"Nestes últimos meses, abateu-se sobre nós uma imprevista tempestade global, que condicionou radicalmente as nossas vidas e cujas consequências estamos ainda longe de mensurar. A pandemia, que principiou como uma crise sanitária, tornou-se uma crise poliédrica, de amplo espetro, atingindo todos os domínios da nossa vida comum. Sabendo que não regressaremos ao ponto em que estávamos quando esta tempestade rebentou, é importante, porém, que, como sociedade, saibamos para onde queremos ir."
Neste livro reúnem-se três temas essenciais para a atualidade portuguesa: o que significa amar um país e de que modo podemos interrogar a crise de hoje; qual o sentido da palavra "esperança" durante a pandemia, ao enfrentarmos um mundo desconhecido que muda o nosso lugar no tempo; e, finalmente, de que forma a beleza, a graça e a fé podem combater a solidão e a calamidade destes dias.
José Tolentino Mendonça interroga os sinais da vida quotidiana, mas também os clássicos da literatura, da teologia, da filosofia e da poesia mostrando a importância da beleza e da contemplação em tempos de dor extrema, solidão e imprevisibilidade, quando é tão importante relançar a esperança.
José Tolentino Mendonça é um poeta, teólogo, sacerdote e professor universitário, nasceu a 15 de dezembro de 1965, em Machico, na Ilha da Madeira.
Foi ordenado padre em 1990 e começou a exercer funções enquanto sacerdote na Paróquia de Nossa Senhora do Livramento no Funchal, entre 1992 e 1995. Foi capelão durante 5 anos na Universidade Católica Portuguesa, esteve também na paróquia de Santa Isabel em Lisboa e entre 2010 e 2018, foi reitor da Capela do Rato.
A 26 de junho de 2018 foi nomeado bibliotecário e arquivista da Biblioteca e Arquivo Apostólicos da Santa Sé pelo Papa Francisco.
A 5 de outubro de 2019 foi elevado a Cardeal pelo Papa Francisco.
Marcelo Rebelo de Sousa escolheu-o para presidir às comemorações do 10 de junho de 2020.
Em junho de 2020 recebeu o Prémio Europeu Helena Vaz da Silva, devido à "capacidade que demonstra ao divulgar a beleza e a poesia como parte do património cultural intangível da Europa e do mundo".
A 25 de fevereiro deste ano, ganhou o Prémio Universidade de Coimbra (UC) de 2021, tendo-lhe sido entregue no dia 1 de março. Este prémio, instituído em 2004, distingue anualmente uma personalidade portuguesa que se tenha afirmado por uma intervenção particularmente relevante nas áreas da cultura ou da ciência.
Para além destes dois prémios, já recebeu inúmeros outros prémio literários, que contribuem para enaltecer a sua carreira enquanto escritor.
José Tolentino Mendonça é considerado uma das vozes mais originais da literatura portuguesa contemporânea e reconhecido como um eminente intelectual católico.
"Esta é a hora em que podemos, de facto, reaprender tantas coisas! Podemos reaprender a estar nas nossas casas, mas também a sentir que depende de nós o nosso prédio, a nossa rua, o nosso bairro, a nossa cidade, o nosso país, dando substância efetiva a palavras, tantas vezes destituídas dela, como são as palavras "proximidade", "vizinhança", "humanidade", "povo", e "cidadania". (...)
Sem nos tocarmos, podemos reaprender o valor da saudação, o estímulo de um cumprimento, a incrível força que recebemos de um sorriso ou de um olhar".