agosto 25, 2011

MITOS E ERROS DA LÍNGUA PORTUGUESA


O leitor diz que hoje está um dia  "solarengo" ou hoje está um dia  "soalheiro"?
Uma grande confusão é uma "grande salganhada" ou é uma "grande salgalhada"?
Uma pessoa indesejável é uma "ovelha ranhosa" ou uma "ovelha ronhosa"?

Confuso?
Vai deixar de estar.
Estas e outras dúvidas da nossa língua vão deixar de existir nos nossos Leitores depois de ouvirem as explicações dadas por Sandra Duarte Tavares, docente do Instituto Superior de Educação e Ciências de Lisboa, consultora linguística e colaboradora em programas da RTP e RDP sobre o uso correcto da Língua Portuguesa e da Gramática.  


Veja os 10 Mitos e Erros  em que frequentemente tropeçamos na Língua Portuguesa



Já agora!...Atualize-se.

O Novo Acordo Ortográfico está aí e introduz várias alterações na nossa escrita. Este Acordo já entrou em vigor em 2009 e até 2015 decorre um período de transição, que devemos aproveitar para nos adaptarmos. Ele vai se introduzido nas nossas escolas já no ano letivo que se aproxima e as nossas crianças irão aprender a escrever de forma diferente.

O Acordo Ortográfico resultou de um longo trabalho desenvolvido pela Academia Brasileira de Letras e pela  Academia das Ciências de Lisboa, com vista à uniformização da ortografia nos países de língua portuguesa. O Acordo foi subscrito em 1990 por Angola, Moçambique, Cabo Verde, Guiné-Bissau, S. Tomé e Príncipe, Brasil e Portugal e em 2004 por Timor-leste.

Esteja atento e apoie os seus filhos. Não sabe como?

Venha à Biblioteca Municipal e consulte as obras que temos sobre o assunto.
Veja AQUI a bibliografia sobre o Novo Acordo Ortográfico
que  possuímos para empréstimo domiciliário.


agosto 24, 2011

"CREIO QUE UMA FORMA DE FELICIDADE É A LEITURA"

Jorge Luis Borges


Os meus Livros


Os meus livros (que não sabem que existo)
São uma parte de mim, como este rosto
De têmporas e olhos já cinzentos
Que em vão vou procurando nos espelhos
E que percorro com a minha mão côncava.
Não sem alguma lógica amargura
Entendo que as palavras essenciais,
As que me exprimem, estarão nessas folhas
Que não sabem quem sou, não nas que escrevo.
mais vale assim. As vozes desses mortos
Dir-me-ão para sempre.


No dia que faria 112 anos, recordamos Jorge Luis Borges, escritor argentino, nascido a 24 de agosto de 1899. Filho de uma família de origem portuguesa por parte do pai e britânica por parte da mãe, adquire desde criança um perfeito domínio da língua inglesa. Aos sete anos de idade disse ao pai que queria ser escritor,  aos oito anos escreveu o seu primeiro conto "La visera fatal", inspirado num episódio de Dom Quixote e aos nove, traduziu do inglês o "Principe Perfeito" de Oscar Wilde.
Borges foi Bibliotecário na Biblioteca Nacional da Argentina, Professor de Literatura na Universidade de Buenos Aires e autor de vários livros de poesia, contos e ensaios.

Foi um cidadão do mundo. Morou em Espanha, Portugal, Argentina e por fim na Suíça, onde faleceu e foi sepultado a 14 de julho de 1986.
Por onde passou, comprou e escreveu livros. Amou profundamente as letras e a poesia. Mesmo quando já não consegui ler, devido à cegueira, continuou a comprar livros para alimentar a sua vontade de viver e a paixão pela Literatura. A sua paixão pelos livros levou-o a colecionar e a ler enciclopédias de todo o mundo.

"Meus dois sobrenomes são portugueses, Borges e Acevedo. Acevedo creio que é judeu-português, assim me disseram. Borges, não. É um sobrenome muito comum em Lisboa. Meu bisavô era um capitão português que se chamava Borges de Moncorvo, que é um pequeno povoado de Trás-os-Montes, perto da fronteira com a Espanha, e creio que este ano vou ser convidado a visitar esse lugar que foi dos meus bisavós. Estive cerca de um mês em Lisboa, onde me tornei amigo de um escritor chamado João António Ferro. Eu falava em castelhano e ele respondia-me em português. Muito lentamente, entendiamo-nos. Afinal os dois idiomas são tão parecidos, nem sei se valeria a pena estudar o outro."
Nota do blog: Borges não chegou a visitar Torre de Moncorvo, mas deu o nome a uma avenida.


"Pegar um livro e abri-lo guarda a possibilidade do facto estético. O que são as palavras dormindo num livro? O que são esses símbolos mortos? Nada, absolutamente. O que é um livro se não o abrimos? Simplesmente um cubo de papel e couro, com folhas; mas se o lemos acontece algo especial, creio que muda a cada vez".

"Tenho a suspeita de que a espécie humana - a única - está prestes a extinguir-se e que a Biblioteca perdurará: iluminada, solitária, infinita, perfeitamente imóvel, armada de volumes preciosos, inútil, incorruptível, secreta".


E AQUI encontrará os "volumes preciosos" de Borges,
 que a Biblioteca Municipal dispõe para empréstimo domiciliário


BOAS LEITURAS

agosto 23, 2011

RECORDANDO A. H. DE OLIVEIRA MARQUES, UM DOS MAIORES HISTORIADORES PORTUGUESES DO SÉC. XX


A. H. de Oliveira Marques, destacado professor universitário e historiador português, nasceu a 23 de agosto de 1933 em S. Pedro do Estoril. Licenciou-se em 1956 em Ciências Histórico-Filosóficas pela Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, com a tese "A Sociedade em Portugal nos Séculos XII a XV".
Estagiou na Universidade de Wurzburg na Alemanha. Iniciou funções docentes em 1957, na Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, onde se doutorou em História , em 1960, com a dissertação "Hansa e Portugal na Idade Média".
A sua participação na crise académica de 1962, resultante da luta promovida pelos estudantes contra  a ditadura do Estado Novo, esteve na origem do seu afastamento da Universidade Portuguesa.


Entre 1965 e 1970 esteve nos Estados Unidos da América, onde lecionou em várias instituições, como a Universidade do Alabama, da Flórida, Columbia e Minnesota, entre outras.
Em 1970, durante a "Primavera Marcelista" regressou definitivamente a Portugal, embora só depois do 25 de Abril de 1974 se lhe voltassem a abrir as portas da Universidade Portuguesa.
  • Foi Diretor da Biblioteca Nacional de Lisboa entre 1974 e 1976;
  • Professor Catedrático da Universidade Nova de Lisboa em 1976;
  • Presidente da Comissão Instaladora da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da mesma Universidade de 1977 a 1980;
  • Presidente do Conselho Científico desta Faculdade nos anos 1981-1983 e 1984-1986;
  • Presidente do Ano Propedêutico no ano letivo de 1977-1978
  • Fundou, em 1980, o Centro de Estudos Históricos da Universidade Nova de Lisboa.

Em 1998 recebeu a Grã-Cruz da Ordem da Liberdade.
É considerado um dos grandes historiadores portugueses contemporâneos e as suas obras, que se destacam em diversos domínios como a Idade Média, a Primeira República e a Maçonaria, são instrumentos de grande importância para os estudiosos da História de Portugal.
Faleceu a 23 de Janeiro de 2007, com 73 anos, vítima de problemas cardíacos.



Se pretender conhecer melhor o contributo dado por A. H. de Oliveira Marques para o  conhecimento e estudo da nossa História,
veja AQUI a bibliografia do historiador, que a Biblioteca Municipal dispõe para empréstimo domiciliário.

agosto 22, 2011

FAÇA DA LEITURA COM AS CRIANÇAS UM MOMENTO AGRADÁVEL NO DIA-A-DIA DA SUA FAMÍLIA

As crianças que lêem, ou ouvem ler, e contactam com livros todos os dias, desenvolvem-se melhor e têm mais sucesso na escola.


O contacto cedo com os livros também ajuda no desenvolvimento da linguagem e facilita, no futuro, a criança a aprender a ler.
Além disso, a qualidade dos sons que o bebé ouve afecta o funcionamento da audição já que a linguagem usada nos livros é geralmente mais rica do que a linguagem usada no dia-a-dia.
Ao ler usamos uma voz e tom diferentes da conversa diária e isso prende a atenção da criança.




7 Excelentes razões para ler com as crianças
  1. Ouvir ler em voz alta, ler em conjunto, conversar sobre livros desenvolve a inteligência e a imaginação.
  2. Os livros enriquecem o vocabulário e a linguagem.
  3. As imagens, as informações e ideias dos livros alargam o conhecimento do mundo
  4. Quem tem o hábito de ler conhece-se melhor a si próprio e compreende melhor os outros.
  5. Ler em conjunto é divertido e reforça o prazer do convívio.
  6. Os laços afectivos entre as crianças e os adultos tornam-se mais fortes.
  7. A leitura torna as crianças mais calmas, ajuda-as a ganhar autoconfiança e poder de decisão.
 Extraído do site da CONFAP - Confederação Nacional das Associações de Pais.


Venha com as crianças à Biblioteca Municipal

A Biblioteca Municipal é um lugar acolhedor e está cheia de livros para todas as idades.
Experimente vir com os seus filhos. O atendimento é muito agradável e o empréstimo é gratuito. Requisite livros para ler em casa com os seus filhos.
Faça da leitura uma actividade divertida. Deixe a criança escolher o livro que quer ler consigo. Pode propor outros livros, mas não force. É importante que leia ou ouça ler com prazer.

É importante que as crianças contactem com os livros adequados em todas as idades. Se o contacto for diário os progressos tornam-se evidentes, para grande alegria de todos.




"Tanto a prosa como o verso para crianças têm que ter ritmo, têm de ter sentido de humor, têm de saber brincar, encaixar as frases umas nas outras, têm de despertar na criança o desejo criativo"
 Sidónio Muralha
                                                                                                                                     
Os Livros

Apetece chamar-lhes irmão,
tê-los ao colo,
afagá-los com as mãos,
abri-los de par em par,
ver o Pinóquio a rir
e o D. Quixote a sonhar,
e a Alice do outro lado
do espelho a inventar
um mundo de assombros
que dá gosto visitar.
Apetece chamar-lhes irmãos
e deixar brilhar os olhos
nas páginas das suas mãos.
                                    José Jorge Letria



FICAMOS À SUA ESPERA

Boa Semana e Boas Leituras

agosto 19, 2011

DIA MUNDIAL DA FOTOGRAFIA

"A fotografia é uma forma de ficção. É ao mesmo tempo um registo da realidade  e um auto-retrato, porque só o fotógrafo vê aquilo daquela maneira"
 Gérard Castello Lopes


O Dia Mundial da Fotografia comemora-se anualmente a 19 de agosto.
A comemoração da data tem origem na invenção do daguerreótipo, um processo fotográfico desenvolvido por Louis Daguerre em 1937 e que permitiu fixar numa película de prata uma imagem obtida através de uma câmara escura. Foram os primeiros passos para uma técnica que está hoje ao alcance de todos: a fotografia.
Esta invenção foi considerada em 1839 pelo Governo Francês como um presente "grátis para o mundo".

Bodo - Noruega
fotografia gentilmente cedida pelo leitor nº 3624


"De todos os meios de expressão, a fotografia é o único que fixa para sempre o instante preciso e transitório. Nós, fotógrafos, lidamos com coisas que estão continuamente desaparecendo e, uma vez desaparecidas, não há mecanismo no mundo capaz de fazê-las voltar outra vez. Não podemos revelar ou copiar uma memória".
Henri Cartier-Bresson


Metro de Lisboa
Fotografia gentilmente cedida pelo Leitor nº 770



"A fotografia, antes de tudo é um testemunho. Quando se aponta a câmara para algum objecto ou sujeito, constrói-se um significado, faz-se uma escolha, seleciona-se um tema e conta-se uma história, cabe a nós, espectadores, o imenso desafio de lê-las".
Ivan Lima

Reguengo do Fetal
Fotografia gentilmente cedida pelo Leitor nº 3624



"Fotografar, é colocar na mesma linha de mira, a cabeça, o olho e o coração".
Henri Cartier-Bresson






Marinha Grande
Fotografia gentilmente cedida pelo Leitor nº 770




"A Câmara não faz diferença nenhuma. Todas elas gravam o que você está vendo.
Mas você precisa VER".
Ernest Haas









E este é o livro que sugerimos para leitura de fim de semana.

"(...) Este é um livro de receitas fotográficas. Mostra como criar fotos trabalhando com os ingredientes básicos de cor, luz e espaço - depois "cozinha-os", usando técnicas como exposição, enquadramento e focagem. (...) Ao mesmo tempo, o livro reúne numerosos truques e sugestões que pode aplicar a um vasto leque de desafios fotográficos, capacitando-o a aproveitar ao máximo cada oportunidade fotográfica".



Bom Fim de Semana e
Divirta-se a tirar Fotografias Fantásticas

agosto 18, 2011

GADGETS




Devido a problemas técnicos a que fomos alheios, não nos foi possível publicar o agendado para hoje.
Contamos estar operacionais amanhã para a sugestão de leitura de fim de semana e publicar na próxima segunda feira o que tínhamos agendado para hoje.

Boa tarde e Boas Leituras


agosto 17, 2011

AH, O AMOR...QUE NASCE NÃO SEI ONDE, VEM NÃO SEI COMO E DOI NÃO SEI PORQUÊ...

O amor é grande e cabe nesta janela sobre o mar.
O mar é grande e cabe na cama e no colchão de amar.
O amor é grande e cabe no breve espaço de beijar.

Carlos Drummond de Andrade produziu uma das obras mais significativas da poesia brasileira do século XX e foi, desde a primeira hora considerado um dos maiores poetas brasileiros de sempre.
"Dele se poderia dizer com alguma razão o que de Mário de Sá-Carneiro disse Fernando Pessoa: "Não teve biografia: teve só génio".
Arnaldo Saraiva in Obras de Carlos Drummond de Andrade, vol I

Nasceu em Itabira, Mata Dentro, a 31 de outubro de 1902. Filho de uma família de fazendeiros em decadência, estudou na cidade de Belo Horizonte e com os Jesuítas no Colégio Anchieta, de onde foi expulso por "insubordinação mental". Começou a carreira de escritor como colaborador do "Diário de Minas", que reunia os adeptos locais do incipiente movimento modernista mineiro. Perante a insistência familiar para que obtivesse um diploma, formou-se em Farmácia na cidade de Ouro Preto em 1925.



Ingressou no serviço público e, em 1934, transferiu-se para o Rio de Janeiro, onde foi chefe de gabinete de Gustavo Capanema, Ministro da Educação, até 1945. Até 1962, altura em que se reformou, esteve a trabalhar no Serviço do Património Histórico e Artístico Nacional. Desde 1954 colaborou como cronista no "Correio da Manhã" e, a partir de 1969, no "Jornal do Brasil". Carlos Drummond de Andrade faleceu a 17 de agosto de 1987 no Rio de Janeiro "de amor" referiu a médica que o assistiu.

"Ao elaborar uma sua Antologia Poética (1962), Drummond apontou nove linhas temáticas na sua poesia, que assim nomeou por esta ordem: o indivíduo, a terra natal, a família, amigos, o choque social, o conhecimento amoroso, a própria poesia, exercícios lúdicos, uma visão ou tentativa de existência".
"Na prosa há o ceticismo, por vezes uma certa ironia e graça sem esconder a sua natural peocupação com o homem e com o autêntico".
in Obra poética, vol I


No ano 2000 comemorou-se o centenário do nascimento do poeta.



Quadrilha
João amava Teresa que amava Raimundo
que amava Maria que amava Joaquim que amava Lili
que não amava ninguém.
João foi para os Estados Unidos, Teresa para o convento,
Raimundo morreu de desastre, Maria ficou para tia,
Joaquim suicidou-se e Lili casou com J. Pinto Fernandes
que não tinha entrado na história.


Quem teve a ideia de cortar o tempo em fatias, a
que se deu o nome de ano,
foi um indivíduo genial.
Industrializou a esperança, fazendo-a funcionar no
limite da exaustão.
Doze meses dão para qualquer ser humano se cansar e
entregar os pontos.
Aí entra o milagre da renovação e tudo começa outra
vez, com outro
número e outra vontade de acreditar que daqui pra
diante vai ser diferente

Foram só duas poesias de Carlos Drummond de Andrade que aqui vos deixamos.
AQUI poderá encontrar a sua bibliografia que a Biblioteca Municipal disponibiliza para empréstimo domiciliário. 

Se procurar bem você acaba encontrando.
Não a explicação (duvidosa) da vida,
Mas a poesia (inexplicável) da vida.

 
Boas Leituras

agosto 16, 2011

NÃO SOU NOVA NEM BONITA, MAS TENHO A MINHA VOZ E A MINHA ALMA, QUE ME SAI QUANDO CANTO

A música expressa o que não pode ser dito em palavras e não pode ficar em silêncio
                                                                                                                           Victor Hugo

Carinhosamente apelidada de "La Negra" devido ao seu cabelo preto e tez morena, Mercedes Sosa foi igualmente chamada de "voz de uma maioria silenciosa", tendo sempre lutado pelos direitos humanos dos mais pobres e pela liberdade política. As suas imagens de marca eram o seu cabelo comprido e os seus ponchos, que usava durante os espectáculos ao vivo, fazendo ouvir a sua voz poderosa.


Mercedes Sosa nasceu a 9 de julho de 1935 no seio de uma família de trabalhadores, na província de Tucumán, Argentina. Descoberta aos 15 anos de idade, cantando numa competição de uma rádio local da cidade natal, foi-lhe oferecido um contrato de dois meses.  Gravou o primeiro disco "Canciones con Fundamento", com um perfil de folk argentino. Especialista em interpretar as palavras de escritores, abraçou a poesia dos grandes autores argentinos e latino-americanos.

Foi,  durante os anos da ditadura, a voz dos que não tinham voz, com um vasto repertório de músicas de intervenção. Obrigada ao exílio, voltou ao seu país em 1983, de onde saía para concertos no mundo inteiro, com nomes como Luciano Pavarotti, Sting, Joan Baez, Andrea Bocelli ou Chico Buarque. Mais recentemente, gravou com a colombiana Shakira, cantora latino-americana de maior sucesso no exterior.

A preocupação sócio-política refletiu-se no repertório interpretado, tornando-se uma das grandes expoentes da Nueva Canción, um movimento musical latino-americano da década de 60, com raízes africanas, cubanas, andinas e espanholas.
Apesar de, nos últimos anos, ter feito algumas experiências com o rock e com o tango, a sua raiz era o folk. Era a esse estilo que voltava sempre.
Em 2005 numa entrevista disse " Eu nasci para cantar. A minha vida é dedicada a cantar, a encontrar canções e a cantá-las (...) se eu me envolvesse na política, teria que negligenciar aquilo que é mais importante para mim, a canção folk".


Em Portugal, Mercedes Sosa atuou em 1979, na primeira Festa do Avante, no Alto da Ajuda, em Lisboa.
Era Embaixadora da Boa Vontade da UNESCO para a América Latina e o Caribe. Em 2000, ganhou o Grammy Latino de melhor álbum de música folclórica por "Misa Criolla", feito que repetiria em 2003 com "Acústico" e em 2006 com "Corazón Libre".
Faleceu a 4 de outubro de 2009.

Com ela o mundo aprendeu a cantar "Gracias à la vida" da chilena Violeta Parra.


A música é o barulho que pensa
                                                             Victor Hugo


BOA SEMANA COM BOA MÚSICA

agosto 12, 2011

LEITURA DE FIM DE SEMANA

Com o fim de semana prolongado à porta, a nossa sugestão de leitura vai para um livro que Isabel Allende considera  "inesquecível"  e que o Time Magazine diz ser "Um dos dez melhores livros do ano".  É também a nossa opinião.

Mil Sóis Resplandecentes  de Khaled Hosseini é um romance que tem como pano de fundo as convulsões sociopolíticas que abalaram o Afeganistão nas últimas três décadas. Mariam e Laila, duas mulheres que a a guerra e a morte obrigam a partilhar um marido comum e cuja coragem lhes permitirá lutar pela sua felicidade num cenário impiedoso. É um livro que aborda as relações humanas e as reforça perante reações de poder excessivo e impunidade.
É pois uma obra inesquecível que evoca o que há de mais intrínseco a todos os seres humanos: o direito ao amor, a um lar e à integridade.
Assim que os primeiros exemplares foram postas à venda, o romance liderou o primeiro lugar nos Estados Unidos, Reino Unido, Canadá, Alemanha, Holanda, Itália, Noruega, Nova-Zelândia e África do Sul



"(...) Setembro de 1996 (...) É proibido cantar. É proibido dançar. São proibidos jogos de cartas, xadrez, jogos de azar e lançar papagaios. É proibido escrever livros, ver filmes e pintar quadros. Se tiverem periquitos, serão espancados. os vossos pássaros mortos. (...)
- Eles não podem obrigar metade da população a ficar em casa sem fazer nada - comentou Laila. (...).
- Isto não é uma aldeia qualquer. Isto é Cabul. As mulheres aqui costumavam exercer advocacia e medicina, ocupavam lugares no governo (...)" ( pág 215 e 216)

"(...) Abril de 2003 (...) Precisamos que Cabul volte a ser verde, dizem as pessoas. (...) Zalmai está quase com seis anos. Aziza tem dez. Festejaram o seu aniversário a semana passada, levando-a ao Cinema Park, onde, finalmente, o filme Titanic foi exibido às claras para os habitantes de Cabul. (...) A cidade mudou. Todos os dias vê agora pessoas a plantar árvores, a pintar casas velhas (...) Pela primeira vez desde há anos, Laila ouve música nas esquinas de Cabul (...). (pág 312 e 313)

Não se podem contar as luas que brilham sobre os seus telhados
Nem os mil sóis resplandecente
que se escondem por trás dos seu muros
                                          Saib-e-Tabrizi, séc. XVII


Khaled Hosseini, filho de um Diplomata e de uma Professora de Literatura,  nasceu em Cabul, no Afeganistão, em 1965, onde viveu até aos 11 anos. Quando o seu pai foi convidado a trabalhar na embaixada afegã em França, a família mudou-se para Paris. O seu regresso estava previsto para 1980, mas por essa altura, já o Afeganistão sofria a invasão soviética e um sangrento golpe de estado, pelo que a sua família é obrigada a pedir asilo político aos Estados Unidos.
Formado  em Biologia e Medicina, publicou em 2003 o seu primeiro livro, O Menino de Cabul, que rapidamente se tornou um fenómeno editorial. Em 2006 recebeu o Prémio Humanitário do Alto Comissariado para os Refugiados da ONU e foi nomeado Embaixador da Boa Vontade da ONU em representação dos EUA.
Mil Sóis Resplandecentes é o seu segundo romance e será adaptado ao grande ecrã pela Columbia Pictures.

Bom Fim de Semana e Boas leituras

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