janeiro 29, 2016

AGORA EU ERA A PRISIONEIRA A/5272

No passado dia 27 de janeiro comemorou-se o Dia Internacional de Memória das Vítimas do Holocausto, criado pela Assembleia-Geral das Nações Unidas, instituído pela Resolução A/RES/60/7 de 1 de novembro de 2005.
Nessa resolução, a Assembleia-Geral condena "sem reservas" todas as manifestações de intolerância religiosa, incitamento, perseguição ou violência contra pessoas ou comunidades por causa da sua origem étnica ou crença religiosa, quando estas aconteçam.
Nesse mesmo ano, o Parlamento Europeu estabeleceu, também, o dia 27 de janeiro como o Dia Europeu de Memória do Holocausto.
Foi na tarde de 27 de janeiro de 1945 que o Exército Vermelho chegou a Auschwitz-Birkenau, o maior e mais mortífero centro do III Reich.

Birkenau
"A UNESCO foi fundada há 70 anos, como consequência do Holocausto, exatamente para prevenir a volta da loucura criminosa nazi e dos seus colaboradores, por meio da educação e da cultura, pelo fortalecimento da solidariedade intelectual e moral dos povos, como garantia da igualdade e da dignidade de toda a humanidade. Este Dia Internacional traz para o centro das atenções os princípios fundamentais que sustentam todas as nossas ações e a necessidade absoluta de que eles sejam aplicados na atualidade". 
Irina Bokova, Diretora-Geral da UNESCO

Tatuagem A/5272 no braço de Eva Scloss
"Há gente que diz que o Holocausto é uma invenção ou que não é tudo o que dizem. 
É por isso que relatos como o meu são importantes, e cada vez mais,
 já que em breve não restarão vítimas para contar o que viveram".
                                                                                                        Eva Schloss

Anne Frank e Eva Schloss
"Tinha 15 anos quando eu e milhares de outras pessoas atravessámos às sacudidelas a Europa, num comboio composto por carruagens de gado escuras e a abarrotar, e fomos despejados junto aos portões do campo de concentração de Auschwitz-Birkenau. (...)
Após a guerra, o pai da Anne, Otto Frank, regressou à Holanda e iniciou com a minha mãe uma estreita relação nascida das mútuas perdas e da mágoa de ambos. Casaram-se em 1953 e Otto tornou-se meu padrasto. Deu-me a máquina fotográfica Leica da qual se servira para tirar as fotografias da Anne e da sua irmã, Margot, para que eu pudesse encontrar o meu próprio caminho no mundo e tornar-me fotógrafa. Usei-a durante muitos anos e ainda a conservo. (...)
A 14 de fevereiro de 2012, atravessei o pátio do Palácio de Buckingham e recebi a condecoração da "Ordem do Império Britânico" pelo meu trabalho com a Fundação Anne Frank e com outras organizações de beneficência relacionadas como Holocausto".


Caro Leitor,
é a história de Eva, que foi feita prisioneira pelos nazis no dia do seu décimo quinto aniversário, 
que sugerimos para leitura do seu fim de semana.


A Rapariga de Auschwitz
de Eva Schloss 
Texto de Karen Bartlett
Editado pela Marcador

Eva foi feita prisioneira pelos nazis no dia do seu décimo quinto aniversário, tendo sido enviada para Auschwitz. A sua sobrevivência dependeu de inúmeros pequenos golpes de sorte, da sua determinação e do amor e da proteção da mãe, Fritzi, que foi deportada juntamente com ela.
Quando o campo de concentração de Auschwitz foi libertado, Eva e Fritzi iniciaram a longa viagem de regresso a casa. Procuraram desesperadamente o pai e o irmão de Eva, dos quais tinham sido separadas. Meses mais tarde receberam a trágica notícia de que os dois haviam sido mortos.
Antes da guerra, em Amesterdão, Eva tornara-se amiga de uma jovem chamada Anne Frank. Embora os seus destinos tivessem sido muito diferentes, a vida de Eva iria ficar para sempre estreitamente ligada à da amiga, depois de a sua mãe, Fritzi, casar com o pai de Anne, Otto Frank, em 1953.
É um relato de uma sobrevivente do Holocausto e da sua luta para viver consigo mesma depois da guerra, uma homenagem a todas as vítimas que não viveram para poder contar a sua própria história e um esforço para assegurar que o legado de Anne Frank jamais seja esquecido.

EVA SCHLOSS tem agora 82 anos e vive com o marido no Norte de Londres. Depois da guerra tornou-se fotógrafa profissional (usando a máquina Leica que Otto Frank lhe oferecera). Foi cofundadora do Instituto Anne Frank em 1990 e, desde então, tornou-se conhecida pelo seu papel como oradora, dando palestras em escolas e prisões, alertando para os perigos do preconceito e da intolerância.


"Há sinais à nossa volta que nos relembram dos perigos de esquecer".
                                                                                            Ban Ki-moon
Secretário Geral da ONU










Sem comentários:

Enviar um comentário

LinkWithin

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...