"Morre-se de amor. Também se morre dessa doença cruel e implacável,
que a sociedade moderna criou e parece não estar muito preocupada
em exterminar - o desprezo pelos outros"
Baptista-Bastos
Baptista-Bastos, considerado um dos maiores prosadores portugueses contemporâneos, nasceu em Lisboa a 27 de fevereiro de 1934.
Frequentou a Escola de Artes Decorativas António Arroyo e o Liceu Francês. Começou a trabalhar no jornal "O Século", de onde foi despedido em abril de 1960 por motivos políticos (esteve envolvido na Revolta da Sé, em 1959, na campanha da candidatura de Humberto Delgado). Devido às circunstâncias trabalhou na RTP numa semi-clandestinidade com o nome de Manuel Trindade. Foi o redator em Lisboa da Agence France Press. Mas foi no vespertino Diário Popular, onde trabalhou de 1965 a 1988, que marcou o jornalismo da época. Como cronista, colaborou e ainda colabora no Jornal de Notícias, A Bola, Tempo Livre, JL - Jornal de Letras, Artes e Ideias, Expresso, Jornal do Fundão e no Correio da Manhã. Foi fundador do semanário O Ponto. Escreveu e leu crónicas para a Antena Um e Rádio Comercial. Foi o primeiro dos comentadores de Crónicas de Escárnio e Maldizer na TSF.
"Um grande escritor e um grande jornalista. O que é raro."
Baptista-Bastos foi colunista dos jornais Publico e Semanário Económico. Realizou uma série de entrevistas para as revistas TV Mais e TV Filmes. Apresentou no canal de televisão SIC o programa "Conversas Secretas" e, para a SIC-Notícias um programa de entrevistas "Cara-a-Cara". Em 1999, o jornal Público convidou-o a realizar uma série de dezasseis entrevistas com o tema: Onde é que você estava no 25 de abril?
Foi docente na Universidade Independente, onde lecionou a disciplina de Língua e Culturas Portuguesas.
Atualmente Baptista-Bastos é cronista do Diário de Notícias.
"Fala-se na imparcialidade e na neutralidade...Não há jornalismo neutro - o jornalismo é o lado humano das coisas. (...) Expliquem-me como é possível afastarmo-nos. Então um tipo vê uma desgraça, escreve um artigo e depois vai beber um uísque? Não me venham com essa conversa. Eu sei que há pessoas assim, mas essas não deixam marca no jornalismo."
Baptista-Bastos, in Jornalismo & Jornalista
"Ter saudade é ter lastro, história percurso.
Anda por aí muita amnésia e muita ignorância"
Baptista-Bastos, in Diário de Notícias, 2008
Todos os seus livros estão presentes em antologias do ensino do português e selecionados por temas em obras das modernas correntes literárias. Está traduzido em checo, búlgaro, russo, alemão, francês e castelhano. Os seus livros têm servido de estudo e para teses de licenciatura em universidades estrangeiras e portuguesas.
Os seus romances "Cão Velho entre Flores" e "Viagem de um Pai e de um Filho pelas Ruas da Amargura" são considerados obras primas e o leitor encontra-os na nossa sala de leitura. O primeiro foi indicado como leitura obrigatória no Curso de Literatura Portuguesa Contemporânea da Sorbonne.
Ainda sobre este romance, Urbano Tavares Rodrigues escreveu: "Um livro excecional. Obra das mais fortes e belas da literatura portuguesa deste século."
Baptista-Bastos recebeu os seguintes Prémios:
- Prémio Feira do Livro de 1966
- Prémio Artur Portela (Casa da Imprensa) de 1978
- Prémio Nacional de Reportagem/Prémio Gazeta de 1985, atribuído pelo Clube de Jornalistas
- Prémio Urbano Carrasco de 1986
- Prémio Casa da Imprensa: Prémio Prestígio, de 1986
- Prémio O melhor Jornalista do ano (1980 e 1983)
- Prémio Porto de Lisboa de 1988
- Prémio Pen Clube de 1987 com o seu livro "A Colina de Cristal"
- Prémio Cidade de Lisboa de 1987 - "A Colina de Cristal"
- Prémio da Crítica 2002 (Atribuído em 2003 ao romance "No Interior da Tua Ausência" e como consagração de uma obra literária
- Grande Prémio da Crónica da APE, atribuído em 2003 ao livro "Lisboa Contada pelos Dedos"
- Prémio Gazeta de Mérito, atribuído por unanimidade pelo Clube Jornalistas em 2004
- Prémio de Crónica João Carreira Bom/Sociedade de Língua Portuguesa, atribuído por unanimidade em 2006
- Prémio Alberto Pimentel do Clube Literário do Porto, pelo conjunto da sua obra, em 2006
São tudo boas razões para o leitor nos visitar e levar consigo Baptista-Bastos.
Esperamos por si
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