abril 04, 2012

CAMINHAIS EM DIREÇÃO DA SOLIDÃO. EU, NÃO, EU TENHO OS MEUS LIVROS

Marguerite Duras é provavelmente a mais célebre escritora francesa. Nasceu a 4 de abril de 1914, na Indochina, atual Vietname, com o nome de Marguerite Donnadieu.
Passou a infância e a juventude  na Indochina, com a mãe e os dois irmãos, facto que marcou profundamente a sua vida e obra.  Aos 17 anos mudou-se para Paris, onde estudou Direito e Ciências Políticas na Universidade de Sorbonne, tendo-se licenciado em 1935.
Adotou o nome Duras, inspirada numa localidade perto do sítio onde o pai, falecido quando tinha 4 anos, possuía propriedades. Foi trabalhar até 1941, para o Ministério das Colónias e, durante a Segunda Guerra Mundial (1939-1945) fez parte da Resistência e filiou-se no Partido Comunista.
Em 1942, editou o seu primeiro romance "Les Impudents".
No final da guerra trabalhou como jornalista na revista Observateur e continuou a escrever, tendo alcançado o reconhecimento da sua obra com três romances editados entre 1950 e 1955:
Une Barrage Contre ja Pacifuque (Uma Barragem contra o Pacífico), Le Marin de Gibraltar (O Marinheiro de Gibraltar) e Le Square (O Jardim).

Marguerite Duras e Gerard Depardieu

Em 1959, escreveu o argumento do filme Hiroshima Mon Amour (Hiroshima Meu Amor), realizado por Alain Resnais e foi nomeada para um Oscar da Academia de Hollywood.
A sua paixão pelo cinema ficou patente na década de 70, altura em que escreveu e realizou diversos filmes, como Camion, com Gerard Depardieu.



Em 1984, regressou às grandes obras literárias com L'Amant (O Amante), romance semi-autobiográfico sobre a sua juventude na Indochina e que reflete as paisagens e as personagens da colónia francesa.  O livro ganhou o Prémio Goncourt, o mais prestigiado galardão literário francês. Oito anos mais tarde, foi realizado pelo francês Jean-Jacques Annaud, um filme baseado no romance.

 
Em 1985, lançou uma coletânea de contos, La Douleur (a Dor), inspirada na situação que viveu no pós-guerra, quando teve de tratar do marido que sobreviveu aos campos de concentração nazis. Após a sua recuperação, separou-se e, casou com outro homem.
Desde 1980 que Duras mantinha uma relação conturbada com Yann Andréa Steiner, 38 anos mais novo e obcecado pelos seus livros. Andréa Steiner escreveu dois livros sobre o período que viveu com Duras, quando a criatividade dela já estava ofuscada por problemas com o álcool. Apesar de tudo, o casal viveu junto até à morte da escritora, a 3 de novembro de 1996, em Paris. 

Quem foi Marguerite Duras?
"(...) Porque a vida de Marguerite é também a de uma criança do nosso século, de uma mulher profundamente empenhada nas coisas do seu tempo, pelas quais abraçou os combates principais.
(...) Porque se ela foi a escritora do Amor, foi também a militante dos direitos das mulheres e a defensora apaixonada do prazer feminino. Reivindicou sem cessar o direito ao prazer, e foi ao longo da vida uma notável apaixonada."
Este livro encontra-se disponível para empréstimo domiciliário.


"Creio que nada substitui a leitura de um texto, nada substitui a memória de um texto, nada, nenhum jogo".

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