"I'have failed at many things, but i have never been afraid"
Nadine Gordimer
Nadine Gordimer por André Carrilho |
A 3 de outubro de 1991 Nadine Gordimer recebeu o Prémio Nobel da Literatura, chamando a atenção para a ignomínia que era o "apartheid" na África do Sul.
Decidiu permanecer no país, apesar da repressão política que sofreu antes da queda do regime do "apartheid".
Disse, numa entrevista, que o dia em que se sentiu mais orgulhosa na sua vida, não foi quando recebeu o Nobel, mas quando, em 1986, testemunhou num julgamento em defesa de 22 membros do ANC.
Nadine Gordimer nasceu a 20 de novembro de 1923 em Springs, uma cidade mineira dos arredores de Joanesburgo. De ascendência lituana e inglesa, é criada no seio de família judaica da classe média.
Começou a escrever aos 15 anos pequenas histórias que publicou dez anos depois, com o nome "Face to Face" e que revelavam as suas preocupações quanto à segregação racial na sociedade sul-africana.
Os seus romances estiveram proibidos na África do Sul durante muitos anos, em virtude das opiniões políticas expostas nas suas obras desagradarem ao regime de segregação racial vigente.
A Biblioteca Municipal dispõe para empréstimo domiciliário "A História de Meu Filho", onde a autora descreve os conflitos com que uma família negra sul-africana se depara todos os dias.
"É uma história apaixonante. O amor entre um homem e duas mulheres, entre pai e filho e algo ainda mais imperioso - o amor pela liberdade. É um drama extremamente íntimo de conflito pessoal e luta pública nos acontecimentos evolutivos que, com grandes custos para pessoas como estas, têm originado mudanças na África do Sul".
A luta de Nadine não acabou. Nos finais de 2011 criticou um projeto de lei do ANC (Congresso Nacional Africano), que governa o país desde 1994, e que provoca fortes tensões políticas há muitos meses.
Esse projeto de lei é sobre a informação no seu país, que para ela representa uma ameaça à liberdade de imprensa e à democracia.
"Se o trabalho e a liberdade do escritor estão em risco, a liberdade de cada leitor também está. Depois de lutar tantos anos contra o apartheid, período em que vi pessoas morrendo pela causa da liberdade, não imaginava que fosse preciso lutar novamente contra o governo".
[entrevista realizada a 06/07/2012].
"Sou uma escritora, portanto, a liberdade de expressão é primordial para a minha atividade. Acredito na existência de duas bases para a liberdade. Uma é a de se poder votar à sua escolha e a outra é a liberdade para se dizer o que se pensa, seja a imprensa, seja o cidadão comum. Isto pode parecer um tanto óbvio para você, mas, acredite, é uma conquista para o meu país".
"Liberdade Parcial Não É Liberdade"
Nelson Mandela
Visite-nos
Os galardoados com o Prémio Nobel da Literatura
Esperam por si
Sem comentários:
Enviar um comentário