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abril 29, 2022

JEANIE, NÃO SEJAS RIDÍCULA. TU NÃO PODES ESTAR APAIXONADA POR OUTRA PESSOA



Estamos de volta, 
no nosso edifício e com uma 
sugestão de leitura para o seu fim de semana




Jeanie foi uma esposa terna durante mais de 30 anos, uma mãe dedicada e, mais recentemente, uma avó alegre. Mas Jeanie tem um segredo: o marido, George, há muito que não dorme na sua cama. Inicialmente, confrontou-o, mas os dias transformaram-se em anos e Jeanie continuou sem explicações.
Estará apaixonado por outra mulher? O que terá ela feito de errado? Por mais perguntas que coloque, Jeanie permanece sem respostas.
Neste turbilhão emocional, Jeanie anseia pelas quintas-feiras, o dia mais luminoso da semana. Às quintas, ela leva a sua neta a brincar no parque. E é aí que encontra Ray, também ele a tomar conta do neto. Ray revela-se um homem amável, bonito e bom conversador - exatamente o contrário de George. 
De repente, Jeanie sente-se de novo atraente e viva, e apaixona-se por Ray. Ela sabe demasiado bem o quanto essa paixão ameaça tudo o que ela ama. Terá Jeanie a coragem para, contra tudo e contra todos, virar a sua vida do avesso e dar uma nova oportunidade ao amor?

"Mais tarde, nessa noite, Jeanie pôs-se de pé, à frente do espelho da casa de banho, nua, e observou o seu corpo com toda a atenção. Tentou imaginar-se a mostrá-lo a Ray, mas a tira de luz fria parecia estar a troçar dela. O seu corpo não a deixava ficar mal. A almofada de gordura pós-menopausa sobre o seu estômago deixava-a louca, mas recusava-se a desaparecer; (...) Não, o problema era que a sua sexualidade parecia ter desaparecido. Ali estava, no espelho, uma mulher que podia orgulhar-se de um corpo, mas era tudo o que parecia haver de momento: um corpo."


Hilary Boyd nasceu a 23 de junho de 1949 no País de Gales.
Foi jornalista na área da saúde durante vários anos, tendo publicado seis livros de não ficção relacionados com essa temática, nomeadamente acerca de questões relacionadas com a gravidez e a maternidade.
O livro que hoje sugerimos para leitura no seu fim de semana foi o seu primeiro romance, tornando-se um inesperado best seller. 
Ao abordar a vida erótica de pessoas idosas, deu origem a um novo género literário, descrito pelo jornal Observer como literatura para avós.


"Um retrato envolvente e bem escrito sobre o amor 
numa fase mais madura da vida."
                                                          Daily Telegraph




BOA LEITURA






março 25, 2022

PAREM TODOS OS RELÓGIOS

 


Aos trinta e seis anos, a professora de literatura Helena Remington apaixona-se loucamente por um italiano de visita a Lisboa. O romance entre os dois, intenso e tórrido, é porém abruptamente interrompido por um acidente de automóvel na costa italiana, onde ambos passavam férias.
Decorridos vinte anos sem notícias de Fabrizio, Helena recebe uma carta da filha dele com um pedido ousado e urgente. Para o satisfazer, terá de lançar-se na mais arriscada aventura da sua vida, envolvendo-se com gente perigosa numa autêntica corrida contra o tempo. Tudo para salvar o homem que tanto amou.
Muitos anos mais tarde, Carlos - o sobrinho-neto preferido de Helena - conhece Francesca, uma rapariga italiana que também precisa de ser salva e que o destino transforma em tradutora de cartas de amor.



"E depois... Tudo aquilo passaria, tudo aquilo seria uma memória. O Verão, a costa italiana, Fabrizio, o quotidiano preenchido com todos os atos do amor, tudo se tornaria passado e ela voltaria à sua existência de solteirona em Lisboa, à hipocrisia, ao regime poeirento, às infames notícias da guerra, aos colegas burocráticos e medíocres, à mentalidade de bairro, aos boatos pequeno-burgueses, aos padres decorativos, aos ministros com caspa, ao país que se assoava à gravata."


Parem Todos os Relógios
um romance sobre as consequências do amor, 
que combina elementos de thriller policial, história de amor e épico familiar.
Um romance sobre amores proibidos e trágicos que atravessam duas gerações da mesma família.




Nuno Amado nasceu em Lisboa em 1978. Licenciou-se em Psicologia Social e das Organizações e Psicologia Clínica. É doutorado em Psicologia do Desenvolvimento pelo Instituto Superior de Psicologia Aplicada da Universidade Nova.
Atualmente divide a sua atividade entre a prática clínica e o ensino, ocupando a posição de Professor Adjunto no Instituto Superior de Educação e Ciências.
As suas atividades de investigação têm-lhe permitido publicar e participar em vários congressos científicos em Portugal e no estrangeiro. Em Portugal é pioneiro no estudo da Psicologia do Amor.
Em 2012 estreou-se na ficção com À Espera de Moby Dick, a que se seguiu em 2015 Manual de Felicidade para Neuróticos.
Em 2017, o romance que hoje sugerimos para leitura do seu fim de semana, Parem todos os Relógios, foi finalista do Prémio Leya.
Para além da nossa sugestão de leitura, o Leitor tem à sua disposição para empréstimo domiciliário, do mesmo autor,  Ups, já fiz asneira outra vez.

Pintura de Belinda del Pesco



Boa Leitura




fevereiro 04, 2022

MARECHAL DE CAMPO WAKE, O MAQUIS SAÚDA-TE!


"Uma mulher? Não podia ser. As mulheres não combatiam ao lado dos homens. Operadoras de rádio, uma ou outra estudante a pintar slogans numa parede, sim, mas com certeza a Resistência não descera ao ponto de pôr uma arma nas mãos de uma mulher. (...) E se o Rato Branco fosse uma mulher? Estariam os franceses dispostos a receber ordens de uma fêmea? Invulgar, talvez, mas não impossível." 


Nancy Wake, The White Mouse, 1912-2011


Para os aliados era uma destemida combatente pela liberdade. 
Uma super espia, uma mulher apaixonada, muito à frente do seu tempo.

Para os Nazis, uma sombra, a pessoa mais procurada do mundo.

Para a História ficou uma lenda.

É  a incrível história de Nancy Wake que 
sugerimos para Leitura do seu fim de semana





Ao início, Nancy Wake era apenas uma jovem que vivia em Marselha, casada com Henri Fiocca, o grande amor da sua vida. Mas, quando França cai aos pés da Alemanha, a sua vida muda para sempre. Nancy Wake passa a ser conhecida como Rato Branco, alcunha dada pela Gestapo àquele que consideravam o membro da Resistência mais difícil de capturar. Sobre a sua cabeça um prémio de cinco milhões de francos.
Quando o marido é preso por traição e torturado pelos nazis, Nancy decide fugir para Inglaterra e junta-se ao Special Operations Executive (SOE).O seu objetivo é salvar o homem que ama, lutar conta a injustiça e o horror e mudar definitivamente o rumo da guerra.
É largada de paraquedas em Auvergne e, num mundo de homens, vê-se obrigada a lutar pelo respeito de alguns dos mais duros combatentes da Resistência francesa. Enquanto ele e os seus maquisards enfrentam os nazis, cada uma das ações que levam a cabo torna mais próximo o fim da guerra, mas ao mesmo tempo agrava a situação de perigo em que o marido de Nancy se encontra.


"A liberdade é a única coisa pela qual vale a pena viver. 
Enquanto espia, costuma pensar que não me importava se morresse,
porque sem liberdade viver é inútil"
                                                                         Nancy Wake, numa entrevista à BBC



Imogen Kealey é o pseudónimo utilizado pela escritora Imogen Robertson e pelo escritor e guionista Darby Kealey.
Imogen Robertson é escritora de ficção histórica. A viver em Londres, nasceu e cresceu em Darlington e foi leitora de russo e alemão em Cambridge. Antes de se tornar escritora foi realizadora de televisão, cinema e rádio. É autora de diversos romances.
Darby Kealey é escritor e produtor de Los Angeles. Tem um mestrado em Escrita de Argumentos pela Universidade da Califórnia, Los Angeles, e um bacharelato em Ciência Política pela Universidade da Califórnia, Santa Cruz. Tem vários projetos de cinema e televisão em desenvolvimento.


"Nancy Wake foi uma mulher de valor excecional"
                                                    Julia Gillard primeira- ministra australiana (2010-2013)


Montluçon, onde foram espalhadas as cinzas de Nancy Wake

"Quando eu morrer, quero as minhas cinzas espalhadas pelas colinas
 onde lutei ao lado do todos aqueles homens"
                                                                                                                          Nancy Wake




janeiro 14, 2022

ENTÃO, ABRIMOS NOVAMENTE O CAPITÃO?

"Passou mais de um mês e O Capitão continuava sem levantar a cabeça. Inicialmente, houve algum movimento, quando ainda aparecia gente a apresentar as condolências, a encher-lhes uma mesa para lhes fazer um favor ou simplesmente para ver como iam aquelas raparigas que tão altaneiras e distantes pareciam e que, por causa da má sorte, se tinham depois visto obrigadas a claudicar e a arregaçar as mangas."



Maria Dueñas é uma escritora espanhola, nascida em 1964, Puertollano, Ciudad Real.
É doutorada em Filologia Inglesa e é professora titular na Faculdade de Letras da Universidade de Múrcia.
Em 2009 ficou famosa com o seu romance O Tempo entre Costuras (que neste momento está requisitado por um leitor da Biblioteca), que foi adaptado, em Espanha, a uma minissérie de 1 temporada com 17 episódios, e foi um enorme sucesso de audiências e reconhecida com vários galardões.
O romance que hoje sugerimos para leitura no seu fim de semanaAs Filhas do Capitão, é baseado numa história real e é um tributo a todas as mulheres que vivem a aventura da emigração. O livro irá, também, ser adaptado à televisão com a autora a participar na sua produção executiva.
Maria Dueñas está traduzida em mais de 35 línguas com milhões de exemplares vendidos e é uma das escritoras de língua espanhola mais estimadas no mundo.


Nova Iorque, 1936.
O pequeno restaurante O Capitão abre as portas na rua 14, um dos enclaves da colónia espanhola que sobrevive na grande cidade americana.
A morte acidental do seu dono, o libertino Emilio Arenas, obriga a que as suas filhas indomáveis assumam as rédeas do negócio, enquanto nos tribunais se resolve a herança. Abatidas pela súbita necessidade de sobreviver, as temperamentais Victoria, Mona e Luz Arenas abrirão caminho através das adversidades, decididas a transformar um sonho em realidade.
As Filhas do Capitão conta-nos a história de três jovens espanholas que se veem obrigadas a cruzar um oceano, instalando-se numa cidade deslumbrante, e a lutar com bravura para encontrar um caminho.

As três irmãs, 1917
Henri Matisse (1869-1954)


"Ucranianos, franceses, polacos, cubanos, ingleses, albaneses, gregos, alemães, noruegueses, italianos, irlandeses, argentinos, salvadorenhos, suecos, portugueses, porto-riquenhos, romenos, espanhóis... Todos haviam tido lugar e, com o seu esforço diário, todos tinham contribuído com um grão de areia para que a cidade continuasse a funcionar bem oleada."
As Filhas do Capitão







dezembro 10, 2021

OS ANÉIS DO MEU CABELO: A história de Mariza


Se passares pelo adro
No dia do meu enterro
Diz à terra que não coma 
Os anéis do meu cabelo
de, Anéis do meu cabelo, canção de Mariza

Mariza teve a ousadia de mexer nos santos do altar, um pecado que os espíritos mais conservadores nunca lhe perdoaram. Nuno Galopim, jornalista e crítico de música, justifica assim a distância que existe entre Mariza e o mundo do fado. "A forma como vestiu o fado, a cor, o cabelo, a atitude, tudo isso chocou de frente com essa ideia do fado higienizado que muitos consideravam ser o autêntico." Mariza recuperou o lado festivo que Amália também interpretava em palco e fê-lo viajando pelo flamengo e pelo mundo da música brasileira. "Apesar de Ó Gente da Minha Terra ser o seu tema emblemático, também sabe cantar a terra dos outros que, no fundo, acaba por ser a sua nesta sociedade global em que vivemos. Tudo aquilo faz sentido."

Para os mais tradicionalistas, Mariza continua a ser uma figura suspeita. "Não é unânime e ainda bem porque dos unânimes não reza a história."
O musicólogo Rui Vieira Nery identificou, logo à partida, uma série de condições muito hostis ao sucesso que se adivinhava desde a primeira hora. "Mariza sempre fez questão de cultivar a diferença, de criar uma certa distância que lhe foi devolvida pelo meio do fado. Ela nunca quis ficar no circuito tradicional da casa típica, do disco ocasional, do espetáculo de fado à antiga. Tinha uma confiança muito forte no seu talento, tinha outras ambições e nunca as escondeu."

Quando canta uma canção, é uma cantora. O que acontece é que ela foi entrando no mundo do fado por um caminho que é o dela. Quando canta fado, canta com aquele poder muito forte que vem de dentro, um poder africano.
Carlos do Carmo

Mariza dos Reis Nunes cresceu entre dois continentes. Dentro de casa estava em Moçambique, a terra onde nasceu, com a sua cultura, a sua música, a sua culinária. Mal saía à rua, mergulhava nas ruelas da Mouraria, na Lisboa antiga, no mundo do fado.
A convivência com dois universos tão diferentes moldou de forma indelével a sua personalidade como mulher e como artista. E o seu amor pela música, aliado ao dom de interpretar todos os géneros com a mesma alma, fizeram de Mariza uma cantora e fadista com tal arrojo e originalidade que, duas décadas depois de ter iniciado a carreira, continua a ser recebida em êxtase nas grandes salas de espetáculo de todo o mundo.

"Gostava de ser recordada como alguém que tentou, com o maior orgulho, 
pôr Portugal na história da música do mundo."
Mariza
Mariza, os amigos, a família e os músicos revelam-nos neste livro a mulher fora do palco, sem saltos altos nem vestidos de renda, com a mão que costumamos ver a agarrar o microfone segurando com força a do seu filho.


E esse livro, uma biografia de Mariza escrita por Dina Soares e editado pela Oficina do Livro,
pode ser requisitado na Biblioteca Municipal. 




Dina Soares, é jornalista desde 1987. Licenciada em Comunicação Social pela Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa, trabalhou em diversos meios de comunicação social, entre os quais os jornais Expresso, Diário de Lisboa e Semanário, na TVI, onde fez parte da equipa fundadora, e na Rádio Renascença. Foi por culpa de um curso sobre como escrever uma biografia, no Cenjor, e também devido ao gosto por contar histórias, que chegou até este livro, que é a sua primeira biografia.

"Mariza não é uma fadista convencional, 
é uma cantora excecional, extraordinária."
João Braga

Na Warner Music Portugal é Paulo Miranda quem trata dos discos de Mariza. O poder conquistador da artista começou por o conquistar a ele. "Eu não gosto de fado, gosto de Mariza. Até a conhecer, achava que o fado era muito chato, uma coisa dos meus pais." Bem mais difícil de cativar do que ele próprio, conta Paulo Miranda, era Napoleão e Mariza foi bem-sucedida. "Havia uma reunião anual da EMI em Madrid onde estava sempre o chefe máximo da empresa para a Europa, um francês com um péssimo feitio que tinha a alcunha de Napoleão. Sempre que lhe apresentávamos músicas novas, ele ouvia uns segundos e ordenava logo que se passasse à seguinte. Nesse ano, os meus colegas levaram o fado Ó Gente da Minha Terra, na interpretação do Concerto de Lisboa, que tem seis minutos e vinte segundos. Estamos a falar de uma pessoa que consumia música de todo o mundo e que tinha muito pouco tempo. Quando a faixa acabou, ele ficou em silêncio e disse: "ponham outra vez".

Ó gente da minha terra
Agora é que eu percebi
Esta tristeza que trago
Foi de vós que a recebi
de, Ó gente da minha terra, canção de Mariza







dezembro 03, 2021

PASSARAM AINDA ALÉM DA TAPROBANA




"D. Lourenço inspirou e sentiu o odor forte da maresia. Nunca vira uma praia de tamanha beleza. Sentiu-se embriagado com o som das aves e com a paisagem. Tinham desembarcado num lugar mítico, cheio de lendas e histórias que encantavam a corte de Lisboa. Havia séculos que se dizia que a Taprobana era o paraíso na Terra. Uma ilha misteriosa e afortunada, famosa pela canela e pelas pedras preciosas. Sabia que o pai, em Cochim, ficaria orgulhoso e, acima de tudo, que a boa nova agradaria a El-Rei D. Manuel!"



Eduardo Pires Coelho nasceu em Lisboa em 1974. Licenciado em Gestão de Empresas pela Universidade Católica Portuguesa e trabalha em mercados financeiros desde 1997. 
Em 2008 foi considerado o melhor analista de ações português pela Deloitte IRG Awads e, em 2010, o mais certeiro pelo Diário Económico, acumulando vários outros prémios em Espanha e na África subsariana.
Viveu um ano nos Estados Unidos e sete na África do Sul, perto do Cabo da Boa Esperança, tendo já visitado 56 países em quatro continentes.
Em 2011, foi o vencedor do Prémio Literário Esfera das Letras, com o romance O Segredo da Flor do Mar.
Apaixonado pelo mar, pela escrita e pela História, lança agora o seu segundo romance, Taprobana.

"O meu gosto pela História foi determinante para me dedicar
 a romances e thrillers históricos.
 A História de Portugal é rica e guarda muitos segredos e mistérios, 
desde os confins do Brasil até às ilhas mais recônditas da Indonésia."



Ernest Fonseka - médico e cientista do Sri Lanka a trabalhar em Portugal - é encontrado morto no momento em que vários dos seus pacientes terminais melhoram subitamente. A coincidência leva um alto funcionário da instituição, Rui Fernandes, a realizar um inquérito e a concluir que, na verdade, Ernest estava a testar um medicamento desconhecido, misteriosamente ligado à floresta do Sri Lanka. No cerne do enigma está Mafalda de Castro, uma jovem mestiça que, em finais do século XVI, testemunhou os desencontros entre os vários reinos dessa ilha que se chamou Taprobana e assistiu à sua ocupação pelos Portugueses, para depois se apaixonar por um fidalgo.
A pesquisa dos documentos encontrados no apartamento de Ernest revelará factos surpreendentes; mas, no rasto desse segredo guardado há séculos, Rui não escapará a um turbilhão de acontecimentos e perseguições, nem ficará a salvo do perigo e das malhas do amor.



A nobre ilha da Taprobana,
Já pelo nome antigo tão famosa,
Quanto agora soberba e soberana
Pela cortiça cálida, cheirosa,
Dela dará tributo à Lusitana
                                                           Luís Vaz de Camões, Os Lusíadas, canto X



novembro 05, 2021

FOI NO CHIADO QUE TUDO COMEÇOU

 
Lisboa, Chiado, anos 1950

"Pode-se dizer que a coisa tinha começado mais ou menos vinte anos antes.
Foi no Chiado. Em Pleno Chiado. O esticão tinha sido tão forte que se estatelou no chão, desamparada. O fio de ouro com a cruz de brilhantes tinha sido arrancado pelo ladrão que se pisgou com tal velocidade que o pessoal circundante tinha parado a olhar, olha o gajo, parece o Zatopek. (...)
Foi assim que Amélia conheceu Amadeu Silveira, um jovem e promissor agente da PIDE, sob a capa de um funcionário da Companhia Colonial de Navegação. Com cartão-de-visita e tudo. Tinha 31 anos, era alto e, se quisermos percorrer a descrição da personagem com um paleio meio vulgar, tinha ombro largo. O que destoava daquilo tudo era o coxear. Ligeiramente, mas coxeava. Um joelho filho-da-puta".




Pós-guerra. Num Portugal cinzentão, de costumes apertados como coletes-de-forças, uma jovem tem um encontro acidental com um agente da PIDE por quem se apaixona. Foi no Chiado que tudo começou.
A paixão, e subsequente abandono, terá consequências.
A vida recomeçará com outos contornos num outro lugar.
À medida que o tempo vai passando, acompanhamos, através das vidas que o livro acolhe, o bater de coração deste país, que só em Abril de 1974 se irá reencontrar consigo mesmo.
Passam perante os nossos olhos as décadas de 50, 60 e 70, com todo o seu arraial de vivências, acontecimentos, tropeções, guerras, músicas, cantores, ruturas e renascimentos.
As personagens, com todos os seus dramas, alegrias e tristezas, vão-nos contando o que era viver neste Portugal asfixiado pela mais velha ditadura da Europa. 



Alice Brito nasceu em 1954 em Setúbal. É advogada, defensora da causa feminista e cronista em periódicos on-line.
Em 2012 publicou As Mulheres da Fonte Novao seu primeiro livro. Seguiu-se, em 2015, O dia em que Estaline encontrou Picasso na Biblioteca, que pode ser requisitado para leitura domiciliária.

A Noite Passada, o seu terceiro romance, e que hoje sugerimos como leitura para o seu fim de semana,  aborda pela primeira vez o 25 de Abril e os meses intensos que se lhe seguiram. Mas não só. O Portugal do pós-guerra até à revolução também é narrado, sobretudo ao nível do quotidiano das suas personagens.

Um romance marcante sobre um país e uma família ameaçados pela ditadura.
Porque a história também se escreve nos recantos mais improváveis.

Ilustração de Deborah Dewit



Bom fim de semana com boa leitura



outubro 29, 2021

MAS MESMO ASSIM, EVELYN, PORQUÊ? PORQUÊ EU?


Taylor Jenkins Reid nasceu a 20 de dezembro de 1983, na cidade de Acton, em Massachusetts, Estados Unidos da América. 
Antes de se dedicar à escrita a tempo inteiro, foi assistente de casting, trabalhou numa produtora cinematográfica, numa empresa de tecnologia e numa escola secundária.

O romance que hoje sugerimos para leitura do seu fim de semana é o seu quinto livro e foi finalista do Prémio Goodreads para Melhor Romance Histórico, Livro do Mês da Amazon e um dos Livros do Ano para o clube de leitura Book of the Month. Foi, igualmente, um dos romances escolhido pela atriz Reese Witherspoon para integrar o seu clube de leitura. Uma produtora está a desenvolver uma adaptação deste romance para uma série de televisão.


E qual é a nossa sugestão de leitura para o seu fim de semana?



Evelyn Hugo, uma das maiores estrelas de Hollywood, agora a aproximar-se dos 80 anos, decide finalmente contar tudo sobre a sua vida recheada de glamour e de uma boa dose de escândalos. Quando escolhe a desconhecida Monique Grant para escrever a sua história, todos ficam surpreendidos, incluindo a própria jornalista. Porquê ela? Porquê agora?
Determinada a aproveitar a oportunidade para impulsionar a sua carreira, Monique regista o relato de Evelyn com fascínio e admiração. Da chegada a Hollywood, no início da década de 1950, à decisão de abandonar o mundo do espetáculo 30 anos depois, incluindo, claro está, os seus sete casamentos, a vida de Evelyn é repleta de ambição desmedida, amizades improváveis e um grande amor proibido.
À medida que a história de Evelyn se aproxima do final, torna-se claro que a sua vida está ligada à de Monique, de uma forma trágica e irreversível.

"- Compreende o que estou a dizer-lhe? Quando nos é dada uma oportunidade de mudarmos a vida, temos de estar prontas para fazer o que for preciso para que isso aconteça. O mundo não nos dá coisas, nós agarramos as coisas. Se vai aprender alguma coisa comigo, provavelmente deverá ser isso."

"Entusiasmante, comovente e recheado do glamour da Velha Hollywood, 
O Sete Maridos de Evelyn Hugo é um dos livros mais cativantes do ano."
                                                                                                             Buzzfeed

Pintura de Joseph Lorusso

Tudo boas razões para nos visitar e 
requisitar o livro.


setembro 17, 2021

QUE DIABO ESTÁS A FAZER AQUI?

"Não há maior dádiva do que o amor de um gato"
                                                                               Charles Dickens


"Fora em setembro de 2018, três meses antes de nos conhecermos, que eu partira de Dunbar, a minha cidade natal na costa leste da Escócia, para percorrer o mundo de bicicleta. Tinha feito 30 anos há pouco tempo e queria libertar-me da rotina da vida, fugir ao meu cantinho do mundo e concretizar algo que valesse a pena. É justo dizer que as coisas não tinham estado a correr minimamente de acordo com o planeado. Conseguira atravessar o Norte da Europa, mas a minha viagem consistira numa série de desvios e distrações, falsas partidas e contratempos, a maior parte deles autoinfligidos. (...)
Mas, depois, quando parei de cantar e o som se tornou mais nítido, apercebi-me do que era. A minha reação foi de perplexidade. Não podia ser, pois não? Era um miado.
Virei-me e, pelo canto do olho, vi-o. Um gatinho escanzelado, cinzento e branco, corria desenfreado pela estrada, tentando desesperadamente acompanhar-me. Travei a fundo e estaquei.
Estava estupefacto. 
- Que diabo estás a fazer aqui? - perguntei-lhe."
 


No início de 2019 publicou um vídeo no Instagram no momento em que encontrou Nala, a gata que resgatou na Bósnia. O vídeo chamou a atenção dos meios de comunicação de todo o mundo e já tem mais de 130 milhões de visualizações.
Dean e Nala continuam a viajar juntos pelo mundo e partilham as suas aventuras na conta Instagram @1bike1worl, que tem mais de 750 mil seguidores. O seu canal no YouTube teve mais de cinco milhões de visualizações. 
Dean aproveita a visibilidade alcançada nas redes sociais e a disponibilidade das pessoas para ajudarem monetariamente as causas que divulga e para consciencializar o seu público para a proteção ambiental e o bem estar animal.

São as aventuras desta viagem pela Europa, até ao seu confinamento na Hungria, 
devido à pandemia de coronavírus, que sugerimos
 para leitura do seu fim de semana.



"(...) tenho de agradecer à Nala por aturar a minha cantoria, os meus cozinhados e quaisquer hábitos irritantes que eu possa ter sem saber. Tem sido a maior aventura da minha vida ser o teu companheiro de viagem. Obrigada por estares à minha espera naquela montanha, naquela manhã".





setembro 03, 2021

O PIOR CHEIRO QUE HÁ, A POLÍTICA!

 
Marinha Grande, Praça Stephens, 18 de janeiro de 1934

"(...) Uma das cartas recebidas, das que mereceram mais credibilidade, dava conta de que poderia tratar-se de um tal Miguel Domingos, natural da Marinha Grande, onde tinha irmãos que poderiam ajudar a esclarecer o mistério. Alertava também para o facto de Miguel ter estado envolvido, com papel relevante, na revolta operária ocorrida a 18 de janeiro de 1934, não tendo sido preso como a muitos sucedeu. (...)
- Viu, Guimarães? Fala do dezoito de janeiro e diz que foi um dos cabecilhas... Isto cheira-me muito mal... o pior cheiro que há, a política! - disse Sousa, pesaroso, deixando cair lentamente o olhar no tampo da secretária, talvez para demonstrar o desalento, antevendo as dificuldades que se deparariam à investigação."

Baseado em factos reais, o romance que sugerimos como leitura para o seu fim de semana, reconstrói de uma forma muito fiel, não só a investigação feita pela PIDE, mas também a sociedade portuguesa do pós-guerra, o combate travado na clandestinidade contra um regime ditatorial.




Ativo militante comunista, o jovem Miguel Domingos era um operário vidreiro revoltado pela miséria que o rodeava. Depois de participar na revolta de 18 de janeiro de 1934, na Marinha Grande, fugiu para a União Soviética onde recebeu formação na Escola Leninista. No regresso, combateu as hostes franquistas em Espanha, foi preso e enviado para um campo de concentração.
No final de 1944 regressou a Portugal e passou a integrar a direção comunista, na qual se manteve até ser afastado em 1949, com problemas de saúde e a suspeita de ter denunciado as casas clandestinas mais importantes do partido, levando à prisão de alguns dos mais célebres dirigentes comunistas. 
Em 1951, num pinhal dos arredores de Lisboa, o seu corpo seria encontrado sem vida.
A quem interessava a sua morte? À família? À PIDE? Ao partido?

Manuel Domingues, 1950

"A razão de ser deste romance é ressuscitar Manuel Domingues, um membro do comité central do PCP entre 1945 e 1949, cujo cadáver apareceu num pinhal em 1951".
"Este homem deixou um filho. O filho tem uma filha. As pessoas gostariam muito de ver o nome do familiar recuperado. Manuel Domingues foi um dos fundadores do PCP na Marinha Grande. Foi um dos organizadores do 18 de janeiro na Marinha Grande. E o nome dele não consta em parte alguma. É contra isso que me bato E não estou sozinho. Há muita gente a pensar como eu. Gostaria que houvesse muito mais. Mas para isso é preciso que saibam que existiu o Manuel Domingues." 
                                                                                                                                 Carlos Ademar


Foto de José Fiães

Carlos Ademar nasceu em Vinhais, em 1960. É Mestre em História Contemporânea pela Universidade Nova de Lisboa.  
Professor da Escola da Polícia Judiciária, trabalhou na investigação de alguns dos crimes que mais marcaram a sociedade portuguesa e colaborou na formação de órgãos de investigação da Guiné-Bissau, Moçambique, Cabo Verde, Angola e Timor. É fundador da Revista de Investigação Criminal.


"(...) - Ele já estava em conflito com a direção do partido?
- Não sei nada de conflitos entre ele e o partido, que era a sua verdadeira casa. Foi um dos fundadores do partido na Marinha Grande quando tinha vinte e um ou vinte e dois anos. (...)
- Senhor agente, ninguém tem mais vontade de ver os assassinos do Miguel presos do que eu. Ninguém. E se não ajudo mais é porque não sei como fazer. Se entretanto me chegar alguma coisa, entro em contacto imediato com o senhor."








julho 30, 2021

LEITURA PARA AGOSTO

Com mais de 350 milhões de exemplares vendidos e traduzidos em mais de 45 línguas, é um autor que ocupa permanentemente os lugares cimeiros das listas dos livros mais vendidos.

Segundo a Publishers Weekly é o sexto escritor mais lido nos Estados Unidos da América
A sua enorme popularidade e a mestria da sua escrita, fazem dele um dos autores cujas obras são frequentemente adaptadas ao cinema e a séries de televisão.
Os seus livros giram muitas vezes em torno de questões ligadas à advocacia e, geralmente, criticam certas nuances do sistema judicial americano e das grandes firmas de advogados.


O leitor certamente já adivinhou que hoje falamos de


Nasceu a 8 de fevereiro de 1955 em Jonesboro, Arkansas.  Licenciou-se em Direito, exerceu advocacia durante quase uma década, especializando-se em defesa criminal e em contencioso civil.
Inspirou-se na sua atividade profissional para escrever os seus romances. Atividade essa iniciada em 1989, com a publicação de Tempo de Matar.
Foi eleito pela Publishers Weekly como o escritor dos anos 1990.



Estes são os livros do autor que a Biblioteca Municipal tem disponíveis para empréstimo domiciliário. 
Uma sugestão de leitura para o seu fim de semana
 ou para as suas férias.




Só falta o Leitor e o seu livro





Boas Leituras e Boas Férias


junho 11, 2021

A MAIOR LOJA DO MUNDO


A Amazon começou por ser uma livraria virtual, que distribuía livros pelo correio. Mas Jeff Bezos, o seu visionário fundador, desde logo lhe traçou o destino: à semelhança do rio Amazonas, a Amazon haveria de ser a maior loja da Terra. Para tal, munido de uma tenacidade desconcertante, Bezos desenvolveu uma cultura empresarial de ambição e sigilo constantes, nunca quebrada. Até agora.

A nossa sugestão de leitura para o fim-de-semana 
vai desvendar alguns dos segredos do êxito de uma empresa audaz, inovadora, revolucionária, persistente e controversa. 



A maior loja do mundo é a história única, incontestável e reveladora de um fenómeno à escala mundial, que continua a mudar a forma como encaramos a Internet e os nossos hábitos de compras, sempre um passo à frente. A história de como uma empresa de garagem se torna um fenómeno mundial com impacto nas nossas vidas.

"Uma obra que revela o percurso de um notável empreendedor, 
e as suas práticas, de forma fascinante."
The Economist


Brad Stone teve acesso exclusivo a antigos e atuais funcionários da empresa, bem como a familiares de Bezos, apresentando o primeiro relato sem reservas, e em profundidade, da vida e dos segredos da Amazon. Comparado com outros nomes influentes da tecnologia - Jobs, Gates ou Zuckerberg -, Bezos é muito reservado. Com este livro, a visão revolucionária do empreendedor ganha nova dimensão. Bezos destaca-se pela procura incessante de novos mercados; é persistente, inovador enão tem medo de arriscar, sendo um exemplo único para líderes e empreendedores de todos os setores.
Brad Stone é um jornalista americano que escreve sobre a Amazon e a tecnologia desenvolvida em Silicon Valley há vários anos. Colabora com publicações como a Newsweek e The New York Times. Atualmente, é redator-chefe na revista Bloomberg Businessweek e vive em São Francisco, na Califórnia.
A maior loja do mundo foi um dos títulos mais destacados de 2013. Ganhou o prémio Financial Times/Goldman Sachs para a melhor obra de negócios e integrou a seleção dos melhores livros do ano de várias publicações.


Um trabalho notável.
Financial Times

Um retrato poderoso do 
exigente e motivado Jeff Bezos.
New York Times










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