agosto 26, 2022

LISBOA REYKJAVÍK

 


Yrsa Sigurdardóttir nasceu a 24 de agosto de 1963 em Reykjavík, Islândia.
Engenheira de formação e diretora de uma das maiores empresas de engenharia da Islândia, liderou um dos mais arrojados projetos hidráulicos do mundo: a abertura e a construção de gigantescos túneis no subsolo de lava do seu país, destinados ao aproveitamento da água do degelo de um glaciar e ao seu aprisionamento numa barragem.
Iniciou-se na escrita em 1998 e hoje os seus livros estão no topo das listas de bestsellers em todo o mundo, estando alguns deles já adaptados ao cinema e à televisão.
A nossa sugestão de leitura para o seu fim de semana venceu o Prémio Petrona 2015, atribuído ao melhor policial escandinavo.
A autora que já esteve em Portugal para o lançamento de um dos seus livros, escolheu Lisboa como ponto de partida para o romance que hoje divulgamos.



"- É uma beleza - murmurou, mas depois inclinou-se para a frente e franziu o sobrolho. Qualquer pessoa julgaria que o comandante estava embriagado; o iate parecia encaminhar-se perigosamente para perto da parede do porto, a uma velocidade por demais excessiva. Antes que pudesse dizer nem que fosse mais uma palavra, ouviu-se um guincho dilacerante. (...)
A coisa mais estranha de todas era a ausência de qualquer movimento a bordo. Não se avistava qualquer figura por trás das grandes janelas da ponte; não apareceu nenhum tripulante no convés como seria de esperar naquelas circunstâncias. (...)
Na altura em que alcançou o outro lado da entrada do porto, o iate acabara de embater contra o extremo de um dos pontões. Estava já a pensar numa longa e cansativa noite a preencher formulários quando o grande casco esmagou a madeira."




Um iate de luxo abandona o porto de Lisboa tendo como destino Reykjavík, na Islândia. Despedindo-se das temperaturas agradáveis da capital portuguesa, a bordo seguem sete pessoas que enfrentarão o frio mar daquele inverno, a caminho do norte. Porém, daí a alguns dias, quando o barco entra no porto de Reykjavík, ninguém é encontrado a bordo. O que aconteceu à tripulação e à jovem família que seguia nele ao zarpar de Lisboa? O que se terá passado em Lisboa, ou durante a viagem, que possa explicar o desaparecimento?
Este é o cenário do melhor e mais assustador romance escrito até hoje pela rainha do policial nórdico. Um mistério sobre a escuridão do oceano, Lisboa, a família, a fama, negócios obscuros e, como sempre, o mal e a conspiração do ódio.

Pintura de Witha Lacuesta









agosto 17, 2022

EM DEFESA DA LIBERDADE, CONTRA A TIRANIA, A ESTUPIDEZ E O FANATISMO

 
No dia 12 de agosto Salman Rushdie foi esfaqueado dez vezes no pescoço e abdómen quando iniciava uma palestra em Chautauqua, no noroeste do estado de Nova Iorque. 
O seu atacante, Hadi Matar,  foi prontamente detido, declarando-se inocente de tentativa de homicídio,



O escritor apresenta boas melhoras, respirando sem a ajuda de ventilador e, segundo o seu filho, o seu sentido de humor "continua intacto".
Salman Rushdie vive escondido e sob proteção policial nos últimos 33 anos.



Nas livrarias de todo o mundo Os Versículos Satânicos começaram a surgir nas listas dos mais vendidos. Na Biblioteca Municipal esse romance e outros encontram-se para empréstimo domiciliário.

Os Versículos Satânicos é um romance que conta as aventuras de dois indianos, Gibreel e Saladim, supostamente mortos num atentado contra o avião em que seguiam da Índia para Inglaterra, quando voava sobre o Canal da Mancha. Os dois protagonistas surgem sãos e salvos numa praia no sul da Inglaterra e representam o Bem e o Mal, o Messias e o Demónio.
Salman Rushdie recupera uma lenda segundo a qual o profeta Maomé teria sido enganado pelo Diabo, que lhe teria ditado versos que foram incorporados no Corão, mas retirados quando o profeta percebeu o logro. Tal foi considerado uma blasfémia e o romance foi banido em mais de 20 países. 
O ayatolhah Ali Khomeini, líder do Irão em 1989, lançou uma fatwa contra o escritor, oferecendo uma recompensa de três milhões de dólares a quem o matasse.


Salman Rushdie tem viagem marcada para Portugal onde vai estar, dia 17 de setembro, a convite da Livraria Lello no Porto, à conversa com a jornalista Isabel Lucas.




Rápidas Melhoras

agosto 12, 2022

GANHOU O PRÉMIO NOBEL. ALGUM COMENTÁRIO PARA O JORNAL PRAVDA?

 

Boris Pasternak e Olga Invinskaya

"(...) Começou a escrever Doutor Jivago há quase dez anos e, embora tenha feito bastantes progressos, continua a sentir o desejo de poder voltar aos dias em que surgiu a ideia para o romance, quando a história parecia brotar de uma fonte inexplorada. (...)
Pouco depois da detenção de Olga, as autoridades tinham destruído vinte e cinco mil cópias da Antologia de Boris. (...) 
A censura crescente, em conjunto com a detenção da sua amante, incentivou Boris a terminar Doutor Jivago. Tinha-se retirado para o campo, para escrever, mas sentia-se incapaz de o fazer. Este bloqueio provocou uma ansiedade semelhante a picadas de agulha no peito."






1956. Boris Pasternak está a escrever Doutor Jivago, um livro controverso capaz de provocar dissensão na União Soviética. Com medo do seu poder subversivo, os soviéticos censuram-no e proíbem a sua publicação. Mas isso não impede que no resto do mundo a obra se transforme num bestseller... e numa possível sentença de morte para o autor.
A CIA está atenta aos acontecimentos e planeia utilizar o livro para influenciar a Guerra Fria a seu favor. Contudo, os agentes destinados a esta missão não são os espiões tradicionais. Duas secretárias - a charmosa e experiente Sally e a talentosa e novata Irina - são encarregadas da missão das suas vidas: devolver clandestinamente Doutor Jivago à URSS e utilizá-lo como arma de propaganda.
No entanto, esta não será uma missão fácil. Há pessoas dispostas a morrer por este livro - e agentes prontos a matar por ele. De Moscovo a Washington, de Paris a Milão, Isto Nunca Aconteceu retrata um momento único na história da literatura - contado com emoção e detalhes históricos cativantes.
E no coração deste romance inesquecível está a poderosa convicção de que o poder da palavra escrita pode transformar o mundo.






"Houve muitos livros a contribuir para tornar esta obra possível. 
Primeiro e acima de tudo, Doutor  Jivago, de Boris Pasternak, 
um romance tão relevante e essencial hoje como o foi à data da sua primeira publicação,
 por Giangiacomo Feltrinelli."



Lara Prescott nasceu em 1981 em Greernsburg, Pensilvânia, Estados Unidos da América. 
Estudou Ciências Políticas em Washington e trabalhou como consultora em campanhas políticas antes de se dedicar à escrita. 
O seu romance de estreia, Isto Nunca Aconteceu e que hoje sugerimos para Leitura de Fim de Semana, foi traduzido em mais de 30 línguas.
Foi ainda sugerido para o Prémio Egdar como Melhor Romance de Estreia, para o Goodreads Choice Awards e Best Debut Novel.
The Washington Post, Entertainment Weekly, Library Journal e  The New York Public Library recomendam-no como um dos melhores livros do ano.



"Isto Nunca Aconteceu é um romance sobre o poder da literatura, 
sobre um momento histórico em que os serviços de inteligência ocidentais 
acreditaram que um romance poderia alterar o curso da Guerra Fria".
                                                                                                        The Austin American-Statesman










agosto 03, 2022

FAÇA COMO O BATMAN




O que têm em comum estas três personalidades?

Gostam de LER



E o Leitor não sabe o que  vai ler nas férias?



Sugestões não faltam na Biblioteca Municipal


Faça como o Batman,
 venha à Biblioteca e aceite as nossas sugestões de  leitura para férias




julho 29, 2022

SOU O OCEANO PACÍFICO E SOU O MAIOR

É alto, tem um brinco na orelha esquerda, usa patilhas compridas e um boné de marinheiro e não dispensa um cigarro. É um verdadeiro anti-herói romântico que viveu intensamente nas primeiras décadas do século XX:
  • Em 1904 estava na Manchúria em plena guerra russo-japonesa  
  • Em 1913 estava com piratas no Pacífico Sul
  • Em 1917 estava na Irlanda no meio das ações independentistas do Exercito Republicano Irlandês (IRA)  e de todo o imaginário Celta
  • Em 1919 estava na China e na Sibéria
  • Em 1921 estava em Veneza, nos seus lugares mágicos e secretos.
Esteve ainda na Turquia, no Brasil, na Argentina e em muitos outros países, sempre errante, de sorriso trocista, de quem não leva nada demasiado a sério, cheio de surpresas e vivendo sob um código de conduta muito próprio, fascinado pelo esoterismo e pelas lendas.
Conheceu o jornalista e escritor Jack London. Conheceu Rasputin, desertor do exército czarista e assassino sem motivo, que o segue de boa ou má vontade em muitas aventuras. Nessas aventuras encontram Butch Cassidy e Sundance Kid, dois bandidos americanos que se refugiam na Patagónia para fugir da policia. Ajudou o escritor James Joyce a superar a sua timidez para com as mulheres e conheceu o jornalista John Reed.
Nasceu a 10 de julho de 1887 em Valeta, na ilha de Malta. O pai foi um marinheiro inglês da Cornualha, neto de uma bruxa da Ilha de Man e a sua mãe uma cigana de Sevilha, chamada Niña de Gibraltar, uma bela modelo, que foi modelo do pintor Ingres (que se diz ter-se apaixonado por ela). 
Estudou em Valeta na escola judaica e mais tarde em Córdova, onde o rabino Ezra Toledano, amante da mãe, o apresentou aos textos do Zohar e da Cabala.

Certamente o Leitor já adivinhou de quem falamos


Corto Maltese a personagem de banda desenhada criada por Hugo Pratt em 1967.



Que melhor companhia pode o Leitor ter nas suas férias?
Corto Maltese e as suas aventuras!!


Hugo Pratt é unanimemente considerado um dos maiores autores de banda desenhada do mundo. Nasceu a 15 de junho de 1927 em Rimin, Itália. No início da Segunda Guerra Mundial, a família Pratt estava a viver na Etiópia. Em 1941, a família foi internada num campo de concentração onde o seu pai viria a falecer.
Graças à intervenção da Cruz Vermelha, Hugo Pratt regressou a Itália em 1942. Aí frequentou um colégio militar e em 1944 desertou para não ser fuzilado pelas SS. Juntou-se aos Aliados em 1945 como intérprete. Viveu em Itália, Argentina, França e Suíça
Definia as suas histórias como "literatura desenhada". As suas bandas desenhadas, as suas obras gráficas e aguarelas estão expostas nos maiores museus; do Grand Palais à Pinacoteca de Paris, do Vittoriano em Roma, o Ca' Pesaro em Veneza ou o Santa Maria della Scalla em Siena.
Através das aventuras de Corto Maltese, Hugo Pratt afirmou-se como um dos mais importantes autores de banda desenhada.
Faleceu a 20 de agosto de 1995 em Grandvaux, na Suíça, sem chegar a assistir a uma série de televisão de animação protagonizada pelo seu herói Corto Maltese.
Na cidade de Angoulême, em França, a 14 de junho de 2003, foi inaugurada uma estátua de Corto Maltese. O monumento, todo em bronze, com 2.50 m de altura e 300Kg, foi executada pelo artista plástico Livio Benedetti, amigo de Hugo Pratt.




Sou o Oceano Pacífico e sou o Maior. É assim que me chamam há já muito tempo, 
embora não seja verdade que eu seja sempre pacífico”. 
                                                                                                                  In, A Balada do Mar Salgado


BOAS FÉRIAS


julho 20, 2022

FOI O MAR QUE ME DEVOLVEU A ESPERANÇA

 



João Tordo nasceu a 28 de agosto de 1975 em Lisboa. Formou-se em Filosofia na Universidade Nova de Lisboa.
Em 2009 foi o vencedor do Prémio José Saramago com o romance As Três Vidas.
Foi finalista dos prémios Portugal Telecom, prémio Fernando Namora, Melhor Livro de Ficção Narrativa da SPA e do Prémio Literário Europeu.
O seu romance Felicidade, foi o vencedor, em 2021, do Prémio Fernando Namora.
Os seus livros estão publicados em vário países, incluindo França, Itália, Alemanha, Brasil, Hungria, Espanha, Argentina, México e Uruguai.


Do autor que hoje divulgamos, fazem parte do fundo documental da 
Biblioteca Municipal as seguintes obras:
  • As Três Vidas
  • O Bom Inverno
  • A Noite em que o Verão Acabou
  • Felicidade
  • O Livro dos Homens sem Luz
  • O Paraíso Segundo Lars D.
  • Hotel Memória
  • O Luto de Elias Gro
  • O Deslumbre de Cecília Fluss
  • A Mulher que Correu Atrás do vento
  • Águas Passadas


"Poucos autores portugueses têm unhas para o thriller, 
e o Tordo sai vencedor da experiência"
                                                                                         João Céu e Silva, Diário de Notícias



Um policial de ritmo imparável e delicada sensibilidade, que vai ao âmago dos nossos piores medos,
 é a nossa sugestão de leitura para as suas férias. 
Um thriller que vai deixar o leitor em suspenso sobre o desenrolar da história.





Durante treze dias de janeiro de 2019, a chuva cai sem misericórdia sobre Lisboa. É quando aparece a primeira vítima, na praia de Assentiz: uma jovem de quinze anos trazida pela maré. O seu corpo apresenta marcas de sofisticada malvadez. A primeira agente no local é Pilar Benamor, uma sub-comissária da PSP cuja coragem e empenho em descobrir a verdade ocultam segredos dolorosos.
A jovem vítima é Charlie, filha de um empresário inglês, mas logo o cadáver de um segundo crime brutal - um rapaz de dezassete anos - aparece na floresta de Monsanto, em condições macabras. Estas duas mortes violentas abrem caminho a uma investigação que irá descarnar a alta sociedade portuguesa e o submundo do crime.
Ao longo desse inclemente mês de Inverno, Pilar desbrava caminho na investigação, contra tudo e todos e com a ajuda de Cícero, um misterioso ermita. Desobedecendo a ordens superiores e colocando a própria vida em risco, vai penetrar no mundo escuro e tenebroso de um psicopata, enquanto luta com os fantasmas que há muito carrega: um pai polícia que morreu em serviço, um vício que a consome e a vulnerabilidade num mundo dominado por homens.





Pintura de Karin Jurick



"Curiosamente, foi o mar que me devolveu a esperança. Ela chegou na forma da crueldade, do horror. Curioso, não é? Que de um acontecimento funesto nasça a possibilidade de sentido.
Fui eu quem a descobriu, à afogada, no meu passeio matinal pela arriba. E a culpa nasce precisamente daí - de o meu temperamento melancólico se alimentar positivamente da morbidez; de o sofrimento ser o seu húmus mais fértil. Ao encontrar o cadáver, a minha vida ganhou novo alento.
Vergonhosamente, desabrochei."



julho 15, 2022

LIVROS DE FÉRIAS

Se está de férias, aceite a nossa sugestão de leitura.

Dentro deste livro vivem todos os escritores do mundo.

AUTOBIOGRAFIA é um romance que desafia o leitor ao diluir fronteiras entre o real e o ficcional, entre espaços e tempos, entre duas personagens de nome José, um jovem escritor e José Saramago. Este é provavelmente o melhor romance de José Luís Peixoto.

José Riço Direitinho, Jornal Público, 2019


Na Lisboa de finais dos anos noventa, um jovem escritor em crise vê o seu caminho cruzar-se com o de um grande escritor. Dessa relação, nasce uma história que mescla realidade e ficção, um jogo de espelhos que coloca em evidência alguns dos desafios maiores da literatura.

A ousadia de transformar José Saramago em personagem e de chamar Autobiografia a um romance é apenas o começo de uma surpreendente proposta narrativa que, a partir de certo ponto, não se imagina como poderá terminar. José Luís Peixoto explora novos temas e cenários e, ao mesmo tempo, aprofunda obsessões, numa obra marcante, uma referência futura.

Na preparação deste livro, José Luís Peixoto leu tudo o que lhe faltava ler na obra de José Saramago. E foi Pilar Del Rio, que também é personagem, a primeira leitora deste romance.


(...) uma história de encontros e desencontros numa atmosfera que às vezes lembra, em outro tempo e circunstância, a que José Saramago criou para contar a vida de Ricardo Reis e Fernando Pessoa durante o ano em que ambos morreram.
Pilar Del Rio



José Luís Peixoto nasceu em Galveias, em 1974.
É um dos autores de maior destaque da literatura portuguesa contemporânea. A sua obra ficcional e poética figura em dezenas de antologias, traduzidas num vasto número de idiomas, e é estudada em diversas universidades nacionais e estrangeiras.
Em 2001, acompanhando um imenso reconhecimento da crítica e do público, foi atribuído o Prémio Literário José Saramago ao romance Nenhum Olhar. Em 2007, Cemitério de Pianos recebeu o Prémio Cálamo Otra Mirada, destinado ao melhor romance estrangeiro publicado em Espanha. Com Livro, venceu o prémio Libro d'Europa, atribuído em Itália ao melhor romance europeu publicado no ano anterior, e em 2016 recebeu, no Brasil, o Prémio Oeanos com Galveias. As suas obras foram ainda finalistas de prémios internacionais como o Femina (França), Impac Dublin (Irlanda) ou o Portugal Telecom (Brasil). Na poesia, o livro Gaveta de Papéis recebeu o Prémio Daniel Faria e A Criança em Ruínas recebeu o Prémio da Sociedade Portuguesa de Autores. Em 2012, publicou Dentro do Segredo, Uma viagem na Coreia do Norte, a sua primeira incursão na literatura de viagens. Os seus romances estão traduzidos em mais de trinta idiomas. As suas mais recentes obras são Autobiografia (2019), na prosa, e Regresso a Casa (2020), na poesia.
Os seus romances estão traduzidos em mais de trinta idiomas.
Para saber mais sobre o autor: https://www.joseluispeixotoemviagem.com 
In Wook


Contar-me a mim próprio através do

 outro, contar o outro através de mim

 próprio, eis a literatura.

José Luís Peixoto


Para além do livro que sugerimos para leitura nas suas férias, deixamos também o convite para passar na Biblioteca Municipal e ver a exposição  

"José Saramago: Voltar aos passos que foram dados"








julho 08, 2022

OS NÚMEROS DO 1.º SEMESTRE DE 2022

Os números do 1.º semestre de 2022 ficam marcados, já não tanto pelos efeitos da pandemia, mas sim pela transferência dos serviços do Edifício da Resinagem, onde a Biblioteca Municipal esteve em funcionamento durante quase dois anos, para o seu edifício sede e que obrigou ao encerramento total entre 28 de março e 22 de abril. Este encerramento condicionou muito a atividade regular da Biblioteca, refletindo-se de imediato no número de empréstimos. 

Porém, mesmo assim, superámos ligeiramente os números de 2021, mas não podemos esquecer que, no período homólogo do ano anterior, estivemos durante alguns meses com restrições no acesso aos serviços, decorrentes do agravamento da situação epidemiológica covid19, que nos conduziu a períodos sem atendimento presencial, apenas com o serviço de empréstimo e devolução a funcionar em regime de "take away" à porta, mediante agendamento prévio, por telefone ou on-line. Em 2022 o funcionamento da Biblioteca Municipal tem decorrido sem qualquer restrição, estando todas as valências em pleno funcionamento. 




Será que as mulheres leem mais que os homens?
Relativamente ao género, o 1.º semestre de 2022 mantém-se a habitual tendência, já verificada em anos anteriores, sendo o género feminino que continua a deter a maior percentagem no número de empréstimos. A diferença mantem-se significativa, com o género feminino a representar 67% do total dos empréstimos e o género masculino a situar-se apenas nos 33%. 




Será que os adolescentes leem?
Em relação à representatividade de cada um dos níveis etários, os números mostram-nos que é a faixa acima dos 18 anos quem mais requisita livros, seguida da faixa infantil até aos 12 anos, sendo a faixa intermédia a menos representativa.




     

















julho 01, 2022

VOCÊS NÃO ME CONHECEM

 


"(...) Por isso, aqui está a minha confissão. Já testemunhei sob juramento. Sobre a Bíblia Sagrada. Mas Deus sabe que o que lhes disse no banco das testemunhas não foi exatamente toda a verdade. Tinha algumas verdades, não me interpretem mal, muitas verdades, mas também tinha algumas coisas que talvez não fossem verdade. Mas era assim que o meu advogado queria. "Não importa a verdade", dizia, "mas sim aquilo em que conseguem acreditar".
Isso deixou-me aborrecido. Como posso jurar dizer a verdade e depois contar mentiras? Por isso, ontem à noite, enquanto tentava adormecer, pensei no assunto. Pensei muito. E quando acordei, não estava nada satisfeito, acreditem. Por isso, esta manhã, disse-lhe: "Mano, preciso de começar a dizer as coisas como são. Estas alegações finais são a minha última oportunidade".



Um  réu anónimo é acusado de homicídio. Imediatamente antes das alegações finais, o jovem decide dispensar o advogado e fazer a sua própria defesa. Conta-nos que o advogado o aconselhou a omitir algumas coisas. Às vezes, a verdade é demasiado difícil de explicar e nem sequer é verosímil, mas ele considera que, perante a perspetiva de ser condenado a prisão perpétua, o melhor mesmo será expô-la na íntegra.
Existem oito provas contra si. O réu passa em revista cada uma delas, deixando a sua vida nas mãos do leitor, que agora é membro do júri e é obrigado a manter uma mente aberta até conhecer o final da história.


"Nunca leram nada assim"
                                                       Financial Times



Imran Mahmood, nasceu em Liverpool em 1969. É advogado de defesa com mais de 20 anos de experiência. A sua especialidade são casos de crimes violentos, assim como fraude e crimes sexuais. 
O seu primeiro romance, que hoje sugerimos para leitura do seu fim de semana, foi selecionado, em 2018, para o Glass Bell Award. 
Em 2021, foi dramatizado pela BBC e no mês de junho estreou na Netflix, com argumento de Tom Edge, realizado por Sarmad Masud e como protagonistas os atores Samuel Adewunni e Badria Timimi.




"Nunca vai conseguir adivinhar o final"
                                                                                 THE SUN





LinkWithin

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...