Eunice Muñoz nasceu na Amareleja, 30 de Julho de 1928
é uma atriz portuguesa de referência do teatro português
e é considerada uma das melhores de todos os tempos.
Com origens numa família de
atores, Eunice Muñoz estreou-se em 1941, na peça "Vendaval", de Virgínia
Vitorino, com a Companhia Amélia Rey Colaço/ Robles Monteiro, sediada no Teatro
Nacional D. Maria II. O seu talento é de imediato reconhecido, e admirado por
Palmira Bastos, Raúl de Carvalho, João Villaret ou pela própria Amélia Rey Colaço,
o que lhe permite uma rápida integração na Companhia.
Em 1946 dá-se a sua estreia no
cinema, aparecendo no filme de Leitão de Barros, "Camões". Por esta
interpretação, Eunice ganha o Prémio do SNI - Secretariado Nacional de
Informação, para a melhor atriz cinematográfica do ano.
Em 1947
ingressa na Companhia de Comediantes Rafael de Oliveira, onde é dirigida por
Ribeirinho. No ano seguinte regressa ao Teatro Nacional para protagonizar "Outono em Flor", de Júlio Dantas. Seguidamente "Espada de Fogo", de Carlos
Selvagem, encenado por Palmira Bastos, é um êxito retumbante.
Passa pelo
Teatro da Trindade e durante quatro anos retira-se dos palcos. A sua re-apariçao dá-se em "Joana D' Arc" , de Jean
Anouilh, no palco do Teatro Avenida. Multidões perfilam-se pela Avenida da
Liberdade, desejosas de obter um bilhete para ver Eunice, que a crítica aclama
como genial.
Já nos anos
60, passa para a comédia na Companhia do Teatro Alegre, no Parque Mayer, ao
lado de nomes como António Silva ou Henrique Santana.
No Teatro Monumental fez "O Milagre de Anna Sullivan", de William Gibson (Prémio de Melhor Atriz do SNI
ex-aequo com Laura Alves - 1963).
Em 1965 Raúl
Solnado funda a Companhia Portuguesa de Comediantes (CPC), no recém inaugurado
Teatro Villaret. Eunice recebe o maior salário, até aqui nunca pago a uma
actriz dramática: 30 contos mensais.
A peça de estreia é "O Homem Que Fazia
Chover", de Richard Nash, encenado por Alain Oulman. Seguiram-se interpretações
de Tenessee Williams e Bernardo Santareno.
Fundou, em
1970, com José de Castro a Companhia Somos Dois, com a qual fez uma longa
tournée por Angola e Moçambique, dirigida por Francisco Russo em "Dois Num Baloiço" ,
de William Gibson.
Estreou-se na encenação com "A Voz Humana", de Jean Cocteau.
Com a proibição pela censura, a poucas horas da estreia, de "A Mãe", de Stanislaw Wiktiewicz,
Em 1978, voltou aos
palcos portugueses integrada na
companhia do reaberto Teatro Nacional D. Maria II, onde teve enormes êxitos,
interpretando peças de Donald Coburn, John Murray, Bertolt Brecht, Hermann
Broch, Athol Fuggard, Eurípedes, entre outros, trabalhando com encenadores como
João Perry ou João Lourenço.
Em 1991,
celebraram-se os seus 50 anos de Teatro, com uma exposição no Museu Nacional do
Teatro, sendo Eunice condecorada, em cena aberta, no palco do Teatro Nacional,
pelo Presidente da República, Mário Soares, quando evocava, de forma magistral,
a figura de Estêvão Amarante, na revista-homenagem de Filipe La Féria.
A peça de teatro “A Maçon”, foi escrita pela
romancista Lídia Jorge propositadamente para Eunice e foi levada a cena em 1997, no
palco do Teatro Nacional.
Em 2006 representou pela primeira vez na casa a que deu nome, o Auditório Municipal Eunice Muñoz, em Oeiras, com a peça "Miss Daisy", encenada por Celso Cleto.
Em 2007, no Teatro Maria Matos co-protagoniza com Diogo Infante "Dúvida" de John Patrick Shanley, sob a direção de Ana Luísa Guimarães. Em maio de 2008 é agraciada com o Globo de Ouro de Mérito e Excelência.
Em 2009 regressa ao Teatro
Nacional D. Maria II com a peça "O Ano do Pensamento Mágico", de Joan Didion, sob
a encenação de Diogo Infante.
Ainda em 2011, Eunice apresenta "O Cerco a Leninegrado" de José Sanchis Sinisterra, que teve estreia nacional em novembro, no Auditório Municipal Eunice Muñoz em Oeiras, e que muitos de nós tiveram o prazer de ver no dia 1 de março deste ano, no Teatro José Lúcio da Silva. Eunice Muñoz, celebrou 70 anos de carreira, no dia precisamente da estreia deste espetáculo.
Em maio deste ano, Eunice Muñoz partiu os dois pulsos e ficou com uma lesão grave na cervical, na sequência de uma queda durante os ensaios da peça de Tennessee Williams "O comboio da madrugada". A apresentação da peça foi por isso cancelada até à recuperação da atriz.
A Biblioteca Municipal aproveita para desejar rápidas melhoras.
Tenha uma boa semana e vá ao Teatro
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