janeiro 27, 2020

SEGURA O BRAÇO E FICA A OLHAR O NÚMERO 32407


Há 75 anos, a 27 de janeiro de 1945, os portões de Auschwitz abriram-se e 7.500 prisioneiros agradeceram a chegada do Exército Vermelho.
Hoje, o campo de concentração é um museu e um memorial, que honram a memória de um milhão de pessoas que ali morreram. É visitado anualmente por cerca de 2 milhões de pessoas.
O livro, que hoje divulgamos, é a história de um dos episódios mais extraordinários e inesquecíveis do Holocausto. Faz parte dos livros recomendados pelo PNL 2027.




Em 1942, Lale Sokolov chega a Aushwitz-Birkenau. Ali é incumbido da tarefa de tatuar os prisioneiros marcados para sobreviver gravando, com tinta indelével, uma sequência de números no braço de outras vítimas como ele próprio, criando assim aquilo que se veio a tornar um dos símbolos mais poderosos do Holocausto.

Ludwin (Lale) Sokolov e Gita Fuhrmannova
À espera na fila pela sua vez de ser tatuada, aterrorizada e a tremer, encontra-se Gita. Para Lale, um sedutor, foi amor à primeira vista. Ele está determinado não só a lutar pela sua própria sobrevivência, mas também pela desta jovem.
Uma história de amor e sobrevivência no meio dos horrores de um campo de concentração e que nos mostra, de uma forma comovente e emocionante, como o melhor da natureza humana se revela nas mais terríveis circunstâncias.





"Incrédulo, Lale vê o número 32407 ser-lhe gravado na pele, dígito a dígito, pelo prisioneiro. O pedaço de madeira com uma agulha enfiada é manejado com rapidez e magoa-o. No fim, o homem agarra num trapo embebido em tinta verde e esfrega-o na ferida sem grande cuidado.
A tatuagem foi-lhe feita em segundos, mas, para Lale, o choque é tal que o tempo parece ter parado. Segura o braço e fica a olhar o número. Como pode alguém fazer isto a outro ser humano?"

"É uma história de esperança e perseverança, 
de uma beleza que emerge quando tudo à volta 
parece estar pintado de preto."
                                                   Library Thing

Lale Sokolov e Heather Morris 

Heather Morris nasceu na Nova Zelândia, mas trabalha e vive em Melbourne, na Austrália.
Durante vários anos, enquanto trabalhava num hospital público em Melbourne, estudou e escreveu argumentos para cinema.
Em 2003, conheceu Lale Sokolov e a vida de ambos mudou. À medida que a amizade entre eles crescia, Lale embarcou numa viagem ao seu passado, confiando a Heather os detalhes mais íntimos da sua vida durante o Holocausto.
" Esta é uma obra de ficção, baseada no testemunho direto de um sobrevivente de Auschwitz. (...)
Os horrores de sobreviver quase três anos em Auschwitz fizeram com que ele vivesse o resto da vida com medo e paranóia. Demorei três anos para desvendar esta história. ",  refere Heather Morris numa entrevista à BBC.
O Tatuador de Auschwitz é o seu romance de estreia.








janeiro 15, 2020

ALGUÉM ROUBARA A ÚLTIMA CEIA


"De braços abertos, pintado a óleo sobre tela, a ocupar uma parede inteira, Jesus estendia os braços para si, graciosamente iluminado, rodeado pelos apóstolos, que reagiam ao anúncio da traição. A Última Ceia."

Fotografia de Anna McCarthy

"Delimitado por uma moldura cor de vinho, ali estava o Giampietrino, três metros e dois centímetros de altura por sete metros e oitenta e cinco centímetros de comprimento, a cópia a óleo sobre tela de A Última Ceia.
Estaquei no meio da sala, indiferente aos outros visitantes. Não estava maravilhado pela importância e singularidade do quadro. Era belo, sem dúvida, com uma expressividade desarmante. Todavia, havia algo mais ali dentro que me fez parar. Lá estavam eles, o mesmo homem e a mesma mulher de há duas horas. Sentados nos bancos de pele, de frente para a tela, contemplavam-na.
Só eu os via. Eram os meus protagonistas. De repente todo o meu esboço ganhou cor e o livro pintou-se defronte dos meus olhos.
Eu ia roubar um quadro."



De visita à igreja de Santa Maria delle Grazie em Milão, uma jovem mulher apaixona-se por um carismático milionário. Mas, quando alguns meses depois, é abordada por um antigo professor, Sofia é colocada inesperadamente perante um dilema. Deverá denunciar o homem com quem vai casar-se, ou permitir tornar-se cúmplice deste ladrão de arte irresistível?
Enquanto a intimidade entre o casal aumenta, um jogo de morte, do gato e do rato, começa. E aquilo que ao início aparentava ser um conto de fadas transforma-se rapidamente num pesadelo, ao mesmo tempo que um plano ousado e meticuloso é urdido para roubar a obra-prima de Leonardo da Vinci.



Requintado, intimista, inspirado em acontecimentos verídicos, 
A Última Ceia 
transporta-nos até ao enigmático mundo da arte. 
Passado entre Londres e Milão, habitado por uma coleção
 extraordinária de personagens, para as quais a ambição e fama 
se sobrepõem a qualquer outro valor, 
este é um thriller sofisticado de leitura compulsiva.


Fotografia de Anna McCarthy

Nuno Nepomuceno nasceu em 1978, nas Caldas da Rainha. É licenciado em matemática pela Universidade do Algarve.
Em 2012, venceu o Prémio Literário Note!, com o seu primeiro romance, O Espião Português.
Em 2016, A Célula Adormecida, o seu primeiro thriller psicológico, atingiu o nº 1 do top de vendas de livros policiais na Fnac, Bertrand, Wook e Amazon.
O romance que hoje divulgamos, A Última Ceia, assinala o seu regresso ao thriller psicológico.

"A Última Ceia é o meu livro preferido. Não tem tanto a ver com o enredo, mas sim com o facto de considerar que é aqui onde demonstro toda a minha maturidade narrativa e versatilidade enquanto escritor. Mais do que um thriller, a Última Ceia é uma história de amor, um "conto" sobre a relação entre um homem e uma mulher."
Nuno Nepomuceno











janeiro 10, 2020

NÃO SEI O QUE SERIA SE NÃO FOSSE JORNALISTA



"Em mais de 230 cidades de 50 países, experimentei aventuras que davam para sete vidas: Fugi de bombas e tiroteios, voei através de um furacão, vi cidades e vidas destroçadas por terramotos, sofri com vítimas de cheias e temporais, atravessei o deserto do Sinai, tomei o pequeno-almoço com um Nobel da Paz, falei com Salman Rushdie e Sylvester Stallone, com Plácido Domingo e Whitney Houston, com Bill Clinton e Boutros-Ghali, com Jonas Savimbi e José Ramos-Horta. Testemunhei grandezas de alma e baixezas humanas.
Não sei o que seria se não fosse jornalista. O jornalismo permitiu-me ser um aventureiro disfarçado de repórter, vivendo o que vivi, primeiro, pelo prazer de escrever e contar histórias, depois, pela aventura e, a seguir, pela urgência de chegar à essência da vida"




"Mas Washington não tem nada de pacata: o seu interior ferve com intriga política e jogos de poder ao mais alto nível, seja nos gabinetes da Casa Branca e do Conselho de Segurança Nacional, de onde havia de trazer boas cachas e alguns segredos, ou nas salas brancas e despojadas da sede da CIA, onde, à minha chegada, estava longe de imaginar que passaria horas em conversas fascinantes. 
Quando cheguei à capital americana, em 1984, o país estava longe da catástrofe política que se abateu sobre ele 16 anos mais tarde, com a eleição de George W. Bush para a Presidência dos Estados Unidos, ou, volvidos outros 16 anos, a trágica e sísmica eleição de Donald Trump, colocando na Casa Branca um labrego que, ao invés de dignidade, dá à presidência americana um ar pestilento".

"(...) Procurei também documentos referentes a Portugal nos arquivos americanos e encontrei centenas, nomeadamente um relatório da CIA, datado de 1964, a prever o 25 de Abril. (...)



Este fantástico livro, com 38 anos de aventuras do jornalista 
Luís Costa Ribas,
 é a nossa proposta de Leitura para o seu fim de semana.


"Este é um livro tão importante para se compreender o tempo convulso em que vivemos, e que se lê como um excelente romance, com personagens tão extraordinários que só podiam ter sido inventados pela própria vida."
José Eduardo Agualusa




Bom Fim de Semana e Boa Leitura




dezembro 20, 2019

O IMPORTANTE É ABRANDAR


"A contemporaneidade é marcada por uma vida apressada, que determina os diferentes ritmos pessoais e sociais, trazendo arritmias à sociedade e marcando-a com uma cultura de excessos, de consumos exacerbados e acríticos."

Ilustração de Marius van Dokkum

"Era mesmo Natal, e toda a gente corria, mas eu não, eu demorava-me longamente a observar tudo, parava, ficava a olhar e a ouvir,... (...)
"Vá, despacha-te! Temos tanta coisa para fazer e tão pouco tempo, despacha-te, depressa, vá, não há tempo, não há tempo, corre!" E lá seguia então os passos dos adultos, seguia-os com toda a pisga até me deter novamente em alguma distração que me fazia sonhar e de onde me arrebatavam cada vez com maior impaciência e brusquidão porque o tempo era muito poucochinho, diziam-me mas eu não acreditava".




"Ser slow não é ser demasiado lento, preguiçoso ou fora do mundo. O movimento Slow trata essencialmente de uma aproximação ao equilíbrio. (...) Trata-se de usufruir de bons momentos, sentir e viver cada fase, permitir-se fazer aquilo que a cada um mais realiza e satisfaz e dar o devido tempo a cada coisa, porque as coisas boas levam tempo para serem plenas. (...)
Viver num ritmo slow deve ser viver num ritmo equilibrado, que seja bom para o corpo e bom para a mente, bom para os relacionamentos, para as sociedades e para o planeta. É um modelo para viver melhor (...)."

Aprender a ter tempo para a vida e 
para tudo o que dela faz parte


O livro que hoje divulgamos vai ensinar-lhe como pode começar a desfrutar dos dias e a saborear os momentos que enriquecem a vida.
Nada melhor que começar a aprender a ter tempo para a vida e para tudo o que faz parte dela, ainda mais nesta quadra, tão propícia às confusões da procura dos presentes.




"É possível contrariar a tendência de correr desenfreadamente todos os dias."










dezembro 11, 2019

NÃO FICA NINGUÉM EM PARIS?


Junho de 1940, Hitler aproxima-se de Paris.
Carol, uma estudante portuguesa na Sorbonne, inicia, ao volante da sua bicicleta,
 uma viagem improvável para tentar chegar a Portugal.
Paris, 1940

"Carol começou a pedalar mais depressa na Hirondelle, com uma certeza incómoda a assentar no seu espírito: Paris ia debandar em manada. Os habitantes tinham escutado o cair da bombas nocturnas e já conheciam o desfecho lamentável da batalha de Dunquerque."


Uma história de amizade, sexo, solidariedade e amor, 
de uma rapariga portuguesa cujos sonhos eram apenas estudar literatura, 
namorar e pedalar feliz pelos boulevards de Paris.




No dia em que os nazis fecharam a fronteira entre  França e Espanha, Rover cometeu o seu único erro. Convencido por Carol a evitar um dramático suicídio e a fugir do hospital, o inglês revelara-se um companheiro seguro, com uma coragem e uma lucidez notáveis. Naqueles doze dias em que pedalaram juntos, nunca falhou à minha prima, nunca a abandonou ou traiu, foi mal-educado, agressivo ou malicioso. Pelo contrário, tinha sido uma rocha segura, um confidente atento e um amante devoto.
Carol confessar-me-ia em Lisboa que nunca pensara ser possível alguém amá-la sem dúvidas, desconforto ou zangas. Pudera sempre contar com a força de espírito dele, com a sua única mão e o seu corpo magro mas rijo.
- Jack, noventa por cento de ser homem é estar lá - disse-me ela nessa tarde. - Sempre que é preciso, a toda a hora. E Rover esteve.




Domingos Freitas do Amaral nasceu a 12 de outubro de 1967, em Lisboa. Formado em Economia pela Universidade Católica Portuguesa, onde é atualmente professor da disciplina de Economia de Desporto, tem também um mestrado em Relações Económicas Internacionais, pela Universidade de Columbia, em Nova Iorque.
Durante muitos anos foi jornalista, primeiro no jornal O Independente, onde trabalhou durante 11 anos, tendo sido diretor das revistas Maxmen, durante sete anos, e GQ, durante quatro anos. Além disso, colaborou como cronista em diversos jornais e revistas, como Diário de Notícias, Diário Económico, Grande Reportagem, City, Grazia, Invista, Fortuna, Correio da Manhã e Record.
Tem doze romances publicados.
Na Biblioteca Municipal, para além do romance que hoje apresentamos, o Leitor pode encontrar os seguintes títulos para empréstimo domiciliário:
  • Já ninguém morre de amor
  • Quando Lisboa tremeu
  • Enquanto Salazar dormia...
  • Verão quente







dezembro 06, 2019

PARA ONDE NOS ENCAMINHAMOS?



"Na verdade, a civilização europeia é aquilo que os europeus fizeram dela, tal como o cristianismo é aquilo que os cristãos fizeram dele, o islão é aquilo que os muçulmanos fizeram dele e o judaísmo é aquilo que os judeus fizeram dele. E todos fizeram muito diferente ao longo dos séculos."

Como podemos proteger-nos de uma guerra nuclear,
de cataclismos ecológicos ou de falhas tecnológicas?
O que podemos fazer contra as epidemias de notícias falsas
 ou a ameaça do terrorismo?
O que devemos ensinar aos nossos filhos?


O livro que sugerimos para leitura de fim de semana leva-o numa viagem emocionante pelas questões mais prementes da atualidade. O fio condutor que percorre este livro é o desafio de conseguirmos manter a concentração, tanto a nível coletivo como individual, diante de um mundo de mudanças constantes e desorientadoras.
Seremos nós ainda capazes de compreender o mundo que criámos?




"Como historiador, não consigo dar alimento e roupa às massas - mas posso tentar oferecer-lhes alguma clareza, contribuindo assim para pôr o mundo em pé de igualdade. Se isto permitir que mais algumas pessoas, por poucas que sejam, participem no debate sobre o futuro da nossa espécie, terei cumprido a minha missão"
Yuval Noah Harari



Yuval Noah Harari, nasceu em Haifa, Israel, a 24 de fevereiro de 1976. É historiador, investigador e professor de História do Mundo na Universidade Hebraica de Jerusalém, considerada uma das melhores instituições de ensino a nível internacional. 
Doutorado em História pela Universidade de Oxford, Harari tem-se dedicado ao estudo e ensino da História, encorajando os seus alunos a questionar os conhecimentos e ideias que têm por garantidos sobre a vida, o mundo e a humanidade.
Atualmente, a sua investigação incide sobre questões macro-históricas:
Qual a relação entre a História e a Biologia?
Que diferenças essenciais distinguem o Homo sapiens dos outros animais?
As pessoas tornaram-se mais felizes à medida que a humanidade progrediu?



"Com o desenvolvimento da tecnologia, ocorreram duas coisas. Primeiro, e à medida que as facas de sílex se transformaram em mísseis nucleares, tornou-se mais perigoso desestabilizar a ordem social. Depois, e à medida que as pinturas rupestres se transformaram em emissões de televisão, tornou-se mais fácil iludir as pessoas. No futuro próximo, os algoritmos poderão finalizar este processo, tornando praticamente impossível as pessoas conseguirem observar a realidade sobre si mesmas. Serão os algoritmos a decidir por nós quem nós somos e o que deveremos saber acerca de nós mesmos.
Durante mais alguns anos ou décadas, ainda teremos escolha. Se fizermos o esforço, ainda conseguimos investigar quem realmente somos. Mas se queremos aproveitar esta oportunidade, o melhor é fazê-lo já." 








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