dezembro 30, 2021
FELIZ 2022
dezembro 23, 2021
FELIZ NATAL
dezembro 15, 2021
UM NATAL PERFEITO
Quando o viu na repartição de Finanças pensou que se tinha enganado. Mas logo ele lhe acenara, sorrindo, não havia engano.
dezembro 10, 2021
OS ANÉIS DO MEU CABELO: A história de Mariza
No dia do meu enterro
Diz à terra que não coma
Os anéis do meu cabelo
O musicólogo Rui Vieira Nery identificou, logo à partida, uma série de condições muito hostis ao sucesso que se adivinhava desde a primeira hora. "Mariza sempre fez questão de cultivar a diferença, de criar uma certa distância que lhe foi devolvida pelo meio do fado. Ela nunca quis ficar no circuito tradicional da casa típica, do disco ocasional, do espetáculo de fado à antiga. Tinha uma confiança muito forte no seu talento, tinha outras ambições e nunca as escondeu."
Na Warner Music Portugal é Paulo Miranda quem trata dos discos de Mariza. O poder conquistador da artista começou por o conquistar a ele. "Eu não gosto de fado, gosto de Mariza. Até a conhecer, achava que o fado era muito chato, uma coisa dos meus pais." Bem mais difícil de cativar do que ele próprio, conta Paulo Miranda, era Napoleão e Mariza foi bem-sucedida. "Havia uma reunião anual da EMI em Madrid onde estava sempre o chefe máximo da empresa para a Europa, um francês com um péssimo feitio que tinha a alcunha de Napoleão. Sempre que lhe apresentávamos músicas novas, ele ouvia uns segundos e ordenava logo que se passasse à seguinte. Nesse ano, os meus colegas levaram o fado Ó Gente da Minha Terra, na interpretação do Concerto de Lisboa, que tem seis minutos e vinte segundos. Estamos a falar de uma pessoa que consumia música de todo o mundo e que tinha muito pouco tempo. Quando a faixa acabou, ele ficou em silêncio e disse: "ponham outra vez".
dezembro 03, 2021
PASSARAM AINDA ALÉM DA TAPROBANA
Eduardo Pires Coelho nasceu em Lisboa em 1974. Licenciado em Gestão de Empresas pela Universidade Católica Portuguesa e trabalha em mercados financeiros desde 1997.
novembro 24, 2021
ÚLTIMO OLHAR
“O detonador do romance é um acontecimento passado em
Espanha:
O apedrejamento de um autocarro que levava idosos infetados pela
covid.
A partir daí senti necessidade de o situar de forma correta.”
Fotografia de Tiago Miranda/Expresso |
novembro 19, 2021
JOSÉ SARAMAGO, 1922-2010
novembro 10, 2021
UMA DECLARAÇÃO DE AMOR À MINHA ILHA
O leitor poderá encontrar na nossa Biblioteca, para empréstimo domiciliário, os seguintes títulos:
- O Terceiro Servo
- Arquipélago
- Meridiano 28
Ilha Terceira, Açores |
novembro 05, 2021
FOI NO CHIADO QUE TUDO COMEÇOU
Lisboa, Chiado, anos 1950 |
outubro 29, 2021
MAS MESMO ASSIM, EVELYN, PORQUÊ? PORQUÊ EU?
outubro 21, 2021
PRÉMIO CAMÕES 2021
Paulina Chiziane
Pode encontrar na nossa Biblioteca Municipal o livro da escritora
Guerra. Destruição. Miséria. Sofrimento. Humilhação. Ódio. Superstição. Morte. Este é o cenário dantesco, boscheano, que encontramos nas páginas de "Ventos do Apocalipse". As palavras fortes, cruas, incisivas, dilacerantes e delirantes da autora levam-nos a questionar-nos quanto de ficção existirá no realismo das descrições deste palco apocalíptico em que a guerra mais aberrante será talvez a de dois povos, os mananga e os macuácua, colocados entre dois fogos e não sabendo quem os defende e quem os ataca. Paulina Chiziane é uma contadora nata de estórias. Consegue levar-nos ao âmago do mais baixo dos mais baixos degraus de degradação do ser humano. Com ela percorremos as vinte e uma noites de pesadelo e tormentos que foi o êxodo dos sobreviventes de uma aldeia. Através dela aprendemos a respeitar Sixpence, tornado o herói simbólico, emblemático, e líder venerado desses fugitivos. Pela sua mão desvendamos o mundo de Minosse, a última mulher que restou ao régulo Sianga, e ouvimos as palavras sábias de Mungoni, o adivinho. E compreendemos a loucura de Emelina, a assassina dos próprios filhos. São da autora estas palavras ditas por uma das personagens em absoluto desespero: «Se o homem é a imagem de Deus, então Deus é um refugiado de guerra, magro e com o ventre farto de fome. Deus tem este nosso aspecto nojento, tem a cor negra da lama e não toma banho à semelhança de nós outros, condenados da terra. O Diabo, sim, esse deve ser um janota que segura os freios da vida dos homens que sucumbem.» O leitor julgará.
In, Wook