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abril 29, 2016

A LIBERDADE É COMO O SOL. É O BEM MAIOR DO MUNDO

A nossa Sugestão de Leitura para este Fim de Semana
foi retirada da nossa mostra bibliográfica, patente no átrio de entrada da Biblioteca Municipal, até ao dia 30 deste mês, e intitulada "Pela Liberdade"
De acordo com Jorge Amado , no seu livro "Capitães de Areia": 

"A Liberdade é como o sol. 
É o bem maior do mundo".



Tudo Passa
De Vassili Grossman
Editado pela Dom Quixote

Ivan Grigórievitch tem vivido num Gulag na Sibéria  nos últimos trinta anos. Posto em liberdade após a morte de Stálin, "por ausência de corpo de delito", descobre que os anos de terror impuseram uma escravidão moral e coletiva e descobre que tudo mudou para ficar na mesma. Ivan terá então de esforçar-se por encontrar o seu lugar num mundo que lhe é estranho. Mas, num romance que procura abordar acontecimentos trágicos da União Soviética, a história de Ivan é apenas uma entre muitas. Assim, conhecemos também o seu primos, Nikolai, um cientista que nunca deixou a sua consciência interferir na sua carreira, Pinéguin, o informador que levou a que Ivan fosse enviado para o campo de trabalhos forçados e ainda uma série de outros informadores, cada qual com uma desculpa para os seus indesculpáveis feitos. E, no centro do romance, encontramos a história de Anna Serguéevna, amante de Ivan, que nos conta o seu envolvimento como ativista no terror que foi a Grande Fome da Ucrânia - uma ação deliberada de extermínio, desencadeada pelo regime  soviético, que levou à morte de milhões de camponeses.

"Como tudo o que ocorria no país, também esta indignação espontânea contra os crimes sangrentos dos judeus foi idealizada e planeada de antemão, da mesma maneira que Stálin planeava as eleições para o Soviete Supremo - eram preparadas com antecedência as características e a nomeação dos deputados, e depois, de forma planificada, os candidatos eram espontaneamente promovidos, fazia-se a sua campanha eleitoral e, finalmente, as eleições nacionais realizavam-se.(...)
Mas, de repente, a 5 de março, Stálin morreu. Esta morte rompeu o gigantesco sistema do entusiasmo mecanizado, da ira popular e do amor popular estabelecidos por ordem do comité do partido. (...)
Stálin morreu! Nesta morte havia um imprevisto elemento livre, infinitamente alheio à natureza do Estado stalinista."
                                                                              Vassili Grossman
In, Tudo Passa

"Os Manuscritos Não Ardem"
                                                                 Mikhaíl Bulgákov


Vassili Grossman nasceu a 12 de dezembro de 1905, em Berdychiv, Ucrânia, numa família judaica que se identificava mais com a cultura russa do que com a judaica. Fez o curso de química na Universidade Estatal de Moscovo, mas abandonou a carreira de engenheiro para se dedicar exclusivamente à escrita, tendo sido, na sua juventude, protegido de Maximo Gorki. Foi nomeado para o Prémio Stálin, a maior distinção do regime literário soviético, mas excluído da lista de candidatos pelo próprio Stálin.
Em 1941 foi correspondente de Estrela Vermelha, jornal de Exército Vermelho, fazendo reportagens sobre a defesa de Stalinegrado, a queda de Berlim e as consequências do Holocausto. As suas descrições sobre o que encontrou em Treblinka e Majdanek foram usados como testemunhos de acusação no Tribunal de Nuremberg, quando os criminosos de guerra foram a julgamento.
Em 1945, em coautoria com Iliá Erenburg, escreveu "O Livro Negro", coletânea de documentos e testemunhos sobre os crimes contra os judeus no território da URSS e da Polónia nos anos da 2ª Guerra Mundial, editado em Israel e nos Estados Unidos, mas não autorizada na União Soviética. De 1946 a 1959, trabalhou nos romances "Por uma Causa Justa" e "Vida e Destino".
Quando, em 1961, durante a busca a sua casa, os oficiais do KGB confiscaram o manuscrito do seu romance "Vida e Destino", levaram também o romance não acabado "Tudo Passa", a sua última obra em que trabalhava desde 1955. E os seus últimos dias foram passados no hospital, em Moscovo a reescrever e a completar este romance, tendo-o acabado em 1963, pouco antes da sua morte. Com este livro, concluiu a sua grande obra épica sobre o destino humano em condições de regime totalitário. Morreu a 14 de setembro de 1964. 



Bom Fim De Semana




abril 08, 2016

UMA TERRA CHAMADA LIBERDADE



O Óscar já escolheu a leitura para o fim de semana. 
E o Leitor? 
Não tem ideia do que ler?

Não se preocupe Caro Leitorsiga a nossa 
sugestão de leitura de fim de semana.

Editado pela primeira vez em 1995, reeditado no passado dia 3 de março pela Editorial Presença, e acabado de chegar à sua Biblioteca, sugerimos um autor muito do agrado dos nossos leitores. Falamos do autor britânico Ken Follett.



Condenado à nascença a uma vida de escravidão, Mack McAsh vê-se forçado a trabalhar nas minas de carvão da Escócia, no ano conturbado de 1766. Porém, Mack não perde a esperança de ser livre. Inesperadamente, encontra uma aliada. Lizzie Hallim é a bonita aristocrata rebelde e determinada que, apesar da sua condição, também se encontra aprisionada em intrigas e jogos de poder. Devido às ideias progressistas de Mack, Sir George, senhor das terras e dono da mina, dificulta-lhe a vida, obrigando-o a fugir. Num volte-face, é Lizzie quem o ajuda. Os dois jovens não sabem que em breve a paixão será tão avassaladora no velho mundo como no novo.
Das minas de carvão da Escócia às sujas ruas de Londres, passando pelas plantações de tabaco na Virgínia, os dois enamorados querem apenas conquistar algo para as suas vidas: a liberdade.



"- Mas é a vida de um homem! Pense na irmã dele, coitada, na dor que terá quando souber que ele foi enforcado.
- São mineiros, minha querida, não são como nós. Para eles, a vida pouco vale, não sentem a dor que nós sentimos. A irmã embebeda-se com genebra e depois volta para a mina. 
- A mãe não acredita nisso, que eu sei.
- Talvez esteja a exagerar, mas tenho a certeza absoluta de que não vale a pena preocuparmo-nos com essas coisas. 
- Não consigo evitar. Mack é um rapaz às direitas que só quis ser livre, e não suporto a ideia de ele acabar numa forca".
In Uma Terra Chamada Liberdade




Ken Follett é um dos mais notáveis autores contemporâneos. Dos seus trinta livros, publicados em mais de 80 países, já foram vendidos mais de 150 milhões de exemplares.
Kenneth Martin Follett, nasceu a 5 de junho de 1949 no País de Gales. É formado em Filosofia pela University College, de Londres e começou a sua carreira como jornalista. Dos pequenos contos que escrevia aos fins de semana, rapidamente passou a escrever romances encorajado pelos amigos e colegas jornalistas.
O seu primeiro best seller "O Buraco da Agulha" foi o vencedor de Edgar Award como melhor romance de 1978.
Desde o seu primeiro grande êxito literário, cada novo livro vem confirmar a sua capacidade para conquistar um público fiel.
Entre os seus maiores sucessos contam-se os Pilares da Terra, Um Mundo sem Fim.
Tem o Leitor boas razões para se deslocar à Biblioteca Municipal e requisitar a nossa sugestão de leitura, pois segundo o San Francisco Chronicle é "Um romance histórico cativante."





Bom Fim de Semana



fevereiro 26, 2016

NÃO ME FALTA PASSADO. FALTA-ME UM FUTURO.



A cidade foi crescendo para as margens e os blocos de vidro e betão ceifaram as quintas e moradias dos arrabaldes. A casa de Vergílio - um verdadeiro casulo cheio de memórias - é a única que resiste, mas está, assim mesmo, condenada à extinção.
Enquanto recebe a visita da agente imobiliária que se ocupará da venda da propriedade, este homem adulto e sozinho recorda o que foi a vida nesse refúgio - a superproteção das mulheres (mãe, avó e bisavó, vistas como bonecas russas), a megalomania do pai, a simbiose perfeita com a irmã, as atitudes intempestivas e hilariantes do tio mutilado na guerra colonial, a loucura do professor de quem recebia estranhas lições particulares. Nenhuma das suas figuras de referência o preparou para a emancipação - todas, pelo contrário, o incompatibilizaram com a vida comum.


A Vida Verdadeira
Romance escrito por Vasco Luís Curado
Publicado pela Dom Quixote




É a nossa sugestão de leitura para o seu fim de semana


"A Vida Verdadeira tem uma personagem principal e várias secundárias, 
mas a verdadeira protagonista é a própria vida, a vida genética, 
hereditária, da qual as pessoas concretas são mero fantoches."
                                                                                              Pedro Mexia


Vasco Luís Curado nasceu em 1971. Publicou um livro de contos em 1999, A Casa da Loucura, e um pequeno romance em 2001, O Senhor Ambíguo. Publicou alguns contos na revista Bang!.
Psicólogo clínico de formação, pelo ISPA, trabalhou dez anos num hospital militar e publicou em 2000 uma tese de mestrado na área da psicologia, intitulada Sonho, Delírio e Linguagem.
A nossa sugestão de leitura para este fim de semana, A Vida Verdadeira, foi publicada em 2010 e, em 2012, publicou Gare do Oriente, ambos editados pelas Publicações Dom Quixote.



"- Não sei, Vergílio. Não sei tudo o que o futuro me vai trazer.
 Mas eu vou à procura. Há uma vida para ser vivida".
                                                                                           Irene, In A vida Verdadeira







fevereiro 12, 2016

O MEU NOME? CAROL. POR FAVOR, NÃO ME CHAME NUNCA CAROLE.

Com seis nomeações para os Oscares deste ano, melhor argumento adaptado, melhor atriz, melhor atriz secundária, melhor fotografia, melhor guarda roupa, melhor banda sonora, 
Carol chegou ontem ao Cinema na Casa da Cultura Teatro Stephens.


O filme Carol de Todd Haynes, baseado no livro de Patricia Highsmith, O Preço do Sal, foi distinguido na última Feira do Livro de Frankfurt com o Prémio de melhor adaptação cinematográfica de uma obra literária.

Caro Leitor,
 não deixe de ver o filme e de ler o livro
O Preço do Sal, de Patricia Highsmith,
publicado em 1952, sob o pseudónimo de Claire Morgan,
a nossa sugestão de leitura para o seu fim de semana.


E como domingo é o dia 14 de fevereiro sugerimos " (...) um texto cheio de sensibilidade e ternura sobre uma relação amorosa passada entre duas mulheres. Uma história, portanto, sobre uma relação lésbica, mas encarada de uma maneira diferente daquelas que haviam sido publicadas até aí. Porque esse relacionamento amoroso era encarado pela primeira vez sem se basear no escândalo sexual, não querendo nunca explorar o lado das relações eroticamente ousadas". 
Maria Teresa Horta


Carol Aird e Therese Belivet conheceram-se, por acaso, numa loja de brinquedos de Nova Iorque nos anos 50. Carol é uma mulher rica e madura que está a passar por um processo de divórcio e tem uma filha. Já Therese é uma jovem vendedora que vive numa espécie de inércia sem saber o que realmente quer. Quando se conhecem a empatia é notável e as duas começam a construir uma relação considerada imoral pela sociedade da época, que via com preconceito e ignorância o divórcio e a homossexualidade.
O filme foi selecionado para a competição oficial no Festival de Cannes o ano passado.


"Foi Richard que começou.
- Porque gostas tanto dela? (...)
- Ela sabe? Claro que sabe. - Richard franziu a testa e puxou fumo do cigarro. - Não achas isso muito pateta? É como aquelas paixonites que as raparigas da escola apanham."
In, O Preço do sal


"Tive a inspiração de escrever este livro em finais de 1948, quando estava a viver em Nova Iorque. Acabara de escrever O desconhecido do Oriente Expresso, que só seria publicado em 1949. O natal aproximava-se e eu estava vagamente deprimida e também com falta de dinheiro e, a fim de ganhar algum, aceitei um emprego de caixeira num grande armazém em Manhattan, durante o período de muito movimento no Natal, que dura cerca de um mês. Creio que resisti duas semanas e meia.(...)
Como de costume, depois do trabalho regressei ao meu apartamento, onde vivia sozinha. Nessa noite passei a escrito uma ideia, um enredo, uma história a respeito de uma mulher loura de casaco de peles. Umas oito páginas escritas à mão no meu livro de apontamentos ou caderno da altura. Era a história inteira de O Preço do Sal. Jorrou-me da caneta sem esforço, naturalmente: principio, meio e fim. Levou-me quase duas horas, talvez menos".
Patricia Highsmith











fevereiro 05, 2016

SORRIA. MAS SORRIA MUITO!


Será que rir faz bem à saúde?

Estudos mostram que o bom humor melhora a saúde e a inteligência. Quem sorri estimula o cérebro a libertar endorfina e serotonina - substâncias responsáveis pela sensação de prazer e felicidade.  
São essas substâncias que proporcionam uma sensação de leveza e de bem-estar, além de ativarem o sistema imunológico, o que ajuda a prevenir doenças ocasionadas pelo stress.




As pessoas que combatem o stress com o riso têm menos 40% de possibilidade de sofrer um enfarte ou um derrame e têm menos dores nos tratamentos dentários.  O riso contribui ainda para o emagrecimento: 15 minutos de gargalhadas equivale a perder até 40 calorias. Num simples sorriso, movem-se mais de 400 músculos faciais. Rir 100 a 200 vezes por dia implica o mesmo esforço cardiovascular de 10 minutos de corrida.



Uma boa risada pode, também, aumentar os níveis de bom colesterol no sangue.
Quem ri e tem bom humor no local de trabalho é geralmente mais produtivo e trabalha melhor. 

Caro Leitor, depois de tudo o que foi dito, e pelo bem da sua saúde
faça uma pausa divertida
visite-nos e requisite um dos livros da nossa escolha bibliográfica a pensar em si.




Não se esqueça, neste Fim de Semana






janeiro 29, 2016

AGORA EU ERA A PRISIONEIRA A/5272

No passado dia 27 de janeiro comemorou-se o Dia Internacional de Memória das Vítimas do Holocausto, criado pela Assembleia-Geral das Nações Unidas, instituído pela Resolução A/RES/60/7 de 1 de novembro de 2005.
Nessa resolução, a Assembleia-Geral condena "sem reservas" todas as manifestações de intolerância religiosa, incitamento, perseguição ou violência contra pessoas ou comunidades por causa da sua origem étnica ou crença religiosa, quando estas aconteçam.
Nesse mesmo ano, o Parlamento Europeu estabeleceu, também, o dia 27 de janeiro como o Dia Europeu de Memória do Holocausto.
Foi na tarde de 27 de janeiro de 1945 que o Exército Vermelho chegou a Auschwitz-Birkenau, o maior e mais mortífero centro do III Reich.

Birkenau
"A UNESCO foi fundada há 70 anos, como consequência do Holocausto, exatamente para prevenir a volta da loucura criminosa nazi e dos seus colaboradores, por meio da educação e da cultura, pelo fortalecimento da solidariedade intelectual e moral dos povos, como garantia da igualdade e da dignidade de toda a humanidade. Este Dia Internacional traz para o centro das atenções os princípios fundamentais que sustentam todas as nossas ações e a necessidade absoluta de que eles sejam aplicados na atualidade". 
Irina Bokova, Diretora-Geral da UNESCO

Tatuagem A/5272 no braço de Eva Scloss
"Há gente que diz que o Holocausto é uma invenção ou que não é tudo o que dizem. 
É por isso que relatos como o meu são importantes, e cada vez mais,
 já que em breve não restarão vítimas para contar o que viveram".
                                                                                                        Eva Schloss

Anne Frank e Eva Schloss
"Tinha 15 anos quando eu e milhares de outras pessoas atravessámos às sacudidelas a Europa, num comboio composto por carruagens de gado escuras e a abarrotar, e fomos despejados junto aos portões do campo de concentração de Auschwitz-Birkenau. (...)
Após a guerra, o pai da Anne, Otto Frank, regressou à Holanda e iniciou com a minha mãe uma estreita relação nascida das mútuas perdas e da mágoa de ambos. Casaram-se em 1953 e Otto tornou-se meu padrasto. Deu-me a máquina fotográfica Leica da qual se servira para tirar as fotografias da Anne e da sua irmã, Margot, para que eu pudesse encontrar o meu próprio caminho no mundo e tornar-me fotógrafa. Usei-a durante muitos anos e ainda a conservo. (...)
A 14 de fevereiro de 2012, atravessei o pátio do Palácio de Buckingham e recebi a condecoração da "Ordem do Império Britânico" pelo meu trabalho com a Fundação Anne Frank e com outras organizações de beneficência relacionadas como Holocausto".


Caro Leitor,
é a história de Eva, que foi feita prisioneira pelos nazis no dia do seu décimo quinto aniversário, 
que sugerimos para leitura do seu fim de semana.


A Rapariga de Auschwitz
de Eva Schloss 
Texto de Karen Bartlett
Editado pela Marcador

Eva foi feita prisioneira pelos nazis no dia do seu décimo quinto aniversário, tendo sido enviada para Auschwitz. A sua sobrevivência dependeu de inúmeros pequenos golpes de sorte, da sua determinação e do amor e da proteção da mãe, Fritzi, que foi deportada juntamente com ela.
Quando o campo de concentração de Auschwitz foi libertado, Eva e Fritzi iniciaram a longa viagem de regresso a casa. Procuraram desesperadamente o pai e o irmão de Eva, dos quais tinham sido separadas. Meses mais tarde receberam a trágica notícia de que os dois haviam sido mortos.
Antes da guerra, em Amesterdão, Eva tornara-se amiga de uma jovem chamada Anne Frank. Embora os seus destinos tivessem sido muito diferentes, a vida de Eva iria ficar para sempre estreitamente ligada à da amiga, depois de a sua mãe, Fritzi, casar com o pai de Anne, Otto Frank, em 1953.
É um relato de uma sobrevivente do Holocausto e da sua luta para viver consigo mesma depois da guerra, uma homenagem a todas as vítimas que não viveram para poder contar a sua própria história e um esforço para assegurar que o legado de Anne Frank jamais seja esquecido.

EVA SCHLOSS tem agora 82 anos e vive com o marido no Norte de Londres. Depois da guerra tornou-se fotógrafa profissional (usando a máquina Leica que Otto Frank lhe oferecera). Foi cofundadora do Instituto Anne Frank em 1990 e, desde então, tornou-se conhecida pelo seu papel como oradora, dando palestras em escolas e prisões, alertando para os perigos do preconceito e da intolerância.


"Há sinais à nossa volta que nos relembram dos perigos de esquecer".
                                                                                            Ban Ki-moon
Secretário Geral da ONU










janeiro 15, 2016

O TEU TRABALHO É MATAR PESSOAS?



No passado dia 7 de janeiro fez um ano que, por volta das 11H30 (hora local), dois homens vestidos de preto, de máscaras, armados de Kalashnikov, uma espingarda e um lança granadas dispararam sobre a redação do Charlie Hebdo em Paris e mataram 12 pessoas.
Nesse mesmo dia, a capa de Charlie Hebdo mostrava uma caricatura do escritor francês Michel Houellebecq, cujo seu mais recente livro "Submissão", que o Leitor pode requisitar na sua Biblioteca,  ficciona uma França islamizada em 2022.

Foram 40 minutos de terror que a capital francesa voltou a viver a 13 de novembro de 2015, em sete ataques terroristas em vários locais de Paris. Nessa sexta-feira 13 e no fim de semana seguinte nos hospitais, morreram pelo menos 129 pessoas. A polícia pediu aos franceses para não saírem à rua e o presidente Hollande fechou as fronteiras e declarou o estado de emergência.


Capa da edição de 18/11/2015, cinco dias após
os atentados de Paris que mataram 129 pessoas


"Como Salman Rushdie no seu tempo, Anna Erelle tornou-se inimiga do Islão. 
O seu livro corajoso e apaixonante é um testemunho precioso  para compreender 
não só os jihadistas mas também a cabeça dos jovens  
que escolhem o caminho da violência fanática  em nome da religião"
                                                                                               Elle




Como e Porquê são perguntas que todos os dias fazemos depois de lermos e vermos as noticias. Que teia é essa que todas as semanas seduz e recruta jovens europeus a se apropriarem dessa causa, a abandonarem tudo para irem matar e desafiar a própria morte?
O livro que lhe sugerimos para leitura do seu fim de semana é um incrível testemunho e uma grande coragem de uma jornalista francesa infiltrada no Estado Islâmico e que nos mostra uma das questões mais preocupantes da atualidade. É uma história chocante que nos mostra o verdadeiro rosto dos terroristas no Estado Islâmico.



Mélanie acaba de se converter ao Islão quando conhece pelo Facebook o líder de uma brigada islamita: Abu-Bilel, combatente na Síria e braço direito do califa autoproclamado do Estado Islâmico. Em poucos dias, Abu-Bilel declara-se irremediavelmente apaixonado pela jovem, contacta-a dia e noite pelas redes sociais e incita-a a juntar-se a ele e à Jihad, na Síria. Seduz a inocente Mélanie com juras de amor, promessas de casamento e uma vida plena do conforto material e espiritual. Mélanie acede e prepara a sua fuga em segredo.
Mas, no último minuto, tudo corre mal na viagem mais perigosa da sua vida.
Mélanie é, na verdade, Anna Erelle, pseudónimo de uma jornalista francesa que criou um perfil falso para investigar a rede de um recrutamento do Estado Islâmico. 



Niqab - véu que cobre o rosto e só revela os olhos

Anna Erelle, é o pseudónimo da jornalista francesa contra quem foi levantada uma fatwa no seguimento da reportagem que deu origem a este livro. Ameaçada de morte por membros do Estado Islâmico, a sua verdadeira identidade permanece, por uma questão de segurança, desconhecida.
"Tive de mudar de número de telefone duas vezes, a pedido das autoridades, que temiam que a minha morada e a minha identidade pudessem ser descobertas."


"Os terroristas são inimigos de todas as pessoas livres... 
de toda a humanidade, seja na Turquia, França ou Alemanha"
                                                                                     Angela Merkel, 
                                                                       após os atentados de 12/01/16, em Istambul


dezembro 11, 2015

O QUE FAZER NO FIM DE SEMANA?

Se pensa em fazer compras de Natal, deixamos-lhe um conselho: o melhor é não sair de casa. Vai ser cansativo, provavelmente, dispendioso e, quando se aperceber, já lá vai o fim de semana e não descansou nada. Então, o melhor é não se deixar levar pelas estratégias de incentivo ao consumo, tais como, promoções fantásticas, descontos a não perder, oportunidades de última hora ou outras campanhas, que nos levam a cometer erros, dos quais, mais tarde nos vimos a arrepender.

O melhor é vir à Biblioteca Municipal e requisitar o livro que sugerimos para 
leitura de fim de semana. 
Sem custos, sem pressões e sem arrependimentos.

Escrito por CHERYL STRAYED
Editorial PRESENÇA


Aos 26 anos, Cheryl Strayed tinha perdido tudo - o casamento, a família, a estabilidade profissional. Toma então a decisão mais impetuosa da sua vida - embrenhar-se sozinha na natureza selvagem, percorrendo a pé, durante três meses, 1700 quilómetros do Pacific Crest Trail, desde o deserto de Mojave, ao longo da Califórnia e do Oregon, até ao estado de Washington. Sem qualquer experiência neste tipo de aventura, com excesso de bagagem e com umas botas apertadas - é assim que Cheryl empreende esta viagem violentíssima em termos físicos e psicológicos mas profundamente redentora.

Entre o livro de memórias e a narrativa de aventuras, esta obra é um testemunho vivo da capacidade do espírito humano para superar as crises mais agudas e reinventar um sentido para a vida. Livre tem agora uma adaptação cinematográfica, nomeada para os Óscares 2015.



CHERYL STRAYED é uma conceituada autora norte-americana. Livre – uma história de autodescoberta, sobrevivência e coragem é a sua segunda obra publicada e foi um bestseller do New York Times. Foi distinguida com os Barnes & Noble Discover Award, Indie Choice Award, Oregon Book Award, Pacific Northwest Booksellers Award e Midwest Booksellers Choice Award. Foi considerado um dos melhores livros de não-ficção de 2012 pelo jornal The Boston Globe e pela revista Entertainment Weekly, e ainda o melhor livro do ano pelo St. Louis Dispatch e pela Vogue. Está traduzido em cerca de trinta línguas.


"Um livro espetacular ... Um triunfo literário e humano." | The New York Times


"Fiquei em êxtase... Ler este livro é uma extraordinária aventura. Estimulante, desafiador, uma obra que eleva a alma. Adoro este livro. Quero gritar isso do topo de uma montanha." | Oprah Winfrey












novembro 20, 2015

ESTOU A PERDER OS MEUS ONTENS




"Pura e simplesmente não conseguia encontrar a palavra. Tinha uma vaga sensação daquilo que queria dizer, mas a palavra propriamente dita escapava-lhe. Desaparecera. Não sabia com que letra começava, nem como soava, nem quantas sílabas tinha. Não a tinha debaixo da língua. (...)
- O que a traz cá hoje, Alice? - perguntou a Drª Moyer.
- Ando com muitos problemas de memória, ultimamente, que pensei serem sintomas de menopausa. O período deixou de me aparecer há cerca de seis meses, mas apareceu de novo no mês passado, portanto talvez não esteja na menopausa e depois, bom... achei que seria melhor vir cá. (...)
- Mas não pode ser, tenho apenas cinquenta anos.
- Tem Alzheimer precoce. Tem razão, normalmente pensamos na Alzheimer como uma doença que afecta os mais idosos, mas dez por cento das pessoas com Alzheimer têm esta forma precoce e menos de sessenta e cinco anos ."
In
O Meu nome é Alice

Para o seu fim de semana a nossa sugestão de leitura é:


O Meu nome é Alice
Escrito por Lisa Genova
Editado pela Lua de Papel



O mundo de Alice é quase perfeito. É professora em Harvard, vive com o marido uma relação que resiste à passagem dos anos, às exigências da carreira, à partida dos filhos. E tem também uma mente brilhante, admirada por todos, uma mente que não falha... Um dia porém, a meio da uma conferência, há uma palavra que lhe escapa. É só uma palavra, um brevíssimo lapso. Mas é também um sinal, o primeiro, de que o mundo de Alice começa a ruir.
Seguem-se as idas ao médico, as perguntas, os exames e, por fim, a certeza de diagnóstico terrível. Aos poucos, quase sem dar por isso, Alice vê a vida a fugir-lhe das mãos. Ama o marido intensamente, ama os filhos, e todos eles estão ali, à sua volta. Ela é que já não está, é ela que se afasta, suavemente embalada pelo esquecimento, levada pela doença de Alzheimer.


Em que mês estamos?
Onde vives?
Onde é o teu escritório?
Quando é o aniversário da Anna?
Quantos filhos tens?


Lisa Genova nasceu a 22 de novembro de 1970. Formada em Psicologia e com um doutoramento em Neurociência pela Universidade de Harvard, trabalhou durante anos como investigadora em áreas como a depressão, a doença de Parkinson, a toxicodependência e a perda de memória.
Estreou-se no romance com a nossa sugestão de leitura para este fim de semana, que publicou originalmente, em 2007, em edição de autor e que se tornaria mais tarde um bestseller do New York Times.
Já este ano, a 22 de fevereiro, Julianne Moore foi a vencedora do Oscar para a melhor atriz pela sua interpretação no filme "O meu nome é Alice", uma adaptação cinematográfica do seu livro.


"Os meus ontens estão a desaparecer e os meus amanhãs são incertos".









novembro 13, 2015

A GRANDE DISCÓRDIA




"As pessoas que fogem de atrocidades não deixarão de vir se deixarmos de lhes atirar bóias de salvamento. Embarcar num barco frágil na Líbia vai continuar a parecer uma decisão racional se foges para salvar a vida e o teu país está em chamas. O único resultado de se retirar ajuda será testemunhar as mortes vergonhosas e desnecessárias à porta da Europa"
Maurice Wren
Conselho Britânico para os Refugiados



Todos os dias vemos imagens destas nas nossas televisões e queremos perceber 
o Como e o Porquê.


"Quem são os autores desta desalmada violência? Em que acreditam? Alguém os comanda? Quem? O que leva a esta orgia de sangue e violência, a lembrar crónicas concentracionárias, cenas da Antiguidade, limites da perversidade humana? (...)
De que fundas histórias e raízes vêm tão complexas divisões e seitas? Onde está a realidade e onde está o mito; onde está a verdade e onde está o cliché? Como é que uma religião monoteísta, que defende o Bem e a Justiça, que produziu no passado longínquo uma civilização que se estendeu em maravilhas de Bagdad a Córdova, que inventou a Álgebra e transmitiu a Filosofia grega à Europa cristã, está hoje reduzida no imaginário ocidental a este grande desatino de destruição e medo?"


Numa narrativa histórica e sintética, desde o nascimento de Maomé
até às crueldades do recém-criado Estado Islâmico,
é o que nos explica o livro de 

Jaime Nogueira Pinto
publicado em abril deste ano pelas Publicações Dom Quixote,

e que sugerimos como leitura para o seu fim de semana

 O ISLÃO E O OCIDENTE
 A Grande Discórdia


"O ataque ao semanário Charlie Hebdo, em 7 de janeiro, moveu e comoveu mais os europeus do que a chacina das crianças e jovens do Colégio Militar de Pashawar, do que as mulheres escravizadas ou massacradas pelo Boko Haram na Nigéria, do que os egipcios coptas decapitados ritualmente, do que cristãos crucificados às centenas no Iraque ou na Síria.(...)
Numa operação em que a verdade e propaganda se misturam, o ISIS recriou o clima do Grande Medo.(...)
O Estado Islâmico está apostado em reunir nas suas fileiras os muçulmanos de todo o mundo. O "belo-horrível" das execuções rituais, as paradas dos todo-o-terreno com armas e bandeiras, as declarações e proclamações inflamadas dos seus emires barbudos, a força das profecias e reencenação rigorosa dos sinais que antecedem o seu cumprimento, tudo é posto em marcha para fazer crescer a ameaça e para que se reproduza na vida real uma mítica batalha final entre o Crescente e a Cruz. (...)
Comecemos pelo princípio, pela religião do Islão e pelo seu fundador".


Jaime Nogueira Pinto nasceu no Porto a 4 de fevereiro de 1946, licenciou-se em Direito pela Universidade de Lisboa e é doutorado pelo Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas.
Foi diretor do jornal O Século, administrador da Bertrand e é atualmente acionista e administrador de empresas na área da consultoria estratégica e da segurança privada.
Colabora regularmente na imprensa portuguesa e escreve sobre Ciência Política e História Contemporânea.

Na nossa Biblioteca e do mesmo autor, além deste livro, pode o Leitor encontrar também os seguintes títulos:
- "António de Oliveira Salazar: O outro retrato", ed. A Esfera dos Livros, 2007
- "Portugal, os anos do fim: A revolução que veio de dentro", ed. D. Quixote, 2014


Aleppo, Siria
Fotografia do ano (2014) na Suécia, tirada pelo
 fotojornalista Niclas Hammarstrom

"Jihad significa combate, mas, no Corão, o combate é sobretudo um combate individual, o esforço pessoal do crente com vista ao aperfeiçoamento ou a uma prática da fé que o leve pelo caminho certo e o aproxime de Deus: "O verdadeiro combatente é o que trava um combate consigo mesmo", diz o Profeta.





outubro 23, 2015

"VIVA A FRANÇA! JURO QUE ESTOU INOCENTE."



"Ao passarmos por aí, vejo de relance uma manchete em letras garrafais, "J'Accuse...!", e digo ao coronel: - Se é permitido um último desejo a um condenado, seria possível pararmos para eu comprar um jornal?
In, O Oficial e o Espião


A nossa sugestão de leitura para o seu fim de semana 
foi distinguida com o prestigiado prémio britânico
 The Specsavers National Book:  Melhor Livro de Ficção.

Do autor  já seu conhecido, Robert Harris, 
editado pela Editorial Presença,
sugerimos desta vez
O Oficial e o Espião


"A ideia de recontar a história do caso Dreyfus surgiu durante um almoço em Paris com Roman Polanski, em inícios de 2012. O presente livro tem como propósito recontar, através do recurso às técnicas do romance, a história verídica do caso Dreyfus, porventura o maior escândalo político e erro judicial da História, que na década de 1890 viria a tornar-se uma obsessão para a França e, em última análise, para o mundo."
Robert Harris


Alfred Dreyfus
O famoso "caso Dreyfus", causador de grande agitação na época que se seguiu à derrota da França na guerra franco-prussiana, tem tudo para despertar o seu interesse. Alfred Dreyfus, oficial francês e judeu, considerado traidor e acusado de ter vendido informações aos serviços secretos alemães, foi condenado e deportado para a Ilha do Diabo, na Guiana Francesa.
" A ilha do Diabo? Julgava que estávamos à beira do século XX e não do século XVIII..."
George Picquart, um jovem oficial descobre a inocência de Dreyfus e apesar dos avisos para se manter afastado, persiste na reposição da verdade e acaba por se encontrar em circunstâncias semelhantes às do homem que tenta defender, ao lutar contra preconceitos xenófobos e anti-semitas.



Sobre o nosso autor de hoje, Robert  Harris, 
o Leitor encontrará mais informação AQUI.




Bom Fim de Semana com Boas Leituras


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