fevereiro 12, 2016

O MEU NOME? CAROL. POR FAVOR, NÃO ME CHAME NUNCA CAROLE.

Com seis nomeações para os Oscares deste ano, melhor argumento adaptado, melhor atriz, melhor atriz secundária, melhor fotografia, melhor guarda roupa, melhor banda sonora, 
Carol chegou ontem ao Cinema na Casa da Cultura Teatro Stephens.


O filme Carol de Todd Haynes, baseado no livro de Patricia Highsmith, O Preço do Sal, foi distinguido na última Feira do Livro de Frankfurt com o Prémio de melhor adaptação cinematográfica de uma obra literária.

Caro Leitor,
 não deixe de ver o filme e de ler o livro
O Preço do Sal, de Patricia Highsmith,
publicado em 1952, sob o pseudónimo de Claire Morgan,
a nossa sugestão de leitura para o seu fim de semana.


E como domingo é o dia 14 de fevereiro sugerimos " (...) um texto cheio de sensibilidade e ternura sobre uma relação amorosa passada entre duas mulheres. Uma história, portanto, sobre uma relação lésbica, mas encarada de uma maneira diferente daquelas que haviam sido publicadas até aí. Porque esse relacionamento amoroso era encarado pela primeira vez sem se basear no escândalo sexual, não querendo nunca explorar o lado das relações eroticamente ousadas". 
Maria Teresa Horta


Carol Aird e Therese Belivet conheceram-se, por acaso, numa loja de brinquedos de Nova Iorque nos anos 50. Carol é uma mulher rica e madura que está a passar por um processo de divórcio e tem uma filha. Já Therese é uma jovem vendedora que vive numa espécie de inércia sem saber o que realmente quer. Quando se conhecem a empatia é notável e as duas começam a construir uma relação considerada imoral pela sociedade da época, que via com preconceito e ignorância o divórcio e a homossexualidade.
O filme foi selecionado para a competição oficial no Festival de Cannes o ano passado.


"Foi Richard que começou.
- Porque gostas tanto dela? (...)
- Ela sabe? Claro que sabe. - Richard franziu a testa e puxou fumo do cigarro. - Não achas isso muito pateta? É como aquelas paixonites que as raparigas da escola apanham."
In, O Preço do sal


"Tive a inspiração de escrever este livro em finais de 1948, quando estava a viver em Nova Iorque. Acabara de escrever O desconhecido do Oriente Expresso, que só seria publicado em 1949. O natal aproximava-se e eu estava vagamente deprimida e também com falta de dinheiro e, a fim de ganhar algum, aceitei um emprego de caixeira num grande armazém em Manhattan, durante o período de muito movimento no Natal, que dura cerca de um mês. Creio que resisti duas semanas e meia.(...)
Como de costume, depois do trabalho regressei ao meu apartamento, onde vivia sozinha. Nessa noite passei a escrito uma ideia, um enredo, uma história a respeito de uma mulher loura de casaco de peles. Umas oito páginas escritas à mão no meu livro de apontamentos ou caderno da altura. Era a história inteira de O Preço do Sal. Jorrou-me da caneta sem esforço, naturalmente: principio, meio e fim. Levou-me quase duas horas, talvez menos".
Patricia Highsmith











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