GANHO OU MORRO
(Frase de Francisco Lázaro antes da partida para a sua última corrida
a 15 de julho de 1912 nos Jogos Olímpicos de Estocolmo)
Francisco Lázaro nasceu em Lisboa a 21 de janeiro de 1891 e morreu a 15 de julho de 1912. Foi um atleta português que fez parte da primeira equipa olímpica portuguesa nos Jogos Olímpicos de 1912, em Estocolmo, Suécia, onde participou na prova da maratona. Lázaro tinha sido o porta-bandeira no desfile inaugural dos Jogos. Desfaleceu durante a prova da maratona e veio a morrer poucas horas depois.
Francisco Lázaro era carpinteiro numa fábrica de carroçarias de automóveis na Travessa dos Fiéis de Deus no Bairro Alto em Lisboa. Não tinha treinador. Após o trabalho, Lázaro corria diariamente de Benfica a S. Sebastião da Pedreira, desafiando, no percurso inverso, os transportes públicos, que naquela época eram os elétricos.
No dia 20 de julho de 1912, 24.000 pessoas prestaram homenagem póstuma a Francisco Lázaro como a primeira vítima mortal nos Jogos Olímpicos. Pierre de Coubertin enviou condolências à família. O Comité Olímpico Português teve dificuldades financeiras para trasladar o corpo, o que viria a acontecer decorridos vários meses após a morte do atleta.
A autópsia do cadáver revelou que a causa da morte foi desidratação extrema e mostrou também um fígado "completamente mirrado, do tamanho de um punho fechado e rijo, a tal ponto que só se conseguiria partir a escopro, como se fosse uma pedra".
Segundo um dos seus colegas nos Jogos, Lázaro morreu por vários motivos.
- Untou-se com sebo
- Era um dos dois únicos atletas, num total de 71, a não usar proteção alguma na cabeça contra o sol
- O uso de estupefacientes para aumentar a resistência muscular.
O nome de Francisco Lázaro tornou-se num dos mais lendários de desporto português.
O seu nome foi dado a uma rua de Lisboa e ao pequeno estádio do Clube de Futebol de Benfica.
O romance Cemitério de Pianos, de José Luís Peixoto, tem inspiração na figura de Francisco Lázaro.
A personagem central do romance chama-se precisamente
Francisco Lázaro e partilha parte da sua história.
PODERÁ SER REQUISITADO NA BIBLIOTECA MUNICIPAL.
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Depois de Francisco Lázaro, outros atletas olímpicos deram medalhas de ouro a Portugal na prova da maratona.
Carlos Lopes, medalha de ouro em 1984, Los Angeles com o tempo de 02:09:21 |
"Se foi dura a maratona? Não, foram os 42 Km do costume. Nunca tive medo de ser derrotado, bater não batem, ralhar não dói...Nervoso estava Moniz Pereira. Nunca o vi assim. Nervoso de mais. Estou feliz, o professor merecia esta medalha."
"Decidi não me preocupar antes dos 37 Km, a partir daí sabia que tinha de dar forte e feio, foi o que fiz".
Rosa Mota, medalha de ouro em 1988 Seul, com o tempo de 02:25:40 |
"O Pedrosa tinha-me recomendado que, aos 38 Km, se ainda fosse acompanhada, olhasse para ele. Olhei e ele disse-me - Rosa, é agora ou nunca - e eu fui-me embora... Foi mais difícil do que em Roma, os maratonistas gostam de dizer que a última maratona é sempre a melhor, mas esta... arre, parecia que nunca mais chegava o dia."
À Comitiva Olímpica Portuguesa
aos Jogos Olímpicos de Londres 2012
desejamos muitos sucessos
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