"Amadeo de Souza Cardoso é a primeira descoberta de Portugal na Europa do século XX!"
Almada Negreiros
Amadeo de Souza Cardoso nasceu a 14 de novembro de 1887 em Manhufe, Amarante e foi o percursor da arte moderna em Portugal.
Os seus primeiros trabalhos foram os desenhos e as caricaturas.
Aos dezanove anos mudou-se para Paris e aí tomou conhecimento com o Impressionismo e depois com o Expressionismo e o Cubismo.
Conheceu Amadeu Modigliani, de quem se tornou um grande amigo, compartilhando com ele um atelier.
No dia 5 de março de 1911, Modigliani e Amadeo de Souza Cardoso inauguraram uma exposição no atelier do pintor português, perto do Quai d'Orsay, cujo livro de honra foi assinado por Picasso, Max Jacob e Derain.
Em 1912 publicou um álbum com 20 desenhos e, depois disso, copiou o conto de Flaubert "La légende de Saint Julien l'Hospitalier", trabalho esse ignorado pelos apreciadores de arte. Este último trabalho, depois de ter ficado durante muitos anos nas mãos do editor, acabou por ser adquirido pela própria viúva do pintor, para evitar que fosse destruído.
Menina dos cravos |
Em 1914, Amadeo de Souza Cardoso tem trabalhos expostos em Londres e nos Estados Unidos da América.
Depois de participar numa exposição nos Estados Unidos, em 1913, voltou a Portugal e realizou duas exposições, uma no Porto e outra em Lisboa, causando escândalo: as suas obras foram criticadas, ridicularizadas e houve até confrontos físicos entre críticos e defensores da arte moderna.
Em Portugal é difícil aceitar novos processos e novas ideias e muitas vezes os percursores só veem reconhecido o seu trabalho após a sua morte.
Em 1914 encontrou-se em Barcelona com Antoni Gaudi, e parte para Madrid onde é surpreendido pelo início da I Guerra Mundial. Regressa a Portugal e envolve-se na experimentação de novas formas de expressão, tendo pintado com tal persistência que, em 1916, expõe no Porto 114 obras com o título "Abstracionismo".
"A ciência descreve as coisas como são;
a arte, como são sentidas, como se sente que são".
Fernando Pessoa
A 25 de outubro de 1918, aos 31 anos de idade, morre prematuramente em Espinho, vítima de gripe pneumónica que grassava em Portugal.
Em 1925, realizou-se em França uma retrospetiva do pintor, com 150 trabalhos que foram muito bem aceites pelo público e pela crítica. Dez anos depois, em Portugal, foi criado um prémio para distinguir pintores modernistas, que recebeu o nome "Prémio Souza-Cardoso".
Em 1953, a Biblioteca-Museu de Amarante, sua cidade natal, deu a uma das suas salas o nome do pintor e, em 1958, a Casa de Portugal, em Paris, realizou uma exposição das suas obras.
De 14 de novembro de 2006 a 14 de janeiro de 2007, na Fundação Calouste Gulbenkian houve uma retrospetiva da sua obras, com o título "Diálogos de Vanguarda". A exposição reuniu cerca de 260 obras, graças à colaboração de vários museus e coleções particulares espalhadas por todo o mundo e, constituiu um dos momentos culturais de 2006.
O público acorreu em massa à Gulbenkian e no último dia da exposição as portas estiveram abertas toda a noite.
"A arte começa onde a imitação acaba"
Oscar Wilde
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