Uma ajuda para fazer árvore de natal e para decorar as nossas casas nesta quadra é sempre bem vinda mas, o leitor certamente está lembrado do que aconteceu
no ano passado!
Não se lembra?
Não se lembra do estado em que ficou a árvore de natal do Simon quando o gato entrou na sala?
Recorde AQUI.
Pois este ano, foram os duendes que quiseram ajudar a fazer a árvore de natal e o resultado foi este:
Não desanime leitor,
o escritor António Torrado vai-nos dizer
como enfeitar a árvore de natal lá em casa:
A estrela de prata
Numa árvore que eu cá sei - que nós sabemos - estão uma estrela de prata e uma bola de cristal.
- O que fazemos aqui? - perguntou a estrela.
- Estamos a enfeitar - respondeu a bola.
- O que é enfeitar? - perguntou a estrela.
- É fazer vista, ornamentar, alindar...- respondeu a bola de cristal.
Passou-se um tempo e a estrela perguntou de novo:
- Porque estamos a enfeitar?
- Porque esta árvore não é como as outras. Os frutos dela são raros. Aparecem um dia, luzem o seu quê, conforme sabem ou podem, e depois são colhidos e guardados, até para o ano.
A bola de cristal tinha muita experiência de outros Natais, ao passo que a estrela era nova, de prata fresca, e não sabia quase nada. Mas tinha ouvido falar que havia estrelas cadentes, estrelas que caem do céu e no céu desaparecem, num sopro de luz.
- Não serei uma dessas? - perguntou à bola.
- Talvez sejas, talvez não sejas... Mas não experimentes.
Passou-se um tempo mais, e a estrela guardou para si aquela ideia, uma ideia pequenina. "Não experimentes", dissera-lhe a bola. E se experimentasse? Foi o que fez.
Caiu, num susto, mas como era leve, inocente e frágil, uma corrente de ar, vinda de uma porta aberta, algures, levou-a consigo.
Levou-a consigo e fê-la poisar, sem estrago, no fofo musgo.
- Olha, é a estrela da gruta - disse alguém que estava a armar o presépio.
E estrela do presépio ficou.
Donde estava, onde a puseram, via o presépio, os pastores, os reis magos, as lavadeiras com a trouxa à cabeça, as leiteiras com a bilha à cinta, os vagabundos, o moleiro, o azeiteiro e todo o povo do presépio e mais as pessoas de carne e osso, que vinham admirar aquela lindeza, sorrir para o Menino Jesus e olhar para a estrela, suspensa do alto da gruta.
Estrela de oito pontas que era, a apontar em todas as direções, nem ela sabia para onde, brilhou imenso.
Brilhou o mais que pôde.
Para o ano, a estrela de prata já tem muito que contar à bola de cristal.
Tenha um FELIZ NATAL
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