novembro 22, 2019

PORQUE VEIO PARA LISBOA?


Lisboa, 1941

"Alemães, espanhóis, franceses, italianos. Estrangeiros, todos eles, envolvendo Portugal numa guerra que o país não queria. (...)
- Somos os próximos - disse um deles, batendo com a bengala no chão.
- Achas mesmo?
António olhou para o rio, tentando em vão ignorá-los.
- Sim. O Hitler vai atacar a Jugoslávia. É uma questão de dias, calculo. Portugal será o próximo.
- Não sei. - O amigo arrastou as palavras, que encerravam em si um mundo de dúvidas. - Ele tem a Bélgica e a Holanda. E metade da França, a Polónia e a Checoslováquia. Não tem mãos a medir.
- Talvez. Mas Portugal é uma rota de fuga, que escapa ao seu controlo. Hitler não vai tolerar isso por muito tempo
- Somos neutros.
-Também a Bélgica era. A neutralidade não nos salvará. Os alemães esmagavam-nos em segundos."


É com Lisboa a constituir a derradeira rota de fuga para milhares de refugiados,
com acontecimentos verídicos ocorridos em abril de 1941, 
a nossa sugestão de leitura para o seu fim de semana



Lisboa, abril de 1941. Em apenas nove dias, as vidas de uma mulher e de um homem mudarão para sempre. Vinda de Marselha, Claire, uma franco-americana de 17 anos, desembarca do comboio na estação do Rossio. À chegada, o seu caminho cruza-se - de maneira pouco agradável - com o de um jovem empregado do café Chave d'Ouro. Desenhador (e carteirista) nos tempos livres, António testemunha em primeira mão e tira partido dos conluios entre os espiões que se passeiam livremente pela capital portuguesa.
Enquanto aguarda pela família, na esperança de poderem partir juntos para os Estados Unidos, Claire vai à procura de duas crianças separadas dos pais à força e abandonadas à sua sorte, que transportam, sem saber, um segredo perigoso.
António, chocado com o assassinato de um amigo, refugiado alemão raptado pela PVDE, tenta descobrir o responsável pelo crime.
As investigações de ambos - e as suas vidas - vão cruzar-se, sem apelo nem agravo, à medida que descobrem que os desaparecimentos estão relacionados com um objeto que os nazis procuram em Lisboa. Numa cidade repleta de espiões, intrigas e traição, a posse de tal objecto pode representar uma sentença de morte. Mas pode ser bem mais angustiante ter de decidir entre o amor e o dever.



Antes de se mudar para Portugal, Jeannine Johnson Maia trabalhou como jornalista na Bélgica e em Washington, D.C. Na qualidade de assessora de imprensa, integrou a missão norte-americana junto da União Europeia, em Bruxelas. Estudou nos Estados Unidos e em Itália, ensinou Inglês em França e viveu em Cabo Verde. Licenciou-se em Política Externa pela Universidade de Virgínia (EUA), concluiu um mestrado em Economia, Estudos Europeus e Relações Internacionais, na Johns Hopkins School of Advanced International Studies (EUA) e a obteve um segundo mestrado em Escrita Criativa na Universidade de Lancaster no Reino Unido.
Aprecia temas históricos, andando sempre em busca da história por detrás da História.
Vive na cidade do Porto, que considera irresistivelmente fotogénica.
A nossa sugestão de leitura para o seu fim de semana é o seu primeiro romance.







novembro 13, 2019

O MUNDO ESTÁ A AQUECER E A CULPA É NOSSA



Há peixes tropicais a surgir na costa portuguesa. Há aves que deixaram de emigrar para África e passam cá o inverno. As amendoeiras estão a florir quase um mês mais cedo do que há 30 anos. Nas montanhas, as árvores estão a trepar para fugir ao calor. Na ilha da Madeira, os mosquitos que transmitem a dengue e a febre amarela chegaram, em 2004, e instalaram-se. Só não transmitem as doenças, porque não estão infectados com os vírus.
Há muitas incógnitas sobre o rumo que o clima do planeta tomará.



Itália é o primeiro país em todo o mundo a estabelecer como obrigatório o debate escolar sobre as alterações climáticas. 
"Quero fazer do sistema educativo italiano o primeiro que coloca o ambiente e a sociedade no centro de tudo o que aprendemos na escola." afirma o ministro da Educação Italiano Lorenzo Fioramonti.
A medida será posta em prática em setembro de 2020, no início do próximo ano lectivo, e as aulas deverão corresponder a um total de 33 horas por ano lectivo. Os professores já começaram a receber formação.

A Europa será dos continentes mais afectados e Portugal terá de enfrentar uma das maiores subidas regionais da temperatura. Há quem diga que Lisboa pode vir a ter a temperatura média atual de Rabat. (...)
Perante este futuro, o que é que a Lisboa do final do século XXI pode fazer para aguentar calores como os de Rabat?



Já em 2009 Filomena Naves e Teresa Firmino no seu livro 
Portugal a Quente e Frio
alertavam para as alterações climáticas no século XXI





"O Livro faz uma breve história do estudo das alterações climáticas em Portugal, incluindo os modelos e cenários climáticos futuros e os impactos nos mais importantes sectores sociais e económicos e, ainda, nos sistemas bio-físicos. (...)
O leitor fica com uma visão integrada dos problemas associados às alterações climáticas no nosso país e das incertezas que ainda existem."
Filipe Duarte Santos


"Há sinais de alerta que chegam de todo o lado, como se houvesse luzes vermelhas a piscar em vários pontos da terra. Os glaciares recuam nas montanhas (...) secas intensas matam à sede vastas regiões africanas e asiáticas (...) ondas de calor abrasam a Europa e incendeiam florestas, cheias inesperadas e dias quentes surpreendem o inverno europeu. (...)
Os exemplos sucedem-se, basta estar atento às notícias para se perceber que algo de errado está a acontecer. No entanto, dizem os cientistas do IPPC, isto é só o princípio de algo mais perturbador e profundo que chegará nas próximas décadas. (...)
Será que o tempo endoideceu assim tanto que ora nos põe a tremelicar de frio, ora a sufocar de calor? Parece contraditório. Afinal, com o avanço do aquecimento global, os dias de frio não deveriam desaparecer?  Certamente que não."



"O nosso desejo é que este livro
 também contribua  para que cuidemos
 melhor do planeta e do clima."
Filomena Naves
Teresa Firmino



novembro 08, 2019

8 DE NOVEMBRO - DIA EUROPEU DA ALIMENTAÇÃO E DA COZINHA SAUDÁVEIS


Comer sem prazer é, sem dúvida, um sacrifício;
Fazer uma alimentação saudável tem de ser uma solenidade e não um castigo.


O Dia Europeu da Alimentação e da Cozinha Saudáveis celebra-se a 8 de novembro nos 28 estados membros da União Europeia. Esta data lançada pela Comissão Europeia, pretende encorajar uma alimentação saudável nas crianças, com o intuito de travar o atual crescimento da obesidade infantil na Europa.
  • Na União Europeia, metade da população adulta e um quarto das crianças em idade escolar tem excesso de peso.
  • Os jovens com excesso de peso tendem a conservá-lo na idade adulta e têm mais probabilidades de se tornarem obesos.
O Dia Europeu da Alimentação e da Cozinha Saudáveis insere-se no âmbito de uma campanha mais vasta da Comissão para combater a obesidade, incentivando os cidadãos da UE a optarem por um regime alimentar equilibrado e a fazerem mais exercício físico.




Uma alimentação correcta associada a uma atividade física regular é meio caminho andado para uma vida saudável e longa, pois também contribui para prevenir o aparecimento de diversas doenças crónicas, cancro, doenças cardiovasculares, diabetes, obesidade ou osteoporose.

Desde tenra idade, é essencial que se adapte a alimentação à nossas necessidades, isto porque, em todas as fases de crescimento, há alimentos que são fundamentais para o desenvolvimento do nosso organismo. Por este motivo, é necessário ter uma dieta equilibrada e, de preferência, seguir as orientações fornecidas pela Roda dos Alimentos.


  • Frango recheado de tomate, alecrim e brie com puré de batata
  • Lombo de porco com cuscuz e maçã
  • Salmão com pimentos-amarelos e molho de estragão
  • Lasanha de legumes grelhados
  • Tarte de chocolate e queijo




Pode encontrar estas e muitas outras receitas nos livros existentes na sua 
Biblioteca Municipal. Só tem de passar por cá.


Esperamos por Si



outubro 25, 2019

QUEM É QUE NO SEU PERFEITO JUÍZO QUER IR PARA ÁFRICA?


"A África é um espaço que exerce um enorme fascínio sobre os leitores. Além disso, e para nós, portugueses, é um espaço carregado de história e de aventura, de nostalgias, também, e acho que consegui pôr tudo isso no Uma Fazenda em África."



"Os meus romances não são livros de História, são obras de ficção, mas mantêm uma ligação estreita com a época em que decorrem. Quero que os meus leitores sintam e saibam que muito do que estão a ler aconteceu efetivamente. Quero que estejam lá, que sintam a época, as maneiras de pensar, o gosto da culinária, o toque das roupas, o cheiro dos navios a vapor, etc."


Ao acordar em sobressalto naquela noite de junho de 1848, a jovem Benedita não podia imaginar a transformação radical que a sua vida iria sofrer. Um ano volvido, tendo perdido tudo o que a prendia a Pernambuco, embarcava com escassos haveres e o coração apertado em direção a Moçâmedes. Consigo seguia mais de uma centena de portugueses que, desiludidos com o Brasil, procuravam uma nova oportunidade, fundando uma colónia agrícola do outro lado do Atlântico.
Uma Fazenda em África acompanha a vida e as histórias dos primeiros colonos numa terra brutal, trazendo à superfície os sucessos e desaires, os perigos e as surpresas da sua fixação num território inóspito e selvagem.

"- De verdade? - perguntou o cônsul, que ia de espanto em espanto.
-  Mas aquilo é uma ruína! O que vais tu fazer para lá? (...)
- E não achas melhor ter uma fazenda em Angola do que andar por aqui sempre de credo na boca e calças na mão? (...)
- E têm razão, Bernardino. Quem é que no seu perfeito juízo quer ir para África? Tu sabes muito bem que aquilo é a morada das febres - definiu o cônsul, seguro do seu diagnóstico. - Lembra-te que já foi gente daqui para se estabelecer em Angola e quase todos morreram das moléstias de lá. Aquilo é uma terra de água benta e caldeirinha..."



João Pedro Marques, historiador e romancista, especialista em História da escravatura e da sua abolição, nasceu em Lisboa a 15 de junho de 1949.
Concluiu a licenciatura de História na Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa em 1980, e começou nessa altura a lecionar no ensino secundário. Paralelamente concluiu o curso de Formação de Professores na Escola Superior de Educação de Lisboa e manteve a sua atividade de investigação histórica.
No final de 1987 abandonou o ensino secundário para ingressar na carreira de investigação, no centro de Estudos Africanos e Asiáticos do Instituto de Investigação Científica Tropical, onde permaneceu até 2010.
Em 1999 doutorou-se em História pela Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa. Foi Presidente do Conselho Científico do Instituto de Investigação Científica Tropical, em 2007 e 2008.
Em 2010 deixou o Instituto de Investigação Científica Tropical e a carreira de investigação, para se dedicar, em exclusivo, à literatura.
Até ao momento escreveu 5 romances históricos.
Uma Fazenda em África, nossa sugestão de leitura para o seu fim de semana, é o seu segundo romance, publicado em 2012, pela Porto Editora.






outubro 16, 2019

PRÉMIO NOBEL DA LITERATURA 2019


"A literatura tem sido toda a minha vida"

  • A Mulher Canhota
  • A Tarde e um Escritor
  • O Chinês da Dor
  • Uma Breve Carta Para um Longo Adeus
  • Numa Noite Escura Saí da Minha Casa Silenciosa
São estes os livros do vencedor do Prémio Nobel da Literatura de 2019 que a Biblioteca Municipal tem para empréstimo domiciliário.


"Por causa dos problemas que tive há vinte anos [sobre a posição em relação à guerra nos Balcãs], nunca pensei que me escolhessem."


Peter Handke nasceu a 6 de dezembro de 1942, em Griffen, Áustria, durante a Segunda Guerra Mundial, mas cresceu em Berlim na zona ocupada pelas forças soviéticas.
Com uma vasta obra publicada, de diferentes géneros, como a ficção, o ensaio, teatro, poesia, reportagem e argumentos para cinema, já tinha sido várias vezes proposto para o Nobel da Literatura.
De acordo com o Comité do Nobel, Peter Handke é, "há algumas décadas, um dos escritores mais influentes da ficção contemporânea", que "com mestria artística, explora tematicamente a periferia e os lugares que não são vistos".


"Qualquer autor que escreva um livro, mesmo um livro pequeno, 
mesmo uma só página que nos abra o mundo, é um bom escritor."
Peter Handke








outubro 09, 2019

TRATA-SE DE UM VELÁZQUEZ




É já amanhã que ficaremos a conhecer os laureados com o
 Prémio Nobel da Literatura de 2018 e 2019.


Por agora vamos ficar a conhecer o autor que em 
2016 foi o vencedor do Prémio Cervantes.



Eduardo Mendonza nasceu em Barcelona, a 11 de janeiro de 1943.
Escritor, tradutor, dramaturgo, foi tradutor da ONU em Nova Iorque nos anos de 1970.
Com uma vasta obra, que vai desde o romance ao teatro, publicou quinze romances, dois livros de viagens, duas peças de teatro e quatro ensaios. Reconhecido internacionalmente como um dos grandes vultos da literatura europeia, os seus livros foram várias vezes galardoados em Espanha, bem como noutros países europeus.
O romance que hoje divulgamos, Rixa de Gatos, foi o vencedor do Prémio do Livro Europeu na categoria ficção e foi, também, distinguido com o Prémio Planeta em 2010.


"Resolvi escrever Rixa de Gatos porque me apercebi de que o interesse
 pela Guerra Civil se mantinha, mas renovado em matizes diferentes.
 Há hoje uma maior distanciação 
e uma abordagem menos emocional do tema"



Um perito de arte inglês, Anthony Whitlands, chega de comboio a Madrid fervilhante de 1936. A sua tarefa é autenticar um quadro desconhecido, que pertence a um amigo de José Antonio Primo de Rivera, fundador da Falange, quadro cujo valor pode ser fundamental para apoiar uma mudança política em Espanha.
Turbulentos amores, retratos fiéis dos meios sociais da época e a atmosfera tensa de aventura e de conspiração, que antecede a guerra civil que se aproxima, marcam este notável novo romance de Eduardo Mendoza, onde o humor e a ironia se cruzam com a gravidade da tragédia.


"Todas as desgraças que os reveses da História, o desgoverno da nação e as discórdias dos homens tinham acumulado sobre a Espanha de 1936 ficavam momentaneamente suspensas à hora do aperitivo por unânime acordo das partes implicadas. (...)
- Além de ser irresponsável e tonto, Primo de Rivera é um doidivanas, e isso salta à vista. Visitou Mussolini e Hitler para lhes pedir a bênção e a ajuda; os dois receberam-no de braços abertos, mas tiraram-lhe imediatamente as medidas e afastaram-no com boas palavras. Mussolini paga-lhe uma mensalidade com que mal cobrem os gastos de organização. Hitler, nem um cêntimo. (...) Os socialistas receberam-no a tiro; os anarquistas escutaram-no como quem escuta um louco e quando se aborreceram com ele bateram-lhe com a porta na cara. (...)
- (...) Volte para Londres, para os seus quadros e os seus livros. (...) As mulheres são uma maçada, mas são o melhor que temos. A política, pelo contrário, é horrível. Os comunistas e os nazis são uns monstros, e nós, que somos os bons, não passamos de canalhas."












setembro 25, 2019

OS SONHOS ALIMENTAM A VIDA




Hoje é o dia Mundial do Sonho

"Os sonhos são como o vento, sentimo-los , mas não sabemos de onde vêm nem para onde vão. Eles inspiram o poeta, animam o escritor, arrebatam o estudante, abrem a inteligência do cientista, dão ousadia ao líder. (...)
Moisés, Maomé, Buda, Confúcio, Sócrates, Platão, Séneca, Abraham Lincoln, Gandhi, Einstein, Freud, Max Weber, Marx, Kant, Thomas Edison, Machado de Assis, Sun Tzu, Khalil Gibran, John Kennedy, Hegel, Maquiavel, Agostinho e muitos outros foram grandes sonhadores.
Estes homens mudaram a história, porque tiveram grandes projectos. Tiveram grandes projectos porque viveram grandes sonhos. Os seus sonhos aliviaram o seu sofrimento, trouxeram esperança na perda, renovaram as suas forças nas derrotas. Os seus sonhos transformaram a sua inteligência num solo fértil."
In, Nunca Desista dos seus Sonhos




Augusto Cury aborda, ao longo destas páginas, a nossa capacidade de sonhar, revelando quão fundamental ela é para a realização dos nossos projectos de vida.
Os sonhos são como uma bússola que nos indica quais os caminhos a seguir e as metas a alcançar. São eles que nos impulsionam, nos fortalecem e nos permitem crescer.
Se tivermos sonhos pequenos, a nossa capacidade de sucesso também será limitada. Desistir dos sonhos é abdicar da felicidade, pois quem nem sequer tenta alcançar os seus objectivos está condenado a uma taxa de insucesso de cem por cento.
Analisando a trajectória vitoriosa de grandes sonhadores - como Jesus Cristo, Abraham Lincoln e Martin Luther king -, Augusto Cury convida-nos a repensar a nossa vida e instiga-nos a nunca deixar morrer os nossos sonhos.


Augusto Cury é psiquiatra, psicoterapeuta, cientista e escritor. Desenvolveu o conceito de inteligência multifocal, uma perspectiva inovadora do funcionamento da mente e da construção do pensamento. É investigador na área de qualidade de vida e desenvolvimento da inteligência, abordando a natureza, a construção e a dinâmica da emoção e dos pensamentos.
Os seus livros estão publicados em vários países e têm sido adotados em universidades e utilizados em pesquisas e teses de pós-graduação em Psicologia, Sociologia e Ciências da Educação.

Para além do livro que hoje divulgamos, a Biblioteca Municipal tem para empréstimo domiciliário:
  • O Vendedor de sonhos: o chamamento
  • Ansiedade: como enfrentar o mal do século.




"Uma mente saudável deveria ser uma fábrica de sonhos.
Pois os sonhos oxigenam a inteligência e irrigam a vida de prazer e de sentido."





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