"Viver é uma loucura espantosa.
É a maior loucura".
Cruzeiro Seixas, que completaria cem anos no próximo dia 3 de dezembro, é uma figura de topo do movimento surrealista nacional, autor de uma vasta obra no campo da pintura, do desenho, da escultura e também na poesia.
Em 2010, a Bienal Internacional de Artes Plásticas e Design Industrial, que decorreu de 22 a 31 de outubro, na nossa cidade, prestou-lhe homenagem.
Em 1949 abraçou o projeto surrealista e não mais o abandonou.
Em 1951 alista-se na marinha mercante e viaja por África, Índia e Extremo Oriente. Vive em Angola até ao início da guerra colonial, onde desenvolve o gosto pela dita "arte primitiva".
Em 1989 é-lhe atribuído o prémio SOCPIT "Artista do Ano", sendo publicado um álbum ilustrado sobre a sua vida e obra, denominado "Cruzeiro Seixas".
Em 1993 doa ao Instituto da Biblioteca Nacional e do Livro uma considerável parte do seu acervo.
Em 2020 foi homenageado na Feira Internacional do Livro de Santiago do Chile (FILSA), que lhe dedicou um número exclusivo da revista Derrame, do grupo surrealista chileno. Nesse mesmo ano recebeu a Medalha de Honra da Sociedade Portuguesa de Autores.
Em 2009, a 10 de junho, foi feito Grande-Oficial da Ordem Miliar de Sant'Iago da Espada.
Em 2017, para comemorar os seus 40 anos de existência, a Bienal de Arte de Vila Nova de Cerveira, fez uma homenagem ao mestre.
A 14 de outubro de 2020, foi distinguido com a Medalha de Mérito Cultual, pelo "contributo incontestável para a cultura portuguesa".
A 3 de novembro de 2020, faleceu em Lisboa no Hospital de Santa Maria.
Temos muito que fazer
e tanto
que nem sabemos
por onde começar:
Devemos primeiro
rir ou chorar?
Cruzeiro Seixas
A Biblioteca Municipal tem para empréstimo domiciliário o livro, edição limitada, com serigrafias e poesia, de Cruzeiro Seixas, intitulado Viagem sem Regresso.
A sua obra está representada em coleções do Museu Nacional de Arte Contemporânea, Museu do Chiado, Fundação Calouste Gulbenkian e Fundação Cupertino de Miranda, em Vila Nova de Famalicão, onde está situado o Centro Português de Surrealismo, a quem em 1999, doou a sua coleção, e onde está patente uma exposição permanente com as suas obras.
"Não estou preocupado para onde vou.
Já andei por céus e infernos cá por este lado."
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Fotografia de Alfredo Cunha, 2014, Póvoa do Varzim |
"O rei Artur deixou-nos,
mas a sua obra seguirá sendo uma inspiração"
António Costa