outubro 09, 2019

TRATA-SE DE UM VELÁZQUEZ




É já amanhã que ficaremos a conhecer os laureados com o
 Prémio Nobel da Literatura de 2018 e 2019.


Por agora vamos ficar a conhecer o autor que em 
2016 foi o vencedor do Prémio Cervantes.



Eduardo Mendonza nasceu em Barcelona, a 11 de janeiro de 1943.
Escritor, tradutor, dramaturgo, foi tradutor da ONU em Nova Iorque nos anos de 1970.
Com uma vasta obra, que vai desde o romance ao teatro, publicou quinze romances, dois livros de viagens, duas peças de teatro e quatro ensaios. Reconhecido internacionalmente como um dos grandes vultos da literatura europeia, os seus livros foram várias vezes galardoados em Espanha, bem como noutros países europeus.
O romance que hoje divulgamos, Rixa de Gatos, foi o vencedor do Prémio do Livro Europeu na categoria ficção e foi, também, distinguido com o Prémio Planeta em 2010.


"Resolvi escrever Rixa de Gatos porque me apercebi de que o interesse
 pela Guerra Civil se mantinha, mas renovado em matizes diferentes.
 Há hoje uma maior distanciação 
e uma abordagem menos emocional do tema"



Um perito de arte inglês, Anthony Whitlands, chega de comboio a Madrid fervilhante de 1936. A sua tarefa é autenticar um quadro desconhecido, que pertence a um amigo de José Antonio Primo de Rivera, fundador da Falange, quadro cujo valor pode ser fundamental para apoiar uma mudança política em Espanha.
Turbulentos amores, retratos fiéis dos meios sociais da época e a atmosfera tensa de aventura e de conspiração, que antecede a guerra civil que se aproxima, marcam este notável novo romance de Eduardo Mendoza, onde o humor e a ironia se cruzam com a gravidade da tragédia.


"Todas as desgraças que os reveses da História, o desgoverno da nação e as discórdias dos homens tinham acumulado sobre a Espanha de 1936 ficavam momentaneamente suspensas à hora do aperitivo por unânime acordo das partes implicadas. (...)
- Além de ser irresponsável e tonto, Primo de Rivera é um doidivanas, e isso salta à vista. Visitou Mussolini e Hitler para lhes pedir a bênção e a ajuda; os dois receberam-no de braços abertos, mas tiraram-lhe imediatamente as medidas e afastaram-no com boas palavras. Mussolini paga-lhe uma mensalidade com que mal cobrem os gastos de organização. Hitler, nem um cêntimo. (...) Os socialistas receberam-no a tiro; os anarquistas escutaram-no como quem escuta um louco e quando se aborreceram com ele bateram-lhe com a porta na cara. (...)
- (...) Volte para Londres, para os seus quadros e os seus livros. (...) As mulheres são uma maçada, mas são o melhor que temos. A política, pelo contrário, é horrível. Os comunistas e os nazis são uns monstros, e nós, que somos os bons, não passamos de canalhas."












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