março 11, 2013

OBRAS, OBRAS E MAIS OBRAS ...

O QUE É QUE A BIBLIOTECA TEM?

TEM OBRAS. 
POR DENTRO E POR FORA.
[POR FORA, AGORA TEM MENOS.]




POR DENTRO CONTINUA A 
TER MUITAS OBRAS...
DE ARTE, COMO ESTAS



São desenhos feitos por alunos das nossas escolas e é uma pequena parte da exposição intitulada "OLHAR SOBRE A NOSSA CIDADE", que está patente ao público em vários locais da cidade. Infelizmente, as fotos que aqui apresentamos não conseguem mostrar a verdadeira qualidade dos trabalhos. 

Então, porque não vem até cá? 

Não queremos deixar de referir, que ficámos muito sensibilizados com os desenhos fantásticos da Biblioteca Municipal. Agradecemos às crianças e aos professores todo o empenho e rigor, que colocaram na elaboração desses trabalhos. Os desenhos do edifício estão perfeitos e os das estantes com livros são o máximo. 

MUITO OBRIGADO
[Esses desenhos podem ser vistos no átrio do Arquivo Municipal.] 

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MAS TEMOS MAIS OBRAS ...
ORA VEJA ...


São pinturas feitas pelos alunos da Escola de Artes do Sport Operário Marinhense, inserido no Projecto AMARTE. O tema dos trabalhos expostos foi a recriação de uma obra de arte conhecida. Poderão ser admirados ao longo do mês de março nos espaços de circulação da Biblioteca Municipal. 


Vê, mais uma razão para nos visitar.
  
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MAS AINDA TEMOS MAIS OBRAS ...



"LIVROS NO FEMININO" no átrio da entrada, até ao final do mês. É uma mostra de livros sobre a mulher, escritos por e para mulheres. Paralelamente, está exposto um conjunto de cartazes com datas históricas marcantes na situação da mulher na sociedade ao longo dos tempos. 
Na sala infanto-juvenil temos para ti uma exposição de livros de poesia e teatro.  

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E TEMOS MAIS OBRAS POR FORA ...


São "LIVROS EM MOVIMENTO" pelas escolas do 1º CEB do concelho. Na passada semana as funcionárias da Biblioteca Municipal procederam a mais uma rotação de livros  entre as diferentes escolas aderentes ao projeto. Para conhecer melhor o projeto ou se quiser saber quais os livros em circulação e a sua localização CLIQUE AQUI. 


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SÃO VÁRIAS AS RAZÕES 
PARA NOS VISITAR 

TEMOS MAIS OBRAS PARA SI






março 08, 2013

8 DE MARÇO - DIA INTERNACIONAL DA MULHER


Sexta-feira, dia da nossa habitual sugestão de leitura de fim de semana
mas também dia de se comemorar o Dia Internacional da Mulher.

E nada melhor do que pôr um homem a falar sobre as mulheres. O ano passado foi a vez do escritor Rui Zink e este ano escolhemos para si, como sugestão de leitura de fim de semana, não um livro, mas uma crónica do escritor Miguel Esteves Cardoso, retirada do seu livro "A Causa das Coisas", que o leitor poderá requisitar na Biblioteca Municipal.

Leia então o que eles pensam sobre a Mulher Portuguesa.

 Fadas

"A mulher portuguesa não é só Fada do Lar, como Bruxa do Ar, Senhora do Mar e Menina Absolutamente Impossível de Domar. É melhor que o Homem Português, não por ser mulher, mas por ser mais portuguesa. Trabalha mais, sabe mais, quer mais e pode mais. Faz tudo mais à exceção de poucas atividade de discutível contribuição nacional (beber e comer de mais, ir ao futebol, etc). Portugal (i.e., os homens portugueses) pagam-lhes este serviço, pagando-lhes menos, ou até nada.

Paula Rego, pintora
O pior defeito do homem português é achar-se melhor e mais capaz que a Mulher. A maior qualidade da Mulher Portuguesa é não ligar nada a essas crassas generalizações, sabendo perfeitamente que não é verdade. E eis a primeira grande diferença:
o Português liga muito à dicotomia Homem/Mulher; a Portuguesa não.
O Português diz "O Homem isto, enquanto a Mulher aquilo".  A Portuguesa diz "Depende".
A única distinção que faz a Mulher Portuguesa é dizer, regra geral, que gosta mais dos homens do que das mulheres. 
E, como gostos não se discutem, é essa a única generalização indiscutível.




A Mulher portuguesa é o oposto do que o Homem Português pensa. Também nesta frase se confirma a ideia de que o Homem pensa e a Mulher é, o Homem acha e a Mulher julga, o Homem racionaliza e a Mulher raciocina.
Joana Carneiro, maestrina
E mais: mesmo esta distinção básica é feita porque este artigo não foi escrito por uma mulher.
Porque é que aquilo que o Homem pensa que a Mulher é, é o oposto daquilo que a Mulher é, se cada Homem conhece de perto pelo menos uma Mulher?
Porque o Português, para mal dele, julga sempre que a Mulher "dele" é diferente de todas as outras mulheres ( um pouco como também acha, e faz gala disso, que ele é igual a todos os homens). A Mulher dele é selvagem mas as outras são mansas. A Mulher dele é fogo, ciúme, argúcia, domínio, cuidado. As outras são todas mais tépidas, parvas, galinhas, boazinhas, compreensíveis.


Mariza, fadista
Ora a Mulher Portuguesa é tudo menos "compreensiva". Ou por outra: compreende, compreende perfeitamente, mas não aceita.
Se perdoa é porque começa a menosprezar, a perder as ilusões e a paciência. 
Para ela, a reação mais violenta não é a raiva nem o ódio - é a indiferença. 
Se não se vinga não é por ser "boazinha" - é porque acha que não vale a pena.
A Mulher Portuguesa, sobretudo, atura o Homem. E o Homem, casca grossa, não compreende o vexame enorme que é ser aturado, juntamente com as crianças, o clima e os animais domésticos.
Aturar alguém é o mesmo que dizer "coitadinho, ele não passa disto...".
No fundo não é mais do que um ato de compaixão. A Mulher Portuguesa tem um bocado de pena dos Homens. E nisto, convenhamos, tem um bocado de razão.


O que safa o Homem, para além da pena, é a Mulher achar-lhe uma certa graça. A Mulher não pensa que este achar-graça é uma expressão superior da sua sensibilidade - pelo contrário, diverte-se com a ideia de ser oriundo de uma baixeza instintiva e pré-civilizacional, mas engraçada. Considera que aquilo que a leva a gostar de um Homem é uma fraqueza, um fenómeno puramente neuro-vegetativo ou para-simpático - enfim, pulsões alegres ou tristemente irresistíveis, sem qualquer valor.

Fátima Lopes, estilista
E chegamos a outra característica importante. É que a Mulher Portuguesa, se pudesse cingir-se ao domínio da sua inteligência e mais pura vontade, nunca se meteria com Homem nenhum.
Para quê? Se já sabe o que o Homem é?
Aliás, não fossem certas questões desprezíveis da Natureza, passa muito bem sem os homens.
No fundo encara-os como um fumador inveterado encara os cigarros: "Eu não devia, mas..." E, como assim é, e nada há a fazer, fuma-os alegremente com a atitude sã e filosófica do "Que se lixe".

Homens, em contrapartida, não podiam ser mais dependentes. Esta dependência, este ar desastrado e carente que nos está na cara, também vai fomentando alguma compaixão da parte das mulheres. A Mulher Portuguesa também atura o Homem porque acha que "ele sozinho, coitado; não se governava". O ditado "Quem manda na casa é ela, quem manda nela sou eu" é uma expressão da vacuidade do machismo português.

Eunice Muñoz, atriz
A Mulher governa realmente o que é preciso governar, enquanto o homem, por abstração ou inutilidade, se contenta com a aparência idiota de "mandar" nela.
Mas ninguém manda nela. Quando muito deixa que ele retenha a impressão de mandar.
Porque ele, coitado, liga muito a essas coisas. Porque ele vive atormentado pelo terror que seria os amigos verificarem que ele, na realidade, não só na rua como em casa não "manda" absolutamente nada.
"Mandar" é como "enviar" - é preciso ter algo para mandar e algo ao qual mandar. Esses algos são as mulheres que fazem.

O Homem é apenas alguém armado em carteiro. É o carteiro que está convencido que escreveu as cartas todas que diariamente entrega. A Mulher é a remetente e a destinatária que lhe alimenta essa ilusão, porque também não lhe faz diferença absolutamente nenhuma. Abre a porta de casa e diz "Muito obrigada". É quase uma questão de educação.


Sara Moreira, atleta
A imagem da "Mulher Portuguesa", que os homens portugueses fabricaram, é apenas uma imagem da mulher com a qual eles realmente seriam capazes de se sentirem superiores. Uma galinha. Que dizer de um homem que é domador de galinhas, porque os outros animais lhe metem medo?
Na realidade, a Mulher Portuguesa é uma leoa que, por força das circunstâncias, sabe imitar a voz das galinhas, porque o rugir dela mete medo ao parceiro. Quando perdem a paciência, ou se cansam, cuidado.
A Mulher Portuguesa zangada não é o "Agarrem-me senão eu mato-o" dos homens: agarra mesmo e mata mesmo.
Se a Padeira de Aljubarrota fosse padeiro, é provável que se pusesse antes a envenenar os pães e ir servi-los aos castelhanos, em vez de sair porta fora com a pá na mão".


Tenha um Bom Fim de Semana

março 06, 2013

EU QUERO VER O MUNDO DE FORMA DIFERENTE


Landgrave ou Maria Helena Vieira da Silva

"(...) Reconhecemos o tão atento olhar. Os olhos muito abertos como os olhos que estão pintados à proa dos barcos. O olhar que busca o aparecer do mundo, o surgir do mundo, o emergir do visível e da visão. Reconhecemos a viagem, a longa navegação, a memória acumulada. A atenção da Sibila, da bússola, do sismógrafo, da antena."
Fevereiro de 1988
                                                                Sophia de Mello Breyner Andresen, in Ilhas


Maria Helena Vieira da Silva


"Conheci Maria Helena Vieira da Silva em 1962, em Lisboa. Havia algo de natural na sua celebridade. Não como as vedetas, que se afeiçoam e servem a tudo o que as ilumina; mas uma grandeza sem ilusões, que é inútil comunicar aos outros e que até se observa vulgarmente como ingratidão. Um andar em uníssono com o mundo, sem contudo estar de acordo com ele. Nenhuma extravagância, nenhuma leviandade no seu humor. Antes um fino espírito de quem não acha a terra bastante vasta para conter à distância os maldizentes daqueles que executam um trabalho sério."
                                                    
 Agustina Bessa-Luís, in Longos Dias têm Cem Anos



Maria Helena Vieira da Silva, uma das mais importantes pintoras europeias da segunda metade do século XX, nasceu em Lisboa a 13 de junho de 1908 e morreu  em Paris a 6 de março de 1992, faz hoje 21 anos.
Despertou cedo para a pintura e aos onze anos entrou na Academia de Belas-Artes em Lisboa, onde estudou desenho e pintura. Motivada também pela escultura, estudou Anatomia na Faculdade de Medicina de Lisboa.
Foi viver para Paris em 1928, onde estudou com Fernand Léger e trabalhou com Henri de Waroquie e Charles Dufresne. 
"Eu vim para Paris por razões de ordem intelectual, sem qualquer razão prática."
Foi também em Paris que conheceu o seu futuro marido, o também pintor hungaro Arpad Szenes, com quem casou em 1930. E segundo a lei portuguesa, todas as mulheres que se casassem com um estrangeiro passavam automaticamente a adotar a nacionalidade deste.


"Arpad Szenes e Vieira da Silva são a mais bela história de amor e pintura que jamais conheci"
                                                                                                                          Mário Cesariny

Arpad Szene e Vieira da Silva, Paris, 1930

Em Paris, Vieira da Silva contacta com os seus contemporâneos, Picasso, Duchamp, Braque. Expôs pela primeira vez no Salon de Paris em 1933 e em Portugal em 1935.
Com a II Guerra Mundial e a perseguição ao povo judeu, Maria Helena Vieira da Silva  e o seu marido, judeu, refugiam-se no Rio de Janeiro, onde enfrentam um exílio até 1947.
O governo português não lhe concedeu, nem a ela nem a Arpad Szenes, a nacionalidade portuguesa, o que fez com que ambos, fossem considerados apátridas refugiados em França.
No Rio de Janeiro privaram com os poetas Murilo Mendes e Cecília Meireles, com o pintor Carlos Scliar e ainda Carlos Drummond de Andrade.
Esteve patente no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro, de 17/12/2012 a 17/02/2013, uma exposição intitulada  "Vieira da Silva Agora", com uma retrospetiva da sua pintura. A mostra, foi inserida no programa do Ano de Portugal no Brasil e contou com 42 mil visitantes.


A partir de 1948 o Estado francês começa a adquirir as suas pinturas  e em 1956 o casal obtém a nacionalidade francesa
É condecorada pelo Governo francês em 1960 e em 1966 é a primeira mulher a receber o Grand Prix National des Artes. 
Em 1961 vence o Prémio Internacional de Pintura na Bienal de São Paulo.
Em 1979 torna-se Cavaleira da Legião de Honra Francesa.
As retrospetivas do seu trabalho multiplicam-se pela Europa (Hanover, Bremen, Grenoble, Turim, Paris, Oslo, Basileia, entre outas) 
Em Portugal expõe em 1971 na Fundação Gulbenkian.
Em 1977, 17 anos depois do governo francês, o governo português decide condecorá-la com a Grã-Cruz da Ordem de Santiago de Espada. 


Maria Helena Vieira da Silva foi eleita membro da Royal Academy of Arts de Londres em 1988; ordenada, em 1991,  Officier de la Legion d'Honneur pelo então presidente François Mitterrand.
Além de figurar nas principais coleções nacionais, a sua obra encontra-se igualmente nos grandes museus mundiais: Centre Georges Pompidou (Paris), MoMA e Guggenheim Museum (Nona Iorque), Walker Art Center (Minneapolis), Tate Collection (Londres), Museo Thyssen-Bornemisza (Madrid), Art Institute of Chicago (Chicago), Ashmolean Museum (Oxford), Pinacoteca do Estado de São Paulo (São Paulo).

A 10 de maio de 1990, foi criada em Lisboa a Fundação Arpad Szenes-Vieira da Silva, para promover e  divulgar o estudo da obra do casal. A Fundação gere um museu destinado a expôr as obras de Vieira da Silva e do seu marido, tal como de outros artistas contemporâneos.



A pedido da sua amiga Sophia de Mello Breyner Andresen, 
e editado pela Fundação Calouste Gulbenkian, Vieira da Silva criou este cartaz para comemorar o 25 de Abril de 1974.



Vieira da Silva está presente na Biblioteca da sua cidade.  
AQUI encontra bibliografia para consulta.
Visite-nos


março 01, 2013


FIQUE A SABER O QUE PROGRAMÁMOS NO MÊS DE MARÇO PARA SI






FREQUENTE A SUA BIBLIOTECA



fevereiro 27, 2013

FELIZ ANIVERSÁRIO BAPTISTA-BASTOS



"Morre-se de amor. Também se morre dessa doença cruel e implacável, 
que a sociedade moderna criou e parece não estar muito preocupada 
em exterminar - o desprezo pelos outros"
                                                                                                                        Baptista-Bastos


Baptista-Bastos, considerado um dos maiores prosadores portugueses contemporâneos, nasceu em Lisboa a 27 de fevereiro de 1934.
Frequentou a Escola de Artes Decorativas António Arroyo e o Liceu Francês. Começou a trabalhar no jornal "O Século", de onde foi despedido em abril de 1960 por motivos políticos (esteve envolvido na Revolta da Sé, em 1959, na campanha da candidatura de Humberto Delgado). Devido às circunstâncias trabalhou na RTP numa semi-clandestinidade com o nome de Manuel Trindade. Foi o redator em Lisboa da Agence France Press. Mas foi no vespertino Diário Popular, onde trabalhou de 1965 a 1988, que marcou o jornalismo da época. Como cronista, colaborou e ainda colabora no Jornal de Notícias, A Bola, Tempo Livre, JL - Jornal de Letras, Artes e Ideias, Expresso, Jornal do Fundão e no Correio da Manhã. Foi fundador do semanário O Ponto. Escreveu e leu crónicas para a Antena Um e Rádio Comercial. Foi o primeiro dos comentadores de Crónicas de Escárnio e Maldizer na TSF.


"Um grande escritor e um grande jornalista. O que é raro."
                                                                                                                 António Ramos Rosa


Baptista-Bastos foi colunista dos jornais Publico e Semanário Económico. Realizou uma série de entrevistas para as revistas TV Mais e TV Filmes. Apresentou no canal de televisão SIC o programa "Conversas Secretas" e, para a SIC-Notícias um programa de entrevistas "Cara-a-Cara". Em 1999, o jornal Público convidou-o a realizar uma série de dezasseis entrevistas com o tema: Onde é que você estava no 25 de abril? 
Foi docente na Universidade Independente, onde lecionou a disciplina de Língua e Culturas Portuguesas.
Atualmente Baptista-Bastos é cronista do Diário de Notícias.

"Fala-se na imparcialidade e na neutralidade...Não há jornalismo neutro - o jornalismo é o lado humano das coisas. (...) Expliquem-me como é possível afastarmo-nos. Então um tipo vê uma desgraça, escreve um artigo e depois vai beber um uísque? Não me venham com essa conversa. Eu sei que há pessoas assim, mas essas não deixam marca no jornalismo."
                                                                                     Baptista-Bastos, in Jornalismo & Jornalista




"Ter saudade é ter lastro, história percurso. 
Anda por aí muita amnésia e muita ignorância"
                                                                                  Baptista-Bastos, in Diário de Notícias, 2008


Todos os seus livros estão presentes em antologias do ensino do português e selecionados por temas em obras das modernas correntes literárias.  Está traduzido em checo, búlgaro, russo, alemão, francês e castelhano. Os seus livros têm servido de estudo e para teses de licenciatura em universidades estrangeiras e portuguesas.
Os seus romances "Cão Velho entre Flores" e "Viagem de um Pai e de um Filho pelas Ruas da Amargura" são considerados obras primas e o leitor encontra-os na nossa sala de leitura. O primeiro foi indicado como leitura obrigatória no Curso de Literatura Portuguesa Contemporânea da Sorbonne. 
Ainda sobre este romance, Urbano Tavares Rodrigues escreveu: "Um livro excecional. Obra  das mais fortes e belas da literatura portuguesa deste século."


Baptista-Bastos recebeu os seguintes Prémios:
  • Prémio Feira do Livro de 1966
  • Prémio Artur Portela (Casa da Imprensa) de 1978
  • Prémio Nacional de Reportagem/Prémio Gazeta de 1985, atribuído pelo Clube de Jornalistas
  • Prémio Urbano Carrasco de 1986
  • Prémio Casa da Imprensa: Prémio Prestígio, de 1986
  • Prémio O melhor Jornalista do ano (1980 e 1983)
  • Prémio Porto de Lisboa de 1988
  • Prémio Pen Clube de 1987 com o seu livro "A Colina de Cristal"
  • Prémio Cidade de Lisboa de 1987 - "A Colina de Cristal"
  • Prémio da Crítica 2002 (Atribuído em 2003 ao romance "No Interior da Tua Ausência" e como consagração de uma obra literária
  • Grande Prémio da Crónica da APE, atribuído em 2003 ao livro "Lisboa Contada pelos Dedos"
  • Prémio Gazeta de Mérito, atribuído por unanimidade pelo Clube Jornalistas em 2004
  • Prémio de Crónica João Carreira Bom/Sociedade de Língua Portuguesa, atribuído por unanimidade em 2006
  • Prémio Alberto Pimentel do Clube Literário do Porto, pelo conjunto da sua obra, em 2006

São tudo boas razões para o leitor nos visitar e levar consigo Baptista-Bastos.


Esperamos por si




fevereiro 22, 2013

PARABÉNS HÉLIA CORREIA


Semana em grande para a escritora Hélia Correia, que a 19 deste mês foi distinguida com o Prémio Virgílio Ferreira/2013, pela Universidade de Évora, e ontem foi a vencedora do Prémio Literário Correntes d'Escritas/Casino da Póvoa.


Hélia Correia nasceu em Lisboa, em 1949. Licenciada em Filologia Românica, foi professora  de português do ensino secundário, dedicando-se atualmente à tradução e à escrita.
Apesar do seu gosto pela poesia e pelo teatro, tendo feito um curso de Pós-graduação em teatro Clássico, é como ficcionista que é reconhecida como uma das grandes revelações da novelística portuguesa da geração de 1980.
"O separar das águas", que o leitor encontrará na Biblioteca Municipal da sua cidade, foi o seu romance de estreia, em 1981. Ao longo dos anos foi publicando contos, poesia, teatro e livros para os mais novos.
A sua escrita para o teatro tem sido levada à cena por várias companhias de Lisboa, entre elas o grupo de teatro "O Bando", "A Comuna" e pelo grupo "Maizum". 
Em 2001, saiu "Lillias Fraser"um dos seus mais aclamados romances, que a Biblioteca Municipal também tem para empréstimo domiciliário, e que foi distinguido com o Prémio PEN Club 2001. Em 2006, foi a vez da sua obra "Bastardia" vencer o Prémio Máxima de Literatura.
Hélia Correia tem obras publicadas no estrangeiro, tendo sido traduzidas para inglês, checo e alemão.




Ontem, 21 de fevereiro, a sua obra " A Terceira Miséria" venceu o Prémio Literário Correntes d'Escritas/Casino da Póvoa, no valor de 20 mil euros. Destinado este ano à poesia, o prémio atribuído ao livro de Hélia Correia resultou de uma seleção de 75 obras.
O júri do prémio considerou que o livro de Hélia Correia, "mais do que um conjunto de poemas, é um longo poema construído a partir da matriz clássica europeia para refletir sobre questões fundamentais do Ocidente".
A escritora, ao receber o prémio, assumiu que a "Terceira Miséria" é "uma homenagem à sua Grécia, e admitiu que esse facto pode ter pesado na escolha do júri".
Nesta mesma semana, no dia 19, Hélia Correia foi distinguida com o Prémio Virgílio Ferreira/2013 pela Universidade de Évora, prémio que irá ser entregue numa cerimónia pública na sala de actos da Universidade, a 1 de março, data da morte de Virgílio Ferreira.


Por tudo o que já foi dito, o leitor certamente já adivinhou que será um livro da escritora Hélia Correia, a nossa sugestão de leitura de fim de semana.

Mas qual?

Sugerimos-lhe "A Fenda Erótica"  um livro publicado em 1988, pela editora O Jornal.


"Olhava para mim, sonhador, como um cego.
- Tenho uma teoria - explicou - Defendo que o amor é uma coisa rara, a mais subtil e preciosa essência, difícil de encontrar,  e que só aparece a poucos, por acaso, e uma vez por século, se tanto, como outros fenómenos igualmente inexplicáveis, aqueles de elevar-se alguém nos ares ou de um analfabeto a citar Cícero em correto latim. O amor, o verdadeiro, o extraordinário, não tem a ver com o pequeno impulso que leva a acasalar para acomodação e manutenção da espécie, a imitar os pais no enxoval e nos futuros aborrecimentos."



Tenha um Bom Fim de Semana 


fevereiro 20, 2013

QUEIMAR UM LIVRO NÃO SIGNIFICA DESTRUÍ-LO. UM MINUTO DE ESCURIDÃO NÃO NOS TORNARÁ CEGOS


No dia de São Valentim, 14 de fevereiro de 1989, um escritor chamado Salman Rushdie foi acusado de blasfémia, e outros crimes contra a religião e o profeta, e condenado à morte pelo ayatollah Khomeini: "Faço saber às orgulhosas nações muçulmanas que foram condenados à morte o autor de Os Versículos Satânicos - um livro que atenta contra o Islão, os profetas e o Corão. (...) Todo aquele que perder a vida ao tentar matar Rushdie será considerado mártir e irá diretamente para o Paraíso":

Irão, 1989, manifestação contra o livro de Salman Rushdie.
 Fotografia de Kaveh Kasemi

"É muito, muito fácil, não nos ofendermos com um livro. Só temos de o fechar."
                                                                                                                                 Salman Rushdie



Salman Rushdie por André Carrilho

Escritor inglês de origem indiana, Salman Rushdie, nasceu a 19 de junho de 1947, em Bombaim, Índia, numa família muçulmana. Aos 14 anos foi estudar para Inglaterra e em 1968 formou-se em História no King's College, em Cambridge. Foi ator de teatro e copywriter em agências de publicidade, trabalho que desempenhou até 1981.
Em 1975 fez a sua estreia como romancista com "Grimus", uma obra de fição científica inspirada num poema do século XII.
Em 1981 voltou a editar um livro "Os filhos da Meia-Noite" com o qual ganhou o reconhecimento internacional por ter ganho o Booker Prize desse ano. O romance "Os filhos da Meia-Noite", foi escolhido pela segunda vez em 15 anos, como o melhor dos livros vencedores do Booker Award, um dos prestigiados prémios literário do Reino Unido.
Em 1988 lançou o mais famoso dos seus livros "Os Versículos Satânicos", com o qual ganhou o prémio Whitbread.



"Rushdie estava no caminho certo para um Nobel, num futuro qualquer. Naquele dia, o futuro acabou".
                                                                        Clara Ferreira Alves, in Expresso, 22/09/2012


A fatwa não prescreveu, nem sequer depois da morte de Komeini, a 3 de junho de 1989. Em 1991 o caso Rushdie chegou a um novo momento de tensão. A 3 de julho o tradutor italiano de  "Os Versículos Satânicos" foi apunhalado; uma semana mais tarde o tradutor japonês foi assassinado em Tóquio. 
O livro foi banido na Índia, África do Sul, Paquistão, Arábia Saudita, Egito, Indonésia, entre outros e Salman Rushdie foi obrigado a viver na clandestinidade. 
Só em 2002 a ameaça da fatwa desapareceu e mesmo assim não completamente.
Foram  13 anos de esconderijo em esconderijo, em perigo de vida, sob a proteção da Scotland Yard.



"A história é tão absurda. Ser condenado à morte por uma fantasia literária, e por gente que nunca tinha lido o livro, e não chegou a lê-lo. (...) Nada em "Os Versículos Satânicos", que foi bem recebido, fazia prever o incêndio. Que começou  com um artigo de jornal na Índia e se propagou como fogo. "Tive de fazer a mim mesmo essa pergunta, será que valeu a pena? Não passa de um raio de um livro. E havia tanta gente a dizer-me, não passa de um romance, deita-o fora, nega-o, esquece-o e segue com a tua vida. Que pedisse desculpa. Porque havia de pedir desculpa?"
                     Entrevista de Salman Rushdie a Clara Ferreira Alves, in Expresso 22/09/2012


"Um livro é uma versão do mundo. 
Se não te agrada, ignora-a e oferece a tua própria versão"
                                                                                                               Salman Rushdie



Nenhum livro de Salman Rushdie foi banido da Biblioteca Municipal da Marinha Grande.
Visite-nos!


fevereiro 15, 2013

LEITURA DE FIM DE SEMANA




Mas é o Mr. Darcy!! 


Orgulho e Preconceito, um dos grandes clássicos da literatura, foi publicado pela primeira vez há 200 anos. A 1ª edição da obra foi lançada a 28 de janeiro de 1813 e vários eventos serão realizados no mundo para lembrar esta data.
A Biblioteca Municipal, não querendo deixar passar esta data em claro, sugere-lhe este livro  para a sua leitura de fim de semana. 

Orgulho e Preconceito
de Jane Austen
da Editora Europa-América


Considerada a obra prima de Jane Austen, "Orgulho e Preconceito" foi por diversas vezes adaptada ao cinema e televisão, sendo a mais recente em 2005, com interpretações de Keira Knightley e Mattew Macfadyen nos papeis principais.


"É uma verdade universalmente reconhecida que um homem solteiro na posse de uma bela fortuna necessita de uma esposa"

A obra mostra a maneira como a personagem Elizabeth Bennet lida com os problemas relacionados com a educação, cultura, moral e casamento na sociedade aristocrática do início do século XIX, na Inglaterra.
Lizzy (Elizabeth Bennet) tem quatro irmãs, nenhuma delas casada, o que a sua mãe considera um absurdo. 
Quando o Mr. Bingley, jovem bem sucedido, aluga uma mansão próxima da casa dos Bennet, a Srª Bennet vê nele um possível marido para uma das suas filhas.
O relacionamento entre Lizzy e Mr. Darcy começa a partir do desagrado mútuo, mas este acaba por se deixar intrigar pela sua mente e pelo espírito, acabando por se apaixonar por Lizzy.


"A imaginação de uma senhora é de uma rapidez fantástica; é um instante enquanto salta da admiração para o amor, e do amor para o casamento"
                                                                                  Jane Austen, in "Orgulho e Preconceito"


Em "Orgulho e Preconceito", Jane Austen não critica a situação feminina na sociedade vitoriana, apenas o comportamento, quando este se revela pouco inteligente e irracional. Como todos os romances da autora, o bom comportamento acaba sempre, mesmo após atribuladas peripécias, por vencer.




Jane Austen nasceu a 16 de dezembro de 1775, em Steventon, Hampshire, Inglaterra, sendo a sétima filha, e segunda rapariga, do reverendo George Austen, o pároco anglicano local.
Jane pertenceu a uma família da burguesia rural e a sua situação e ambiente serviram de contexto para todas as suas obras, cujo tema gira em torno do casamento da protagonista. 
A inocência das obras de Austen é apenas aparente e pode ser interpretada de várias  maneiras. A ironia que utiliza para descrever as personagens dos seus romances coloca-a entre os clássicos e no top das preferências dos leitores.
Jane Austen faleceu a 18 de julho de 1817, quatro anos depois da publicação de "Orgulho e Preconceito".


Os outros êxitos da autora, o leitor encontra-os na sua biblioteca. 
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Tenha um Bom Fim de Semana


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