setembro 11, 2019

CATARINA, A GRANDE



Helen Mirren vai protagonizar a nova minissérie da HBO 
 "Catarina, a Grande", que vai estrear no próximo dia 3 de outubro.


Catarina tornou-se imperatriz da Rússia depois de um gole de estado, organizado por si, que afastou Pedro III, seu marido. Foi a governante que mais tempo esteve no trono (1762 a 1796) e foi responsável pela revitalização do império russo. 

A personalidade de Catarina, a Grande tem suscitado intensas controvérsias no âmbito da história e da historiografia. O livro que hoje divulgamos, da historiadora Isabel de Madariaga, procura distinguir a realidade do mito.



Relatando com detalhe as reformas plurifacetadas que Catarina II desencadeou nos seus  trinta e quatro anos de reinado, inserindo-as habilmente no contexto europeu setecentista povoado de ideais próprios ao iluminismo e à Revolução Francesa, a autora apresenta um estudo conciso, realista e acessível, não só a especialistas, mas também ao leitor comum.


A sua ambição desmedida, a inteligência, cultura, punho de ferro e muitas vezes cruel, 
o seu amor pelas artes fizeram dela uma das mulheres mais controversas da História.



"A Rússia permaneceu igual a si própria no modo de vida, nos hábitos sociais, na alimentação e no vestuário da população. Porém, durante o reinado de Catarina, os visitantes encontraram no tipo de vida das classes superiores muitos aspectos que lhes eram familiares de outras capitais europeias. Usavam-se as mesmas modas, discutiam-se os mesmos temas, liam-se os mesmos livros, representavam-se as mesmas peças e óperas, embora cenário distinto. O abismo que, no início do século XVIII, separara a Rússia da Europa Ocidental estava a ser rapidamente ultrapassado."
In, Catarina, a Grande










setembro 04, 2019

AS LENDAS NÃO SE INVENTAM



Setembro ainda é sinónimo de férias para muitos de nós.
Nas sugestões de leitura para este mês, o Leitor encontrará leitura variada para todos os gostos.
De entre elas, destacamos Roteiros do Caminho de Santiago



Setembro é o mês ideal para ...Fazer o Caminho de Santiago!



"Uma peregrinação a Santiago é o momento ideal para reflectir; é quase uma paragem no tempo. sai-se da rotina. Como se faz um esforço físico, olha-se mais para o "umbigo". Assim, muitas pessoas conseguem ver-se melhor a si mesmas e tomam o verdadeiro valor das coisas simples que a vida oferece."
In, A Caminho de Santiago: roteiro do peregrino





"Em meados do século IX, ocorreu um rumor no Ocidente cristão: algures em Espanha, mesmo no fim da costa cantábrica, no reino da Galiza poupado à invasão muçulmana, homens santos, avisados misteriosamente por clarões, tinham descoberto o túmulo de S. Tiago o Maior, Apóstolo.
Dizia-se igualmente que grande quantidade de pessoas acorria para venerar as Santas Relíquias...
Depois, no decurso dos anos, a lenda foi assumindo proporções maiores.
Falou-se em milagres espantosos. Vinham peregrinos de França, de Itália, das Alemanhas, de Inglaterra. Traçaram-se rotas de peregrinação que iam de abadia em basílica, de relíquia em relíquia...
Tornou-se uma moda: quem não pudesse empreender a viagem a Jerusalém ou que menosprezasse a visita a Roma, demasiado fácil, tomava o caminho de S. Tiago. (...)
Morriam no caminho ou então voltavam, orgulhosos por arvorar a concha, sinal da peregrinação cumprida, a "concha de Santiago", insígnia do peregrino intrépido."
In, Santiago de Compostela: enigma e tradição









"As lendas não se inventam. Elas criam-se por si próprias porque pertencem à história. Uma vez criadas, são contadas e transformadas segundo os lugares e as épocas e também as raças, as línguas e as crenças, mas sejam quais forem as transformações, o fundo mantém-se porque é verdadeiro e porque permanece, indefinido, vago mas real, na memória atávica. 
As lendas não se suprimem. Encontram-se dentro do homem..."
In, Santiago de Compostela:enigma e tradição










São livros de viagens por terras de Portugal, em busca de sinais de outros tempos, de memórias do culto jacobita, de estradas e pontes romanas e medievais, de ermidas românicas, do romanceiro popular.
Se os leitores encontrarem nestas páginas um amigo para a viagem, que os desperte para um capitel românico, que os leve a parar num castelo em ruínas, que os faça reler uma passagem de Aquilino ou relembrar um adágio, ele cumprirá a sua função. Se além disso, este livro levar os leitores a Compostela, então, fará muito mais: reatará uma tradição milenar e misteriosa, que já na Pré-História fazia homens dirigirem os seus passos para o Finis Terrae galego.


Caro Leitor, se não for fazer o Caminho de Santiago, 
Visite-nos.
Certamente irá encontrar leitura do seu agrado. 


agosto 30, 2019

ERA COMO UM DELES, MAS NÃO ERA UM DELES



A Amazónia e o que vai restando dela,
 é notícia todos os dias.

Caro Leitor, como sugestão de leitura para o último fim de semana de agosto, apresentamos "um romance de amor pela floresta, a aventura, a poesia, que vos fará esquecer a barbárie das cidades."




"Este romance nasceu sem o saber durante uma terrível tempestade amazónica, em 1978. Estava no Equador, país  que foi a minha primeira longa paragem de um exílio iniciado em 1977 e que se prolongaria até 1989. Quando se desencadeou aquela tempestade, há já quatro meses que vivia numa aldeia shuar, erigida na margem leste do alto Nangaritza, e era como um deles, mas não era um deles".

"Quando este romance estava a ser lido em Oviedo pelos membros do Júri que poucos dias depois lhe atribuiria o Prémio Tigre Juan, a muitos milhares de quilómetros de distância e de ignomínia um bando de assassinos armados e pagos por outros criminosos mais importantes, daqueles que usam fatos de bom corte, unhas cuidadas e dizem atuar em nome do "progresso", liquidavam a vida de um dos mais lídimos defensores da Amazónia, e uma das figuras mais destacadas e consequentes do Movimento Ecologista Universal.
Este romance já não te chegará às mãos, Chico Mendes, querido amigo de poucas palavras e muitas ações, mas o Prémio Tigre Juan também é teu, e de todos os que hão-de continuar o teu caminho, o nosso caminho coletivo em defesa deste único mundo que possuímos."
Luis Sepúlveda


Veja AQUI para ficar a conhecer mais sobre o autor



Antonio José Bolívar Proano vive em El Idilio, um lugar remoto na região amazónica dos índios shuar, com quem aprendeu a conhecer a selva e as suas leis, a respeitar os animais que a povoam, mas também a caçar e descobrir os trilhos mais indecifráveis.
Um certo dia resolve começar a ler, com paixão, os romances de amor que, duas vezes por ano, lhe leva o dentista Rubicundo Loachamín, para ocupar as solitárias noites equatoriais da sua velhice anunciada. Com eles, procura alhear-se da fanfarronice estúpida desses "gringos" e garimpeiros que julgam dominar a selva porque chegam armados até aos dentes, mas que não sabem enfrentar uma fera a quem mataram as crias.

Este romance está traduzido em cerca de 60 idiomas, com perto de vinte milhões de exemplares vendidos em todo o mundo.
Foi adaptado ao cinema com guião do próprio autor, realizado pelo australiano Rolf de Heer, tendo como actor principal Richard Dreyfuss.













agosto 21, 2019

PODEREI RECUPERAR A MEMÓRIA?






Jean-Christophe Grangé, nascido a 15 de julho de 1961,  é hoje, sem dúvida, o mestre do suspense da literatura francesa contemporânea, com os seus livros a figurarem permanentemente nos tops de vendas. 
A sua primeira profissão foi a de redator publicitário, passando depois, aos 28 anos,  a trabalhar como jornalista para a revista Paris-Match, para o jornal Sunday Times e para a National Geographic.
Com os seus trabalhos jornalísticos ganhou um Prémio Reuters e um World Press.
Iniciou a sua carreira de escritor em 1994 com o thriller O voo das cegonhas, que recebeu excelentes críticas. Mas foi em 1998 que surgiu o sucesso público com Rios de Púrpura e mais tarde com o Império dos Lobos (todos eles fazem parte do fundo bibliográfico da Biblioteca Municipal e estão disponíveis para empréstimo domiciliário)
Rios de Púrpura e O Império dos Lobos deram origem a dois filmes, em 2000 e 2004, respetivamente, tendo os argumentos de ambos sido escritos pelo autor. O ator francês Jean Reno participou em ambos os filmes no papel principal.
Os seus romances já foram traduzidos em mais de 20 línguas.




"Mas, subitamente, falhou um retrato; um homem de cerca de quarenta anos, de expressão ainda juvenil, olhos proeminentes. O louro do cabelo e das sobrancelhas reforçavam o ar de adolescente indeciso.
O medo trespassou-a, como uma onda eléctrica; uma dor cravou-se-lhe no peito. Aquelas feições despertavam uma reminiscência que não correspondia a nenhum nome, nenhuma recordação precisa. A sua memória era um túnel negro. Onde é que já vira aquela cara? Um ator? Um cantor? Um conhecimento antigo?"





Anna Heymes é casada com um alto funcionário do Ministério do Interior. Há mais de um mês que sofre de alucinações terríveis e de crises de amnésia, ao ponto de já não reconhecer o próprio marido e de duvidar da sua honestidade. 
Entretanto, o inspetor Paul Nerteaux é encarregado de um inquérito relativo à morte de três mulheres de origem turca que trabalhavam em oficinas clandestinas e cujos corpos foram encontrados atrozmente mutilados. Para se infiltrar no bairro turco, Nerteaux recorre a Jean-Louis Schiffer, conhecido pela sua reputação de policia implacável. 
No decurso do inquérito, eles vão cruzar o caminho de Anna, que recupera pouco a pouco a memória com a ajuda de uma psicóloga, descobrindo verdades inacreditáveis sobre o seu próprio passado...




Os Lobos Cinzentos cumprem um contrato. Procuram uma mulher.

agosto 16, 2019

MÁGICO E HILARIANTE



Mágico e hilariante é como a Paris Match descreve 
o livro que sugerimos para o seu fim de semana.







A incrível viagem do faquir que ficou fechado num armário IKEA é uma aventura rocambolesca e hilariante passada nos quatro cantos da Europa e na Líbia pós Kadhafi, uma história de amor mais efervescente do que a Coca-Cola, mas também o reflexo de uma terrível realidade: o combate travado por todos os clandestinos, últimos aventureiros do nosso século.



"O livro mais divertido do momento e, 
como se isso não bastasse, 
uma reflexão profunda sobre 
o destino dos imigrantes ilegais"
                                                                                     Rádio RTL






Ajatashatru Larash Patel, faquir de profissão, que vive de expedientes e truques de vão de escada, acorda certa manhã decidido a comprar uma nova cama de pregos. Abre o jornal e vê uma promoção aliciante: uma cama de pregos a €99.99 na loja Ikea mais próxima, em Paris. Veste-se para a ocasião - fato de seda brilhante, gravata e o seu melhor turbante - e parte da Índia com destino ao aeroporto Charles de Gaule.
Uma vez chagado ao enorme edifício azul e maravilhado com a sapiência expositiva da megastore sueca, decide passar aí a noite a explorar o espaço. No entanto, um batalhão de funcionários da loja a trabalhar fora de horas obriga-o a esconder-se dentro de um armário, prestes a ser despachado para Inglaterra. Para o faquir, é o começo de uma aventura feita de encontros surreais, perseguições, fugas e aventuras inimagináveis, que o levam numa viagem por toda a Europa e Norte de África.









"Para além de um país ocidental com tendência democrática, o senhor Ikea desenvolvera um conceito comercial no mínimo insólito: a visita forçada ao seu estabelecimento. (...)
Em suma, uma pessoa que quisesse comprar três parafusos e duas cavilhas saía quatro horas depois com uma cozinha equipada e uma boa indigestão".






Para ficar a conhecer mais sobre o autor, veja AQUI








agosto 08, 2019

8 DE AGOSTO - DIA MUNDIAL DO GATO



Quem tem um ou mais gatos sabe que todos os dias são
O Dia do Gato.




Quem vive com gato ou gatos, tem menos probabilidade de ter problemas cardíacos ou de hipertensão. 
Nós que os amamos e que vivemos com eles, 
temos realmente muita sorte.





Caro leitor, se ler histórias de gatos também lhe vai fazer muito bem; especialmente se o fizer com um gato a ronronar no colo.
Há muito que a paixão pelos gatos se manifesta na literatura. Autores como Emile Zola, Doris Lessing, Mark Twain, entre muitos outros, descrevem-nos uma maravilhosa variedade de gatos e mostram-nos como eles podem contribuir para o enriquecimento da vida humana.




O Meu Patrão, o Gato



"Se anda a pensar em arranjar um gato lá para casa e está interessado em ficar com uma ideia geral de como irá ser a sua vida sob o domínio de Felis domesticus, veio bater à porta certa. Segundo os meus cálculos, até hoje trabalhei para - e quero dizer exatamente isso: trabalhei para - trinta e nove dessas criaturas de quatro patas, incluindo um período memorável em que estive às ordens de vinte e três felinos ao mesmo tempo.
Claro que os gatos não prestam. São aldrabões, pedinchões, trapaceiros e uns aduladores desavergonhados. Estão sempre tão cheios de esquemas, planos, conspirações e contra-conspirações, embustes e artimanhas como qualquer vigarista digno desse nome. São capazes de analisar o nosso carácter melhor do que um psiquiatra de 50 dólares à hora. Sabem até ao miligrama quanta manteiga devem dar para nos amansar. São inquestionavelmente mais espertos do que eu, o que é uma das razões que me leva a adorá-los.
Aqueles que odeiam os gatos irão tentar calar-me com o velho argumento de que "Se os gatos são assim tão espertos, porque é que não conseguem fazer truques como os cães?". Não se trata de os gatos não saberem fazer truques; o que acontece é que se recusam. São demasiado espertos para se porem de pé a implorar comida quando já sabem de antemão que, de qualquer maneira, lha daremos. E quanto a deitarem-se de patas para o ar, a fingirem de mortos ou a "falarem", o que os bichanos têm a ganhar que não seja já deles?
A  propósito, os gatos são um bom treino para um casamento bem sucedido - ensinam-nos qual é o nosso lugar em casa. A primeira coisa que a Kitty faz é organizar a nossa vida em casa de modo confortável ... para ela. Só come quando lhe apetece, sai quando quer e só volta quando está para aí virada. (...)"
                                                                                               In, 
O Meu Patrão, O Gato, de Paul Gallico




Na nossa seleção de Leitura para Férias encontrará esta e outras histórias irresistíveis sobre Gatos



Viste-nos e Boas Férias 



julho 25, 2019

VIAGEM INADIÁVEL DA ÁGUA - MARINHA GRANDE

"Há véus que escondem o outro lado do espelho, são o reflexo das imagens dos que ousam rasgar as sombras desocultando a luz aos caminhos vindouros. Os verdadeiros rios são os que se confundem com a inteligência, os que levam a bom porto as naus nas correntes invisíveis. Esses rios colam-se às margens, são férteis em história e abraçam as utopias, desaguam nas bibliotecas e dormem connosco. A Marinha Grande é uma paleta de encontros felizes, de Geografia e Arte, de inovação e resistência. O Rei visionário deixou a

Catedral verde e sussurrante, aonde a
luz se ameiga e se esconde
e aonde ecoando a cantar
se alonga e se prolonga a longa voz do mar (...)
                                                                                Afonso Lopes Vieira

Um Rei poeta e visionário, um poeta que eleva ao gótico o Pinhal do Rei.
As juras de amor acontecem onde a natureza inspira os impulsos da paixão, onde a poesia encontra os aromas e a paisagem é a casa dos prodígios. São Pedro de Moel fica onde as arribas escarpadas enfrentam o "gemido das ondas" e Dom Miguel e Dona Juliana se confessaram às flores rosas e perfumadas. O sol que abria os olhos rente ao mar, curvado ao horizonte, escrevia o destino das viúvas. Escreveu-o quando a justiça implacável do rei D. João IV condenou o Duque à morte. A jovem Duquesa regressou a São Pedro de Moel para reencontrar os lugares onde foi feliz, as flores rosas e perfumadas, cúmplices de longos passeios junto ao mar e chamar-lhes: Saudades.

Com o mar ao fundo, o poeta Afonso Lopes Vieira (1878-1946), comprometido com a Renascença Portuguesa, encontrou, em São Pedro de Moel, na "Casa Nau", a varanda criadora.
Casa Nau - São Pedro de Moel

Um espaço privilegiado onde recebeu Vitorino Nemésio, Viana da Mota ou Aquilino Ribeiro. O poeta solidário deixou a "Casa Nau" aos filhos dos operários vidreiros, para que se transformasse numa colónia de férias, para que as crianças respirassem a tranquilidade inspiradora e descobrissem na casa do poeta as palavras soltas com que teceu sonâmbulos passeios. O mar podia ser um brinquedo gigante onde se modelava a areia, como os sonhos "entre as mãos das crianças". Guilherme Stephens misturou o sonho e a areia e fez a indústria vidreira: fundou a Real Fábrica de Vidros da Marinha Grande, no século XVIII. A capital do vidro foi também a capital do movimento operário, da consciência ideológica sob o arco da liberdade desenhando flores contra a II República. Quando os jardins ainda não tinham a terra e os lagos eram poças de chuva, o sopro de esperança era anarquista e a bolha de vidro um pulmão de gente."
In, Viagem Inadiável da Água
de António Vilhena e José Vieira
Edição Águas do Centro Litoral, S. A.



"Este não é um livro de viagens, mas permite-nos viajar; não é um atlas de lugares, mas dá-nos a possibilidade de reencontrarmos nomes e paisagens do imaginário coletivo; não é um livro de História, mas é impossível ignorá-la. Viagem Inadiável da Água é o encontro de todos os deslumbramentos possíveis, das pequenas coisas que convivem com pessoas e recantos que o narrador captou. Pode dizer-se que é uma tentativa de olhar o belo que o passado deixou visível.(...)"
António Vilhena (autor)








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