tendo-se estreado na RTP em 1978.
Em 1989 foi um dos fundadores da revista Grande Reportagem, tendo sido diretor da mesma no ano seguinte e na qual se manteve durante dez anos, até ser substituído por Francisco José Viegas. Ainda em 1989, foi diretor da revista Sábado e cronista do jornal Público de 1990 até 2002.
Na SIC, Miguel Sousa Tavares apresentou programas de informação como "Crossfire" com a jornalista Margarida Marante, falecida a 5 de outubro de 2012.
Em 1998 recusou o cargo de Diretor Geral da RTP e em 1999, na TVI, partilhou o debate no programa "Em legítima defesa" com Paula Teixeira da Cruz, atual ministra da justiça. Nesta mesma estação televisiva, estreou-se, em 2000, como comentador fixo às terças-feiras, no Jornal Nacional, com a análise à atualidade nacional e internacional.
Atualmente é o comentar do residente do Jornal da Noite da SIC às segundas-feiras.
Depois de incursões no domínio da literatura infantil e de viagens, estreou-se no romance em 2003, com Equador, que vendeu mais de 400.000 exemplares em Portugal, estando ainda traduzido em 11 línguas e editado em cerca de 30 países, com adaptação televisiva em Portugal e no Brasil.
Seguiu-se, em 2007, Rio das Flores, com uma primeira tiragem de 100 mil exemplares. Recebeu o Prémio de Jornalismo e Comunicação Victor Cunha Rego, em 2007.
Bom Fim de Semana
com
Boas Leituras
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