"O mundo russo é bom: a sua humanidade, assim como tudo o que o mundo tem
venerado até agora:
a sua literatura, o seu balé, a sua grande música.
O que não é apreciado é o mundo de Béria, Stalim, Putin e Sergei Shoigu"
Filha de pai bielorrusso e de mãe ucraniana, Svetlana Aleksievitch, nasceu a 31 de maio de 1948 na Ucrânia, em Stanislav, hoje Ivano-Frankivsk mas cresceu em Minsk, capital da Bielorrúsia, onde vive atualmente.
Jornalista e escritora, é autora de cinco livros e de vinte guiões de documentários.
A Biblioteca Municipal tem os seguintes livros da autora:
- A guerra não tem rosto de mulher
- Rapazes de zinco
- Vozes de Chernobyl
- O fim do homem soviético
Svetlana Alexievich criou um novo género literário de não-ficção que é inteiramente seu. Escreve "romances de vozes". Desenvolveu este género literário livro após livro, apurando constantemente a estética da sua prosa documental, sempre escrita a partir de centenas de entrevistas. Com uma notável concisão artística, a sua perícia permite-lhe enlaçar as vozes originais dos testemunhos numa paisagem de almas.
Tem livros publicados em vários países da Europa, Estados Unidas da América, China, Vietname e Índia. Está traduzida em 22 línguas e algumas das suas obras foram adaptadas a peças de teatro e a documentários.
Entre muitos outros importantes galardões internacionais, recebeu:
- Em 2001 o Erich Maria Remarque Peace Prize
- Em 2006 o National Book Critics Circle Award para não ficção
- Em 2011 o Prémio Ryszard Kapuscinski
- Em 2013 o Prix Medicis Essai
- Em 2015 o Prémio Nobel da Literatura
- Em 2021 o Sonning Prize
A Europa está a viver o seu maior desafio desde a Segunda Guerra Mundial.
A 22 de fevereiro, Vladimir Putin ordenou às forças militares russas que entrassem nas repúblicas separatistas ucranianas de Donetsk e Luhansk, chamando a esse ato "missão de paz" e reconhecendo oficialmente, Donetsk e Luhansk como estados soberanos, totalmente independentes da Ucrânia.
A 24 de fevereiro, Vladimir Putin anunciou uma "operação militar especial" para "desmilitarizar" a Ucrânia, lançando uma operação em larga escala no país. Nesse mesmo dia a Rússia assumiu o controle de Chernobyl.
Em 1991, Jacques Lesourne e Bernad Lecomte escreviam
O Pós-comunismo: do Atlântico aos Urais
"O que será a URSS de 2025? (...)
- no pior dos casos, um Estado autoritário, centralizado, impondo a sua lei a toda ou em parte da atual URSS, mantendo a segurança exterior graças ao seu armamento nuclear estratégico, fazendo avançar mal ou bem uma economia mista em zonas de liberalização definidas, com uma parte da produção mundial reduzida a sete por cento e um rendimento real médio da ordem dos cinquenta por cento do rendimento francês... (...)
Militarmente, o perigo não desapareceu e subsistirá enquanto a URSS - ou o que lhe suceder - se não tenha tornado numa zona democrática satisfatória e pacífica como a América do Norte ou a Europa Ocidental. Um perigo que se concebe de duas formas: a chantagem nuclear de um governo autoritário desejoso de obter do Ocidente algumas vantagens económicas (...), ou antes uma ação aventureirista desencadeada por uma fração do Exército em situação de quase guerra civil e podendo assim ameaçar países estrangeiros ou as populações soviéticas".